Blogue
Vinte e quatro horas sem acesso ao meu desabafo
conseguiu dar comigo em louca,
quando não escrevo já não sei o que faço
para tudo o resto, a vontade é pouca.
Finalmente consegui aceder,
vir aqui deixar umas palavras,
mais logo muito terei para escrever,
hoje as ocasiões tornaram-se vagas.
Tive alguns contratempos
que não sei como vou resolver,
mas de nada vale entrar em lamentos,
vou apenas tentar perceber.
Dar voltas e mais voltas,
até chegar às soluções,
não gosto de pontas soltas,
nem de depender de situações.
Não consegui falar,
não consegui uma palavra de retorno,
não sei como faturar,
como evitar este transtorno.
Quando tudo corre bem,
há sempre algo para destabilizar,
se eu não tenho ninguém
como vou conseguir superar?
Perguntas que me invadem,
não tenho respostas à vista,
pode ser que um dia acabem
as situações imprevistas.
Hoje precisava de um ombro,
de um abraço apertado,
não vou sofrer mais um rombo
esse tempo já foi esgotado...
(Mafalda)
Ausência
prudência,
abstinência,
insolvência.
Silêncio,
benefício,
auspício,
desperdício.
Receio,
bloqueio,
incendeio,
devaneio.
Estranheza,
afoiteza,
fraqueza,
incerteza...
(Mafalda)
Subtil...
é a relação humana,
gentil,
desde que longe da cama.
Jogam-se os dados
apresentam-se pensamentos,
ficam resguardados
todos os momentos.
Carinho é uma presença
numa amizade incondicional,
mas depois vem a sentença
de que nada daquilo é real.
Sentimentos puros que se vivem,
sem qualquer segunda intenção,
situações que se declinam
em prol da pura manutenção.
Habituação perigosa,
sedução dissimulada,
emoção venenosa
que me deixa aconchegada.
Bebo do veneno que destilo
ou que se evapora à minha volta,
a sedução foge com todo o estilo
e as ideias sofrem uma reviravolta.
Tenho de trabalhar
para libertar energias,
não me querem enganar...
não vou entrar em demagogias.
(Mafalda)
Vou sair...
Não queres vir comigo?
Vou-me divertir,
vou atrair o perigo.
Vou dançar...
Tens a certeza que não queres?
Não vou mais esperar
que cumpras os teu deveres.
Vou viver...
Não queres mesmo?
Não consigo mais suster
este imenso desejo.
Vou beijar...
Lembras-te do meu sabor?
Muito tempo a passar
não me dá nenhum louvor.
Vou fazer amor...
É mesmo "não" a tua resposta?
Recordar todo o ardor
ao fazer uma proposta.
Vou ser Eu...
Tens mesmo de te afastar?
Quem um dia muito me deu
acabou por me recusar...
(Mafalda)
O que eu sei, tu sabes,
o que eu penso, digo,
mas não sei o que tu sabes
e o que tu pensas é um perigo.
Gostava de ser neurónio
de passear pelo teu corpo
de me transformar num anónimo
e descobrir porque deu tão torto.
Querer sempre saber mais,
querer os porquês de tudo,
projetos que não passam de ideais,
acatados por um curioso agudo.
Sou curiosa,
sempre fui, sempre serei,
sou ambiciosa
e isso nunca mudarei.
Mas ambiciono apenas o bem estar,
a felicidade, o prazer,
se vou ter de aqui ficar...
nada, nunca, vai acontecer.
Acato e respeito
nada mais posso fazer,
não há qualquer despeito,
não há qualquer perder.
Não se perde o que não se tem,
apesar de se ter vontade de ter,
as loucuras vão ficar aquém,
mas não me impedem de continuar a viver...
(Mafalda)
Constrói-se tanta coisa
a partir dum simples nada,
mas falar sem que alguém me oiça
é uma atitude um tanto tresloucada.
Numa aldeia constrói-se um castelo,
mas foi edificado com areia
e de uma forma singela,
há quem não queira entrar naquela aldeia.
Não queira atravessar o caminho
com medo de consequências,
prefere ficar no seu cantinho
apesar das imensas evidências.
Não pode atravessar,
não quer atravessar,
não deve atravessar
e aí não há volta a dar.
Afasta-se suavemente
vira as costas ao castelo,
sente orgulho numa vertente
mas não gosta de pensar no flagelo.
Às vezes hesita,
pondera avançar,
mas isso seria uma desdita
muito difícil de encarar.
Gostava de estar perto da aldeia,
divertia-se com a brincadeira,
mas fugiu como uma centopeia
antes que entrasse em desgraceira.
A aldeia fica cada vez mais deserta,
vazia de riso e de cor,
o castelo não foi descoberto
apesar de lhe ser reconhecido o valor.
Foi arrastado pelas ondas
que estavam fortes e intensas,
na aldeia só ficaram as tontas
envoltas em neblinas imensas.
Estar numa aldeia sem castelo
é um pouco surreal,
quando chegar o imenso gelo
perde-se o conceito de ser "leal".
Todos precisam de um abrigo,
de um local de confiança,
alguns evitam o perigo
outros aguardam a bonança.
Medo de gostar da aldeia,
de querer lá permanecer,
é sempre uma ideia
que vou ter de amadurecer...
(Mafalda)
Trabalhei muito para aqui chegar,
trilhei caminhos áridos e perigosos,
deixei de me sentir a naufragar
mérito meu, mérito vosso.
Cada pessoa que me lê,
cada amigo que me ouve,
ninguém percebe o porquê,
não há quem perceba o que houve.
Sou forte, eu sei,
da envolvência capto o que preciso,
mas só sei que fiquei
à mercê de um homem muito indeciso.
Idealizei,
fui ao charco.
Superei,
foi um marco.
Sinto um novo ânimo
nesta vivência individual,
não vou permitir o desânimo,
seja por que motivo for, afinal.
(Mafalda)
Divagar sem qualquer sentido
apenas porque me apetece fazê-lo,
sem pensar num assunto pré-definido
mostrando contudo, muito zelo.
Tenho cuidado no que digo,
não vá ferir suscetibilidades,
às vezes foge o ombro amigo
e ficamos envoltos em obscuridades.
Há dias mais cinzentos,
em que falta a luz do sol,
esperar sem lamentos
não ficar enredada no anzol.
Há dias mais deslavados,
que não fazem qualquer sentido,
imaginam-se momentos desvairados
mas permanecemos no nosso abrigo.
Temos medo,
temos muito receio,
não queremos perder tudo
por um mero devaneio.
O que escrevo não faz sentido,
nem para quem lê, nem mesmo para mim,
preciso de alguém destemido,
de quem sempre tenha vivido assim.
Na incógnita,
na escuridão,
com a simples glória
de me dar a mão.
(Mafalda)





Olhar em volta
e achar um mote para escrever,
é o que faz estar solta
e com vontade de viver.
Olhar à distância
sem nada focar,
é o que faz a constância
de não mais me equivocar.
Olhar sem ver
sem prestar atenção,
é o que faz não sofrer
por amores de coração.
Olhar o horizonte
apreciar a sua beleza,
é o que faz atravessar a ponte
e esquecer a incerteza.
Olhar a vida
sem esperar nada,
deixa-me rendida
ao som de uma balada.
Olhar,
escutar,
tactear,
saborear...
(Mafalda)
As mulheres falam demais
e assim estragam a sua vida,
sou mulher, não duvidais,
mas agora sou muito mais contida.
Digo agora,
porque houve tempos em que não fui,
saía pela boca fora
a palavra que agora aqui flui.
Aqui falo,
transcrevo os meus pensamentos,
lá fora calo
e vivo apenas os momentos.
Se imagino o que escrevo,
se tudo é realidade,
se realmente vejo
ou se é pura leviandade,
apenas eu saberei
e a mais ninguém o direi...
As mulheres falam demais,
mas os homens também,
elas sonham com momentos ideais
eles, na imaginação, ficam mais aquém.
Elas são mais corajosas,
avançam contra o mundo,
serão talvez mui ardilosas
ou darão mais valor a um sentimento profundo.
Mulheres e homens são diferentes,
na forma de estar e de sentir,
elas estão sempre presentes
eles estão sempre a partir.
Não se amarram,
não gostam de se sentir presos,
esquecem-se que acabam
sós e indefesos.
As mulheres falam demais
e assim estragam a sua vida,
sonham com idílicos finais
detestam a despedida.
Sou mulher com muito orgulho,
mas às vezes penso como um homem,
acabou o tempo de fazer barulho,
os sons só já me consomem.
Em silêncio profundo,
sem juras nem promessas,
sem um sentimento moribundo
que nos deixa às avessas.
(Mafalda)
É uma enorme futilidade pensar
que o dinheiro traz felicidade,
apenas devia servir para gastar
em bens de extrema necessidade.
É futilidade comprar
tudo o que não faz falta,
apenas para mostrar
que se vive em alta.
Tantos euros desperdiçados
em banalidades surreais,
tantos seres seriam alimentados
se todos nos preocupássemos mais.
Não vivemos isolados
nem fechados numa redoma,
temos o dever de olhar para os lados
porque todos falamos o mesmo idioma.
Não digo isto por ser Natal,
o Banco Alimentar devia ser todos os meses,
que fazemos nós, afinal,
se só tivermos comer às vezes...
Este ar natalício
faz um apelo à solidariedade,
mas há tanto desperdício
que dava para alimentar uma cidade.
Todos os dias há carências,
há sempre alguém a precisar de ajuda,
viver de aparências
só faz com que uma pessoa se iluda.
Deixar de olhar para os nossos umbigos,
olhar em nosso redor,
sair dos nossos postigos
e transformar este mundo num local melhor.
Não desperdicem,
não sejam superficiais,
por favor, interiorizem:
Somos todos iguais!
(Mafalda)
Não, não tive uma recaída
com a música que antes publiquei...
Apenas sei que hoje não fui esquecida,
há um ano, por este dia ansiei.
Aquela seria a música
que tu hoje publicarias,
eu permaneço agnóstica
mas sei o que hoje sentias...
Há dias mais complicados,
tens de te habituar a isso,
é o que faz estarmos separados
e sem nenhum compromisso.
Talvez tivesses passado
por onde andamos antes,
muito terás recordado
do tempo em que éramos amantes.
Hoje era um dia desejado,
um dia pleno de amor,
se não te tivesses escudado
a sentir o seu clamor.
Sim, também não esqueço,
também eu recordo com saudade,
mas tranquila adormeço
porque vivo agora na realidade.
Será que tu também dormes,
será que atingiste a paz,
pensamento... não me incomodes!
Por duas vezes não foi capaz...
(Mafalda)











Deixar palavras de esperança,
de certeza de superação,
incutir muita confiança
bem dentro do vosso coração.
É apenas este o meu intuito,
(fala quem bateu no fundo),
faço-o de um modo gratuito,
pois devemos acreditar no mundo.
Choramos, desesperamos,
pensamos em desistir,
os maus momentos ultrapassamos
e esperamos pelo que há-de vir.
Não há ser humano nenhum,
que valha tamanha tragédia,
pode ser que um dia nasça algum
capaz de ir até ao fim com uma estratégia.
Não é revolta, não é desamor,
são meras constatações de factos,
hoje falo sem nenhum clamor,
os sentimentos sofreram assassinatos.
Aprender com a tristeza,
dar valor ao que realmente importa,
não é um caso de avareza
apenas temos de atravessar a porta.
É difícil, eu sei,
mas cabe-nos a nós conseguir,
todas as horas em que chorei
agora só me dão vontade de rir.
Para quê tamanho desperdício,
de tempo e de energia,
tudo não passou de um momento fictício
em que se ansiava pela alegria.
Guardemos o que é bom,
o que nos deu momentos inesquecíveis,
não seria mesmo de bom tom
esquecer situações tão aprazíveis.
Mas quando acaba temos de aceitar,
de nada vale escoarmo-nos em lágrimas,
o ser humano tem uma tonta capacidade de amar
e depois passa a vida imerso em lástimas.
Fazer o luto no momento certo,
sair das cinzas tal fénix renascida,
viver mantendo sempre por perto
as pessoas que nunca serão esquecidas.
Amigos, família, parceiras,
são eles o nosso maior pilar,
dizem sempre coisas certeiras,
mas nas horas difíceis recusamo-nos a escutar.
No momento certo acordamos,
e reconhecemos que tinham razão,
devagar, o passo acertamos,
rumo à saída da escuridão.
Viver é do melhor que há
e nós somos os atores principais,
quem melhor do que nós saberá
os nossos desejos mais confidenciais...
(Mafalda)



Está frio,
o Inverno está muito perto,
somente o vazio
é um dado mais que certo.
Buraco negro neste universo,
espaço preenchido por nada,
coração que pensava em verso
até a paixão ser dilacerada.
Agora penso eu,
mas continuo a escrever,
o coração desapareceu,
sinto-me a rejuvenescer.
Combato o frio que se tinha instalado,
aconchego-me com o que me rodeia,
o meu corpo já não se sente prostrado
foge a sete pés da pasmaceira.
Apesar deste frio de rachar
há movimento nas ruas,
o Natal está a chegar,
só as emoções permanecem nuas.
O frio congela o sentir,
arrefece qualquer intensidade,
obriga o rosto a sorrir,
num esgar de humildade.
Optei por ficar
bem no quente da minha vida,
não me vou mais deslocar,
deixei de andar perdida.
Encontrei-me no frio,
no vento agreste que tenho sentido,
o coração fica vazio,
mas deixou de estar escondido...
(Mafalda)
Deixar sair
sem nada sentir,
deixar fluir
sem me repetir.
Sem questões,
longe de paixões,
fugir de prisões,
libertar-me de grilhões.
Deixar andar
sem nada esperar,
limitar-me a navegar,
em águas fundas mergulhar.
Viver,
crescer,
aprender,
amadurecer.
Sou mulher,
se nada fizer
vou esquecer
o que significa viver.
Deixar seguir,
não hesitar,
aceitar o que está para vir
sem me cruxificar.
Sobreviver,
espairecer,
viver
até morrer.
(Mafalda)
Sinos tocam avidamente,
como se estivessem a chamar por mim,
cada batida é um som ausente
que só se ouve lá bem nos confins.
Esse toque é um apelo,
uma necessidade de aproximação,
repicam cheios de folego,
não são fruto da minha imaginação.
Sinto o vibrar de cada badalada,
mesmo quando estão mudos e quedos,
som que me faz sentir acarinhada,
segura e sem quaisquer medos.
Sinos fortes e antigos,
resistentes às intempéries que se abatem,
estes sinos são fiéis abrigos,
distantes, mas que nunca se esbatem.
Se um dia me senti uma mendiga,
há coisas que vão mas também há as que ficam,
grande verdade antiga
comprovada por sinos que repicam.
Tocam à sua vontade,
sem qualquer interferência humana,
afasto-me da insanidade,
oiço a melodia que me chama.
Gosto do som do silêncio
recortado pelo dobrar de velhos sinos,
escutá-los não traz nenhum malefício,
segui-los serão atos meramente intuitivos.
Sinos, por quem dobrais,
o que estais a anunciar,
são sons confidenciais
que só agora passei a escutar.
Fiquei alerta sem querer,
atenta e sem divagar,
sinos que ao entardecer
não param de repicar...
(Mafalda)
"Imaculada" devia ser
o meu nome do meio,
mas aqui permanecer
não faz parte do meu anseio.
Deixo a imaginação trabalhar,
sonhadora sempre fui,
se a ilusão me faltar
a escrita já não flui.
Devaneio entre estados,
quer durma ou esteja acordada,
peguei em todos os meus bocados
e comecei a reconstruir a minha estrada.
Não sei onde me leva,
se para longe ou para perto,
se alguém me der uma achega
chegarei ao fim deste deserto.
Terrenos áridos ficaram para trás,
começam a aparecer sinais de vida,
sonhar... tão bem faz,
deixei de me sentir perdida!
(Mafalda)
Chegaste.
Estacionaste à minha porta
e esperaste.
Desci.
Saí,
fui para junto de ti.
Não me deixaste sentir esquecida.
amparaste-me na descida.
Entrei no teu carro
e partimos.
Sem rumo,
sem destino.
Dois jogadores inatos
rumo a lugares abstratos.
Fomos loucos,
amamo-nos,
beijamo-nos,
demos voz ao desejo.
Voltamos.
Paraste à minha porta
e saí.
Foi bom.
Muito bom.
Sobrevivi...
(Mafalda)
Passas do outro lado da rua
olhas para dentro de mim,
sinto-me completamente nua
já não me lembrava de ser assim.
Cruzo-me contigo constantemente
sem que nunca tivesse reparado,
deslizo de forma ardente
a caminho de um grande pecado.
Em cada esquina que passas,
em cada mesa de esplanada,
de nada adianta o que faças,
já parei de estar calada.
Sinto o pulsar da minha vida
sempre que me cruzo contigo,
vontade outrora esquecida
dei por findo o meu castigo.
Estás à espera por onde passo,
apenas dizes "Olá",
eu já não sei o que faço,
se vou ou se fico cá...
(Mafalda)
Em mim habita um desejo
de poder beijar a tua boca,
de aproveitar num único ensejo
toda a liberdade para ser louca.
Luxúria pode ser um pecado capital
mas dá um imenso prazer,
viver de forma pouco usual
é só isso que me apetece fazer.
Fazer amor de forma singela
deixando os corpos seguirem a sua vontade,
sonhar com uma única escapadela
e depois voltar de novo à normalidade.
Há quem não ligue a prazeres carnais,
pode haver quem não sinta falta de sexo,
mas os meus desejos são reais
e resolvê-los tornou-se um assunto deveras complexo.
Sonho com os teus dedos nos meus lábios,
com o toque da tua boca na minha,
alguém de dê conselhos sábios,
alguém toque à minha campainha!
Querer fazer amor é normal,
é saudável e libertador,
é uma questão essencial
para quem arde no seu próprio calor.
Os teus dedos percorrem a minha pele,
acariciam os meus cabelos,
beijar-te é tudo o que me impele
porque entre nós sempre existirão muitos elos.
Sedução delicada,
medo de criar vícios,
não estou mascarada,
não quero mais desperdícios...
(Mafalda)

Perguntam-me o que estou a fazer,
se estou a desistir de ti,
nada faço para te esquecer,
mas tu foste uma história que eu já vivi.
Falo no passado, eu sei,
apenas porque é essa a realidade,
quem me lê sabe o quanto desesperei,
o quanto lutei para ver a claridade.
Quando a vida não quer,
nada há a fazer,
e dê lá por onde der
eu tenho de continuar a viver.
Já aqui disse o quão calma estou,
que já nada me atormenta,
abençoado frio que para longe levou
tudo aquilo que já não me apoquenta.
Só quero ser feliz,
o mesmo desejo para ti,
se nada mais eu fiz
é porque já chegou o que sofri.
Rumos distintos,
caminhos separados,
uns ficam famintos
outros permanecem abastados.
Há que saciar as necessidades,
há que viver apenas a nossa vida,
cansei-me de calamidades,
fartei-me de despedidas.
Há quem goste de mulheres dependentes,
sem auto estima e sem ambição,
que fuja de mulheres independentes
que vão à luta por uma paixão.
Nunca dependi de ninguém,
sempre prezei a minha autonomia,
expetativas que ficaram muito aquém
de tudo o que ele dizia que faria.
Sofri na pele a desilusão,
entranhou-se em mim a melancolia,
permitir-me um dia a uma nova paixão,
é algo que eu sei, que nunca faria.
Mas preciso de viver,
de rir, de brincar,
se algo aqui se deitou a perder
foi apenas a minha capacidade de amar.
Bati bem fundo neste amor,
de forma alguma poderia continuar assim,
nada fiz, mas saí do torpor,
voltei a viver só para mim.
(Mafalda)
Somos peões num jogo de xadrez,
trucidados por todos os intervenientes,
sobreviver-lhes, talvez,
mas temos de ser muito inteligentes.
Bispos, torres, cavalos,
todos nos eliminam do jogo,
caminhos, temos de achá-los,
para que a vida não seja um logro.
Movemo-nos ao sabor do adversário,
tentamos escapar com vida,
apenas um ou outro mais temerário
consegue vencer esta partida.
Somos peões numa vida sem tino,
andamos ao sabor do vento que nos fustiga,
muitas são as vezes em que perdemos o sentido,
mas encontramos sempre algo que nos anima.
Peões que se movem autonomamente
que fogem das agruras do quotidiano,
peões que agem habilmente,
que deixam de viver no engano.
Somos pequenos face aos adversários,
mas movemo-nos com mais destreza,
viver em mundos imaginários
acarreta sempre uma imensa tristeza.
Peões fortes e resistentes
que tudo fazem para escapar,
permanecem em mundos ausentes,
querem seguir e não mais voltar...
(Mafalda)









Destruíste a minha vida sentimental,
às tuas palavras fiquei rendida,
fizeste bem, afinal,
tornei-me finalmente, numa pessoa crescida.
Acabaste com a minha capacidade de amar,
fizeste com que lutasse por mim,
em duas frentes ando a trabalhar
nunca o teria feito se não fosse assim.
Não te sou ingrata,
não teria nunca essa pretensão,
mas deixei de ser cordata
com tudo o que é ilusão.
Por um lado estou-te agradecida,
mas merecia mais respeito,
levianamente fui esquecida
porque sempre fomos três no nosso leito.
Optaste por ficar
num casamento há muito sem sentido,
esqueceste o que é amar
e tudo o que já tínhamos construído.
Estou-te grata e não estou,
mas desta forma cresci,
só faz falta quem aqui ficou
e aprendeu a viver sem ti.
Que a sensatez te acompanhe
para que não penses em voltar,
não haverá mais quem apanhe
a minha capacidade de amar.
Crédula já não sou,
palavras nunca me chegarão,
foi só isto o que ficou
no lugar do meu coração...
(Mafalda)
Tempo, que tudo curas,
afinal tinham razão,
culpa tua que não me procuras,
nem me deste a absolvição.
Ainda escrevo para ti,
mas sem mágoa ou dor,
tudo o que contigo vivi,
será sempre um grande amor.
Desististe de mim,
desististe de nós,
só tu quiseste assim,
nunca me levantes a voz!
Se num futuro longínquo
vieres ter comigo,
não consideres iníquo
ter abdicado de um amor antigo.
Avancei, como querias,
deixar de olhar para trás,
mas sei o que dirias
se um dia fosses capaz.
Não foste, não és,
limitas-te a existir,
mantiveste-te cortês,
recusaste-te a admitir.
Perco eu?
Perdes tu?
O meu coração já muito sofreu,
agora está totalmente nu.
Não o vou vestir,
não o vou enganar,
deixei de resistir,
parei de estagnar.
Nove meses depois,
tempo de uma gestação,
acabou o "nós dois"
saí da minha prisão.
Se é liberdade condicional, não sei,
espero que seja para sempre,
tanto tempo eu esperei
por quem sempre se manteve ausente.
Posso continuar a escrever,
a fazer versos sem sentido,
mas cansei-me de não ter
um retorno que me era devido.
(Mafalda)
Paz, tranquilidade,
ausência de ansiedade.
Dezembro chegou
e nada alterou.
A magia de estar bem
sem ter alguém.
Nada importa,
nada é premente,
atravessei a porta,
segui em frente.
Sim, recordo com saudade,
mas deixei de sentir,
aceitei a verdade
e limitei-me a não intervir.
Pés assentes no chão,
guarda-se tudo o que foi bom,
voltar a amar... Não!
Viver é um dom...
(Mafalda)



"Nunca se vai tão longe como quando não se sabe para onde se vai."

"A vida é fascinante. O que é preciso é vê-la com os óculos certos."




Na vida só me arrependo do que não fiz,
ou do que deixei por dizer,
de não ter sido mais feliz
mesmo deitando tudo a perder.
Tudo o que fiz faria outra vez,
nunca me arrependo de o ter feito,
deveria ter aproveitado mais, talvez,
mas ter consciência pode ser um grande defeito.
Sempre fui impulsiva e verdadeira,
não lido bem com a diplomacia,
digo o que penso à minha maneira
mesmo que por vezes cause uma enorme razia.
Não me arrependo de nada,
fiz tudo o que podia,
arrependo-me de não ter sido mais descarada
e aproveitar a vida enquanto ela me sorria.
Hoje faço um balanço,
de quase meio século de existência,
de repente já não me canso
já não procuro qualquer clemência.
É inata esta capacidade
de cair e me erguer mais forte,
experiência adquirida com a idade,
abrir os olhos e aproveitar até à morte.
Porquê criar expetativas
quando nunca se iam concretizar,
as palavras são muito relativas
e nunca se iriam eternizar.
Casos são meros casos,
nunca passam disso no futuro,
acreditar que sim são apenas atrasos
verdadeiros apenas para imaturos.
Viver, ser louca,
gozar cada instante,
aproveitar, ficar rouca,
nunca mais me sentir hesitante.
Sou a pessoa mais importante,
e o que não me faz bem não me faz falta,
para quê continuar num caminho errante
e esconder-me das luzes da ribalta?
Não, chega!
Consegui enregelar o meu coração,
de nada adianta uma simples achega
quando se tem o mundo na mão...
(Mafalda)
Já não me incomoda o Natal,
até isso consegui superar,
vivo o momento atual
sem nada me apoquentar.
Passei anos a vegetar,
sem saber que rumo tomar,
deixei de me escudar
e agora tudo é para somar.
Acrescento algo todos os dias
à minha forma de estar na vida,
deixei de catalogar por categorias,
e comecei a sentir-me viva.
Sem um pensamento triste,
sem monotonias nem solidões,
a minha força ainda resiste,
libertei-me de pesados grilhões.
Sou livre e estou livre,
para viver à minha maneira,
a minha conta de desgostos já tive,
a vida será sempre uma eterna brincadeira.
Venha o Natal, venha o Fim de ano,
espero cá estar para os passar,
não preciso de nenhum arcano
para me continuar a encaminhar.
Gosto de estar comigo,
a solidão é abençoada,
haverá sempre um Amigo
que me ajude a subir a escada...
(Mafalda)
Passamos uma vida a esperar
pelo aqui, pelo agora,
chegamos, começamos a hesitar,
o pensamento tudo aflora.
Emoção, para que serve,
em que satisfaz os intentos,
por dentro o corpo ferve
e ninguém escuta os lamentos.
Amor, o que será,
valerá assim tanto a pena,
um dia alguém dirá
que não passa de uma cantilena.
Atração é quanto basta,
necessidades a suprimir,
cansada de permanecer casta
é premente a vontade de me divertir.
Alma que já perdi,
partiu há algum tempo atrás,
corpo que não venci,
pecado que me apraz.
Desejos intensos que habitam
à espera de se soltarem,
palavras que não hesitam,
ardentes para avançarem.
Amor carnal, sem paixão,
podem-lhe chamar apenas sexo,
é o acumular da tensão
dos momentos vividos sem nexo.
(Mafalda)
Momentos lascivos
sem qualquer pudor
sinais atrativos
que fazem furor.
Renascimento,
embora tardio
de um alheamento
pouco fugidio.
Palavras não escritas
ilações divertidas,
emoções proscritas
sensações incontidas.
Viver,
devaneio,
prazer
sem receio.
Lascívia
incontida,
liberdade
permitida...
(Mafalda)


“O tempo é limitado, então não gastes seu tempo vivendo a vida de outro.
Não fiques preso no dogma que é viver como os outros pensam que deverias viver.
Não deixe que as opiniões dos outros calem sua voz interior.
E o mais importante, tenha coragem para fazer aquilo que manda seu coração e intuição.”




Estou rouca...
Enrouqueci
por ser louca,
e tanto esperar por ti.
Perdi a voz...
Fiquei sem pio
de tanto chamar por nós,
meses a fio.
Sofri de monofobia...
Acatei decisões,
recuperei da autofobia
superei as depressões.
Tenho a voz desgastada...
Cansei de falar,
de estar apaixonada
de te continuar a amar.
Estou pronta...
Quero abraçar a vida,
deixar de ser tonta,
esquecer a despedida.
Estou bem...
Vou seguir em frente,
olhar mais além,
misturar-me com gente.
Sou eu...
Regressei a mim,
no passado foste meu,
mas agora já não é assim.
Vou viver...
Acordar com o sol a brilhar,
sem ter nada a temer,
ansiando por um novo despertar.
Cansei...
Sou Fénix renascida,
já muito chorei,
estou cansada de ser esquecida.
Quando morrer...
Partirei satisfeita,
passei a vida a aprender,
vacinei-me contra a desfeita.
Estou rouca...
Enrouqueci
por perder a roupa
que nunca vesti.
Perdi...
Aceito a realidade,
muito já vivi,
o juízo vem com a idade...
Paz...
É tudo o que eu quero,
sei que vou ser capaz,
e nunca mais entrar em desespero...
(Mafalda)





Posso escrever sobre o tempo,
e até sobre o outro tempo,
para um leitor mais atento
apenas importa em que momento.
Se faz sol ou se chove,
se o tempo tudo cura ou não,
tirando a prova dos nove
nada importa a não ser a razão.
Chove estou sem tempo,
tenho tempo quando faz sol,
a vida não é um lamento
mesmo que esteja um intenso briol.
Estou bem disposta, eu sei,
já era tempo de assim ficar,
todo o tempo em que desesperei
apenas esperava o tempo de acalmar.
Está um tempo como eu gosto,
soalheiro e muito frio,
chega ao fim o tempo do desgosto,
o tempo apagou o vazio.
Tempo, tempo, tempo,
agora entendo porque falam tanto de ti,
mágoas soltas no vento
que me estão a afastar de ti.
Já era tempo de fazer bom tempo,
de mau tempo estava o tempo farto,
quando a vida corre de contento
... espera-se pelo tempo de voltar ao quarto!
(Mafalda)
Hoje o dia passou depressa,
sem nada de especial ter acontecido,
deixei bem longe a tristeza
e acabou por ser muito divertido.
Às vezes pequenas coisas dão cor
ao que anda muito esbatido,
nem sempre é preciso um amor
nem sempre tem de haver um Cupido.
Alheando-nos desse sentimento,
podemos seguir as nossas vidas,
aproveitando o momento
não sofrendo nas despedidas.
Gosto de me sentir livre,
solta para viver,
prisões já muitas tive,
nunca mais as vou querer.
Liberdade que tanto prezo,
asas que não tenho aproveitado,
eu não sou das que rezam,
mas agradeço por estar praticamente acabado.
Dia-a-dia, sem nada esperar,
ou esperando tudo o que for possível,
na vida tem de se aproveitar
todo e qualquer momento mais aprazível.
Dá-me gozo, dá-me pica,
sempre fui amante de jogos,
não é preciso ficar despida
mas é bom deixar os monólogos.
A palavra flui sem hesitações,
não há tabus nem receios,
não liguem, são puras divagações
motivadas por quentes anseios...
(Mafalda)
Sim...
Enquanto o tempo vai passando
vou parando para pensar,
se às vezes vou hesitando
é porque sei onde isto vai acabar.
Acaba onde começou
tal como da outra vez,
muito tempo passou
muita coisa se fez.
Vou abandonando a ideia,
vou seguindo a minha vida,
às vezes sinto uma enorme apneia
mas estou de cabeça erguida.
Não me escondo, não preciso,
sigo de consciência tranquila,
gosto de ter de volta o meu riso
sinto-me de novo repleta de clorofila.
Cada bocadinho de sol
cada inspiração,
aproveito da vida o seu calor
e solto o frio na minha expiração.
Viver cada momento
como se amanhã não houvesse,
não posso perder mais tempo
quem partiu... que não o fizesse!
(Mafalda)
Finalmente estou a começar a seguir,
chamas-me mas já não te escuto,
viro-me para o lado e continuo a dormir
comecei a ouvir o meu lado astuto.
Já aqui disse que me tornei egoísta,
mas talvez me tenha classificado mal,
apenas comecei a ser realista
porque cada vez mais se aproxima o Natal.
Está-se a findar o tempo de espera,
mais do que isto não quero aguentar,
esta pessoa aqui já não desespera
porque já aceitou que não vais cá estar.
As promessas ficam por cumprir,
as palavras voaram com o vento,
resta-me apenas continuar a sorrir
e acabar de vez com este sofrimento.
Lamento que assim seja,
não era de todo o que eu queria,
o meu coração ainda te deseja
mas tem de sair dessa agonia.
Vou calá-lo de vez,
obrigá-lo a não sentir,
viver assim é uma estupidez
já acabou o teu tempo para refletir...
(Mafalda)





Há em mim um espírito de loucura
que tem estado muito aquietado,
tem esperado pela ternura
de quem permanece acomodado.
Há em mim um quê de louca
que gosta de quebrar as regras,
a vontade tem sido pouca
mas agora está a chegar deveras.
Há em mim uma força monumental
que sempre utilizo para bons fins,
não voasse eu afinal
em verdadeiros zepelins.
Há algo no nosso universo,
que só existe para me acolher e proteger,
sempre que encontro algo adverso
algo superior logo me ajuda a reerguer.
Há em mim uma redoma
que me afasta de todos os perigos,
sempre que sinto qualquer sintoma
juntam-se em volta todos os amigos.
Há em mim uma aura viciante
que me leva a ser o que sou,
se às vezes permaneço hesitante...
é porque não sei para onde vou...
(Mafalda)
Cheguei ao ponto que queria,
cansei-me de pensar nos outros,
vou começar a fazer o que só faria
se não dependesse de mais ninguém.
Preocupar-me com reações e atitudes,
acabou o tempo de ser assim,
deixar de me ralar com mágoas e vicissitudes,
vai ser a única forma de eu crescer.
Pode ser egoísmo, talvez,
mas às vezes é necessário,
digamos que chegou a minha vez
de deixar de viver no imaginário.
Quem não gostar que desista,
quem se magoar que se cure,
viver a minha vida de forma egoísta
pensar em mim na plenitude.
Não vou lesar ninguém
nem tão pouco ser indelicada,
vou aspirar a ir mais além,
percorrendo sozinha a minha estrada.
Estou cansada de me preocupar em demasia
com quem de mim não quer saber,
vou aceitar a verdadeira afasia
e vou deixar de sobreviver...
(Mafalda)
Um coração só atrapalha,
faz-nos tomar atitudes tontas,
todos temos um rabo de palha,
no final todos prestamos contas.
Um coração é um disparate,
quando ouvimos esse órgão mudo,
se não deixarmos que ele nos retrate
conseguimos conquistar o mundo.
Coração insensato e desprevenido
que se deixa ir ao sabor da emoção,
dá-se de uma forma desinibida
e depois sofre um grande trambolhão.
Sim, o romantismo sou eu,
que só falo em coração,
mas só sabe o que se perdeu
quem se entrega por opção.
Perde-se quando temos de o calar,
quando somos obrigados a encerrá-lo,
ganha-se muito enquanto se pode amar,
é esse o momento e devemos aproveitá-lo.
Coração tonto e sonhador
que nos leva a idealizar,
o romantismo é um sofredor
que não há forma de atinar...
(Mafalda)
Surreal é a minha forma de superar,
caio bem fundo e recupero,
com a amizade posso sempre contar,
são os amigos que me tiram do desespero.
Afogo-me em águas negras e frias,
com muito esforço conseguem-me dar a mão,
sinto que a minha vida é atravessada por razias,
deixando-me o vazio no lugar na paixão.
Recuperam-me, deixam-me bem,
começo a criar novos projetos,
tento ir sempre mais além
nesta vida feita cheia de dejetos.
Às vezes atolo-me totalmente,
nem sei como consigo sair do lodo,
só a amizade mostrada por tanta gente
me obriga a ver o mundo como um todo.
Surreal é o número de leitores
que diariamente acompanham a minha escrita,
falo e torno a falar de amores
canso-me de contar a minha desdita.
Paciência infinita todos têm,
para aturar uma pessoa como eu,
esta tendência só advém
porque experienciei um amor como o teu.
E cá estou eu a falar de ti,
a imputar-te o meu dom,
quando a vida me sorri
descubro que afinal viver é bom...
(Mafalda)
Hoje comecei bem cedo
para compensar algum afastamento,
não há mais nenhum enredo,
apenas tenho tido falta de tempo.
A ocupação é uma amiga
que me faz esquecer de mim,
a emoção fica escondida
e eu continuo a resistir, enfim.
Penso em ti constantemente,
vejo-te onde já estiveste,
por muito e muito que tente
de mim não desapareceste.
É complicado gerir,
querer avançar e estar presa,
quando decidiste partir
fizeste-o com demasiada pressa.
Não houve uma conversa,
não havia nada a dizer,
mas assim fiquei na incerteza
sobre o que irias um dia fazer.
Oiço as tuas palavras,
em todas as horas do dia,
palavras, palavras, palavras,
esvaneceram-se, quem diria!...
(Mafalda)
Nunca me poderei queixar
de falta de imaginação,
passo a vida a sonhar
nunca contemplo a razão.
Imagino um mundo perfeito
onde não há fome nem pobreza,
onde te embalo no peito,
onde não há lugar para tristeza.
Imagino uma união eterna,
uma chama sempre acesa,
onde todos temos uma lanterna
para sobreviver à incerteza.
Passo a vida a imaginar,
em relação a tudo e mais alguma coisa,
recuso-me sempre a constatar,
muitos falam sem que eu oiça.
Umas situações são pura imaginação,
outras são rever o que já vi,
é uma forma de combater a solidão
de não esquecer o que perdi.
Quando tento passar ao lado,
tudo me faz seguir em frente,
custa-me que permaneças calado,
incomoda-me que te mantenhas ausente.
Imagino um reencontro,
vezes e vezes ao dia,
mas estou a chegar a um ponto
em que não sei mesmo o que faria.
Se a imaginação me faz sonhar
me dá alguma felicidade,
de ti já não sei o que esperar
a não ser uma enorme ambiguidade.
Fazias que não me vias,
viravas as costas e seguias,
ignoravas a minha presença,
mantinhas a tua sentença?
Muitas perguntas me acompanham
respostas não sei se um dia terei,
imaginação, sonhos, venham...
ajudem-me nesta humilde sublimação...
(Mafalda)
Lá fora já é Natal,
há iluminações em todos os lugares,
nada disso vai ser real
se tu para aqui não voltares.
Compras e multidões
de que me quero afastar,
altura de inúmeras recordações
que persistem em ficar.
Datas, momentos, confidências,
nesta altura foi muito complicado,
para não falar nas indecências
que fazíamos como namorados.
Época difícil para mim,
e tu sabes isso muito bem,
enquanto uns exultam com o festim
outros esquecem-se que existe aqui alguém.
Tradição religiosa
que nada significa para mim,
sempre me senti uma leprosa
à espera da chegada do fim.
Não consigo evitar recordar
as promessas por ti feitas,
este já seria um Natal para amar
e para esquecer todas as desfeitas.
Palavras vãs de concretização,
tão leves que voaram com o vento,
mais um Natal de deceção
começo de nova época de lamento...
(Mafalda)
Gota a gota a chuva cai,
miudinha, ligeira,
só se molha quem sai
rumo a uma vida pioneira.
Gota a gota molho o rosto,
pálido e sem cor,
tem nos traços o desgosto
de ter perdido o amor.
Gota a gota ensopo o corpo,
mas continuo sem hesitar,
o caminho deixou de ser torto,
já não me sinto a naufragar.
Gotas frias da chuva de outono,
que fazem despertar os sentidos,
afastam para longe o sono,
lavam os momentos sentidos.
Chuva, mar,
tudo se resume a água,
gosto de aqui estar,
vou conseguindo superar a mágoa.
Gota a gota vou limpando
tudo o que estava mais baço,
se continuo esperando
é porque sinto falta do teu abraço...
(Mafalda)
Se um dia voltar a beijar alguém,
fecho os olhos e não vou querer ver,
é essa a forma que mais me convém
para imaginar que te estou a ter.
Vou beijar com intensidade,
procurar todos os cantos da boca,
tem de ser na mais completa obscuridade
senão alguém vai pensar que sou louca.
Vou imaginar que és tu que me beijas,
apesar de ser impossível a comparação,
mas mais hipóteses não me deixas
se eu quiser mesmo sair desta solidão.
Estou carente de ti,
dos teus beijos, do teu afeto,
mas enquanto permanecer por aqui
nunca beijarei debaixo deste teto.
Este é o nosso lugar,
o lugar onde só tu me beijaste,
aqui, só a ti quero amar
mas acontece que tu me deixaste.
Fora desta casa há uma vida,
e eu preciso de regressar a ela,
estou cansada de ser esquecida,
da vida, só quero vivê-la.
Não me queres acompanhar,
não faço parte dos teus planos,
vou ter de arranjar quem beijar
durante os próximos longos anos.
O meu coração é teu,
o meu corpo também,
quando não se cumpre o que se prometeu
beijar é só um devaneio aquém...
(Mafalda)
Pairo num horizonte longínquo
sem saber como fui lá parar,
aproveito o momento profícuo
e deixo-me simplesmente ficar.
Nada pesa sobre mim,
nem tristeza,
nem doença,
nem solidão,
já não me sinto em mim
deixei algures, por cá, o meu coração.
Estão o meu corpo e a minha mente,
pairando sobre todo o universo,
o pensamento tornou-se latente
mas não chega a controverso.
Leveza inspiradora e revigorante,
paz intensa e necessária,
nada de sensações expectantes,
nem de perguntas imaginárias.
Aqui estou leve,
estou em paz,
não há quem me desassossegue,
nem ninguém seria capaz.
Ausência de peso físico,
abstração do peso anímico,
tranquilidade é o afrodisíaco
que necessitava no meu zodíaco...
(Mafalda)
Estarei a pedir muito
quando peço a tua mão,
quando não consigo fugir do assunto
e não entendo a recusa do perdão?
Estarei a pedir muito
quando sonho com o teu regresso,
quando me socorro de um defunto
para implorar pelo sucesso?
Estarei a pedir muito
quando me permito recordar,
quando sigo o meu instinto
para não me deixar abandonar?
Estarei a pedir muito
quando peço para ser feliz,
quando o meu único intuito
é não te deixar ser infeliz?
Estarei a pedir muito
quando peço para me procurares,
quando te ofereço um amor gratuito
e um colo para ficares?
Estou, por certo,
senão tudo aconteceria,
neste mundo tão incerto,
nada é certo senão eu saberia!
(Mafalda)
Embriagados numa volúpia imensa
saboreamos momentos partilhados,
é um delírio onde não há ofensa
em que corpos são totalmente dedilhados.
Prazeres proibidos sem proibição,
desejos escondidos soltos na paixão,
instantes sublimes de partilha
quando virilha se encosta a virilha.
Esquecemo-nos do mundo em redor,
transformamo-nos numa só pessoa
amamo-nos num êxtase de fulgor,
ao longe a nossa intensidade ressoa.
Carícias de uma ternura atroz
que nos fazem subir aos céus
perdemos a nossa voz
atingimos o apogeu.
Cansados, suados,
satisfeitos como sempre,
permanecemos abraçados
não se fala, só se sente.
Horas a fio de sedução,
amor verdadeiro e sentido,
nada disto foi invenção,
tudo isto existia até teres partido...
(Mafalda)
Quis viver um sonho sonhado,
vivi uma vida perdida
hoje tudo está acabado
esquecida ficou qualquer missiva.
Quis subir aos céus
sem tropeçar nas escadas,
perdi os sonhos que eram meus,
mas que tu também partilhavas.
Quis andar depressa
sem hesitações nem atrasos,
enredei-me, fiquei presa,
apesar dos saltos rasos.
Quis-me libertar do teatro,
e isso consegui fazer,
agora olho para o retrato
de quem tive de perder.
Quis ser honesta com todos,
dormir tranquila e sem pesadelos,
esqueci-me que só os tolos
se preocupam com esses zelos.
Quis ser eu própria,
libertar-me da minha prisão,
vivi um momento de glória
antes de chegar a solidão.
Quis mais do que devia,
quis este mundo e o outro,
adivinhasse eu o que viria
e não teria feito tão pouco.
(Mafalda)
“If you hold back on the emotions--if you don't allow yourself to go all the way through them--you can never get to being detached, you're too busy being afraid. You're afraid of the pain, you're afraid of the grief. You're afraid of the vulnerability that loving entails. But by throwing yourself into these emotions, by allowing yourself to dive in, all the way, over your heard even, you experience them fully and completely.”

O que leva uma pessoa a desistir
do sonho da vida dela?
Só faz sentido aferir
que afinal foram só umas escapadelas.
Quem assume que comete um erro,
o maior da sua vida,
faz sentido repeti-lo
e deixar a emoção esquecida?
Quem assume que nunca se cansaria,
que eu era viciante,
como abandona a correria
para um futuro expectante?
Quem ama como tu amavas,
não desiste, não se esquece,
recorda-te que um dia tudo acaba
mas o amor não se esvanece.
Que fazes para ser feliz,
para seres verdadeiro e sem segredos,
não sei, mas há algo que me diz
que vives uma nova vida de enredos.
Pareceu-me ver-te hoje
(absurdo, não poderia ser)
a tua imagem persegue-me em vida,
quando falo em desistir
forças supremas intercedem de forma atrevida.
Um convite ...uma recordação,
uma praia... a minha imaginação,
sinto-me envolta numa conspiração,
tudo contra tirar-te do meu coração...
(Mafalda)
Faz-se tarde no meu mundo,
tarde para recuperar seja o que for,
não consigo esperar nem mais um segundo
por ti e pelo teu amor.
Faz-se tarde na minha vida,
que avança rumo à certeza,
tantas vezes me senti perdida
e nem isso me agilizou a destreza.
Faz-se tarde no meu peito,
tarde para superar mais provas,
todos nós terminamos num leito,
uns cremados outros em covas.
Faz-me muito tarde para nós,
o tempo urge sem dar tréguas,
apetece-me afinar a minha voz
e gritar para além das léguas.
Está a ficar tarde, não entendes?
Tarde para cumprir promessas sentidas,
para concretizar sonhos prementes,
para reacender emoções esquecidas.
Está a ficar tarde para os dois,
seguimos caminhos distintos,
esqueces-te do "depois",
não segues os teus instintos.
Segui os meus e sou só tua,
de mais ninguém serei um dia,
resta-me ir olhando para a imensa lua,
desejando que ela para mim novamente sorria...
(Mafalda)
Quis preservar a minha privacidade
dar largas à minha imaginação,
falar sem piedade
do que se passava no meu coração.
Grito, choro, sorrio,
aqui tudo deixo transparecer,
não consegui afastar o vazio
mas tornou-se mais fácil sobreviver.
Os amigos gostam do que eu escrevo,
ficam orgulhosos de mim,
se assim faço a ele o devo
que me deixou sozinha no fim.
Solidão que usei para me inspirar
nestes simples versos que publico,
nunca podia imaginar
que atrairia tanto público.
Mas a identidade vai ser revelada,
mais dia menos dia,
vai-se revelar toda a verdade,
que era o que ele tanto temia.
Vai-me odiar para sempre,
nunca mais me vai procurar,
mas devia saber que só a verdade
é que nos faz recuperar.
Escrevo sem inibições,
sem máscaras, sem fingimentos,
mostro todas as minha emoções,
os meus sonhos, os meus lamentos.
Pode ser que não me descubra,
que nunca saiba que aqui estou,
espero que as minhas asas me cubram
de quem partiu e não voltou...
(Mafalda)
Andar na praia com um frio de rachar
faz-me andar para trás no tempo e recordar...
Passamos bons momentos no inverno,
em praias desertas
e fustigadas pela chuva,
os nossos corpos ardiam encostados
e permanecíamos abraçados.
Horas que voavam com o vento,
minutos que queríamos perpetuar,
podia cair a maior tormenta
que dali não nos ia afastar.
Não eram precisas palavras,
a nossa pele falava por nós,
enquanto a mim te encostavas
nunca tiveste de levantar a voz.
Era a calmaria da tempestade,
a paz no meio da guerra,
sobreviver exigia muita agilidade
malvada a hora em que alguém erra.
Hoje recebi no correio
aquele certo convite anual,
o meu coração entrou em bloqueio
recordou o dia do teu almoço de Natal.
Porque foste, meu Amor?
Porque desististe de nós?
O meu corpo entrou em torpor,
o meu coração reatou os nós...
(Mafalda)




A meu favor:
"Força da alma corporal que domina ou coordena os impulsos em luta no seio do organismo. Razão e sentimento unidos para submeter o instinto. Força moral impondo-se às paixões egoístas. Domínio das paixões, poder de conquista. A força é a afeição".
Contra mim (era o que devo fazer na leitura anterior):
"Certeza, segurança, ausência de dúvida, influência sugestiva exercida sobre o sentimento e o pensamento do outro. Afabilidade, benevolência, bondade, generosidade. Sentimento poderoso, afeição sólida, solicitude que não se deixa ir até ao sentimentalismo, indica o sentimento normal, tal como o deve ser nas circunstâncias que o acompanham."
O que devo fazer:
"Beleza moral, amor, afeições puras estranhas à atração carnal, desejos de que depende a beleza da alma, anseios, liberdade, seleção, livre arbítrio. Tentação, provocação, dúvida, incerteza, irresolução, hesitação. Abnegações e sacrifícios."
O resultado:
"Materialização. Atração condensadora. Egoísmo radical em ação. Perigo de preservar numa certa via, numa ideia fixa. Aviso a fim de evitar as consequências sob pena de choque ou aniquilamento. Domínio dos seres sem amor, expulsão do afeto."
A síntese (era contra mim na leitura anterior):
"Sacrifício redentor. Intervenção à distância. Perfeição moral. Abnegação. Esquecimento total de si mesmo. Desinteresse absoluto. Sacrifício voluntário em benefício de uma causa elevada. Utopista, sonhador perdido nas nuvens e desprovido de sentido prático. Entusiasmo alimentado por ilusões. Projectos irrealizáveis. Votos generosos mas estéreis. Amor não retribuído. Coisas insuficientemente amadurecidas. Falta de determinação, indecisão na escolha afetiva."
....
Com base nisto, a minha pergunta foi apenas se devo seguir a minha vida ou esperar. O que parece?
Podem dizer que não voltas,
podes não voltar mesmo,
as minhas palavras estão soltas
e já não são escritas a esmo.
Voltes ou não voltes,
estarei sempre neste lugar,
soltes-te ou não te soltes,
só aqui me poderás encontrar.
Dizem-me que o teu signo é orgulhoso
que quando decidem é de vez,
não tivéssemos tido duas vezes um caso adulteroso
e eu acreditaria nesse "de vez".
Podes voltar ou não,
só a ti compete decidir,
enquanto decides vou dar a minha mão
a quem me souber fazer rir.
Nada me prende a quem não me quer,
não tenho qualquer obrigação moral,
faça eu o que fizer
no meu coração terás sempre o teu lugar.
Considero-me muito nova
para ficar em celibato,
o teu silêncio só prova
que queres permanecer no anonimato.
Eu não, como aqui se pode ver,
grito ao mundo o que sinto por ti,
ambos saímos a perder
mas a decisão final coube-te a ti.
Quando te perguntei se tinha acabado
recusaste-te a responder,
viraste a cara para o lado
e nem me conseguiste ver.
Deixaste ao meu critério,
se tinha acabado ou não,
já tomei muito remédio
mas ainda não cheguei a nenhuma solução.
Disseste-me para acreditar no que quisesse,
não negaste que me amavas,
mostravas-te "bem" a quem viesse,
mas felicidade não irradiavas.
Como estarás agora não sei,
deixei de te ir ver,
sempre que à tua frente parei
vim de volta a sofrer.
Se voltas ou não
só o futuro o dirá,
estou cansada desta solidão,
de andar ao Deus dará...
(Mafalda)
"Sofrer...
Sofrer para quê?
Será que com tantas guerras,
tantas coisas,
tantas batalhas...
vale a pena sofrer?
Ou já que não as podemos impedir,
vale é a pena limpar as lágrimas e sorrir...
.....
Sorrir...
Sorrir é poder...
É poder esconder...
É poder mostrar...
É alegria...
É tristeza...
Sorrir, tem vários significados.
Só não sorri, quem não sente..."
(Filipe)
"Por ti sorri...
Por ti senti...
Por ti vivi...
Por ti...
Sonhos, projetos fiz
momentos de loucura...
Também por lá passei,
na ausência do teu corpo,
na saudade de um beijo,
o carinho...
Quando sorrias...
enquanto dormias...
Agora percebi....
Nada mais
em nós pode haver.
Nem tudo pode ser
como desejo...
Mas se fores feliz assim,
resta-me então, entender...
Perdida na praia,
a tentar sorrir...
Depois de sonhos e projetos perdidos,
tentar olhar...
O sol. A lua.
Uma luz que brilhe e mostre
que é possível...
Viver sem ti...
Um amanhã virá...
E decerto
trazer-me
a um novo sentido...
Uma nova vida..."
(Filipe)
Chego antecipada
ao nosso local de amor,
quero estar preparada
e com todo o meu vigor.
Tomo um banho refrescante,
espero por tu já nua,
envolta em lençóis brancos
preparada para ser só tua.
Chegas apressado
sem querer perder mais tempo,
deitas-te a meu lado
e olhas-me por um momento.
É amor o que existe aqui
não há qualquer dúvida possível,
olhas para mim e sorris
e fazemos amor de forma audível.
Entregamo-nos um ao outro
como só o fazemos os dois,
infelizmente o tempo é pouco
mas continuamos depois.
Cada um na sua vida
com o cheiro do ser amado,
continuamos às escondidas
com um sentimento desesperado.
Somos amantes fervorosos
que não sabem estar separados
esperamos ansiosos
pelo nosso romance inacabado...
(Mafalda)
Numa das últimas vezes que te vi,
dedilhei todo o teu rosto,
parece que antevi
que ia ter um grande desgosto.
Percorri cada pedaço de pele,
a covinha do teu queixo,
guardei a imagem em papel,
papel esse que nunca deixo.
Os contornos dos teus olhos,
o perfil do teu nariz,
hoje só tenho os sonhos
desse momento feliz.
Acariciei as tuas orelhas,
cada pedacinho de ti,
as recordações vão ficar velhas,
desgastadas com o que sofri.
Recordo cada traço teu
como se de mim se tratasse,
o meu tacto nunca esqueceu
o teu rosto com muita classe.
És deveras muito interessante,
uma pessoa que não se pode esquecer,
às vezes posso parecer hesitante
mas, no fundo, sei que não te vou perder...
(Mafalda)
Os meus lábios precisam dos teus,
de sentir o teu sabor,
pensamentos muito ateus
que me estão a dar imenso calor.
Precisam da suavidade do teu beijo,
do humedecer da tua língua,
querem soltar um arquejo
e deixar de estar à míngua.
Quero mordiscar os teus lábios,
como sempre gostei de fazer,
é difícil perder bons hábitos,
e mais complicado é não te ter.
As nossas bocas unidas
na mais perfeita comunhão,
sensações incontidas
sem resquício de solidão.
Beijamo-nos ao mesmo ritmo,
com a mesma intensidade,
preciso achar o algoritmo
que me devolva a sensualidade.
Beijar-te é uma sedução,
um prazer imensurável,
beijaste um coração
outrora impenetrável...
(Mafalda)


Tudo no universo tem dois lados,
quer seja um rio, o mar, uma parede,
queremos unir bocados
envolvê-los numa densa rede.
Queremos o sul e o norte,
o nascente e o poente,
o destino é a morte
mas nunca temos isso presente.
Pensamos que duramos para sempre,
vivemos sem emoção
esquecemo-nos do que é premente
do que nos dá verdadeira satisfação.
Complicamos coisas simples,
enlouquecemos com as complicadas,
o universo não permite fintas
seja qual for a forma arquitetada.
Planos que falham e não deviam,
felicidade adiada sem data marcada,
querer unir dois lados que não convergiam
só podia resultar numa longa charada.
Queremos atravessar para o outro lado,
trocam-nos as voltas a meio,
tu optas por ficar calado,
eu opto pelo devaneio.
Tudo tem dois lados distintos,
com os quais temos de lidar,
há que seguir os instintos
e continuar a acreditar...
(Mafalda)
Oito meses volvidos
e ainda falo sobre este tema,
assuntos que já deviam estar resolvidos
e apagados do meu sistema.
Oito meses de isolamento
de repulsa pelo sexo oposto,
ainda persistem os momentos
em que amar era um gosto.
Oito meses de tristeza
enraizada no meu coração,
há muito que devia ter tido a esperteza
de remeter o amor à expulsão.
Oito meses é muito tempo,
dá para nascer uma criança,
é um tempo que muito lamento
mas no fundo não perdi a esperança.
Oito meses é pouco tempo
para quem esperou uma vida,
só tu me dás o contentamento
de me sentir verdadeiramente querida.
Oito meses já passaram,
quantos mais não passarão,
os teus traços em mim ficaram
e em mim sempre permanecerão...
(Mafalda)
O mar trouxe-me de volta a poesia
que eu pensava ter perdido,
deve ser o efeito da maresia
ou talvez de um amor sofrido.
Sempre disse que aldeias de pescadores
eram um local de introspeção,
onde nos passavam todas as dores
enquanto observávamos a imensidão.
O mar é fundamental,
dá-me a paz que eu preciso,
sentir esse cheiro é essencial
para conseguir manter o siso.
Belos momentos que tivemos
sempre com a água como fundo,
a vida resume-se ao que nós dois vivemos,
nosso poderia ser o mundo...
(Mafalda)
O que é que tem de complicado
assumir um amor que se sente,
porquê permanecer calado
em vez de o dizer a toda a gente.
Partilhar a alegria de amar
mostrar o quanto estamos felizes,
só isso pode provocar
acesos ataques de sorrisos.
Ser-se feliz e gritá-lo ao mundo,
onde é que isso pode ser errado,
quando um sentimento é profundo
nunca pode ser um pecado.
Pecado aos olhos superiores
e aos olhos dos comuns mortais,
quem nunca pecou por amores,
quem nunca teve paixões fatais.
Amar é um mandamento,
é o que faz girar o universo,
amar nunca pode virar um lamento
por mais que o instante seja adverso.
Quem ama, ama para sempre,
ou então nunca verdadeiramente amou,
quem o negar é porque mente
ou porque nunca realmente amou.
Podemos olhar noutras direções,
podemos evitar esses caminhos,
mas são meras ilusões
porque no fundo permanecemos sozinhos.
Há uma pessoa que bate um dia,
que bate forte e sem retorno,
nunca ninguém antevia
que esse sentimento provocasse tanto transtorno.
Lutar contra o amor,
é lutar contra a nossa existência,
é entrar num imenso torpor
que apenas nos leva à decadência.
O amor move montanhas,
move céu e terra em conjunto,
por amor executamos façanhas,
mas não falemos mais deste assunto...
(Mafalda)
Quando eu era pequenina
gostava de ir ao planetário
ficava lá bem quietinha
naquele mundo imaginário.
Admirava o universo,
as constelações
e o céu,
era um mundo diverso
onde se procuravam explicações
para tudo o que aconteceu.
Hoje olho para as mesmas coisas,
mas ao vivo e a cores,
sento-me nas frias lousas
e tento evitar mais dissabores.
O mundo é uma imensidão,
onde nada acontece por acaso,
há sempre uma simples explicação
para todo e qualquer caso.
É uma verdade absoluta
que depois da tempestade vem a bonança,
mas quando um homem não é resoluto
deixa sempre uma réstia de esperança...
(Mafalda)
Picasso teve duas fases,
uma azul outra rosa,
eu gosto de lilases
mas só quando escrevo em prosa.
Escrevo poesia que sinto
que faz parte do meu ser,
aqui não minto
nem faço por me esquecer.
Às vezes estou cinzenta,
outras vezes num negro profundo,
lembro-me dos anos noventa
altura em que quis mudar o mundo.
Mudei os tons da paleta,
adotei as cores mais vivas,
vou olhando a ampulheta
em que se tornou a minha vida.
Do negro ao laranja,
do cinzento ao encarnado,
aos poucos tudo se arranja
e o mundo começa a ser edificado.
Desta vez será feito com cimento,
para que resista às tempestades,
não posso permitir ao vento
que me traga novas contrariedades.
Mundo colorido e com algum brilho,
torna uma pessoa mais leve,
desejar que não apareça nenhum sarilho
num futuro muito em breve...
(Mafalda)
Viver num mundo perfeito
onde tudo é colorido,
é apenas um devaneio
de quem muito tem sofrido.
Sofre-se sem razão de ser,
a nossa dor é a nossa desgraça,
sofre-se porque não se sabe perder
e enquanto se sofre o tempo passa.
Relativizar o sofrimento
é norma neste muito colorido,
aproveitar o momento
revela-se muito mais divertido.
Sonho que vivo num antro de paz
onde o amor brota em todas as pedras,
não há um único ser incapaz
de se disfarçar na imensidão das tundras.
Todos somos reais,
sinceros e transparentes,
não há momentos teatrais
nem situação deveras deprimentes.
Sonho com um mundo sem máscaras
onde só há honestidade,
tudo é feito às claras
sem qualquer promiscuidade.
O amor vive-se em pleno,
nem faria sentido ser de outra maneira,
não há nada de obsceno
em imaginar uma vida verdadeira...
(Mafalda)
Certa é a incerteza de ainda te ter
certeza alguma ainda consegue haver,
a única certeza é a incerteza
se um dia te vou voltar a ver.
Incerteza do teu sentir,
porque o que eu sinto é uma certeza,
se ainda consigo sorrir
esse sorriso só mostra muita tristeza.
Incerteza que é certa,
certeza da incerteza,
quando devia ser esperta
aqui permaneço presa.
Presa numa prisão sem grades,
presa na liberdade,
liberdade que me põe entraves
e me obriga à obscuridade.
Certeza da escuridão
escuridão cheia de luz,
malvado coração
que pensa em ti e reluz.
Certeza, incerteza,
escuridão, claridade,
total falta de esperteza,
prisão em liberdade...
(Mafalda)
Hoje.
Só hoje.
Dá-me o teu calor,
o teu aconchego.
Hoje.
Só hoje.
Preciso do teu amor
mas ele não chega.
Hoje.
Não sei porquê, hoje.
Carente de ti,
preciso do teu afeto,
acredito em mim,
acredito que voltas a este teto.
Hoje.
Só hoje.
Não me negues a tua presença
não ignores o teu coração,
de ninguém és pertença
deixa-nos sair desta solidão.
Hoje.
Apenas hoje.
Dá um passo rumo à tua vida,
avança sem hesitar,
ainda não estou perdida,
ainda te continuo a amar.
Hoje.
Só hoje.
E que hoje sejam todos os dias,
amanhã, depois e depois,
liberta-nos das agonias,
tu e eu somos só os dois.
(Mafalda)





Quando se dorme mal de noite
sem qualquer motivo aparente,
pensa-se que há algo superior que assim obriga
para não deixar fugir um amor premente.
Quando se acorda com má disposição
sem nada o ter justificado,
pensa-se logo no coração
que está a dar o seu sinal mas da forma errada.
Quando se está ansioso
e não se percebe o motivo,
pensa-se num desejo caprichoso
de tornar o mundo invertido.
Serão sinais,
será imaginação,
os factos são reais
e não há solução.
Regressaste ao teu emprego,
acabaram as "nossas" férias,
eu entrei em desassossego
por querer quebrar as regras.
Apenas disse que ia avançar,
refazer a minha vida,
de ti já nada tenho a esperar
desde a hora da tua partida.
Não me acordes às cinco
por estares a precisar de mim,
usa todo o teu afinco
para deixares de viver assim.
O prazo está a acabar,
o Natal está à porta,
se me queres recuperar
fá-lo antes que eu esteja morta.
Morta em sentido figurado
que é como eu ficarei,
ao deixar de ter um amor imaculado
pelo qual já muito esperei.
Se me queres vem,
antes que seja tarde,
se não me queres deixa-me ir mais além
porque o meu corpo já arde.
Não me prendas em pensamentos,
não me faças dormir mal,
tiveste tempo de ouvir os meus lamentos
mas nada fizeste, afinal.
Não tens esse direito,
"assombrar-me" sempre que penso em partir,
se alguma coisa tivesses feito
podias ter-me impedido de ir.
Ainda não fui mas estou prestes,
estou cansada desta solidão,
a tua vida refizeste
e hoje estou em dia não...
(Mafalda)
Às vezes olho para este ecrã sem saber o que dizer
tal a velocidade dos meus pensamentos,
com muita dificuldade começo a escrever
um relato de todos os meus momentos.
Momentos em que proporciono satisfação,
em que se sentem orgulhosos de mim,
amigos são o pilar da minha realização
e é essa a maior virtude em mim.
Não abdico de nenhum deles,
nunca o conseguiria fazer,
a amizade é a minha segunda pele
e só ela me dá prazer.
O prazer de conviver, de brincar,
de chorar, de desabafar,
de edificar, de superar,
são estes os prazeres que só os amigos nos podem dar.
A família nós herdamos,
os amigos nós escolhemos,
a todos de igual forma amamos
e viver sem eles não podemos.
Aos meus bons Amigos,
às pessoas que ainda me aturam, enfim,
aqui vos deixo estes simples mimos
por não terem nunca desistido de mim!
(Mafalda)
Vento cortante que tudo arrasta
barulhos sinistros por entre os ramos,
gosto deste frio que não me agasta
e leva para longe todos os meus danos.
Sinistra é a floresta nestas alturas,
tem cheiro a medo e a magia,
habitada por imensas criaturas
assusta-nos e atrai-nos, que grande ironia.
Gosto de sentir o frio a penetrar
pelo meio de todos os agasalhos,
é algo que não consigo evitar
tal como nunca opto por atalhos.
Direta ao ponto de chegada,
faça sol, frio ou chuva,
quando a carta é lançada
a sorte assenta que nem uma luva.
(Mafalda)
Não... eu não vou deixar de te amar,
desculpa se isso dei a entender,
apenas me vou tentar ocupar
para não te estar sempre a querer.
Não mando no meu coração,
se mandasse já tinha desistido,
apenas estou farta desta solidão
para a qual fui muito bem remetida.
Esta mulher tem necessidades,
tal como tu tens e as concretizas,
basta encontrar algumas afinidades
e pode ser que as coisas se realizem.
Não me despeço de ti,
porque isso seria irreal,
apenas a solidão escolhi
porque não haverá nunca outro igual.
Tu és tudo o que me importa,
por quem viro o mundo ao contrário,
mas não passar da cepa torta
não me dá nada de extraordinário.
Apenas me sinto esquecida
por quem um dia muito me amou,
e hoje estou mesmo decidida
a sair da situação em que estou.
Quero-te mas não me queres,
amo-te mas não me amas,
enquanto por nós nada fizeres
estou cansada de pagar estas derramas.
Vou tratar da minha vida,
vou acordar como tantas vezes me mandaste,
por ti fui mesmo esquecida,
só tu é que não hibernaste...
(Mafalda)
Ao longo de muito tempo aprendi
que a vida é demasiado curta para se desperdiçar,
ao longo do tempo já muito sofri
permito-me agora decidir avançar.
Fazer tudo o que me apetecer
sem ferir suscetibilidades,
a vida é para se viver
não para esperar eternidades.
Sou louca, talvez seja,
mas de nada adianta estagnar,
nunca senti qualquer inveja
por quem sai sempre a ganhar.
Está na hora de aceitar,
de mudar a forma de estar,
está na hora de libertar
um amor que já deu tudo o que tinha para dar.
O tempo traz uma grande incógnita atrás de si,
o destino ou o que lhe queiram chamar,
recordo com amor tudo o que vivi
mas chegou a hora de mudar.
Se sentir mudasse o rumo
e as saudades te trouxessem de volta,
se chorar perante um muro
servisse para deixar sair a revolta,
tudo isso eu adotaria como rotina
para voltar a ter a tua imagem na minha retina...
(Mafalda)




Bem no fundo de nós próprios
existe um imenso mar por explorar,
nem sempre estamos sóbrios
o suficiente para o apreciar.
Perdemos uma vida para nos conhecermos
morremos sem saber tudo sobre nós,
ao longo do tempo vamos aprendendo
que nem sempre falamos a uma só voz.
Somos vários dentro do mesmo,
um cardume de grandes proporções,
sentimos que não há um fim nesse abismo
e os pensamentos atrapalham-se em turbilhões.
Não somos seres fáceis,
como os peixinhos no fundo do mar,
acabamos por não ser dóceis
quando passamos uma vida a procurar.
Procuramos tudo o que não temos,
o que outrora tivemos e já perdemos,
procuramos e nunca encontramos
e entretanto vão passando os anos.
Exploremos o nosso mar,
a imensidão que nos define,
para isso temos de deixar de esperar
e afastar o nosso olhar daquela vitrine...
(Mafalda)
Posso passar o resto da minha vida
a chamar por quem não está presente,
a suplicar um amor ausente,
a implorar que a vida regrida.
Posso passar o resto do meu tempo
a esperar por quem não vem,
a procurar aqui e além,
a tentar escutar o que me diz o vento.
Posso passar o resto da minha existência
a pensar no meu passado,
a viver em função de um sentimento abandonado,
a não usar um ponto mas sempre a reticência.
Posso passar
ou posso parar,
posso apanhar o próximo avião
ou posso ficar sempre nesta solidão...
(Mafalda)
Hoje sinto-me endiabrada
como há muito não me sentia,
extremamente bem humorada
à espera que a vida sorria.
De nada vale não aproveitar,
não gozar o que a vida nos dá,
estaria muito longe de imaginar
que ainda daria cartas por cá.
É bom ser elogiado,
é bom sentirmo-nos alguém,
se não me tivesses deixado
não estaria agora neste vaivém.
"...Rimar todos rimam,
escrever poesia é muito difícil...",
soube-me tão bem o elogio
vindo de um local tão impossível...
(Mafalda)

Esperar
avançar
ir
ficar.
Acreditar
esquecer
seguir
estagnar.
Viver
existir
aproveitar
hibernar...
(Mafalda)



Isto é estranho e surreal,
escrever para quem não me lê,
o que espero afinal
de quem nem sequer me vê?
Isto é estranho e confuso,
às vezes até eu penso assim,
escrevo para um recluso
a quem não é permitido ler, enfim...
Isto é estranho e absurdo,
dedicar horas a fio
a quem insiste em ser surdo
e não ouve o meu desafio.
Isto é estranho e masoquista
continuar a pensar que me queres,
se até agora não optaste pela reconquista
deve ser porque tens outros afazeres...
(Mafalda)
Que fácil seria
se eu pudesse ser uma bola de sabão,
tudo saberia
e estaria sempre na palma da tua mão.
Que colorida iria ser
que ilusões iria criar,
àqueles pequenos seres
que comigo iriam brincar.
Pairaria sobre o mundo inteiro
cheia de vontade de aprender,
não precisaria de dinheiro
nem teria mais nada para fazer.
Voaria ao sabor do vento,
absorveria a água da chuva,
não passaria por nenhum tormento
pois seria pequenina como uma uva.
Ninguém daria por mim,
apenas quem gostasse de ilusões,
viveria feliz, enfim,
sem sofrer quaisquer deceções.
Voaria rumo a um lugar certo,
seria livre para te procurar,
ficarias boquiaberto
com a minha capacidade de aguentar.
Queria ser uma bola de sabão,
admirada pelo teu olhar,
por ela terias uma louca paixão
e acabarias por te apaixonar.
Andarias sempre com ela,
para qualquer lugar onde fosses,
seria a tua única estrela,
esquece-la... nunca ouses!
(Mafalda)
Nesta época natalícia
detesto andar na rua,
tenho de usar toda a minha perícia
para contornar cada rua.
Não gosto de lojas cheias,
fujo sempre das confusões,
decorações pagas a meias
entre vendedores de ilusões.
Não me diz nada
e incomoda-me saber que se excedem limites,
vivo o Natal de forma alienada
consola-me apenas saber que tu existes.
Existes para mim
mas eu não existo para ti,
já sei viver assim
mas não foi para isto que eu nasci.
Nasci para ser amada ao vivo,
não à distância nem em pensamentos,
de fato o conceito de viver é muito subjetivo
ninguém consegue ter todos os elementos.
Não gosto desta altura do ano,
traz-me depressão e angústia
quando vivia no engano
tinha que manter alguma astúcia.
Este ano ainda gosto menos,
porque prometeste que estarias aqui,
recordar coisas de somenos
só me faz sentir mais falta de ti...
(Mafalda)
Escondida do mundo
assim passei o meu dia,
ontem o choque foi profundo
ao constatar como ainda doía.
Doeu ler o que se escreveu,
as palavras e juras de amor,
daí não acreditar que morreu
um sentimento tão avassalador.
Doeu como se fosse agora,
de nada me adianta ir reler,
a saudade devastadora
apenas me fez voltar a sofrer.
Mas mesmo que não leia, oiço,
em todos os momentos dos meus dias,
a minha mente está sempre em rebuliço
a pensar no que comigo vivias.
Oiço o que me contavas,
consigo reviver todas as conversas,
lembro-me de dizeres que me amavas
e de tudo o que passava nas nossas mentes perversas.
Fazes parte da minha vida
de cada um dos meus momentos,
apenas andas na direção invertida
fugindo dos teus próprios sentimentos.
(Mafalda)
Caí no erro de reler
as últimas coisas que nós escrevemos,
acabei neste momento de o fazer
e hoje, por aqui, ficaremos...
Desculpem. Boa noite.
(Mafalda)
Revelei-me todos os dias
durante meses a fio,
aos poucos reabri-te o coração
e deixei de sentir o vazio.
Mostrei-me nua de segredos
dei o que de melhor e pior existe em mim,
fui remetendo a degredos
quem não me aceitava assim.
Abri-te o meu coração,
o corpo, a alma, a mente,
revelei até à exaustão
todo o meu amor ardente.
Fui ouvidos de quem quis falar,
contar segredos bem escondidos,
cumplicidade sempre a aumentar,
do tempo perdido fomos ressarcidos.
Fui ombro de quem quis chorar,
de quem se abriu por fim,
de quem me disse amar
e não saber viver sem mim.
Dei tudo o que podia,
procurei o que não estava ao meu alcance,
sempre que o fazia
ajudava a construir a nossa nuance.
Acreditei piamente
que tudo daria certo um dia,
mas quando o dia chegou
a alegria virou agonia.
Nada mais podia fazer,
tenho a consciência tranquila,
se palavras duras acabei por dizer
foi apenas porque muito sofria.
Quando cai tudo por terra,
todos os sonhos,
toda a esperança de ser feliz,
não entendeste que quem desespera
deixa de saber o que diz?
Só por isso posso pedir perdão,
por dizer o que não devia,
acatei toda e qualquer decisão
mesmo que fosse tomada à revelia.
Acreditei uma e duas e mais vezes
que seria naquele momento,
por favor não desprezes
quem se manteve sempre paciente.
Um dia a corda parte,
a angústia vira um sufoco,
cabia-te a ti a arte
de explicar o unívoco.
Desististe, ignoraste-me,
magoaste-me com a tua indiferença,
no final calaste-te
e ditaste a sentença.
Desististe, ignoraste-me,
magoaste-me com a tua indiferença,
no final esqueceste-te
que vou estar sempre na tua presença...
(Mafalda)
Já aceito bem a tua ausência,
mas ainda preciso de ti a meu lado,
há dias em que a abstinência
se torna um fardo muito pesado.
Já rio com vontade
já procuro as pessoas,
já recuperei um pouco de vaidade
talvez porque têm acontecido coisas boas.
Já lido bem com a solidão,
já me aceito como boa companhia,
mas muitas vezes ao serão
nem imaginas as loucuras que eu te faria.
Já acredito novamente em mim,
no meu valor como pessoa,
aos poucos tenho percebido, enfim,
que a vida até pode ser boa.
Mas os sentimentos permanecem,
enraizados e indestrutíveis,
as emoções não desfalecem,
sonham com momentos mais aprazíveis.
Faço muitas vezes a pergunta
do "porquê" do que aconteceu
e o que mais me assusta
é pensar que o meu amor nunca me conheceu...
(Mafalda)
Como se pode ter saudades
do que só se teve uma vez?
Estranha forma de estar a minha
mas hoje não queria estar sozinha...
Queria um serão igual
ao que tivemos um dia,
chamaste-lhe o melhor em muitos anos
mas afinal tudo isso foram enganos.
Apetecia-me enroscar no teu colo,
receber o teu carinho,
se isso me servir de consolo
posso sempre beber um copo de vinho.
Posso fazer o que fiz
no fim de ano passado,
sozinha tive de beber
para ter um sono descansado.
Hoje, não sei porquê,
queria-te mesmo a meu lado,
talvez por estar a dar o dérbi na TV
e me obrigar a recordar o passado.
Tantos momentos a dois
que se perderam no tempo,
há muita alegria e depois
entramos em sofrimento.
Queria-te a meu lado,
hoje, principalmente,
este amor sufocado
mata-me literalmente...
(Mafalda)


Escrevo sobre o calor,
escrevo sobre o frio,
tudo para sair do torpor
de te esperar dias a fio.
Antes já muitos escreveram,
por motivos que só eles saberão,
pergunto-me se um dia esqueceram
as dores inerentes à solidão.
Escrevo sobre o mar,
escrevo sobre a lua,
tudo por não te poder amar
por não voltar a ser tua.
Antes já muitos sofreram
as amarguras de um desencontro,
pergunto-me se sobreviveram
à magia de um segundo encontro.
Escrevo sobre a terra,
escrevo sobre o ar,
tudo porque estou à espera
do dia que vai chegar.
Antes já muitos sonharam
que um dia iam ser felizes,
pergunto-me se um dia acabaram
de deixar de ser meros aprendizes.
Escrevo e escreverei,
enquanto tiver vontade de falar,
chegará o dia em que saberei
que é a certa altura para parar.
Enquanto tiver esta voz em mim,
enquanto escutar os ecos de uma emoção,
vou continuar sempre assim,
vou tentando atenuar a nossa separação...
(Mafalda)



Começa-se a instalar o frio,
a apetecer o calor de um corpo,
apenas tenho um colchão vazio
onde durmo a sono solto.
Gosto de sentir o frio na cara,
de passear com temperaturas negativas,
fico sempre com a visão mais clara
e acordo do mundo de expetativas.
Faz bem sentir frio,
só ele acalma a agrura,
apesar de estar com bom feitio
não recuperei ainda a ternura.
O frio faz-nos encolher,
faz-nos esconder e proteger,
frio gosto sempre de ter,
passeio na rua mas sem sofrer.
Vou concentrada na temperatura,
em não deixar enregelar a carne,
não há espaço para amargura
só porque quem ama... sempre arde!
(Mafalda)





Fecho os olhos, estás aqui,
ao meu lado, bem junto a mim,
o nosso caminho eu sempre segui
porque tinha mesmo de ser assim.
Cheguei à meta que desejava,
ter o teu cheiro sempre presente,
singelo desejo eu ambicionava,
sempre lhe dei valor enquanto estiveste ausente.
Mantenho os olhos fechados e aqui continuas,
sem qualquer intenção de partir,
palmilhamos ruas e ruas
e continuamos sempre a sorrir.
Os anos passam por nós
sem provocar qualquer dano,
agora já somos avós
e continua a não haver nenhum engano.
Fiéis aos nossos sentimentos,
nada abala a nossa relação,
todos os dias temos imensos momentos
em que deixamos solta a nossa imaginação.
Somos dois seres loucos e felizes,
invejados por quem passa,
parecemos dois simples petizes,
que por onde andam tudo arrasam.
Mantendo os olhos fechados,
é tudo isto o que eu vejo,
fechados nunca ficam cansados,
só se abrem com o toque do teu beijo.
Quero mantê-los assim,
fechados para a vida comum,
sonhar contigo sempre bem perto de mim,
caminhando os dois para lugar nenhum.
Contrariada lá os descerro,
devagar e com muita dor,
salva-me apenas o aferro
deste meu lado sonhador...
(Mafalda)
Diz-se que o beijo tem palavras contidas,
palavras que não se dizem em voz alta,
que manifesta as emoções escondidas,
que releva tudo o que nos faz falta.
Dizem que o beijo é mágico,
que sai direto do coração,
quem beija não sofre um fim trágico
por ter de camuflar uma paixão.
Dizem que o beijo nos torna um só,
que é a união de pessoas que se amam...
Quero o teu beijo, tem dó!
Os meus lábios só por ti chamam...
(Mafalda)
Tarde chego à minha escrita,
tem faltado a inspiração,
para escrever poesia bonita
não posso estar em negação.
Presunção da minha parte
dizer que o que escrevo é bonito,
eu que nunca tive a arte
de ter um vocabulário erudito.
Pegar numa caneta e escrever,
encher folhas em branco,
isso eu costumava fazer
sempre que tinha de proteger o flanco.
Sempre foi a minha escapatória
para dizer o que de outra forma não diria,
todos temos uma longa estória
todos passamos por momentos de agonia.
Tardo em chegar mas venho,
não consigo evitar escrever,
é o grito do amor que contenho
e que não posso deixar transparecer.
(Mafalda)
Exalar um último suspiro
no aconchego do meu leito,
quando foge o ar que respiro
tudo se contrai dentro do meu peito.
Querer-te ver uma última vez
querer-te amar com serenidade,
será o meu último pedido, talvez,
antes de rumar para a eternidade.
Muitas vezes pergunto
o que sentirias se eu morresse...
(Mafalda)
Espero por um carro que não chega,
pelo olhar que se cruze com o meu,
espero pelo dia de uma nova entrega
pelo dia de atingir o apogeu.
Espero por ti em cada rua que passo,
em cada lugar onde já estivemos,
ando e ando mas não sei o que faço,
apenas não esqueço tudo o que fizemos.
Espero pelo dia da claridade,
pela iluminação que irás ter,
tento viver na realidade
mas algo me diz que não te vou perder.
Não se pode perder o amor,
é a base da nossa existência,
uma vida onde só há dor
não consegue ter muita resistência.
Penso que me dizes o que escrever,
que é do teu coração que sai a minha energia,
agora nada mais podes fazer
só porque optaste por uma vida de afrasia.
Espero que voltes a ter voz,
que um dia consigas pensar em ti,
que voltemos a ser "nós",
só esperando isso a vida me sorri...
(Mafalda)
Quero aproveitar este bocadinho
para deixar correr a escrita,
apetecia-me o teu carinho
mas continuo envolta na desdita.
Gostava de comemorar contigo
o que de bom me acontece,
mas continuas no teu abrigo
e pensar nisso só me entristece.
És a razão da minha loucura,
do meu projeto ambicioso,
limito-me a recordar a ternura
de um tempo mais auspicioso.
Queria brindar contigo,
agradecer-te este imenso brinde,
limito-me a reviver um amor antigo,
e a sonhar para que ele nunca finde.
És a razão do meu desabafo
a motivação que me faz escrever,
sentimentos que tenho conservado,
que me ajudam a não esmorecer.
A ti devo muitas lágrimas,
mas também imensas alegrias,
depois de uma época de grandes lástimas
cheguei finalmente à hegemonia.
Obrigada pelo amor que me deste
sem nada me pedir em troca,
mas também pelo sofrimento que me causaste
ao deixares-me à deriva nesta humilde toca.
(Mafalda)
Cada folha um sentimento,
cada sentimento uma recordação,
com as recordações cubro todo um pavimento
mas mesmo assim não tenho os pés no chão...
(Mafalda)


"O mundo será teu,
se do trigal humano
tirares o joio que lá existe."
Posso optar por palavras caras,
para dizer tudo o que me vem à cabeça,
mas serão poucas e muito raras
as pessoas que não vão perder a paciência.
Posso optar por uma escrita erudita,
para ler com um dicionário ao lado,
mas de simplicidade é feita a minha escrita,
e é a isso que vos tenho acostumado.
Posso optar por ser muito complicada,
por levantar quezílias em tudo,
mas aí mais valia estar calada
e parar de incomodar o mundo.
Podia tudo isso e muito mais,
mas eu não sou assim
vivo apenas de coisas reais,
as superficiais não são para mim!
(Mafalda)
Há dias em que não escrevo nada meu
perco a inspiração sem saber o que aconteceu,
nessa altura tenho de me socorrer com quem já escreveu,
com quem viveu e também sofreu.
Há dias em estou mais combalida,
mais séria e vazia,
nego a sensação de estar perdida
num mundo que não é meu.
Sonho com momentos passados,
vividos e muito sentidos,
transporto-os para o momento atual
e sinto que foram muito sofridos.
Montanhas russas, abismos,
planícies verdejantes e mares tranquilos,
espinhos densos em florestas serradas
onde só sobreviviam pequenos esquilos.
Sofrimentos permanentes
ludibriados com momentos inesquecíveis,
provocados por amores insistentes
que faziam olhar o mundo de formas muito apetecíveis.
Há dias confusos em que me perco,
perco-me no meu próprio ser,
ao longe oiço sempre um eco,
eco que não me deixa esquecer.
Há dias assim, sem claridade,
por muito boas notícias que se tenham tido,
permanece a sensação de insularidade,
só resta o amor que não é esquecido...
(Mafalda)










Não gosto do Natal
porque me soa a falsidade,
pessoas que não vemos de forma habitual
nesta altura tentam a nossa cumplicidade.
Gastos despropositados de quem nada tem
apenas porque é tradição,
prendas que se dão porque convém,
só para manter viva a recordação.
Gastos inúteis e sem sentido,
azáfamas e correrias,
horrores de tempo perdido,
carteiras que ficam vazias.
Natal devia ser sempre,
existir permanentemente espírito solidário,
não há apenas em Dezembro
quem se sinta solitário.
Jantares para pobres,
prendas para necessitados,
escondem-se os podres
pagam-se os pecados.
A solidariedade devia ser diária,
há sempre quem precise de ajuda,
esconder isso é pura ignorância,
um dia no ano, em nada a realidade muda!
(Mafalda)
Novembro, mês das castanhas,
embora já pareça Natal,
em qualquer sítio onde estejas
vais-te lembrar do meu amor real.
Vais pensar todos os dias
nas conversas do passado,
vais-te lembrar que prometias
passar esta época de Natal a meu lado.
Vais ser perseguido por recordações,
por sentimentos ambíguos e intensos,
vais sentir as minhas emoções
apenas transmitidas por pensamentos.
Novembro já está instalado,
começam as iluminações habituais,
mês que vai ser muito recordado,
povoado de remorsos reais.
Vais pensar em tudo,
vais questionar o porquê,
posso sempre fazer um resumo,
resumo do que se antevê...
(Mafalda)
A sorte não se procura,
não se encontra, não se faz,
a sorte é uma situação obscura
que nem sempre nos apraz.
A sorte não se cria,
não se inventa, não se conquista,
a sorte faz parte da nossa vida
quando se luta e não se desiste.
A sorte é para todos,
cabe-nos apenas reconhece-la quando chegar,
ter sorte a rodos
ou viver rodeado de azar.
A sorte é inata,
vem quando menos esperamos,
somos os arquitetos de uma vida ingrata,
somos poucos os que escapamos.
A sorte está aqui e ali,
nas pequenas coisas do dia a dia,
abrir bem os olhos que a vida sorri
mas só quando conquistamos a harmonia.
Sorte, azar,
nascer, morrer,
por aqui vou ficar
e continuar a escrever...
(Mafalda)
Deste-me asas que não uso,
mas aproveitei-as para superar,
mantenho-me no mesmo fuso
apenas estou a avançar.
Avanço na vida profissional,
avanço na vida familiar,
alimento um amor surreal
que se instalou para ficar.
Deste-me asas tristes e doentes
que usei para crescer
tratei-as com amor ardente
para começarem a florescer.
Sabias que eu superava,
que daria a volta por cima,
conheces bem esta garra entranhada
que me faz sempre contornar cada esquina.
Sabias que eu vou à luta,
que me levanto dos escombros,
deixaste-me só numa disputa
a andar completamente aos tombos.
Sabias que os meus amigos
estariam aqui para mim,
que me ajudariam a superar os perigos
que me auxiliariam a recuperar assim.
Sabias que não estaria só,
que a amizade é o meu bem mais precioso,
por isso optaste por ficares tu só
num ciclo de vida muito vicioso.
Deste-me asas para voar
para me afastar da tua vista,
esqueceste-te que te continuo a amar
e que és o último da minha lista.
(Mafalda)
Dizem-me que é amor
o que eu sinto por ti,
nunca duvidei que fosse,
por isso ainda não desisti.
Dizem-me que devia parar
seguir a minha vida,
só quando a esperança acabar
talvez me dê por vencida.
Dizem-me que não devo ficar sozinha
que uma pessoa tem necessidades,
entregar-me a outra pessoa
não faz parte das minhas prioridades.
Dizem-me que preciso de alguém
só tu sabes de quem eu preciso,
sabes a força que tenho
e que enfrento o mundo de forma concisa.
Dizem-me muitas coisas
embora já pouco fale de ti,
procurar-me tu não ousas
esqueces-te do que contigo vivi.
Dizem-me e podem continuar a dizer
que tu seguiste a tua vida,
mas eu sei que não me vais esquecer
que serei sempre a tua Querida!
Adoro-te! Ontem, Hoje e Sempre...
(Mafalda)
Ingratidão a minha
que tenho estado ausente
apenas ando a gerir a minha vida
rodeada de muita gente.
Para escrever preciso de paz
preciso de ter tempo para mim,
às vezes não sou capaz
de conciliar tudo, enfim.
Perdoem os meus leitores
não é por falta de esquecimento,
não é por desistir dos amores
nem tão pouco por afastamento.
Hoje talvez não consiga,
amanhã ainda não sei,
passarei por aqui para uma palavra amiga
mas mais do que isso não sei se farei.
(Mafalda)



Vou mandar até ti
a minha fada madrinha,
eu sei que o que vivi
não foi uma mera adivinha.
Vou mandar até ti
o meu anjo da guarda,
se ele está aqui para mim
protege sempre a minha retaguarda.
Vou mandar até ti
todo o sentimento que ainda existe,
sempre que pensares em mim
não vais duvidar que o meu amor persiste.
Vou mandar até ti
todos os meus antepassados,
vão-te fazer lembrar de mim
e de todos os momentos passados.
Vou mandar até ti
a borboleta da minha paixão,
vai-te dizer que estou aqui
a viver uma vida de padrão.
Vou mandar até ti
todas as forças supremas,
nos dias que vêm por aí
vais resolver esses dilemas.
Vou mandar até ti
o meu amor, o meu carinho,
vou esperar aqui por ti
ou talvez te encontre pelo caminho...
(Mafalda)
Negra é a noite
quando se está na solidão,
leva-se um açoite
mas não se desiste da paixão.
Negra é a vida
quando não se têm metas,
já começo a estar crescida
e acabei com essas tretas.
Negra é a solidão
quando estamos acompanhados
e sabemos que noutra ocasião
nunca nos sentimos desamparados.
Negra é a escolha
de quem tem medo de arriscar,
vive-se uma vida de recolha
sem nada para apreciar.
Negra é a angústia
de quem quer sair e não sai,
é preciso toda a astúcia,
é aquele "vai não vai"...
(Mafalda)
Já que não vamos,
sonhamos com os olhos abertos,
mudaram-se os planos,
um dia iremos, se formos espertos...
(Mafalda)
Nesta noite diferente
gostava de me disfarçar,
procurar quem está ausente
mas sem me fazer notar.
Mascarar-me totalmente,
não apenas a máscara diária,
procurar o teu beijo ardente
no meio de toda a parafernália.
Aparecer como bruxinha
seria bem o meu estilo,
no meio de tanta gentinha
manteria sempre o sigilo.
Descansar a minha vista
que ultimamente anda muito cansada,
perto de ti deixava uma pista,
uma pista com uma estrada desenhada.
Uma estrada que acabava em mim,
nesta bruxinha mascarada,
já aprendi a viver assim
mas continuo apaixonada.
Amanhã o destino era nosso,
era o Halloween caribenho,
férias sem a presença do fosso
que apagou todo o nosso empenho.
Quero-me mascarar,
sair à tua procura,
mas sei que vou aqui ficar
porque ainda acredito nesta loucura!
(Mafalda)
Mar revolto, violento
que tudo leva com a sua intensidade,
pescadores que vivem num tormento
tentando escapar dessa infelicidade.
Vagas sôfregas em causar danos
trazem até nós minúsculos seres,
pescadores que usam todos os panos
para evitarem perder todos os haveres.
Barcos à deriva no temporal,
barcos que afundam sem deixar rasto,
pescadores que desaparecem, é habitual,
atrás da perda fica tudo o resto.
Famílias despedaçadas pela dor,
falta de sustento nas suas casas,
mar violento, ensurdecedor
que por onde passas, tudo arrasas.
Mar, como podes ser ao mesmo tempo
o prazer e a atrocidade,
como dás a uns tamanho alento
e a outros tanta infelicidade...
(Mafalda)
Devagar,
muito devagarinho,
passo a passo sem hesitar.
Aos poucos encontra-se o caminho
que vai ter de se atravessar.
Devagar,
muito devagarinho,
sem pressas nem correrias.
Calmamente se vai entender
que tudo tem uma razão de ser.
Devagar,
muito devagarinho,
vai-se construindo uma vida nova.
Deixamos para trás as despedidas,
os escombros são recordações escondidas.
Devagar,
muito devagarinho,
tranquilamente tudo se alcança.
Um dia começamos a crescer,
mas continuamos a ser uma simples criança.
Devagar,
muito devagarinho,
a vida ensina-nos a esperar.
Devagar,
muito devagarinho,
segue-se em frente continuando a amar...
(Mafalda)



Quero saber o que me espera,
quero preparar o teu regresso,
não quero uma resposta que me desespere
e apague todo este progresso.
Quero saber o que está escrito,
delineado, definido,
saber o que está proscrito
e o que pode ser mantido.
Quero saber o que me resta,
se vou realizar este sonho,
se é preciso limar alguma aresta
para o futuro se apresentar risonho.
Quero saber tudo
e não quero saber nada,
só sei quem é o sortudo
por quem ainda estou apaixonada...
(Mafalda)
Um dia vou adquirir o direito
de viver uma vida realizada,
agora vivo com o defeito
de viver sem ser amada.
Um dia vou ser Feliz
ter tudo o que me faz falta,
agora é a fase do aprendiz
e essa fase não se salta.
Cheguei ao "bem" e à calma,
à tranquilidade e serenidade,
mas no fundo da minha alma
ainda vivo na obscuridade.
Afasto pensamentos nefastos,
só me rodeio do que me dá cor,
sentimentos que permanecem vastos
à espera do dia melhor.
Pergunto-me vezes sem conta,
onde andarás, o que estarás a fazer...
às vezes sinto-me uma tonta
que sem ti não sabe viver.
Existo, sim,
existo sobrevivendo,
mas não fico em mim
se de ti dependo.
Dependo para rir
para sair e me divertir,
dependo para amar
para atingir o delirar.
Um dia vou lá chegar,
contigo a meu lado,
até isso se realizar
vou vivendo o sonho acordada...
(Mafalda)
Sonhos, quimeras,
concretizações, esperas.
Há sempre um tempo certo
em que tudo o que queremos anda bem perto.
Saber esperar,
saber aguardar,
sem desesperar,
sem precipitar.
Consegue-se um objetivo,
atinge-se a tranquilidade,
tenho de manter um espírito assertivo
e saber aproveitar a oportunidade.
Sonhos, quimeras,
concretizações depois das esperas...
(Mafalda)
Voz sibilante
que se tornou uma habituação,
paixão desconcertante,
mantenho-me em negação.
Nego tudo o que não quero,
não aceito nada do que é imposto,
assim vivo sem desespero,
desespero que tem um rosto.
Rosto marcado pela ausência,
pela indiferença, pela saudade,
só dá carinho em permanência
quem vive a vida na sua intensidade.
Intensidade que é inata,
que não se aprende nem se ensina,
surge a cumplicidade imediata
que nos deixa num desatino.
Sem explicação,
sem racionalismos,
sente-se a vibração,
vive-se nos abismos.
Abismos que nos atraem,
que nos empurram sem opção,
há uns que caem...
outros ficam com os pés no chão!
(Mafalda)
Deixem-me sonhar!
Não me tirem o sonho
que ofusca o momento enfadonho
em que não paro de te esperar.
Não me tirem a imaginação
de vencer a solidão
ao ver-te chegar.
Não me tirem a alegria
de imaginar o que faria
se te atrevesses a ousar.
Deixem-me!
Deixem-me acreditar
que é a mim que queres,
é de mim que precisas,
sem mim não sabes viver.
Deixem-me imaginar
que te voltarei a beijar
que te voltarei a amar...
(Mafalda)
Anseio...
por uma alvorada extasiante,
por um dia exuberante,
por uma noite inebriante.
Anseio...
por uma paz envolvente,
por um amor dormente,
por um reencontro comovente.
Anseio...
por dormir acompanhada,
por fazer amor até de madrugada,
por passar a noite acordada.
Anseio...
não ter receio,
desfazer o enleio,
aconchegar-te no meu seio.
Anseio...
pelo dia em que vais chegar,
para ficar,
e não mais me abandonar.
(Mafalda)
Quantas vezes não apetecer enlouquecer,
partir sem rumo, sempre em frente,
manter os olhos abertos, mas sem ver
a exaustão excessiva de quem sente...
Palavras doces e meigas que nos cansam,
que nos fazem sonhar com imensidões,
seres inexistentes que nos deixam
que não modificam as situações.
Ser louca é um escape,
uma forma de superar a realidade,
quem aqui espera que eu desabafe
tem esta e mais outra oportunidade.
Gosto de ser sensível,
meiga e apaixonada,
nunca poderia tornar-me irascível
se por ti (ainda) fosse amada...
(Mafalda)
"Mar sonoro, mar sem fundo, mar sem fim,



Demasiado longa é a duração de uma vida,
vivida com demasiada ansiedade,
nascemos a caminho de uma despedida,
é essa a nossa maior verdade.
Envolvemo-nos em ilusões,
acreditamos na utopia,
esquecemo-nos dos grilhões
que nos causam miopia.
Perdemos pequenos prazeres
deixamos passar pequenas felicidades,
de nada adianta dizeres
que será para toda a eternidade.
Tudo tem um tempo,
um tempo certo para acontecer,
ao longo da vida só uma coisa lamento,
lamento ter de te esquecer.
Posso não te ver
não ter o teu cheiro em mim,
talvez um dia vá perceber
porque a vida quis que fosse assim.
Posso não sentir o teu amor
não sentir a tua paixão,
mas continua o fulgor
único na nossa emoção.
Onde quer que estejas, estou contigo
estarei sempre presente para ti,
o meu ombro é o teu amigo
porque, a Ti, nunca esqueci!
(Mafalda)
Brevemente vou ousar
percorrer o teu caminho
hipótese remota de te encontrar
de receber o teu carinho.
Brevemente vais descansar
mas não vais para onde ias,
em terras lusas deves ficar
mas não vais ver o que vias.
Sentes a ausência
sentes a diferença,
sensações em permanência
sabes a tua sentença.
Brevemente vou arriscar
cruzar com quem não me quer ver,
está na altura de avançar
acabou o tempo de me esconder.
Brevemente chegará a época de que não gosto,
aquela que nunca mais passaria sozinha,
realidade feita a contragosto
mas não posso ficar sempre neste ninho...
(Mafalda)
Caminho serena por ruas desertas,
levo nos meus passos apenas certezas,
acompanham-me sonhos erguidos
bem no âmago, bem nas profundezas.
Murmúrios seguem-me ao longo do trajeto,
canção do vento por entre a folhagem,
ao longe, mas muito perto,
a certeza de não ser uma miragem.
Confiante sigo sem destino
sem qualquer meta traçada,
sigo sempre pelo mesmo caminho,
aquele que acaba na época passada.
Acabou a Primavera,
passou o verão,
continuo à tua espera
sozinha, aqui, ao serão...
(Mafalda)






O grande erro de uma vida
é olhar para trás e chorar o tempo perdido,
é não querer ter uma despedida,
é à nossa volta nada fazer sentido.
Quando nos apercebemos do erro
cabe-nos retificar o melhor possível,
para ti não há nenhum segredo
tudo é sentido de forma verossímil.
Passado é passado,
foi excelente, intenso,
o que importa é o agora
e o que vem daqui para a frente.
Tudo se explica,
tudo se encaixa,
tudo começa a fazer sentido
quando se sabe aproveitar a deixa.
Nada acontece por acaso,
verdade absoluta e atual,
pode existir algum atraso
mas um dia acaba por ser pontual...
(Mafalda)
Era uma vez um menino
que gostava muito de pés,
fosse grande ou pequenino
acariciava-o uma e outra vez.
Pés com meias de vidro,
calçadas suavemente,
essa imagem era um perigo
para aquele menino ardente.
Pés em sapatos de salto alto,
movendo-se com extrema sensualidade,
mesmo caminhando pelo asfalto
seguiam com toda a serenidade.
Era uma vez um menino
que gostava muito de pés,
um dia descobriu o seu caminho,
no outro dia sofreu um revés...
(Mafalda)
Vidas duplas em que se cai,
sem qualquer opção de fuga,
sempre à espera para ver quem sai,
sempre em passo de tartaruga...
Vidas duplas que nos atingem
sem nos darem qualquer escolha,
regras que se infringem
por não vivermos numa bolha.
Vidas duplas só acontecem
quando a vida normal se torna um tédio
quando os sentimentos esmorecem
quando já não há qualquer remédio.
Vidas duplas por diversão
pode haver quem as procure,
aí não passa de uma atração
que ninguém quer que perdure.
Vidas duplas impostas por sentimentos
são vidas difíceis para quem as vive,
apetece fugir em certos momentos
mas o amor sempre sobrevive...
(Mafalda)
Adoro a noite, sempre assim fui,
gosto da escuridão que tudo envolve,
durante a noite a vida flui
e depois a almofada tudo resolve.
Amo o entardecer,
o sol a pôr-se lá bem no horizonte,
insignificâncias que não me deixam esmorecer
e que me mostram o outro lado da ponte.
O caminho é árduo e escuro,
não fosse a noite a minha paixão,
sei que do outro lado existe um lugar seguro
onde posso dar largas à minha imaginação.
Sono que me dá o que quero
que me traz o que de dia perdi,
sonhar nunca será um exagero
porque o meu sonho só pertence a Ti...
(Mafalda)
Passar os meus poemas para papel,
começar a procurar quem os edite,
para eliminar alguns só de bisel
mas pode ser que assim facilite.
Loucura em que me vou meter
nada do que escrevo é interessante,
amiga que insiste para o fazer,
até há pouco estive hesitante.
Milhares de leitores passam por aqui,
não quer dizer que seja pela qualidade,
somente a curiosidade do que vivi
justifica tal assiduidade.
Vou ser louca, vou criar,
vou superar mais uma tarefa,
vou ser ousada, vou arriscar,
a minha vida já não tem pressa...
(Mafalda)




Agarro-me com toda a força a ti
não me posso permitir desanimar,
foram os melhores momentos que vivi
e só eles me dão força para continuar.
Esperança ou seja o que for,
chama-lhe o que quiseres
tenho necessidade do teu amor
estejas tu onde estiveres.
Tenho um mundo para conquistar,
não me é permitido baixar os braços,
enquanto o fim não avistar
não vou cair em mais embaraços.
Preciso de te saber carente de mim,
a visualizares-me a todo o instante,
vou conseguir sobreviver assim
embora seja uma situação desconcertante.
Dás-me a força de que preciso
o alento para superar
enquanto permaneceres indeciso
nada mais me resta senão esperar...
(Mafalda)
"Não tenho deuses.

"Matei a lua e o luar difuso.

"Foi bonito




Serena é a vida
quando a deixamos andar,
acabaram as despedidas
acabou a vontade de chorar.
Acatam-se as resoluções
temos de continuar a viver,
não se negam as emoções
continuamos a aprender.
Aprendemos que amar não é prender
não é obrigar nem ameaçar,
amamos mesmo sem ter
só assim é verdadeiramente "Amar".
A serenidade chega
quando já nada se procura,
não preciso de nenhuma achega
libertei-me do vale da amargura.
Serena é a noite,
sereno está o meu coração,
não procuro nada que me afoite
lido bem com esta solidão.
Os dias negros passaram,
que se mantenham bem distantes,
em mim as emoções aclararam
as recordações são constantes.
Recordar tudo o que foi bom
quem fez de mim uma pessoa brilhante,
ao longe tentar escutar o som
de uns passos ainda hesitantes.
Movem-se cuidadosamente
com uma trajetória bem definida
caminham muito lentamente
para a casa da partida...
(Mafalda)
Este calor insistente
que não me deixa descansar
é uma conversa inexistente
de quem ainda se continua a amar.
Telepatia, distância,
nada impede o contacto,
só amor em abundância
nos apura este olfacto.
Momentos pequeninos
em que precisas de mim
eu apanho-os aos pouquinhos
sinto-os mesmo assim.
Distância física nada impede
tudo o resto foi conquistado
se quiseres vem e pede
que o teu lugar é ao meu lado...
(Mafalda)






Há quem viva a vida que escolheu,
há quem tenha de aceitar o que a vida lhe deu,
de nada adianta com outra sonhar
de nada adianta fingir que se esqueceu.
Não é fácil olhar em frente
quando tudo nos puxa para trás,
há sempre uma necessidade premente,
há sempre uma sensação que não nos satisfaz.
Pensar que estás sozinho apesar de acompanhado,
pensar que estou sozinha mas mesmo sozinha,
pensar como seria bom estarmos lado a lado
pensar que isso será real num dia que se avizinha...
(Mafalda)
Reminiscências antigas
bateram à minha porta,
fui aos livros antigos
ver qual a minha sorte.
Apenas uma pergunta fiz
e o resultado já o sabia,
mas é giro o que o tarot diz
deixei de sentir agonia...
(Mafalda)
A meu favor: "O sopro inspirador que fecunda a inteligência para lhe fazer discernir a verdade. Desprendimento dos laços corporais. Inspiração. O homem em comunicação com o espírito divino. Clarividência espiritual. Libertação, desprendimento, despertar, cura, restabelecimento da saúde física, moral, intelectual. Reparação de danos sofridos."
Contra mim: "Sacrifício redentor. Intervenção à distância. Perfeição moral. Abnegação. Esquecimento total de si mesmo. Desinteresse absoluto. Sacrifício voluntário em benefício de uma causa elevada. Utopista, sonhador perdido nas nuvens e desprovido de sentido prático. Entusiasmo alimentado por ilusões. Projectos irrealizáveis. Votos generosos mas estéreis. Amor não retribuído. Coisas insuficientemente amadurecidas. Falta de determinação, indecisão na escolha afetiva."
O que devo fazer: "Certeza, segurança, ausência de dúvida, influência sugestiva exercida sobre o sentimento e o pensamento do outro. Afabilidade, benevolência, bondade, generosidade. Sentimento poderoso, afeição sólida, solicitude que não se deixa ir até ao sentimentalismo, indica o sentimento normal, tal como o deve ser nas circunstâncias que o acompanham."
O resultado: "Serenidade de espírito que eleva acima das misérias humanas. Indiferença pelas mesquinhezas da vida. Calma tranquilizante, desinteresse, impassibilidade, resignação. Elasticidade, docilidade. Sensibilidade às influências exteriores. Frieza, apatia. Sentido profundo das coisas, com adaptação às circunstâncias. Afinidade que traz felicidade mas não evolução. Não se libertam uns dos outros."
A síntese: " Triunfo, vitória, firmeza, espiritualidade ativa, progresso consciente, evolução inteligente. Predomínio da inteligência e do tacto. Discernimento conciliador. Talento, fortuna graças ao mérito pessoal, ambição, improvização. Afeto manifestado, protetor, benéfico, prestável. Novidade imprevista a nível de dinheiro. Conquista. Propaganda pela palavra."
.....
Com base nisto, a minha pergunta foi apenas se ele volta. O que parece?
Tempestade
temporal
intensidade
paranormal.
Telepatia
aperto
agonia
incerto.
Vibração
contacto
escuridão
abstrato.
Pressentimento
premonição
lamento
resignação.
(Mafalda)
Pouco mais tenho a dizer
por muito que fale não vario no tema,
podia continuar a escrever
ms não sei se seria um poema.
Às vezes apetece-me soltar a raiva,
não seria dirigida a ninguém,
às vezes quero que o mundo saiba
que o meu coração já nada retém.
Secou como uma erva no deserto,
esvaiu-se em sangue até definhar,
estivemos tão perto, tão perto...
e tudo se resumiu a terminar.
(Mafalda)
Mágoa penetrante
sentimento inconstante,
amor abundante
que acaba num instante.
Mágoa doentia
acompanha a apatia,
já não há a empatia
que existia todo o dia.
Mágoa avassaladora
solidão assustadora,
se não fosse uma sonhadora
nunca seria vencedora.
(Mafalda)
Se antes era a preto e branco
agora não passa de um cinzento carregado,
nada me apetece sair do antro
onde o meu corpo se sente sossegado.
Perdem-se as cores
perdem-se as alegrias,
afastam-se as dores
foge-se das agonias.
Cinzenta como o mar
como o céu que me rodeia,
avançar sem hesitar
não pensar no tempo que medeia.
Apenas o aqui e o agora,
nada mais interessa recordar,
cansei-me de pedir esmola,
cansei-me de mendigar.
(Mafalda)
Bem perto de mim oiço um grito,
desesperado, solitário,
negras são as águas que agito
em busca de um amor imaginário.
Uivo constante e deprimente
que se entranha no meu ser,
sensação prepotente
presente da alvorada ao anoitecer.
Grito inaudível para quem passa,
ser invisível para quem olha,
grito silencioso que me trespassa
realidade que nunca me deu escolha.
(Mafalda)
Durmo, acordo,
a escuridão continua.
Se não tivesse um cão
estaria numa perfeita solidão.
Horizonte escuro
cheio de nuvens,
nada procuro
não sei as minhas origens.
Perco-me na escuridão,
não há qualquer claridade,
tomei a decisão
que me trouxe à verdade.
Ela é só uma,
o fim do que nunca começou,
é a realidade, em suma,
muito tempo já passou.
(Mafalda)
Leviana não vou ser,
não faria qualquer sentido,
apenas tu me davas prazer
como só contigo sempre tinha conhecido.
Amigos coloridos poderiam ser interessantes,
mas para isso precisava de "desejar",
depois de momentos tão marcantes
não vou mais tornar a amar.
Amar de coração,
amar fisicamente,
aqui e agora digo "Não",
não vou ter mais nada que me apoquente.
Para desejar tenho de amar,
para amar o meu coração só vê um rosto,
estarei eternamente a hibernar,
mas amar só mesmo por gosto.
(Mafalda)
De um lado um sol radioso
do outro uma imensa lua cheia,
no meio deste solo rochoso
não é permitido qualquer perneio.
Pés bem assentes e com firmeza
para ajudarem a suportar,
não pode haver lugar a mais tristeza
enquanto por este mundo ainda andar.
Caminhar de bem com a vida
sem esperar absolutamente nada,
avançar de cabeça erguida
nem que tudo não passe de uma enorme fachada.
Tal como a lua cheia
também eu atingi o meu limite,
tirar a cabeça da areia
e (quase) nada haverá que me limite.
O ideal seria não ter escrito o "quase",
estaria pronta para tudo enfrentar...
Vou acreditar que só existe nessa frase
e que me estou a conseguir afastar.
(Mafalda)
De negro me visto
da cabeça até aos pés,
a tudo eu resisto
até que um dia é de vez.
De negro me sinto
o meu sangue escureceu,
nada mais pressinto
deixei de ser eu.
Negro está o meu coração
só tenho escuridão no olhar,
aceito apenas esta sublimação
que me obriga a continuar.
Negrura intensa que deixei chegar,
sabia que aconteceria no dia em que desistisse,
já não tenho mais nada a que me agarrar,
seria bem mais fácil se apenas partisse...
(Mafalda)








Estava renitente em aqui vir,
agora já sei que de saúde estás bem,
é mesmo tempo de eu partir,
de tentar vislumbrar mais além.
Assim estou descansada,
fico muito feliz por ti,
não vale a pena continuar esta cruzada,
não vou voltar a ter o que vivi.
Custou arranjar coragem para aparecer,
mas só aqui digo o que sinto,
nada me resta senão esquecer
e obrigar-me a sair deste labirinto.
Foi bom, não duvido,
foi do melhor que pode haver,
mas quando o amor é esquecido
nada mais há a fazer.
Obrigada por tudo o que me fizeste sentir,
o que foi menos bom já passou,
obrigada por me teres feito partir
de uma situação que muitos anos se arrastou.
Despeço-me de ti com o coração na mão,
vou esquecer as promessas que me fizeste,
sonhos que nunca se concretizarão
ao seguires o rumo que só tu escolheste.
Adoro-te, CM.
(Mafalda)
"O que não te faz feliz... não te faz falta!"
(FJC)
Ser ingénuo e acreditar na vida,
é o maior erro que se pode cometer,
a emoção deixou-me rendida
e sem saber o que fazer.
Viver em função de sentimentos,
só resulta enquanto se vive a dois,
para se conseguirem bons momentos
não se pode pensar no "depois".
Ter amante para sempre
é tudo o que um homem quer,
assim liberta o que sente
e não tem coragem com a mulher.
Viver no proibido dá pica,
faz acreditar que existe paixão,
mas quando a corda se estica
a amante sofre toda a humilhação.
Homem não deixa de estar casado,
pode até um dia vir a pensar que sim,
diz que ama, que está apaixonado,
mas tudo o que resta são palavras sem fim.
Palavras imensuráveis
ditas no calor da emoção,
são o oposto das coisas palpáveis,
como esta minha solidão!
(Mafalda)
Quem me ouve diz que estou triste,
tristeza em mim existe em abundância,
às vezes a indiferença persiste,
mas acabo sempre por cair em redundância.
Há dias em que não adianta negar,
não adianta fugir da realidade,
estou muito cansada de esperar
por mais uns momentos de pura felicidade.
Mais sete meses que passaram,
a somar aos dezassete anos difíceis de digerir,
de tudo apenas as saudades ficaram,
teimosas que se recusam a partir...
(Mafalda)
Cedo à tentação de perguntar,
resisto à vontade de ver,
não consigo deixar de pensar
que vou ter de te esquecer.
Cedo à minha cabeça,
ela cala o meu coração,
mas não há quem esqueça
o melhor de uma ilusão.
Vivi a melhor ilusão de uma vida,
a ilusão de amar e ser amada,
agora sinto que fui esquecida
e talvez mesmo trocada.
Não me magoa esse facto,
não é isso que me incomoda,
apenas gostava de te saber intacto
apesar de viveres uma vida fora de moda.
Que sentimentos tão tontos,
estar eu mal mas querer o teu bem...
sinto que estou a entregar os pontos
apenas me falta saber-te bem!
(Mafalda)
Perdida num estado inebriante
tento atravessar cortinas de nevoeiro,
passo a passo vou hesitante
à procura de um sonho verdadeiro.
As cortinas são densas e cerradas,
dificilmente se deixam atravessar,
por mais voltas que dê nunca acho as estradas
que me permitem libertar.
Sinto-me enredada numa densa teia,
sinto-me presa dentro de mim,
continuo a olhar de forma alheia
para os motivos por que te afastaste assim.
Perdida num estado de embriaguez,
sem qualquer teor alcoólico,
não quero acreditar que seja de vez,
continuo imersa num estado bucólico.
(Mafalda)

Insípida é a minha escrita,
incolor, inodora,
a sorte no amor é maldita,
um coração que sempre chora.
Sem alento para preservar,
sem vontade para insistir,
apetece-me voltar
para onde tive de sair.
Sem força anímica que me mova,
sem alegria de viver,
continuo à espera que chova,
invento coisas para fazer.
Quero gelo, quero frio,
quero selar todas as recordações ardentes,
gostava de não me sentir neste vazio
de controlar as saudades emergentes.
Estupidez de acontecimentos
que nos deixam sempre a pensar,
resta recordar os bons momentos
que juntos conseguimos passar.
Quero recordar, mas quero esquecer,
sabe-me bem pensar em ti...
Mas sempre que penso em ti
mais se instala a vontade de te ver.
Como estarás, como tens vivido?...
São perguntas que me consomem,
mas se até agora tenho conseguido,
não vou ser eu a procurar esse Homem!
(Mafalda)
Quando se quer esquecer
não se vai reler...
Porque é que fui ler
o que foi escrito há um ano,
assim não consigo esquecer,
assim só provoca dano.
Saudades de palavras trocadas,
saudades de momentos vividos,
forças superiores preparam-me emboscadas
para que eu não deixe de usar os meus sentidos...
Bolas, chega, já basta,
não me obriguem a reviver,
permanecerei sempre casta
mas não me deixem voltar a ler...
(Mafalda)
Em complicadas situações
consegui dar a volta por cima,
deixando de lado as emoções
não sei se consigo fazer mais uma rima.
Para escrever poemas tenho de amar,
para amar tenho de ter quem,
se no meio disto tudo deixar de rimar
deixo de escrever mas fico bem.
Utopia da minha parte dizer "bem",
isso seria um sonho realizado...
Tenho de viver a vida como convém
sob pena de me tornar um ser inanimado.
Gostava de conseguir acreditar,
de ainda ter força para tentar perceber,
mas ultimamente tudo me faz mentalizar
que o destino só me quis ver sofrer.
Suportamos o que podemos,
o que temos capacidade para aguentar,
mas nunca saberemos
como a história irá acabar.
Não é a esperança a falar,
essa há muito que partiu,
é a minha mente a divagar
ao recordar o amor que lhe sorriu.
(Mafalda)
Devagar, muito devagarinho,
vou cortando as minhas amarras,
sinto-me a pairar num torvelinho,
não sei se ainda me agarras.
Corto laços,
escondo recordações,
já que não há abraços
não pode haver sensações.
Sinto-me a afastar aos poucos,
talvez esteja na minha hora,
de nada adianta sermos loucos
se não saímos daqui para fora.
Fechada em mim sempre ficarei,
não permitirei mais sentimentos,
apenas aqui escreverei
caso voltem os tormentos.
Acordei...
será que é desta?
Interiorizei...
que já nada me resta...
(Mafalda)
O melhor que a vida tem
está bem à frente da nossa vista,
com amigos sempre se fica bem
à gargalhada não há quem resista.
Não me esqueci de ti,
mas hoje só agora aqui cheguei,
foi um dia em que muito sorri
apenas porque me afastei.
(Mafalda)
Mais um dia soalheiro
e eu envolta num denso nevoeiro...
(Mafalda)
Estou cansada de calor,
preciso de sentir o frio entranhar-se na minha pele,
quero andar na rua sem sentir qualquer odor,
quero apenas que a neve me congele.
Preciso de sentir frio,
para arrefecer o meu calor,
preciso de sair do vazio
de arranjar coragem para olhar em redor.
Escondo-me deste tempo quente,
desejo o frio penetrante,
sair para a rua sem nada que me apoquente,
caminhar sem me sentir hesitante.
Tenho de fugir deste tempo,
o tempo nunca foi meu amigo,
se aqui ficar viro um fóssil poeirento,
tenho de fugir do meu abrigo.
Quero chuva, quero frio,
sair para a rua e disfrutar,
este calor incendeia-me o brio,
preciso de respirar!
(Mafalda)
A noite chega de mansinho
com ela vem o desassossego,
pensamentos em desalinho
à espera de um aconchego.
Vive-se numa habituação,
que nunca será verdadeira,
reprime-se a sensação
de recordar a sombra de uma oliveira.
Sons só os da natureza,
nada mais se ouve por aqui,
gostava de ter a esperteza
de conseguir esquecer o que vivi.
Quando nos dizem para esquecer,
quando nos dizem que não vale a pena...
Quem diz isso nunca conseguirá perceber
porque nunca teve da vida a parte serena.
A serenidade que eu sinto
ainda resulta do teu amor,
confiarei sempre no meu instinto
nem que isso só me cause dor.
Amas-me, eu sei,
sentes a minha falta, tal como eu,
e só isto escutarei
porque o teu amor é só meu!
(Mafalda)
Fez-me mal falar tanto de ti,
contar a história que vivi,
hoje fiquei a hibernar
e nada mais fiz que recordar...
Um dia publico um livro
com alguns destes poemas,
divido os louros contigo
que és a fonte dos meus temas.
Como eu queria não os ter,
não saber o que é poesia,
a vida obriga-me a reviver
e a saudade é a minha agonia...
(Mafalda)

Falar, falar, falar...
Palavras e mais palavras foram ditas.
Em nada vão condicionar
aquelas que agora são escritas.
Repetição exaustiva de emoções,
pensamentos cheios de dor,
recordação de sublimes sensações,
vidas em turbilhões sem cor.
Por muito que eu ainda vá escrever
ou se parar já neste momento,
em nada ambas me vão valer
porque tu não ouves o meu chamamento.
Chamo constantemente por um surdo,
erro meu que ainda não percebi,
não deixa de ser absurdo
chamar por quem não quer ouvir...
(Mafalda)
Vivo num silêncio que me ensurdece
numa solidão não ambicionada,
existe um sentimento que não se esquece,
que me faz sentir desacompanhada.
Tento escutar através da mudez,
tento ler onde não há nada escrito,
aconteceu tudo outra vez,
nada que não me tenham antes dito...
A ausência persegue o meu ser,
seja ela visual ou auditiva,
amor que devia desaparecer
de uma forma definitiva.
Não foi correto o desfecho final,
merecia muito mais consideração,
não cobro nada afinal,
mas insistes em prender o meu coração...
(Mafalda)
Hoje voltei a ser eu própria,
momentaneamente as lágrimas assomaram,
recontei a minha história imprópria
não escondi que os desgostos me devastaram.
Deixaram uma cratera profunda
irreparável sem um retorno
a vida às vezes torna-se imunda
quando se fica apenas por suborno.
Podem apelidar de várias maneiras
a chantagem emocional,
para mim é um suborno pioneiro
que torna a vida infernal.
Queria ter o condão
de poder ver a minha história "por fora",
calaria este teimoso coração
que novamente por ti chora.
Lágrimas que pensei ter perdido
rapidamente se formaram,
este amor nunca é esquecido
tem momentos que se eternizaram.
Amor, desejo, paixão,
cumplicidade, empatia, adoração
substantivos que se enraizaram
bem fundo no meu coração...
(Mafalda)
Deixaste-me suspensa no tempo
ao dizer que um dia voltarias
se fui dura, lamento
mas estava a viver em agonia.
Seis meses, um ano ou dois,
conseguiste parar-me o futuro,
eu não sou nada sem nós dois
e qualquer devaneio seria prematuro.
Porque te adoro como sempre
porque sinto a tua falta
resisti até ao momento presente
mas a saudade está em alta...
(Mafalda)
Perco-me na imensidão dos meus pensamentos,
não me encontro em lugar nenhum,
apenas oiço o sussurro dos meus lamentos
nem um deles tem retorno algum.
Transtorno a vida de quem me lê,
não conseguem perceber como eu estou,
no dia comum nada mostro a quem me vê,
se já nem eu sei quem sou.
Talvez uma tonta apaixonada
que ama sem qualquer justificação,
talvez uma mulher angustiada
que não consegue ouvir a razão.
Viver em incógnita é muito ingrato
mas a incógnita sou eu que a crio,
não me chegaste a dar o teu retrato
e agora só tenho o vazio.
Vazio que me acompanha diariamente
em todos os pequenos pormenores,
o meu coração está dormente,
está cansado destes amores.
Perdi muito de mim
ao dar tudo o que dei,
desta vez foi assim,
totalmente me entreguei.
Dei e recebi,
mas queria continuar a dar,
penso que ainda não percebi
o significado do teu "Acabar"...
Talvez por o não teres dito,
por te teres recusado a responder,
releio tudo o que foi escrito
e continuo sem saber o que fazer.
Nada foi falso,
tudo foi do coração,
mas se não foi falso
porque estamos nesta situação?
Digo estamos, mas deveria dizer estou,
porque de ti nada sei,
não sei se o teu sonho se concretizou
no momento em que me afastei.
Se ao menos te soubesse numa vida de felicidade,
para mim seria muito mais fácil,
mas sempre que penso na nossa intimidade
não a posso comparar com nada volátil...
(Mafalda)

Hoje a ausência foi propositada,
assim evitei pensar tanto,
mas o sentimento não gosta desta forma inusitada
e acaba sempre por levar a dele avante.
Acabo sempre por pensar,
acabo sempre por não esquecer,
hoje em muitos sítios tive de passar
mas o destino disse que não era para te ver.
O sol foi meu inimigo,
o reflexo tapou-me a visão,
se calhar foi meu amigo
ao evitar que eu visse a minha paixão.
Se não vires não pensas,
disseste tu um dia,
rapidamente compensas
a falta que eu te fazia.
Como é possível ser assim,
como se perde o que se diz sentir,
afinal não gostavas assim tanto de mim,
senão não tinhas optado por partir.
É a realidade, peço desculpa,
tenho sido demasiado ingénua,
não foi só mea-culpa
e por isso merecia uma trégua.
(Mafalda)







Quis o destino que contigo me cruzasse,
sem qualquer razão aparente,
quis o destino que me apaixonasse,
e que contigo vivesse um amor ardente.
Quis o destino pôr à prova
o amor que por ti sempre senti,
existiu uma enorme demora
que compensou o que não vivi.
Quis o destino dar-me um sonho
e depois voltar atrás na oferenda,
libertou-me do que era enfadonho
mas nunca se tira uma prenda.
Quem não sabe
não agoniza,
quem não conhece
não dramatiza.
Como explicar o que é ter e perder
a quem tem e nunca perdeu,
como é que eu havia de saber
se não tivesse atingido o apogeu?
Que maldade tão grande
o destino fez comigo,
deu-me duas vezes a chance
de me sentir feliz contigo.
(Mafalda)
Querer manter-me fiel
a quem não quer saber de mim
é como uma abelha que quer produzir mel
mas não encontra um jardim.
Ousadia da minha parte
dizer que mais nenhum homem amarei,
é apenas porque nenhum tem a arte
de me fazer sentir como só eu sei.
Recordo as tuas mãos que me acariciavam,
os teus lábios que mordiscava,
o teu peito que me aconchegava
enquanto eu te namoriscava.
Ter-te em mim é uma sensação inesquecível,
amar-te era um prazer acrescido,
tudo em ti é muito apetecível
e nada disso vai ser esquecido.
Como estar com outra pessoa,
como me interessar seja por quem for,
o meu amor por ti em mim ecoa
dos teus beijos ainda recordo o sabor.
Só a ti quero,
mais ninguém me terá,
posso ficar num desespero
mas esta recordação permanecerá.
Pode ser só sonho ou recordação.
pode ser utopia ou pura ilusão,
só tu tens lugar cativo no meu coração,
se virei ermita foi por minha opção.
(Mafalda)
É absurdo escrever sobre um Homem,
nem faz sentido continuar a amá-lo,
imensas recordações me consomem,
mas no fim consegui dececioná-lo.
Se não me conhecesse até que aceitava,
momentos maus todos temos um dia,
dizem-se coisas quando se está irado
se não as dissesse não me arrependeria.
Quem habita no nosso interior,
quem nos vê despidos de segredos,
não pode nunca supor
que nos revelamos em momentos negros.
Forma cómoda de passar a culpa,
Parabéns!, foi conseguido,
muitas vezes pedi desculpa
mas o assunto não foi dado como esquecido.
Podemos magoar sem querer,
somos magoados sem intenção,
muitos gostariam de ter
a cumplicidade da nossa união.
Em nada se revelou útil
quando chegou o momento da verdade,
opta-se por uma vida fútil
em detrimento da verdade...
(Mafalda)
Um dia perdi um ombro,
mas perdi porque desistiu,
sofri um rude tombo
ao saber que de vez partiu.
Quando se morre é diferente,
sabemos que não é por opção,
sabemos que apesar de ausente
permanecemos no seu coração.
A morte é o único fim,
a única justificação para uma despedida,
quando o sentimento ainda habita em mim
não faz sentido sentir-me esquecida.
Recentemente perdi outro ombro,
o ombro mais importante da minha vida,
sofri um imenso rombo
que quase me deixou desfalecida.
Este foi por opção,
dói muito, mas mesmo muito,
foi esta a sua solução
ao optar por um relacionamento moribundo.
Talvez tenha ressuscitado,
talvez agora seja feliz,
nesse caso é muito justificado
que só eu permaneça infeliz.
(Mafalda)
Acreditar é sonhar,
sonhos são para as crianças,
esperar é desesperar
é perder todas as esperanças.
Como explicar a alguém
que os sentimentos são fugazes,
que não há ninguém
que justifique sermos audazes.
Desacreditar as relações,
desvalorizar os sentimentos,
não dar importância às emoções
e viver apenas os momentos.
Um momento, mais outro momento,
todos somados são a nossa vida,
de nada vale o desalento
de constatar o definitivo de uma partida.
Arranjar vontade de avançar
é a parte mais complicada de uma perda,
quando se parte para não mais voltar
só posso pensar que tudo isto é uma m....
(Mafalda)
Fechei os olhos,
tentei dormir,
a nossa vida passou à minha frente
mas com a dor de te ter visto partir.
Não tenho medo de morrer,
tenho medo de morrer
sem te voltar a ter.
Não imagino a minha vida futura
sem o teu mimo, sem o teu carinho,
porque tem sempre de existir uma rutura
porque há sempre entraves no nosso caminho?
(Mafalda)
Levei um xeque mate
num jogo jogado pelos dois,
aguentei o embate
mas o pior veio depois.
Caí do cavalo,
perdi os peões,
senti o descalabro
em viver de ilusões.
Jogo bem jogado desde o início,
tabuleiro estável e consistente,
o tempo era o mais propício
mas a vontade foi inexistente.
Perdi com imensa mágoa
um jogo bem jogado por todos os intervenientes,
ganhei uma infinita trégua
com sentimentos muito insistentes.
Teimam em não sair
em não me deixar descansar,
às vezes apetece-me fugir
mas acabo sempre por voltar...
(Mafalda)
Se soubesses o que eu sinto
saberias tanto como eu,
o teu amor outrora extinto
um dia reacendeu.
Chegou mais forte do que antes
foi intenso em demasia,
com sentimentos gratificantes
eu fui subindo a escadaria.
Subi, subi, subi,
um dia deparei-me com o fim,
de forma dura desci
até conseguir chegar a mim.
Hoje estou no patamar,
odeio escadas e o que elas representam,
entreguei tudo por amar,
sentimentos que tudo aguentam.
Passos que deviam ser definitivos
tornaram-se demasiado grandes,
voltei aos tempos primitivos
com momentos angustiantes...
(Mafalda)
Prezo o silêncio que me envolve,
a tranquilidade deste local,
silêncio nem sempre resolve
mas agora é o meu ideal.
Dias e dias sozinha no meu aconchego,
não descurando nada do que é necessário,
só aqui consigo o sossego
depois de muito rebuliço diário.
Silêncio que me rodeia,
sons da natureza que se sobrepõem,
em silêncio não se receia
só os sonhos ainda vêm.
Insistem em quebrar o sossego,
teimam em permanecer,
sonhos que provocam desassossego
e que não deixam esquecer.
Calem-se sonhos,
deixem-me em paz,
viver de sonhos
em nada me satisfaz!
(Mafalda)
Que sentido faz,
ter voz e não poder falar,
ter olhos e não poder ver?
Que sentido faz
continuar a esperar
se nunca vai acontecer?
Que sentido faz,
viver num casulo cerrado
sem vontade de lá sair?
Que sentido faz
manter o coração calado
e não ter vontade de rir?
Que sentido faz a vida,
quando nos prega tamanha rasteira,
quando nos dá uma nova despedida
e nos mantem na cegueira?
Sentido nenhum, dirão,
e é essa a realidade,
viver numa imposta solidão
só nos dá obscuridade.
(Mafalda)
Que estranha a vida pode ser,
penso em desistir mas não sei de quê,
passo a vida a tentar esquecer
mas nunca percebo o porquê...
Como posso desistir do que não tenho,
como posso esquecer o que não me pertence,
tudo isto são questões em que muito me empenho
mas nunca a minha cabeça vence...
Porque luto contra mim,
serei sempre uma sentimental incorrigível,
porque insisto neste sentir assim
se ele está totalmente inatingível?
Porque, porque, porque,
milhares de questões sem resposta,
este meu coração sempre deturpa
o que é real mas não gosta.
(Mafalda)
Chegou a hora de desistir,
de esquecer, de viver,
não consigo mais resistir,
estou farta de sobreviver.
Por ti atingi a liberdade,
mas fiquei presa dentro de mim,
comecei a ver tudo com claridade
mas quando comecei cheguei ao fim.
Deste-me as asas que eu queria,
sem ti nunca o teria feito,
não deixa de ser uma grande ironia
libertares-me e não teres o proveito.
Agradeço as asas,
mas preciso aprender a voar,
quando por mim passas
deixas-me sempre a sonhar.
A liberdade não chega,
preciso sentir-me inteira,
alguém me dê um achego
para não continuar prisioneira.
(Mafalda)
Concretizar sonhos,
realizar convicções,
fugir de pesadelos medonhos
que nos deixam em turbilhões.
Não dar importância
ao que não se tem,
manter a ignorância,
contar até cem.
Muitas vezes as regras falham,
esquecemo-nos de nós próprios,
emoções só atrapalham
os sentimentos são impróprios.
Para quê amar
quem não quer saber de nós?
Para quê esperar
com o coração cheio de nós?
Sentimentos surreais
que não fazem qualquer sentido,
se tivessem sido reais
estaria aqui comigo.
Medo do confronto,
medo de magoar,
nunca chegou ao ponto
de só comigo se preocupar.
Não se magoa uma pessoa,
magoa-se a que por nós tudo fez,
às vezes canso-me de ser boa
e amar é uma estupidez!
(Mafalda)
Escrita triste tenho tido,
um desfilar de contraditórias emoções,
tudo por causa de um amor perdido
que outrora me encheu de ilusões.
Tristeza que não se mostra a ninguém,
que só se sente no nosso interior,
viver a vida como convém
sem mostrar o dissabor.
Quem me vir hoje em dia,
nada nota do que eu sinto,
gostava de recuperar a alegria
mas de nada me valeu o instinto.
Acreditei que haveria algo,
que nestas férias algo diria,
por aqui tudo permanece calmo,
o meu coração habituou-se à agonia.
(Mafalda)
Serenidade que me invades
que me levas a aceitar,
por favor nunca me faltes
que sem ti não posso ficar.
Já perdi muito na vida,
não me faças essa desfeita,
deixa-me continuar tranquila
mesmo sem estar satisfeita.
(Mafalda)

Mulher informada
assusta,
mulher ousada
escuta.
Mulher feia
não receia
porque é muito astuta.
Mulher pouco culta
gosta sempre de compensar,
se sou loira não é por minha culpa,
estou sempre a tempo de mudar.
(Mafalda)
Abro mão da tua presença,
abro mão do meu coração,
vivo com a eterna sentença
de ter vivido uma mera ilusão.
Sonhos vividos acordada
que me aconchegaram da forma ideal,
não posso ter sido abandonada
porque nada foi real.
Quimera doce e serena
que me fez acreditar na vida,
sensação de vida plena
que acabou numa triste partida.
Abro mão do amor que sinto,
abro mão de te voltar a ver,
estou a sair do labirinto
onde estava a viver.
(Mafalda)
Perdi-me num sentimento
que nunca ousei sentir
instante, momento,
tudo parecia florir.
Perdi-me do meu ser
alguém me reencontrou,
deixou-se perder
no colo que o afagou.
Perdi-me da vontade,
do discernimento,
da lucidez.
Caminhei pela obscuridade,
pelo sofrimento,
tal como da outra vez.
Parei a tempo,
não me perdi totalmente,
não correu de contento
mas nada do que vivi lamento.
Instante,
momento,
na solidão do cinzento
ninguém me tirará esse sustento.
(Mafalda)
Recolhi-me no meu canto
enquanto o desalento se instalou,
já não há lugar para pranto
resta tudo o que em mim ficou.
Fugi da escrita,
das conversas,
fugi de tudo o que me fazia lembrar,
mantive-me bem escondidita
até a fase má passar.
Prestes a acabar o descanso,
provou que já não se interessa,
assim já não me canso,
já nem sequer tenho pressa.
Vou perder a capacidade de rimar,
vou perder o dom da escrita,
quando se deixa de poder amar
resta-nos somente a desdita.
(Mafalda)
Tempo
que deste lugar ao desalento,
que se decidiu instalar.
Tempo
que atenuas o sofrimento
de quem quer amar.
Tempo
que corres contra mim
direto a um fim.
Tempo,
tempo,
tempo a acabar
com a esperança de voltar.
(Mafalda)
Perdi o que me importa,
abandonei a esperança no regresso,
estrada da vida, que és demasiado torta,
só deixas entrar quem paga ingresso.
Perdi tudo o que me fazia bem,
o que me completava de forma inimaginável,
expetativas que ficaram muito aquém,
houve quem se mantivesse estável.
Estável, estagnado, bloqueado,
morto para o amor, para a paixão,
se eu nunca o tivesse amado
nunca teria sentido a sensação.
Sensação de ser o centro das atenções,
de ter uma pessoa completamente dedicada,
de ver o mundo sem prisões,
de saber o que é estar apaixonada.
Perdi tudo isso e muito mais,
perdi a minha metade,
já passou tempo demais
para continuar em ansiedade.
Tenho de mudar a forma de estar,
tenho de seguir a minha vida,
mas para escrever preciso de amar,
não quero que isto seja uma despedida.
Vou continuar a dar o meu melhor,
perdi, perdi e finalmente aceitei,
vou olhar em meu redor
e começar a viver no ponto onde parei.
(Mafalda)
A vida tem destas coisas,
chamem-lhe karma,
chamem-lhe destino...
Correm as minhas brisas,
aguçadas como arma,
e tu estás em perigo.
Sempre que precisares
vais recordar que eu existo,
Sempre que comunicares
vais recordar porque não desisto.
Estranho?
Talvez para quem não saiba...
(Mafalda)
Hoje não podes estar bem
com tanta informação constante,
a desconfiança nunca fica aquém,
pena estares tão distante...
(Mafalda)
Lá fora a chuva continua a cair,
cá dentro a chuva acomoda-se,
tantas vezes que desejo desistir,
mas a coragem sempre me foge.
Ocupas todo o meu tempo,
em pensamento, em escrita,
és o único motivo do meu lamento,
a minha inspiração é a desdita.
Preferia não escrever nada,
seria sinal que tinha felicidade,
já nem me sinto magoada,
porque já não sinto nada.
O vazio é a minha companhia,
a solidão a minha almofada,
gostava de ver se sorrias
somente para ficar descansada.
Não sou altruísta, não,
mas preocupo-me com ele,
por muito que me chamem à razão,
gostava mesmo de saber dele.
Amar não é prender,
é dar asas e liberdade,
é não esquecer
quem nos trouxe felicidade.
Breve, mas intensa,
do melhor que pode haver,
emoção que se adensa,
amor que não se quer perder.
(Mafalda)
Muitas vezes apetece-me escrever com fúria,
apetece-me ser mal educada,
podia ser uma forma de libertar a fúria,
de superar esta jornada.
Quando penso que já estou calma,
calma estou, não duvido,
mas onde quer que ande a minha alma,
o meu coração permanece contigo.
Não me liberto, não consigo,
foram demasiados anos de retenção,
o reencontro contigo
baralhou o meu coração.
Abri o meu ser sem nada esconder,
entreguei-me de uma forma ousada,
perdi as defesas para me proteger,
mas acabei abandonada.
Confiei, acreditei, sorri,
imaginei, idealizei, construí.
Acordei de um sonho que vivi,
por quantos mais anos estarei sem ti?
(Mafalda)
Noite mal dormida,
sem qualquer razão de ser,
ando completamente perdida
sem saber o que fazer.
Sonho que me mandas uma mensagem,
onde pedes para ir ter contigo,
hesito mas faço a viagem
não sabendo se será um tempo perdido.
Nada dizes, apenas me abraças,
e assim ficamos toda a tarde,
caem lágrimas pela minha cara,
memória de todas as desgraças.
Nada dizemos,
não é necessário,
nada fazemos
de extraordinário.
Depois não sei o que aconteceu,
acordei angustiada,
o sonho desapareceu
e eu permaneci acordada.
(Mafalda)









Tenho o coração apertado,
a cabeça em ebulição,
tu ficas aí parado
e eu fico aqui na solidão.
Não sei porque estou neste aperto,
não sei o que se está a passar,
tu não andas por perto
nem sequer me vens procurar.
Perdeste a curiosidade
perdeste a paixão,
eu perdi a felicidade
perdi a quem dar a mão.
Calor que me apoquenta
tremor sem razão de ser,
o meu amor enfrenta
a sensação de te perder.
Para ti eu morri,
acabou-se o que sentias,
para mim tudo se resume a ti
estou a suportar verdadeiras agonias.
(Mafalda)
Ouve o meu grito desesperado
que chama por ti a todo o instante,
não continues calado,
não pretendas mostrar-te distante.
Quero sair deste sentimento,
quero parar de viver uma vida superficial,
deixaste-me presa a um momento,
bloqueaste-me a vida real.
Queria conseguir fugir
para bem longe de ti,
mas a vida insiste em me inibir,
só me obriga a recordar o que vivi.
Devia ser louca e aproveitar
não sei quando vou partir,
que insano sentimento havia de arranjar
que nem sequer me deixa sorrir.
Não entendes que preciso do teu amor,
que és o ar que eu respiro,
deixaste-me imersa em dor
só tenho força para soltar um suspiro.
"Até um dia", disseste,
mais valia teres estado calado...
Se até agora nada fizeste
é apenas porque tudo está acabado.
Acabado para ti, não para mim,
que fiquei presa num equilíbrio,
estou cansada de viver assim,
já não justifica mais o sacrifício.
"As melhores férias que tinhas tido",
...tanta coisa que disseste...
Se eu imaginasse que este amor seria tão sofrido
nunca permitiria que acontecesse.
Mas não mando no meu coração,
essa é a realidade,
vivi uma incomparável paixão,
verdadeiros momentos de felicidade.
Também os viveste, eu sei,
mas rapidamente desististe,
sonhos que contigo sonhei,
sonho que agora é só e triste.
(Mafalda)
Falta de capacidade de avaliar,
fraca perspicácia,
presunção se me intitular
noutra coisa que não falácia.
Falta de discernimento,
cegueira total para a realidade,
hoje é pouco o meu contentamento
necessito chegar à liberdade.
Tenho asas
e não consigo voar,
tenho sonhos
e não os consigo concretizar.
Metade do tempo já passou,
nada de nada aconteceu,
de tudo o que dizias, nada restou,
o teu amor já não é meu.
(Mafalda)
Habituar-me à ausência
não tem nenhuma ciência
é apenas a constatação de um facto.
Habituar-me a não ter hábitos,
habituação imposta pela tua solução.
Sobreviver no aqui e no agora,
esquecer quem outrora
dizia não saber viver sem mim,
dizia não poder estar longe assim.
Hábitos que se perdem,
para darem lugar a nada,
momentos de solidão que se temem
e que me deixam desconsolada.
Hábitos felizes que desapareceram,
momentos que eram sonhos reais.
Pobres são os que não esqueceram
e continuam atrás dos seus ideais...
(Mafalda)
Mar revolto que tudo lava,
barulho ensurdecedor que tudo abafa,
na areia a tua fúria acaba,
a tua rebentação tudo afaga.
Mar violento que me dás alento,
me incitas a continuar,
a muitos dás sustento,
mas não ensinas a navegar.
Superar a tua ondulação
é como viver a realidade,
Mar... que sublime tentação,
só de ti temos a verdade.
Levas contigo todos os obstáculos,
não paras no local predestinado,
ondas que são verdadeiros tentáculos,
Mar... és um grande privilegiado!
(Mafalda)
Quem lê o que eu escrevo
pode ser que lá se identifique,
pode partilhar o meu degredo,
ou pode ser que me critique.
Quem lê o que eu digo
pode gozar e divertir-se,
ou pode soltar um grito
ao sentir o meu coração partir-se.
Quem lê o que eu sinto
pode partilhar a minha dor,
ou pode concordar com o meu instinto
e acreditar sempre no amor.
Quem lê o que eu sou
pode achar que eu sou maluca,
pode imaginar como estou,
ou pode-me ver como uma folha caduca.
Podem tudo e mais o que quiserem,
mas todos irão perceber:
amores e paixões requerem
uma enorme capacidade de sofrer!
(Mafalda)


Se ao menos soubesse de ti,
poderia ter algum descanso,
fugir desta escuridão em que me meti,
só se houver algum avanço.
Uma simples palavra,
proferida pelos teus lábios,
e eu ficava descansada,
e perderia estes hábitos.
Que canseira para quem me segue,
sempre o mesmo e eterno tema...
Azar de quem escreve
porque não recebe um simples telefonema.
Ouvir a tua voz,
saber da tua saúde,
o que aconteceu ao "Nós"
que existia tão amiúde?
Bolas, já chega,
já paguei os meus pecados!
Quando alguém o amor te entrega
apenas deseja que se tornem aliados.
Chega de castigos,
chega de privações,
volta aos tempos antigos,
aticemos as nossas paixões.
(Mafalda)
Procuro o que não encontro,
penso no que não devo pensar,
este mundo tonto
uniu-se para me isolar.
Afastou-me de quem amo,
levou-me amigos insubstituíveis,
ano após ano,
as expetativas são cada vez mais sofríveis.
Quero,
desejo,
adoro,
não tenho,
não consigo,
não choro.
No que me tornei,
o que sou agora,
nunca saberei
porque me vou embora.
Vou sair deste invólucro,
ganhar asas e voar,
esquecer seria o melhor lucro
mas é impossível de alcançar...
(Mafalda)
Dizeres que ias resolver à tua maneira,
dizeres para eu acreditar no que quisesse...
Foi a forma mais certeira
de fazer com que nada acontecesse.
Dizeres que me revelei,
dizeres tudo o que te apeteceu,
não foi a forma com que eu sonhei
para resolver um amor como o teu.
A palerma aqui sou eu,
que continuo à espera de nada,
à espera do que um dia pode vir,
se entretanto eu não sucumbir.
Sabes, Querido,
porque insistirei neste sentimento,
neste amor sofrido,
neste lamento?
Gosto de ti, não o nego,
mas de nada vale o que sinto,
tenho de ganhar desapego
tenho de sair deste labirinto.
Como o farei, não sei,
aceitam-se sugestões,
amei, amo e amarei
mas não posso viver mais com estes grilhões...
(Mafalda)
Dia cinzento que leva ao lamento,
que faz esmorecer mesmo o mais forte,
dia cinzento, mau tempo,
que afasta qualquer réstia de sorte.
Falta o sol, falta a claridade,
falta a alegria dos pássaros a chilrear,
falta tudo o que dá felicidade,
principalmente quem amar.
Por vezes penso que sou eu a errada,
que quero sempre dar a quem não quer receber,
em toda a minha extensa jornada
acabo sempre por ter de esquecer.
Se me dão cor e claridade,
porque mas tiram depois?
Mais valia ficar sempre na obscuridade,
não ter o prazer de amar a dois.
Terá ele cor à sua volta,
ou viverá em tons de cinzento?
Não saber a resposta
é para mim o maior tormento...
(Mafalda)
Procuro no meio das estantes,
em todos os livros que possuo,
como viver apenas instantes,
sem sentir necessidade do recuo.
Desfolho livros empoeirados,
procuro ensinamentos de paz,
como escapar a amores inacabados
que aparecem de forma fugaz.
Livros espalhados pelo chão
que em nada me ajudam,
se não arrancar este coração
não haverá livros que me acudam!
(Mafalda)
Hoje o vazio instalou-se,
veio para ficar...
O amor assustou-se
e deixou-me a marinar.
Quase uma semana volvida
a esperança já é desesperança,
eliminaste-me da tua vida
venceu a tua temperança.
Vou ter de fazer o mesmo
apagar o que ainda insiste em aparecer,
recomeçar a viver a esmo
e definitivamente esquecer.
Mas como esquecer que nos faz feliz,
quem é a nossa metade?
Nunca passarei de uma mera aprendiz
no que toca a aceitar a realidade...
(Mafalda)
Moro num segundo andar
de um prédio com elevador,
para cá devias estar a caminhar
se ainda me sentisses amor.
Moro num prédio de quatro andares,
com dois moradores por piso,
só cá tens possibilidades de realizares
tudo o que te apetece de improviso.
Sem rotinas rotineiras,
sem hábitos habituais,
sem marcar as horas prazenteiras
sem contextos artificiais.
Moro no sítio onde me deixaste,
moro no local onde também devias estar,
até hoje não percebo como acabaste,
como deixaste tão facilmente de me amar.
(Mafalda)
"Paixão é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma.

"Quanto mais vazio está o coração, mais pesado ele é."

Começar por onde?
Por sítio nenhum...
Demasiados locais
onde fomos um.
Querer ir à procura,
querer forçar o encontro,
que grande amargura
não existir o reencontro.
Esperar por esperar,
sem um objetivo definido,
continuar-te a amar,
continuares a ser o meu Querido.
Começar por onde?
Por sítio nenhum...
Se não me procuras
devia ser mais forte o debrum...
(Mafalda)


Uma das coisas que faltou fazer
era simplesmente andar à chuva,
hoje isso podíamos estar a fazer
se a vida nos tivesse assentado como uma luva.
Mas escapou-se-nos entre os dedos,
fugiu totalmente do nosso controle,
é o que acontece quando não se enfrentam os medos,
é o que acontece a quem não desiste da prole.
Amor que não passa por sofrimentos não tem valor,
amar é receber mas muito mais dar,
o meu sentimento mantém o seu esplendor
e obriga-me sempre a continuar.
Continuar à espera não sei do quê,
podias sempre vir espreitar,
desinteresse que bem se vê
apenas eu não quero olhar.
Saber que existes dá-me força
sonhar faz bem a qualquer pessoa,
não gosto de me sentir uma árvore norça,
tudo faço para que não me doa.
(Mafalda)
Eu sei que tu sabes que eu sabia,
só não sei se sabes que ainda sei,
vives a vida de forma escorregadia
mas sabes que para sempre aqui ficarei.
Eu sei algumas coisas e suponho as que não sei,
conhecer-te dá-me liberdade para imaginar,
se ainda não desesperei
é apenas porque sinto falta de te amar.
Eu sei que podes pensar o que eu penso,
mas não sei se penso o que tu pensas,
muitas vezes precisava de ter mais bom senso
apenas para não me deixar vencer pelas memórias.
Eu sei que tu sabes,
mas não sei se ainda sei,
por muito que me fujam as possibilidades
eu aqui sempre permanecerei.
(Mafalda)



Dominó de peças muito frágil
que pode ser destruído pelo vento,
a vida nem sempre é fácil
e nós podemos torná-la num lamento.
Quando direcionamos todo o nosso pensar,
o nosso sentir, o nosso querer,
acabamos por deixar passar
pequenas coisas que nos fazem viver.
Ninguém pode ser assim tão importante,
não podemos deixar que nos controlem,
temos de usufruir ao máximo da vida restante
sem pensar em assuntos que nos desolem.
Sim, está de férias e nada mudou,
sim, eu ainda esperava o que não se passou...
Sei que é o segundo dia,
que há mais para gozar,
mas nem de forma fugidia
posso permitir-me esperar!
(Mafalda)




Há dor
onde não há calor,
há sufoco
quando remetida ao abandono,
há paixão escamoteada
e eu estou desorientada.
Perdida neste emaranhado de cinzento,
perdi-me a mim própria algures no tempo,
desencontrei-me de uma vida vivida,
ao esquecimento fiquei remetida.
Hoje pareço uma tonta
só me apetece sair daqui
ir ao teu encontro
tentar saber de ti.
Não basta olhar à distância,
é preciso ver bem no fundo dos olhos,
odeio sentir-me na ignorância
tenho vontade de me meter em sarilhos...
Ver-te daria cabo de mim,
mesmo que não me ignorasses,
porque tenho de ser assim,
porque quererei tanto que ainda me amasses?
(Mafalda)
Tentar descortinar ao longe,
tentar perceber se me vens tentar ver,
que sensação de impotência
nada poder fazer.
Tentar imaginar que te faço falta,
tentar supor que pensas em mim,
juntos a nossa vida estava em alta,
separados, não sei viver assim.
Tentar esquecer onde te esperava,
o teu carinho ao chegares,
estares de férias deixa-me desesperada,
são sensações nada invulgares.
Tentar pensar onde podes andar,
o que estarás a fazer,
tentar não divagar
porque isso só me faz sofrer.
Tentar, tentar, tentar,
a nossa vida nunca passou disso,
o que aconteceu ao amar,
porque permaneces remisso?
(Mafalda)
Há uma vontade dentro de mim
de ir aos nossos sítios,
mas há uma dúvida que existe:
se ainda te lembras onde são.
Há uma vontade enorme
de começar já amanhã,
o meu coração não dorme
e não me livro dessa sensação.
Sensação de que vais lá estar
à espera que eu apareça,
mas por onde começar
se há tantos lugar que nos pertencem...
Sei qual seria o primeiro,
mas tenho medo de não te encontrar,
mais vale ficar no meu canto
e esperar, esperar...
(Mafalda)
Outono quente que chegaste,
traz contigo mudanças profundas,
durante nove meses hibernaste
mas agora regressas sem barafundas.
"Hibernar" é um termo interessante,
pode-se aplicar ao ser humano,
enquanto eu me mantenho expectante
pode ser que alguém arranje um plano...
Hibernamos quando nos convém,
quando não conseguimos resolver,
esquecemo-nos que hibernar não faz bem,
nem tão pouco ajuda a esquecer.
Vou-me esconder nas folhas
que tu insistes em fazer cair,
quando não se podem fazer escolhas
resta-nos partir e simplesmente, assistir...
(Mafalda)
Que bem que sabe variar um pouco
das rotinas que nos perseguem,
cheguei mesmo há muito pouco,
mas não abandono os que me seguem.
Dizer que o céu é igual para todos,
é falso sem dúvida alguma,
saí de um céu estrelado e limpo
para um enevoado e escuro.
Não é figurado,
foi mesmo o que aconteceu,
foi um dia bem passado
junto de quem sempre me acolheu.
(Mafalda)
De tudo o que eu mais posso ambicionar
nada é tão importante
como apenas te desejar
muita Paz para a tua vida restante...
Gosto Muito de Ti!
(Mafalda)
Se não soubesse o que era a dor,
facilmente aprenderia,
piquei-me num enorme espinho
perdido na ventania.
Nem o vi chegar,
atingiu-me suavemente,
veio para ficar
e eu senti-me dormente.
Um veneno muito doce,
parecia verdadeiro mel,
pena que fosse
afiado como um bisel.
Entranhou-se no meu corpo,
no meu sangue, na minha cabeça,
partiu com um sopro...
O veneno ficou e não há nada que o impeça!
(Mafalda)
Vem a mim tempestade longínqua,
faz abanar todo o meu mundo,
destrói laços, torna-te profícua,
acaba com isto num simples segundo.
Não tenhas receio de causar danos,
todos são recuperáveis,
depois de um momento diluviano
os terrenos tornam-se novamente aráveis.
Vem a mim sem receio
ajuda-me a soltar o meu ser,
quando vieres traz de permeio
a minha razão de viver.
(Mafalda)
"Lembrar é fácil para quem tem memória,

Dizer que a vida tem ciclos
não faz sentido algum,
deveriam ser círculos
porque sempre me senti num.
Ando à roda sem parar
dou voltas e mais voltas,
por muito que tente variar
encontro sempre pontas soltas.
Círculo fechado
sem escapatória possível,
bem delimitado
mas pouco apetecível.
Viro à esquerda,
viro à direita,
o resultado é sempre igual...
Querem que esqueça,
querem que seja mulher feita,
mas nada disso sou, afinal.
Sou uma criança louca
que não sabe quando deve parar,
um dia vou ficar rouca
de tanto aqui falar...
(Mafalda)
Deixa-me entrar,
eu vejo que estás aí,
não é um vidro escuro
que me vai fazer desistir de ti.
Abre essa janela,
deixa a vida entrar,
escondido atrás dela
não vai conseguir aguentar.
Um dia vais ter de sair,
não é um vidro baço que me detém,
eu daqui não vou partir,
não é isso que me convém.
(Mafalda)
Abrangente,
emergente,
ausente.
Devaneio,
receio,
alheio.
Paixão,
coração,
sublimação.
(Mafalda)
Necessidade de acreditar,
pensar que um dia vai ser possível,
vontade de voltar a amar
o homem agora inatingível.
Saudades que consomem
qualquer réstia de riso,
por favor não me incomodem
deixem-me perder totalmente o siso!
(Mafalda)
Não façam pouco de mim
por ter esta forma de estar,
viver tem de ser assim,
viver tem de ser para amar.
Se não somos correspondidos,
nada podemos fazer,
sermos esquecidos
faz sempre doer.
Mas não é de orgulho que falo,
é de uma paixão muito verdadeira,
eu sei que já devia ter muito calo
para não me comportar desta maneira.
Não sei mudar,
não sei esquecer quem amo,
espero não ter de passar
por mais um horror de anos...
(Mafalda)
Perdi o tino
perdi o rumo,
estou num desatino
não acerto o prumo.
Tanta coisa que podia fazer
e nada faço, aqui à espera.
Contigo poderia espairecer
mas só isolamento me resta.
Que farás nas tuas férias,
sentirás a minha ausência,
pensarás em coisas sérias,
vou entrar em demência...
(Mafalda)
Sempre tive um grande problema,
que me cercou de uma forma impenetrável,
vivo sempre na expetativa do dilema,
nunca mudo a variável.
Duas semanas inteiras,
por muitos sítios poderá andar,
tarefas rotineiras,
ou tarefas só para recordar.
Se fosse a inversa,
tentaria saber o que se passa,
nem que ficasse numa travessa
escondida de quem aí andasse.
Teria de olhar, de ir ver,
afinal eu já fiz isso,
mas terá medo de me ver
não vá eu estar num compromisso?
Não estou, nem estarei,
nada disso quero para mim,
duas semanas em que andarei
a imaginar reencontros, enfim...
(Mafalda)
Férias para quem merece,
para quem trabalha um ano inteiro,
não para quem esquece
os momentos prazenteiros.
Férias, que descanso,
as outras (a sós) foram uma canseira,
será que nunca me canso
de pensar desta maneira?
Será que vais aos mesmos sítios,
vais recordar os pormenores,
será que vou ser internada num hospício
à espera de dias melhores?
Boas férias para quem as merece,
que aproveite da melhor forma,
bons momentos que não se esquecem,
o tempo nunca torna...
(Mafalda)

Não sei escrever poesia,
não sei usar palavras bonitas,
será talvez uma heresia
dizer-te tantas palavras escritas.
Não sei porque ainda escrevo,
porque insisto neste desabafo,
devia ter mais sossego,
o tempo é demasiado escasso.
Não sei continuar a pensar
em quem se esqueceu de mim,
de nada vale estar a falar
para quem se esquece assim.
Palavras bonitas foram trocadas,
isso sim era poesia,
palavras trocadas muito tocadas
que foram arrastadas pela maresia.
Levou-as o mar com a sua força
devem estar perdidas num oceano,
foram ditas sem nenhum esforço
foram ditas no meio de um grande plano.
Não sei mais amar quem não ama,
quem desaparece e magoa,
saber viver num melodrama
não faz parte da minha pessoa.
(Mafalda)
Inglória demanda a que me obriguei
nas asas do vento quero partir,
rios de lágrimas chorei
sempre à espera do que não está a vir.
Inglória dedicação sem sentido
que não tem qualquer explicação,
não fosse este coração partido
e há muito que não estaria nesta prisão.
Inglória paixão que me apoquentas,
trazes tormentas ao meu interior,
esquecer tu sempre tentas,
mas nunca desaparece o torpor.
Inglória vida que passa
arrastada por ventos dominantes,
por muito que se faça
nada será como dantes.
Inglória tristeza que choras sem lágrimas
escondida numa casa abandonada,
passas por ruas que estão uma lástima
à espera do momento da derrocada.
Cais num poço sem fundo,
águas turvas te esperam,
anseias por um simples segundo
mas esse segundo te negam.
Inglória glória de um amor
perdido, reencontrado, perdido,
insuportável e penetrante dor,
amor que já devia estar esquecido.
(Mafalda)
Se a saudade sempre existe,
lá terá as suas razões,
será amor que ainda resiste,
apesar de tantas desilusões.
Se a saudade sempre me persegue,
seja em casa ou na rua,
é amor que não nego
tu foste o único a ver-me nua.
Despi-me de mim própria,
de ideias, de ideais,
ofereci-me com uma dedicatória,
os sentimentos eram reais.
Se a saudade me faz escrever,
pelo menos não me faz ir,
assim estou sempre a perceber,
que nunca te vou deixar partir.
Não o faço por querer,
apenas sigo o meu coração,
ele diz-me que só contigo quer viver,
quem sou eu para lhe dizer que não...
(Mafalda)
Palavras, tantas que são,
centenas de milhar já escrevi,
é natural que me comece a faltar a imaginação,
apenas porque sempre falo de ti.
Palavras escritas sem tinta,
em folhas de papel inexistentes,
sentimentos que ainda sinta,
obrigados a ficar dormentes.
Adormecem num quarto escuro
onde não há nenhuma janela,
só a ti procuro,
sem ti deparo-me sempre na mesma viela.
Palavras escritas com paixão,
com todo o amor que sinto,
remeteres-me a esta solidão
é como obrigares-me a tomar absinto.
(Mafalda)
Urge o tempo contra ti,
chega desta espera infindável,
já basta o que até aqui sofri
com esta ausência inimaginável.
Urge a vida para ser vivida,
a necessidade de abraçar quem amo,
chega de tempo de despedida,
basta de não ouvires quando te chamo.
Estás surdo, cego e mudo,
deixei de existir no teu vocabulário,
sabes, meu Amor, no meio disto tudo
estou cansada deste fadário.
Quero soltar a minha loucura,
quero viver ser amarras,
estou farta desta brandura
preciso que o teu amor a mim tragas.
Urge o tempo da espera,
muitos já teriam desistido,
quem espera desespera,
quem desespera fica perdido.
(Mafalda)
Se eu desaparecer daqui chamem a polícia,
testemunhei um assalto a um vizinho,
não vai ser preciso muita perícia
para o assaltante perceber que estou aqui sozinha.
Identifiquei completamente o agressor
chamei todas as autoridades,
fiz imenso barulho em meu redor
só para atrair as comunidades.
Se ele me viu, estou tramada,
pode ser que não me reconheça,
mas o instinto é afugentar sempre a bicharada
gritando bem alto para que desapareça.
Atraí multidões,
consegui evitar o assalto,
coitado do velhote que andou aos trambolhões
e tem o rosto feito num enorme alto.
Fazemos bem por instinto,
mas depois chega o receio
sempre que for à rua levo o meu cão faminto
pode ser que sirva de bloqueio...
(Mafalda)
Olhamos para o exterior
vemos apenas o aparato,
esquecemo-nos do interior,
onde existe o recato.
Olhamos sem olhos que vejam,
não nos preocupamos em investigar,
vemos apenas o que desejam
mais longe não conseguimos entrar.
Cegueira seletiva
que tanto nos apraz,
ver apenas em perspetiva
sem tentar perceber o por de trás.
Debruçarmo-nos sobre o que não se vê,
é uma tarefa que requer muita dedicação,
nada disso se antevê
numa simples observação.
Olhem sempre para o que não está à vista,
vejam o que o olhar vos diz,
os olhos nunca resistem
àquilo que os faz feliz.
(Mafalda)



Almofada amiga
que sempre me aconchegas,
é tua a minha vida,
enquanto tu não chegas.
É contigo que eu desabafo,
contigo e aqui,
tenho uma cama com imenso espaço,
tenho uma cama com um lugar para ti.
Ouves os meus pensamentos,
enxugas as minhas lágrimas,
abraço-te nos momentos
em que voltam as minhas mágoas.
Todos os dias me acolhes,
quer eu vá bem ou mal humorada,
muitas vezes até te encolhes,
quando os pensamentos andam desenfreados.
Pensamentos que têm sempre o mesmo rosto,
sonhos que vivo contigo,
ter uma almofada ampara-nos o desgosto,
enroscarmo-nos nela protege-nos do perigo.
Bebés não largam as suas almofadas,
por algum motivo será,
seguranças resguardadas
será tudo o que nos restará.
(Mafalda)
Sim, sou louca,
nunca ninguém duvide disso,
às vezes o juízo é pouco,
e depois sofro por isso.
Despir-me de segredos,
abrir o coração,
a minha vida é um acumular de enredos
que acabam sempre em solidão.
Deve ser um problema meu,
sou só eu a culpada disso,
quem muito já sofreu,
às vezes precisa de um compromisso.
Assusto com a minha dedicação,
afugento com a minha intensidade,
mas sou assim, porque não?
Apenas busco a minha felicidade.
(Mafalda)
Dar tudo o que se tem vontade de dar,
mostrar a realidade do que sentimos,
amar até o tempo nos obrigar a parar,
são os únicos motivos por que existimos.
Não calar o que se tem vontade de dizer,
ser humilde para saber pedir perdão,
não deixar mesmo nada por fazer,
são os objetivos que levam à nossa realização.
Termos a noção de que fizemos tudo,
tudo o que dependia apenas de nós,
continuar sempre, contudo,
e que nunca se cale a minha voz!
(Mafalda)
Prisioneiro no próprio corpo,
a tua mente voa em liberdade,
não fosses um filantropo
e viverias com felicidade.
Prisioneiro da tua cabeça,
que te impede de escutar o coração,
ela que arranje forma para que esqueças
o que é viver rodeado de paixão.
Prisioneiro com sapatos de chumbo
que te obrigam a estagnar,
assim não conheces aquele mundo
onde só vai quem se permite amar.
Prisioneiro da obrigatoriedade,
fazer porque tem de se fazer,
poderás nunca mais ter a oportunidade
de viver com aquele belo prazer.
Prisioneiro de ti próprio,
envolto em arame farpado,
só te resta o sonho alucinatório
de que para mim não está acabado.
Corta o arame com as mãos,
sangra se for preciso,
liberta-te dessa prisão,
solta-te desse compromisso.
Se queres ser livre terás de fazer por isso,
somos nós os donos das nossas vidas,
desde já assumo o compromisso
de que as mágoas serão todas esquecidas.
Prisioneiro, prisioneiro,
cumpres uma pena muito pesada,
foge do hábito costumeiro,
corta o arame à facada.
Facas não são permitidas nas prisões,
teremos de arranjar outra solução,
já não tenho muitos tostões
mas levo-te o que quiseres à porta dessa prisão.
Soltem o prisioneiro,
ele não fez nada de mal,
viveu um sonho verdadeiro,
viveu uma vida real.
(Mafalda)
Podem passar anos,
pode passar toda uma vida,
viver sem desenganos
é viver sem estar perdida.
Por muito tempo que passe,
nada mais me surpreenderá,
nunca mais estarei num impasse,
nunca mais o frio penetrará.
Calmaria que me envolve,
deixei de viver às escondidas,
afinal tudo se resolve,
sem necessidade de intrigas.
Tomar decisões é muito fácil,
difícil é pô-las em prática,
o ser humano é tão grácil
que vive de forma errática.
Não luta pela felicidade,
ou então não era mesmo isso que queria,
vive-se com muita leviandade,
erram-se os acordes da melodia.
Se se desafinar no meio de uma orquestra,
poucas pessoas darão por isso,
mas sucumbir num concerto extra,
causa sempre um imenso rebuliço.
A vida é feita de escolhas,
de opções, de decisões,
perder tudo o que tinhas
não fazia parte das tuas convicções.
Assim nada perdeste,
anão ser a honestidade incondicional,
mas se até agora não te arrependeste
é porque isso, para ti, nunca foi essencial.
(Mafalda)
Não sou convencida ao dizer
que sei que isto se aplica a ti,
sei que o evitas fazer
sei que lutas contra ti.
(Mafalda)
Autoconfiança quanto baste,
é essencial para conseguirmos superar,
hoje posso dizer que não haverá nada que me arraste,
nada que me faça novamente desesperar.
Sensações de desinteresse da vida,
fazer por ter de ser,
passei muito tempo a sentir-me perdida,
mas isso nunca mais vai acontecer.
Recuperei a minha força
readquiri a crença em mim,
não haverá mais quem me torça,
quem me volte a ver assim.
Dava dó aos meus amigos,
foram incansáveis e formidáveis,
tentaram-me proteger dos perigos
e acabaram a enxugar-me as lágrimas.
Sou novamente eu,
confiante e segura,
quando tudo se desvaneceu
restou apenas um pouco de loucura.
É salutar ser-se um pouco louca
faz-nos rir e sentir boa disposição,
a saudade não é assim tão pouca,
mas seguir em frente é a única opção.
De que adianta andar triste,
apenas afasto quem gosta de me ver feliz,
mas vou sempre manter as minhas armas em riste
para nunca mais voltar a ser infeliz!
Muros que me protegem,
pedra que em mim habita,
ondas que me levem
rumo a uma viagem infinita.
(Mafalda)
Calma e serena passeia na rua,
cabeça erguida e olhar sem receios,
vai vestida mas sente-se nua,
vai séria mas cheia de devaneios.
Passeia sozinha mas sente-se acompanhada,
olha para os lados e não vê nada,
vive uma vida muito recatada
mas muitas vezes sente-se observada.
Está gira e com bom ar,
um pouco pálida para esta altura do ano,
mas não se coíbe de achar
que nunca se viu em tão bom plano.
Mulher madura e experiente,
criança só bem no seu interior,
passeia sem um rumo aparente,
limita-se a andar para esquecer o seu torpor.
Segue sempre em frente sem hesitação,
olhar para trás de nada adiantaria,
sabe que todas as pessoas tinham razão
ao dizer que o fim assim seria.
Sente-se bem consigo própria,
não tem segredos que a incomodem,
acaricia com ternura toda uma memória
mas o tempo avança e ela sente-se jovem.
(Mafalda)





Sinto a tua falta a cada momento do meu dia,
adoro-te como sempre adorei,
desejo-te de uma forma muito pouco fugidia,
depois de tudo isto, mais nada direi!
(Mafalda)
Não demores que já é tarde,
tarde demais ainda não será...
mas tudo à minha volta já arde,
e das cinzas nada florescerá.
Não demores que o tempo passa,
passa muito devagar,
às vezes demasiado depressa
para quem apenas está a esperar.
Não demores que não vai adiantar,
adiantar apenas os relógios conseguem,
volta... mas que seja para ficar
até que todos os nossos dias se esgotem.
(Mafalda)
Quando ando à procura de imagens, apercebo-me que há umas que são feitas de propósito para mim, para os meus sentimentos, para os meus pensamentos. Apenas significa que quem as publicou sentiu o mesmo que eu sinto, pensou o mesmo que eu penso.
Isso dá-me um certo conforto, porque há dias em que penso que sou louca por insistir em sentimentos sem reciprocidade. Eu sei que devia desistir deles, mas se o fizer, a minha solidão ainda será maior.
Assim persigo uma ilusão, mas essa ilusão dá-me força para sair da cama todos os dias e cumprir as minhas obrigações diárias. É a minha única motivação para continuar, para tentar levar a vida em frente, é a minha força perante as adversidades que aparecem constantemente.
Desistir do amor que sinto, que senti há vinte anos atrás e que deixei adormecido até o destino nos reunir novamente, seria desistir da minha força cinética, desistir de mim própria. Se antes tinha a vida pela frente, agora não tenho. Nada posso fazer para o "obrigar" a voltar... A única coisa que ainda faço é chamá-lo pelo nome sempre que me vou deitar. E adormecer sempre a pensar nele, a recordar os nossos momentos de cumplicidade. Momentos únicos, de pessoas com um sentimento único.
Não rezo, há muito que deixei de acreditar em Deus. Mas acredito que o universo tem razões que nos transcendem, e que se move para que as coisas aconteçam. Que outro sentido haveria num reencontro a milhares de quilómetros de distância? Porque tivemos de ser postos novamente à prova? Não faria sentido tudo ter acontecido para tornarmos a sofrer. Não faz sentido!
Chegamos ambos à conclusão que termos desistido do nosso amor tinha sido o maior erro das nossas vidas... E agora? Repetimos novamente o maior erro? Ou o tempo vai dar as respostas?
Mas todas as coisas acontecem por uma razão. Resta-me descobrir qual...
Sou positiva por natureza, sonhadora quanto baste e sei, SEI, que os sentimentos eram verdadeiros. E isso chega-me para continuar na ilusão de que um dia... vamos ter um final feliz.

Pergunto ao vento o que fazer,
a resposta vem muda,
como deve dar para perceber
na minha vida nada muda.
Os piores tempos já lá vão,
lentamente se começa a recuperar,
os piores momentos são
aqueles que me obrigam a recordar.
Poderia dizer que tudo obriga,
cada lugar, cada som,
tudo desde uma simples cantiga,
tudo até um simples bombom.
Estar longe de uma parte de nós
é uma sensação muito estranha,
será isto que sente quem está em coma
e vê o corpo a pairar fora da cama?
Às vezes tenho a sensação
de pairar sobre a minha vida.
Vivo muito na ilusão
de que não foi uma despedida.
Foi um: "Até um dia" ,
não um adeus definitivo,
mas eu sei que devia
ter um comportamento mais assertivo.
(Mafalda)
Obstáculos atravessaram a minha vida,
fizeram com que o rumo fosse alterado,
deixei de ser uma pessoa divertida,
agora vivo com muito cuidado.
Cuidado em não ver quem amo,
em não me cruzar por mero acaso,
afasto-te de todos os planos
em que possa dar azo ao acaso.
Não me escondo do mundo,
misturo-me com muitas pessoas,
continuo a olhar bem de frente,
mas nunca vejo coisas boas.
Pessoas que se movem como autómatos,
que fazem as coisas por obrigação,
não encontro nas multidões
a cumplicidade da paixão.
Ser louco não é para todos,
ser espontâneo, muito menos,
mostrar ao mundo felicidade a rodos,
e não ter medo de mostrar a realidade do que somos.
Encher os pulmões de ar,
gritar alto e com bom som:
"Este é o Homem que eu quero Amar,
é ele que faz sobressair o meu lado bom!"
Mas agora falo muito baixo,
horas infinitas que passo calada,
basta reparar no meu ar cabisbaixo
para perceber que me sinto atordoada.
Caiu um meteorito na minha vida,
deixou uma enorme cratera,
sinto que fiquei totalmente esquecida
onde outrora eu era a própria atmosfera.
Se assim não for, perdoa-me,
mas há tempo a mais que estás em silêncio,
se assim não for, procura-me,
para acabarmos com este desperdício.
(Mafalda)
Que estranha forma de vida
existir por existir,
o que faz uma despedida,
o que faz não ter força para insistir.
Remar contra marés,
ir contra o próprio destino,
não aceitar o revés,
continuar a sonhar contigo.
Que estranha forma de estar,
de lidar com as contrariedades,
continuar a amar,
sabendo que não há mais possibilidades.
Que estranha forma de pensar,
(vais estar de férias em breve)
eu, aqui, continuo a sonhar
e a esperar que te atrevas.
Atreveres-te a lutar,
a ir de encontro ao teu coração,
deixares de te acomodar
e passares a viver com paixão.
Que estranha forma de pessoa,
será que sou mesmo gente?
Bem tento ouvir o que ressoa
mas a minha audição não está a ser abrangente.
Apenas um tic tac,
bem no fundo de um poço,
mas enquanto houver esse tic tac
a minha vida não passa de um esboço.
Esboço do que poderia ter sido,
esboço do que sonhei para nós os dois,
não fazia parte do teu discurso teres-me esquecido,
mas o teu discurso mudou, mudou pois!
(Mafalda)
Casais enamorados
que passam por mim,
em abraços apertados...
(eu já vivi assim).
Pôr do sol sobre a água,
vento forte e frio,
afasta-se a mágoa
mas fica o vazio.
A minha companhia tem quatro patas,
brinca e desafia-me a brincar,
a minha vida tem várias erratas,
apaga-se sempre a palavra "Amar".
(Mafalda)



Não foi esquecimento,
foi apenas falta de tempo...
Amanhã será um novo dia,
e com ele pode ser que venha alguma alegria...
(Mafalda)
Ser crédulo pode ser um defeito,
mas dá uma certa força interior,
quando nada pode ser feito,
agarramo-nos a um leve torpor.
Acreditamos que vamos conseguir,
tentamos não pensar no assunto,
assim permitimo-nos sorrir
e não entristecer muito.
(Mafalda)
Nestes seis meses muito aconteceu,
quase sempre do pior que podia haver,
mas reconheço que o ombro que se perdeu
fez com que eu fosse obrigada a me deter.
Deter-me no pranto,
deter-me na incerteza,
fui obrigada a ensaiar um canto
em que nunca podia faltar a firmeza.
Se angústias tive guardei-as para mim,
mostrei sempre o meu coração insensível,
para sobreviver teve de ser assim,
tudo o resto ficou invisível.
Firmeza, determinação,
decisões difíceis de tomar,
se tivesse tido a tua mão,
muitas lágrimas terias de enxugar.
Estarmos sozinhos faz-nos fortes,
de nada adianta não o ser,
sentimos a falta dos nossos suportes,
mas nada mais podemos fazer.
(Mafalda)
Quando o vazio se instala em nós,
nada podemos fazer,
somos meros ouvintes sem voz,
deitamos tudo a perder.
Estranhas sensações de paz
se acomodam no nosso interior,
calar o coração é o se que faz,
quando tem de se viver sem amor.
Sentirmo-nos bem e tranquilos,
sem termos grandes exaltações,
acabamos por nos transformar naquilo
que vive sem emoções.
Situação cómoda, por certo,
porque o desconforto deixou de existir,
mas não haver ninguém por perto
obriga a tomar um grande elixir.
Nada é certo nesta vida,
a não ser o nascimento e a morte,
mas até ao dia da minha despedida,
foi esperar que haja um golpe de sorte...
(Mafalda)
Quando me convenceram a escrever,
(bendita a hora em que aceitei...)
nunca esperei que tantas pessoas fossem ler,
mas a elas ,tudo o que escrevi, dediquei.
É só minha a fonte de inspiração,
é uma mágoa que me liberta o dom da escrita,
ainda não entendo a vossa dedicação,
cada vez mais admiro quem ainda resista.
Escrevo sempre sobre o mesmo assunto,
digo coisas que depois acabo por não fazer,
apesar de tentar não escrever muito,
o que escrevo é com muito prazer.
Quem não passou já por um amor perdido,
quem não sofreu já um desgosto?
Só assim fará todo o sentido
que me continuem a ler com gosto.
Conquistei asas e voei,
mas voltei quase ao ponto de partida,
quando as conquistei, sonhei
que ia finalmente ter uma vida...
Enganei-me redondamente,
voei apenas para onde me foi possível,
mas aqui espero ficar eternamente,
apenas me falta aquele sorriso aprazível.
Obrigada a quem me acompanha,
obrigada a quem está aí a pensar no que eu escrevo,
acreditem que escrever poesia não é grande façanha,
mas ser poeta?... Nem me atrevo!
Poetas verdadeiros ririam das minhas palavras,
porque eu só falo de banalidades,
...amor que vem, amor que acaba...,
tudo faço para fugir à realidade.
E a realidade é só uma,
estou eu, apenas eu,
a minha vida é, em suma,
um grande e eterno "EU".
(Mafalda)
Nem sempre escrevo poesia
com palavras doces e meigas,
às vezes sofro de alguma azia
e esqueço as boas maneiras.
Nem sempre estou bem disposta,
alegre e divertida,
às vezes estou indisposta,
às vezes sinto-me ferida.
Nem sempre sou educada,
polida e discreta,
às vezes sou complicada
e não opto pelo caminho em reta.
Nem sempre me apetece ser
aquilo que sempre sou.
às vezes apetece-me enlouquecer,
partir sem saber para onde vou.
O "nem sempre" tem pouco tempo,
antes era tudo isso e muito mais,
só chegou quando tive de viver o momento
de ver quem parte e não volta jamais...
(Mafalda)
De ti já nada espero,
foste a história feliz do meu passado,
perante um mundo tão severo,
só podia ser este o resultado.
Não espero que venhas,
não espero que penses em mim,
quero que tudo tu tenhas
e que vivas feliz assim.
Aproveita bem a tua vida,
já passaste por muitos dissabores,
não te lembras que posso estar perdida,
e a lutar contra este amor.
Deixei de ter importância,
deixaste de te preocupar,
afinal a distância
para ti é salutar.
Olhos que não vêem,
coração que não sente...
Tontos são os que crêem
que me ias amar eternamente!
(Mafalda)
Não sou supersticiosa,
não fugo de gatos pretos,
talvez devesse ser mais cautelosa
para não andar sempre em apertos.
Sexta feira, dia treze,
mais um dia como tantos outros,
precisamente há seis meses
que poderias cá estar.
Passa depressa o tempo,
mas ao princípio nem por isso,
difícil lidar com tamanho contratempo,
difícil aceitar o enguiço.
Seis meses, um ano, dois anos,
um dia terei de aceitar,
palavras que foram enganos
sempre disseste que ias voltar.
Deixaste-me presa na dúvida,
na incerteza das tuas promessas,
a palavra era tão fluida
que nunca havia pressas.
Apenas eu queria rapidez,
queria construir uma vida real,
tal foi a minha estupidez,
acreditei e dei-me mal.
Sexta feira treze,
dia de azar para quem acredite,
um dia igual a tantos outros,
em todos me apetece fazer delete...
(Mafalda)
Vem a morte
sem ser pedida,
triste sorte,
é a despedida.
Quem parte, no coração fica,
quem fica, sofre,
é a desdita,
é a má sorte.
Vem sem aviso,
nem se faz anunciar,
perde-se o riso
de quem devia cá estar.
Não conheci pessoalmente,
mas conheci bem o seu rosto,
os amigos estão num estado dormente,
tal é o seu desgosto.
Voa em paz,
serenamente,
mais um bom rapaz
que se perdeu para sempre.
(Mafalda)
Fará sentido que sejam direções opostas?
Cabeça... coração...
Razão... emoção...
Alguém me consegue dar as respostas?
Porque não unir as trajetórias,
usufruir das duas em conjunto,
porque há sempre divisórias,
no que diz respeito a este assunto?
Porque não amar e ser racional,
porque não ser racional e amar?
Porque são situações tão distintas, afinal,
se sem uma delas não podemos nunca ficar?
Se perdermos a cabeça é devido ao coração,
se perdermos o coração foi a cabeça que o impôs,
porque temos de ter esta separação
se ambos fazem parte íntegra de nós?
Digo ao meu coração que fale,
que grite, que se imponha,
à minha cabeça de nada vale
sentir-se cheia de vergonha.
Cala-te cabeça,
deixa o coração falar,
não deixes que me esqueça
para um dia ter vontade de voltar...
(Mafalda)
Desistir do que se quer,
deixar partir,
insistir em não ver,
não decidir.
Fugir do que se sente,
deixar voar os sonhos,
saber exatamente
porque estamos tristonhos.
Ser ator contrariado,
querer agarrar e não ter quem,
sonhar acordado
com o dia que aí vem.
Desistir de acreditar,
virar realista,
em nada vai ajudar
mais vale ser otimista.
Se vieres vens,
se quiseres podes,
tempo ainda tens,
por favor não te acomodes.
Pensar que tudo acabou,
que tudo foi um jogo,
capaz disso eu não sou,
não acredito nesse logro.
Renuncio ao desistir,
devo ser bipolar...
Tão depressa falo em partir,
como decido ficar.
Sou Gémeos de signo,
tenho duas pessoas em mim,
uma tem um amor fidedigno
a outra recusa-se a viver assim.
No meio desta dualidade,
encontra-se o meu coração,
umas vezes vê a verdade,
outras prefere ver a ilusão.
Renunciar ao meu sentimento
seria uma enorme asneira,
é ele o meu melhor alimento,
é ele a minha única bebedeira.
Embebedo-me em sensações,
divago de qualquer maneira,
solto as emoções
e tento levar a vida na brincadeira.
Sou assim, nada há a fazer,
sou um verdadeiro caso perdido,
mas renunciar ao que me deu tanto prazer,
seria da minha parte um ato pouco agradecido.
Espero e esperarei,
homens só mesmo à distância,
para ti aqui sempre estarei,
recordando a nossa velha infância...
(Mafalda)
Quero o que não posso ter,
quero recomeçar a viver,
quero aprender a suster
a vontade de te ir ver.
Quero ser o vento
que acaricia o teu rosto,
quero deixar de ser o lamento
motivado pelo desgosto.
Quero ser a neve
com que brincas na rua,
quero deixar de ser quem escreve
apenas por culpa tua.
Quero ser a almofada
onde descansas durante a noite,
quero continuar apaixonada
e voltar a ser a cama onde o teu corpo pernoite.
Quero ser o teu abrigo,
quero ser o teu aconchego,
quero que estejas longe do perigo,
quero esperar-te depois do emprego.
Quero ser a tosta que comes com prazer,
quero ser a ameijoa que te delicia,
não sei mais o que hei-de querer,
estar contigo era tudo o que eu queria...
(Mafalda)
Três dias costuma ser o Carnaval,
mas não é neste mês,
agora só é mesmo retiro espiritual,
mais um, mais uma vez...
Sozinha a tempo inteiro,
dá para pensar no que não quero,
neste meu presente tão rotineiro,
sorte a minha que já não desespero.
Passa-me muita coisa pela cabeça,
recordo com saudade muitos momentos,
a solidão faz com que não esqueça,
faz com que se reavivem todos os sentimentos.
Dir-me-ão que sou uma tosca,
eu sei, mas eu sou mesmo assim.
Depois de termos feito tanta marosca,
a solidão só sobrou para mim.
Mas a minha solidão tem paz,
tem um descanso difícil de explicar,
só faço o que se me apraz,
o resto nem vale a pena alguém tentar.
Estou livre, estou como queria,
mas às vezes deito-me e penso...
Penso que feliz que eu seria
se continuasse a viver o meu amor imenso.
Sei que vou dormir sozinha o resto da minha vida,
sei que não te vou ter para abraçar,
não me perguntem porque o destino me pregou mais esta partida,
não me peçam para voltar a amar.
Por incrível que possa parecer,
imaginar sequer um beijo com outra pessoa,
faz-me imediatamente desfalecer,
é um simples ato que mortalmente me enjoa.
Nada tenho contra os homens,
desde que não me ponham a mão em cima,
aproximações só me consomem,
não é isso que quero para a minha vida.
Voto de celibatária por opção,
castidade quanto baste,
já tive todos os meus momentos de verdadeira paixão,
não vai haver ninguém que para a cama me arraste.
Nojo, repulsa, enjoo,
o mais longe possível de qualquer intimidade,
para mim não vai haver mais nenhum logro,
guardada a sete chaves ficará toda a minha sensualidade.
De nada vale criarem expetativas,
o meu coração tem um dono certo,
estou farta de relações intempestivas,
vivo só para quem está por perto.
Família, amigos, clientes,
para todos estou disponível,
mas que todos fiquem bem cientes
que noutros aspetos sou uma pessoa inatingível.
Tudo o que contigo vivi,
muitas pessoas não vivem durante uma vida inteira.
Tudo o que por ti senti...
a única vez em que fui totalmente verdadeira.
Como esquecer isso,
como tentar apagar?
Peço desculpa se perdi o meu juízo,
perdoem-me se ainda o continuo a amar.
(Mafalda)


Anos e anos que passam,
uma vida em conjunto que se vive,
admiro os que as façam,
hoje em dia pouco é o casamento que sobrevive.
Momentos bons,
momentos menos bons,
saúde, doença,
riqueza, pobreza.
Por tudo isto passam
as pessoas que se amam.
Será amor,
será habituação,
será ter horror
de viver na solidão...
Tudo junto,
tudo somado,
cinquenta anos em conjunto
é um feito que mereceu ser comemorado!
(Mafalda)
"Um dia, meu amor (e talvez cedo,

“Recomeça...

“O caminho da sabedoria é não ter medo de errar.”

"Eu, agora - que desfecho!



"Que você volte depressa

Quem serei eu,
que me deixei abandonar?
Quem serás tu,
que não decidiste arriscar?
Quem seremos nós,
separados,
sem voz,
esperando um momento menos atroz?
(Mafalda)

Que importância desmedida damos a pequenas coisas,
que dor, que sofrimento, que angústia...
O dia em que deixarmos de olhar para o nosso próprio umbigo,
será aquele em que aprenderemos a viver com astúcia.
Dar importância ao que realmente importa,
à fome, à doença, às mortes provocadas por guerras,
nunca passaremos da cepa torta
enquanto não nos obrigarmos a descer à terra.
Pensamos em nós, primeiro em nós,
no que temos, no que sentimos,
deixamos fora do nosso horizonte quem sofre,
quem não tem pequenas coisas com que se importe.
O ser humano é egoísta, eu sou egoísta,
passamos e só vemos o que queremos ver,
mendigamos por momentos de puro prazer,
escutamos mas nunca nos deixamos prender.
Tragédias verdadeiras que ao de leve nos tocam,
porque acontecem sempre a pessoas distantes de nós,
vemos muitas imagens que nos chocam,
mas nem sequer nos damos ao trabalho de levantar a voz.
Somos uma espécie surda e obtusa,
às vezes fazemos caridadezinha,
perdoem-me se me sinto confusa,
se afinal não me sinto assim tão boazinha.
Mas não sou só eu, somos quase todos,
primeiro nós, sempre nós,
pequenos gestos que podiam mudar tantas vidas,
mas primeiro pensamos em nós...
Não tenho nada contra os poderosos,
mas não gostaria de fazer parte dessa classe social,
têm todas as possibilidades de ser caridosos,
mas o que fazem pelos outros, afinal?
Dinheiro não é tudo mas ajuda,
principalmente para quem não tem nada,
longe vai o tempo em que eu era uma miúda
que acreditava na entreajuda da humanidade...
Hoje estou demasiado acutilante no que digo,
é melhor mesmo ficar por aqui,
nunca se esqueçam que amanhã podem ser vocês o mendigo,
perdoem-me...se ofendi alguém, não foi porque quis.
(Mafalda)
Não posso deixar de escrever
sobre um dia que foi uma tragédia,
nunca ninguém vai esquecer,
nunca aconteceu uma coisa tão séria.
A todos os que pereceram,
sem qualquer razão lógica,
a todos os que sofreram
naquela madrugada tão trágica.
A todos os que ajudaram,
sem olhar ao seu próprio sofrimento,
a todos os que se calaram
mas que viveram intensamente o momento.
A todos eles dedico estas simples palavras,
é do fundo do meu coração que o faço,
que nunca,
mas mesmo nunca,
haja um ato igual,
que sempre,
mas mesmo sempre,
haja a paz habitual!
God Bless You, NY.
(Mafalda)
Estou num trinta e um
do qual não consigo sair,
é sempre a somar um
neste caso a diminuir.
Trinta um que me bate à porta
que vejo todos os dias,
às vezes a vida é mesmo torta,
a este trinta um não pensei que ias.
Trinta e um é um fim de ano.
é mais um dia em que nasce muita gente,
bebés à espera de obter ganho
com um prémio sempre presente.
Trinta e um agora e sempre
é um número que há muito me acompanha,
hoje é véspera de alguém ficar contente
pena que amor já não tenha.
(Mafalda)
Dia longo mas bem conseguido,
apenas quis vir dizer que ainda existo,
nenhum do meu tempo foi perdido,
perante as adversidades eu não desisto.
Assim fosse em relação ao que não depende de mim,
e seria uma mulher perfeitamente realizada,
infelizmente há coisas que não funcionam assim
e agora a única coisa que quero é permanecer deitada.
Amanhã será a ocupação será igual,
ou ainda mais agitada,
eu sempre fui uma pessoa muito jovial
ultimamente é que andava um pouco magoada.
Magoada comigo e com o mundo que me rodeia,
por ter de suportar tanta situação desagradável,
mas de nada adiantava continuar a insistir na ideia,
de nada servia viver num sonho pouco expectável.
(Mafalda)
Mas uma palavra vaga
que existe na nossa linguagem,
mais uma palavra que acaba,
que não acompanha toda a viagem.
Perdem-se as palavras ao longo do tempo,
conhecem-se os significados numa determinada altura,
depois de partirem ficam os momentos,
que se recordam com muita ternura.
Felicidade, onde estás?
Porque fugiste assim?
Felicidade que eu deixei para trás
ao deixar-te ir para longe de mim.
Palavras compridas e complicadas,
difíceis de pronunciar,
palavras vãs e desadequadas,
para quem é obrigado a ficar.
Se fosse à procura de mais,
por certo as encontraria,
palavras outrora reais
que se perderam numa pessoa vazia.
(Mafalda)
Esperar é uma palavra complicada,
difícil de digerir.
Obriga uma pessoa a estar parada
quando tem vontade de partir.
Esperar pode ser desesperar,
pode também ser alcançar,
mas de que adianta esperar
quando não há nada para o justificar...
Esperar pelo que há-de vir,
esperar pelo que já partiu,
esperar sempre a sorrir
como o mundo sempre me viu.
Esperar, esperar...
Passamos a vida a esperar!
Esperamos para nascer,
esperamos para crescer,
depois esperamos para envelhecer,
até ao dia em que esperamos para morrer.
A vida é uma espera constante,
esperamos, esperamos...
Temos um destino itinerante,
mas nem sempre o aproveitamos.
Hoje espero pelos compromissos do dia,
amanhã de igual forma esperarei,
houve dias em que alguém me ouvia,
agora falar já nem sei.
(Mafalda)

Estrela cadente concede-me um desejo,
só um e não peço mais nada,
permite-me apenas o ensejo
de não me sentir abandonada.
Estrela cadente que passas apressada,
retém-te um pouco na minha visão,
permite-me apenas ficar descansada
e acatar bem a minha solidão.
Estrela cadente que brilhas de uma forma especial,
ilumina sempre o meu caminho,
permite-me apenas viver uma vida real
permite-me não ter de me picar em mais nenhum espinho.
Estrela cadente não caias,
se não for para concederes o meu desejo,
desse céu estrelado não saias
sem ti nada de bom antevejo.
(Mafalda)
Era uma vez uma menina
que sonhava poder ir à Lua,
mas a menina era muito pequenina
e não conseguia sair da sua rua.
Tinha esse sonho desde o berço,
subir, subir, subir,
atingir um outro terço
ir para um mundo a fingir.
As estrelas queria agarrar,
para as contar uma a uma,
vivia a sonhar,
em suma...
A menina cresceu,
e deixou de ver o cor de rosa,
os sonhos perdeu
até arranjar uma mariposa.
Com ela sentiu-se solta,
adotou as suas asas e voou,
mas mesmo assim a vida deu mais uma reviravolta
e até à Lua não chegou.
Andou lá perto algumas vezes,
pensou que tinha lá chegado em outras tantas,
mas sempre aparecem os reveses,
sempre acabam as esperanças.
A menina cresceu,
deixou de sonhar.
Digamos que aprendeu
a não se deixar ludibriar.
As estrelas continuam lá,
rodeadas da brilhante Lua,
a menina ficou por cá
mas a culpa não é sua.
(Mafalda)
Se os olhos são o espelho da alma,
pelos olhos se conhece uma pessoa,
nos meus olhos apenas há calma,
e um grande vazio que ecoa.
Quem tiver capacidade de ver,
mas de ver mesmo a sério,
facilmente conseguirá perceber
e então deixarei de ser um mistério.
Mas poucos têm essa aptidão,
poucos olham bem no fundo do nosso interior,
talvez por isso haja tanta solidão,
talvez por isso haja tão pouco amor.
Olhos sem brilho, embaciados,
secos de tanto terem chorado,
olhos tristes e calados,
com um reflexo embaciado.
Todas as pessoas têm olhos bonitos,
nunca ninguém ouviu dizer o contrário,
mas se esses olhos ficam constritos
apenas revelam pertencer a um dono solitário.
Fecho os olhos para que não se veja,
não se vislumbre qualquer indício,
usarei óculos onde quer que seja
para que não mostre nenhum resquício.
A claridade incomoda,
a escuridão atordoa,
fechar os olhos é uma solução que se acomoda,
mantê-los sempre bem fechados evita que doa.
(Mafalda)
Dei por mim numa gare vazia
onde ecoavam os meus passos,
nem vivalma havia,
nada existia entre os espaços.
O combóio não chegava,
não estavam afixados horários,
este local devia ser assombrado,
tão longe estava dos rituais diários.
Queria-me sentar mas só tinha o chão,
queria descansar mas não conseguia,
esta gare estava repleta de solidão
mas também de uma perfeita acalmia.
Eis que então começa um som,
que cada vez, mais perto estava,
atrás desse som, um outro som,
e dei por mim acompanhada.
As pessoas chegavam à pressa,
para não perderem aquele único combóio,
eu a mim própria fiz a promessa
de nessa viagem mudar o repertório.
Esperei e entrei,
agora já me podia sentar,
sem destino viajei
sem qualquer intenção de voltar.
Nem bilhete tirei,
mas se o tirasse era só de ida,
à aventura entreguei
todo o resto da minha vida.
(Mafalda)
Ser mãe é ser amiga para o que for preciso,
não prender, não sufocar.
Ás vezes pôr algum siso
mas dar sempre asas para voar.
A liberdade é fundamental,
independência quanto baste,
ser mãe é ser um apoio real
e deixar que um filho se afaste.
Criar uma vida nova,
seguir o seu próprio destino,
em tempos idos também a mãe fez tudo isso,
mas muitas vezes perdeu o tino.
Faz parte do crescimento,
faz parte da aprendizagem,
mas em nenhum momento
esta mãe vai travar qualquer viagem.
Pode ser que isso seja
o que faz a diferença,
mas apenas quero que ele tenha
uma vida de crença.
Crer no ser humano,
nas relações interpessoais,
seguir em frente com o seu plano
e não se preocupar com os demais.
Independência que tanto prezo,
liberdade pela qual muito lutei,
só nisso posso dizer que rezo
para que nunca passe pelo que eu passei.
Amor de mãe é incondicional,
dos únicos intemporais,
mãe é, afinal,
um reduto protetoral.
(Mafalda)
Linha do horizonte que se esvanece
de uma forma extremamente delicada,
o mundo escurece
mas a humanidade não está preparada.
É a noite que se avizinha,
a escuridão estrelada,
isto não é uma adivinha,
nem tão pouco uma charada.
Estados de alma escurecida,
vento que tudo levanta,
maresia enegrecida
que pela areia se implanta.
Muito negra é a noite,
mas às vezes o dia também,
tudo o que me afoite
eu agradeço a alguém.
(Mafalda)
Apenas um conselho deixo,
antes de ir tentar esquecer...
Amor, dedicação,
sentir a nossa falta de forma verdadeira,
isso só se tem no nosso cão,
é essa a única verdade verdadeira!
Os amigos são o nosso pilar,
falam connosco, ouvem-nos.
A família não nos deixa exilar,
mas de resto... poupem-nos!
De pessoas crédulas está o mundo cheio,
vivemos em falsidades e enganos,
desculpem este devaneio,
mas uma simples foto causou imensos danos.
Sentir-me enganada por mim própria,
perceber que vivo numa utopia,
como estou errada na arte adivinhatória,
devo ter alterado a minha dioptria.
Que cega, que obtusa,
acabou, porque não percebo isso?
Agora já não vou estar mais confusa
não há mais qualquer compromisso.
Concertos, férias, saídas,
nada como gastar o que não se tem,
mas assim as coisas ficaram esclarecidas,
e eu tenho de me fazer à vida, como convém.
Fim! Acabou! Encerrado!
Apetece-me bater em alguém,
mas só eu mereço um estalo
por acreditar no que me convém.
Chega! Basta! Parou!
Muitas felicidades para o dia que está a chegar,
para mim o mundo parou
e de nada vale pô-lo novamente a girar.
(Mafalda)
Que ridícula eu sou!!!
Parece que adivinhava quando escrevi o poema anterior...
no meio de tanta tecnologia, acabei de ver o teu esplendor.
Estás bem, e sempre muito bem acompanhado,
falta nenhuma algum dia te fiz,
desculpem-me, mas totalmente errada tenho andado,
já nada faz sentido do que aqui escrevi.
Convenci-me que pensava como eu,
queria acreditar que sentia o mesmo que eu,
pensava que sonhávamos o mesmo os dois,
afinal, o erro foi meu,
há muito que ele me esqueceu
e eu fui sempre deixando para depois.
(Mafalda)
Não me compete julgar,
ajuizar ou criticar,
se fiz asneira estou a pagar
e tenho pena que não consigas perdoar.
Amor que não perdoa não é verdadeiro,
todos temos o direito de errar,
dizer o que nos vem à cabeça sem pensar primeiro...
e depois o resto da vida a aguentar.
Fui má, bruta e mal educada,
perdi as estribeiras e disse asneiras,
mas se só uma vez eu estive errada...
não te desculpes com as minhas baboseiras.
Sim, ainda gosto muito de ti e já não devia,
estou a entrar na fase da raiva,
raiva que me atinge e me agonia,
mas tenho de o dizer para que se saiba.
Da mesma forma que sou terna e meiga,
também posso ser muito acutilante,
mas perdoa-me se ainda teimo
em que perdoar devia ser uma atitude constante.
Nunca, mas mesmo nunca te falhei,
fosse em que circunstância fosse,
se um dia eu descarrilei...
tudo o que havia até então evaporou-se!
Perdoar quem trai é muito fácil,
perdoar quem fala é muito complicado,
está mesmo na hora de desistir deste sentimento dócil,
está mesmo na altura de dar tudo como acabado.
Cinco estágios na perda, luto ou tragédia,
que passo a enumerar,
esta vida é uma grande comédia,
está na hora de Acordar!
(Mafalda)
........




Recolho-me ao silêncio,
abrigo-me dos sons do mundo,
não procuro nenhum indício,
mas fujo de atingir o fundo.
Isolo-me da vida quotidiana,
entrei num retiro espiritual,
com paciência mediana
e conversa apenas casual.
Não me apetece! Não quero!
Isolar-me é um descanso.
Mas se às vezes ainda espero
é apenas porque não me canso.
Réstia de esperança absurda,
coração que dá vontade de arrancar,
como é possível sobreviver a esta chafurda,
e ainda continuar a gostar...
Sou parva, eu sei,
sou naif e sonhadora.
Mas sei que assim sempre serei,
é essa a minha faceta assustadora.
Acreditar até morrer,
mesmo que não faça qualquer sentido,
haverá aí alguém capaz de me perceber,
capaz de atravessar este deserto comigo?
(Mafalda)
Da mesma forma que o fado é tristeza,
poesia é dor que brota bem do nosso interior,
mas nós não temos nenhuma esperteza
e juntamos ambas no mesmo recetor.
Cantar não funciona comigo,
desafino em qualquer melodia,
escrever versos é um hábito muito antigo
que regressou à tona nesta agonia.
Tento esquecer-te mas sem convicção,
tento não me lembrar dos teus traços,
mas o que fazer ao meu coração
que está desfeito em pedaços?
Não há cola que o una,
passe por mim quem passar,
perdoem-me alguma lacuna
mas de nada adianta negar.
Complicado de gerir,
só aqui sou eu própria,
não sei o que está para vir,
mas desistir é inglório.
Estou quieta mas sinto o mesmo amor,
apenas não o demonstro a ninguém,
mas vou ter de sair deste torpor
seja a mal seja a bem...
(Mafalda)
Escrever...
Escrever o quê?
Sempre que penso em o fazer
pergunto-me sempre para quê...
Se escrevia muito em tempos idos,
tinha sempre resposta pronta,
mas esses tempos estão perdidos
e eu continuo feita tonta.
Caiu o post-it da minha carteira,
acompanha-me onde quer que vá,
ler o que lá está é pura doideira,
cada recordação mais me magoará.
Rotinas e mais rotinas,
lembranças aqui e ali,
esconder-me em todas as esquinas
e tentar esquecer o que vivi.
Como fazê-lo se foi tão exultante,
se me completaste como ninguém,
que raio de solidão desesperante
que a nenhum de nós convém.
Serei idiota ao ponto de pensar,
de imaginar que pensas o mesmo,
serei incrédula em ainda te amar,
porque continuo a andar a esmo?
Tenho de mudar de temática,
isto cansa quem me lê todos os dias,
como eu gostava que a vida fosse pura matemática,
como eu desejava ver se já não sofrias.
(Mafalda)
Quero esconder-me de mim própria,
quero sair do meu interior,
preciso de arranjar um sósia
que usufrua da vida no seu esplendor.
Quero perder a cabeça,
quero não ter de pensar,
não quero que ele me esqueça,
não quero que deixe de me amar.
Como fazer o que quero,
como lhe dizer que ainda existo,
como não entrar em desespero,
como será que ainda resisto?
Quero ser louca todos os dias,
quero rir à gargalhada,
se tu não soubesses a falta que me fazias...
aí perceberia e ficaria calada!
Mas tu sabes como eu sei,
nada do que dissemos foi engano,
se eu ainda não me passei,
foi apenas porque ainda te chamo.
Chamo-te no meu coração,
chamo-te na minha cabeça,
o meu corpo precisa da tua mão,
o meu todo não permite que te esqueça.
Quero ser feliz contigo,
quero acreditar que tu ainda acreditas,
o tempo passa e ambos continuamos de castigo,
porque temos de suportar tamanhas desditas?
O que pensas, o que sentes,
recordas tudo como eu?
Por favor, não te apoquentes
porque quem te ama não te esqueceu.
(Mafalda)
Há uma voz que me diz,
que ainda te preocupas comigo,
que não estás feliz,
que não estás protegido.
Há uma voz que me diz,
que sentes a minha falta,
que não tens a tua força motriz,
que te escondes da ribalta.
Há uma voz que me diz,
que um dia vais acordar,
e que vais perceber que o que eu sempre quis,
foi ter a oportunidade de te poder amar.
Há uma voz que me diz,
que sentes falta da minha loucura,
que já não sorris,
que vives sem ternura.
Há uma voz que me diz,
tudo isto e muito mais,
enquanto eu não calar essa voz,
esquecer-te... jamais!
(Mafalda)
Sempre ouvi dizer:
"dias de muito, vésperas de nada"!
É um facto...
Hoje não tive cabeça para vir aqui,
limitei-me a deixar o meu pensamento vaguear,
sem destino certo.
Apenas consegui fazer pesquisa de imagens.
Amanhã será outro dia.
Boa noite.
(Mafalda)
"Só existem dois dias no ano em que nada pode ser feito.
Um se chama ontem e o outro se chama amanhã,
portanto,
é hoje o dia certo para amar,
acreditar, fazer e principalmente viver."


Um arrepio percorre o meu ser,
um frio entranha-se nas minhas veias,
sempre que procuro esquecer
parece que o mundo acende as candeias.
Gela-se-me o pensamento,
não saio do mesmo rame rame,
nunca mais entrarei em sofrimento,
nunca mais terei quem me ame.
Abri as portas da minha vida,
escancarei as portadas do meu interior,
para quê, se tudo acaba numa partida,
para quê, se não se consegue usufruir do seu esplendor.
De nada vale mostrar o meu eu verdadeiro,
de nada adianta ser um livro aberto,
tu foste e serás sempre o primeiro,
mas nunca estiveste por perto.
Quando faz falta o ombro amigo,
quando preciso de um mimo,
fico sentada sozinha no meu postigo,
fico bloqueada perante o meu destino.
Estou bem, tenho dito,
e é uma verdade muito sincera,
mas entre tudo o que tenho escrito,
só uma coisa me desespera.
Queria-te ver aqui na nossa casa,
queria chegar e ter-te à minha espera,
mas o tempo passa e passa,
e... quem espera desespera.
Se me tivesses dito que tudo acabou,
em vez de desviares o olhar e não responderes...
Por muito que pense o teu silêncio em nada se adequou
à atitude que fizeste questão em teres.
Que frieza, meu Deus,
e eu não sou de chamar pelo divino,
mas no dia desse teu adeus,
achei que tinha perdido completamente o tino.
Que estranha é a vida
que tanto nos obriga a sofrer,
sim, foi a tua despedida,
mas eu sei que nos vamos tornar a ter.
E isso dá cabo de mim,
porque não sei o quando,
é tão triste ter de viver assim
sempre a acelerar o entretanto...
(Mafalda)
Há imensas alturas em que penso,
que para ser poeta não é preciso rimar,
basta libertar o pensamento
e deixar os dedos voar.
Há muitas alturas em que sinto
que nada disto faz sentido,
mas agora já não minto
ao dizer que lamento todo este tempo perdido.
Nunca devia ter sido o que não sou,
nunca devia ter feito o que não achava bem,
mas sim, também eu tenho defeitos,
e não sou mais do que ninguém.
Tenho direito a errar,
embora o amor não seja motivo,
mas paguei o preço a pagar,
e pago sempre enquanto estou viva.
Correr atrás de um amor,
faz-nos ser insensatos,
nas horas de maior calor,
não pensamos sequer nos factos.
O que me distingue é a dedicação,
nada mais além de isso,
entreguei-me com toda a minha paixão
mas depois pedi um compromisso.
Não resultou, não deu certo,
sei que tudo correria bem,
mas se tu estás no sítio certo,
só tu saberás e mais ninguém.
Pode ser que ainda penses em mim,
pode ser que ainda visualizes os meus momentos,
pode ser que já não seja assim
e que tudo já esteja no teu baú dos esquecimentos.
Perguntas exigem respostas,
frases faladas, concretas e definidas,
na ausência das respostas...
restam sempre as despedidas.
Mas uma fresta bem escondida deixaste numa janela
ao fechares a tua porta com sete chaves,
não sei se a ideia era dares uma escapadela,
se era colocares-me todos estes entraves.
Assim ficaria a pensar,
(tu sabes, conheces-me bem),
e enquanto eu ficasse a marinar
tu farias o que te convém.
E era isso que estava a acontecer,
és esperto, jogaste bem,
mas chegou a minha hora de te esquecer,
porque o tempo urge e nada de bom advém.
Limites que se atingem,
timings que se esgotam,
pensamentos que já não me afligem,
dores que já se suportam.
(Mafalda)
Todos temos de envelhecer um dia.
Seja pela idade que avança,
seja pela mentalidade que atrofia.
Podemos levar a vida como uma dança
ou podemos decidir não aceitar a realidade.
Mas digam-me de que adianta
fugir da simples verdade?
Envelhecer é sinal que estamos vivos,
é sinal que a vida nos deixa marcas,
é sinal que superamos todos os perigos
e que estamos aptos para o que se avizinha.
Aceitar o envelhecimento é a única atitude saudável,
rugas são sinais do tempo que por nós já passou,
são experiências de vida que adquirimos,
são conhecimento que muitos ambicionam ter,
envelhecer é continuar a viver.
Com algumas limitações,
podemos sentir o chão meio torto,
mas continuarmos vivos é um conforto.
Há dias bons, há dias que são ruins,
temos dor aqui, temos dor ali,
envelhecer é uma lista sem fim,
mas se envelheço é porque muito já vivi.
Quase meio século de experiência,
mas há coisas que nunca vou aprender...
Um dia pode ser que haja uma ciência,
dedicada apenas a como esquecer.
A idade tudo isso traz,
mas eu aí contorno-a bem,
se soubessem como me apraz
pensar que um dia vou ter aqui o meu alguém...
A idade devia-me dar juízo,
devia-me fazer ver apenas o que é real,
mas penso que para conseguir isso
muitos anos ainda terão de passar, afinal!
(Mafalda)
"A verdade é que não há verdade."

"O importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá."

"Quando você deseja uma coisa, todo o universo conspira para que possa realizá-la."


Há dois dias que a escrita não sai,
temia que isso fosse acontecer...
quando eu digo ao amor: "Vai",
dificilmente consigo escrever.
Desistir do que me é querido,
é do mais difícil que pode haver,
mas este era um momento temido
que mais cedo ou mais tarde tinha de fazer.
Deixo o coração de lado,
guardo-o num resistente cofre,
desisto do sonho ambicionado
e assim o meu coração não sofre.
Mas com tudo isso perco o dom,
deixo de me guiar pelos sentimentos,
resisto a escutar o eterno som
que é emitido pelos meus pensamentos.
Ocupo as horas do dia,
obrigo-me a não pensar,
mas depois fico vazia
e sem capacidade para divagar.
Saiu este poema neste momento,
pode ser que afinal ainda consiga escrever,
mas é muito triste viver sem sentimento,
é muito triste viver sem te ter.
(Mafalda)





Extremamente cansada,
mas sem vos querer abandonar,
vou permanecer aqui deitada
mas só volto quando acordar...
Boa noite!
(Mafalda)

Que irritação constante,
querer apagar e não conseguir,
tudo me persegue de uma forma penetrante,
oiço sempre o que não quero ouvir.
Pequenas coisas do quotidiano,
músicas, sons, expressões,
como eu queria que o mundo fosse plano
para não ter de andar aos trambolhões.
Não me mostres o que não quero ver,
não me obrigues a recordar,
por favor deixa-me permanecer
na casa a que eu chamo o nosso Lar.
Não me faças andar na rua,
deixa-me só e em paz,
porque recordar em nada atenua,
e assim esquecer... não sei se serei capaz.
Quero guardar bem no meu interior
tudo o que me fez feliz um dia,
mas preciso de mostrar ao mundo exterior
que sem ti também tenho alegria.
É teatro, eu sei,
mas tenho de me mostrar assim.
Já muito preocupei
quem verdadeiramente gosta de mim.
Custa-me muito mostrar que dou pouca importância,
ao melhor sentimento que alguma vez senti,
mas de que adianta mostrar a minha itinerância,
de que adianta dizer que não sei viver sem ti?
Estás na tua vida, como escolheste,
a opção foi apenas tua.
Se agora percebes o que perdeste...
Faz as malas e vem para a rua.
Mas enquanto não o fizeres deixa-me respirar,
deixa-me dormir um sono descansado,
não faças com que tenha de escutar
um coração que está demasiado afastado.
A nossa empatia sempre foi imensa,
falávamos sem ser preciso falar,
mas agora entre nós há uma neblina muito densa
e precisas de te convencer que tens de me libertar.
Não me prendas mais,
deixa-me partir.
Esquece os teus sentimentos reais,
ou então decide-te a vir.
Assim não posso continuar,
quero afastar-me e tu não o permites.
Por favor deixa de me preservar,
deixa-me ultrapassar todos os limites.
Não me chames durante o meu sono,
não penses em mim de madrugada,
se me deixaste totalmente ao abandono,
porque insistes nesta charada?
(Mafalda)
Dormir é uma tarefa complicada,
quando a mente não tem sossego,
se calhar estou a ver tudo da forma errada,
mas é a melhor maneira de não entrar em desespero.
Preciso de paz e tranquilidade,
preciso de deixar de acreditar em utopias,
tenho tudo para atingir um estado de felicidade,
e todos sabem a falta que sempre me fazias.
Mas não posso continuar à espera,
de um dia que nunca vai chegar,
por isso pára de ocupar os meus sonhos,
dá-me a liberdade que eu quero alcançar.
De nada adianta fazeres-me acordar,
se depois não fazes nada,
pára de me enganar,
ou faz alguma coisa quando estou acordada!
(Mafalda)
Travei grandes batalhas,
perdi completamente a guerra,
mas se não cometer mais gralhas,
atravessarei novamente a serra.
Se um dia quiseres,
volta que aqui estarei,
isso se ainda souberes
que eu nunca te abandonarei.
Posso seguir a minha vida,
já o fiz em tempos idos,
mas fica com a certeza devida
que tu és o mais importante dos meus "queridos".
Se me deixaste nada te devo,
posso encontrar novos caminhos,
mas se tanto ainda escrevo,
não é preciso sermos adivinhos...
Só aqui falo em ti,
no resto do tempo é assunto encerrado,
mas nunca esquecerei o que contigo vivi,
porque foi o tempo do sonho realizado.
(Mafalda)
Acreditem se quiserem,
foi preciso muita coragem para decidir avançar,
mas se os instantes me aprouverem,
terei todas as condições para superar.
Não faço agora nada de diferente,
do que antes por ele foi feito.
Também eu tenho o direito de seguir em frente,
embora continue a achar tudo isto um desproveito.
A maior prova do meu amor foi dada,
quando deixei de o procurar,
doeu-me imensamente ficar calada,
mas assim não o fui baralhar.
Deixei-o seguir a vida dele,
amando-o incondicionalmente,
sem cobranças nem chantagens emocionais,
mas senti bem no fundo da minha pele,
que tudo o que me importava verdadeiramente,
tinha sido arrancado por violentos vendavais.
Agora apenas digo que estou muito calma,
que me sinto bem em estar sozinha,
digo-vos que já não me dói a alma,
e que quero viver a vida que se avizinha.
Sem sentimentos profundos,
sem emoções desmesuradas,
neste ou noutros mundos,
um dia farei parte das pessoas verdadeiramente Amadas.
(Mafalda)
Podem achar estranho o que escrevo
porque eu sei que não é fácil de entender,
mas é o resultado de ser obrigada a um degredo,
ao fim de duas longas décadas a aprender.
Já esperei tempo que baste,
já não faz sentido continuar,
não haverá mais ninguém que me arraste,
para viver o significado de amar.
Tudo o que escrevo é porque sinto,
sinto muita coisa por uma só pessoa,
mas prometo que não vos minto
ao dizer que o meu tempo voa.
Meio ano no meio de vinte,
é apenas uma gota num oceano,
mas já não há ano seguinte,
já não considero nenhum plano.
Mas sim, escreverei com sentimento,
só na escrita o vou deixar vir à superfície,
mas a minha vida é apenas o presente momento,
e dela só quero uma grande e vasta planície.
Estou farta de andar em montanhas russas,
cansei-me de atravessar tantos caminhos sinuosos,
por amor já tive todas as minhas expensas,
está na hora de viver dias apenas espirituosos.
(Mafalda)
Não há mágoa, não há dor,
não pensem que isso ainda aqui existe,
finalmente saí do imenso torpor
em que fiquei quando partiste.
Não há lágrimas a cair,
não há aperto no coração,
finalmente consegui sair
de um mundo de ilusão.
Não há palpitações sem motivo,
não há vontade de fazer amor,
finalmente deixei de sonhar contigo
e vou dizê-lo com todo o clamor.
Gostar de quem já não gosta,
preocupar com quem já não se preocupa,
é das coisas que mais me esgota,
finalmente não vou ficar chalupa...
(Mafalda)
Pensar que ninguém pode ocupar o nosso lugar,
é dos maiores erros que cometemos,
ninguém nasceu para eternamente ficar,
embora por isso muito ansiemos.
Não há pessoas insubstituíveis,
fazemos falta até um certo ponto,
perante decisões irreversíveis,
temos de evitar todo o confronto.
Que necessidade haveria,
de encontrar quem me dizia coisas tão belas?
Que maldade isso seria,
olhar e não ouvir dizê-las.
Dirá por certo a outras pessoas,
pessoas que ocuparam o meu lugar,
ou apenas à sua apessoada,
a quem muito deve amar.
O lugar nunca foi meu,
fui apenas uma passageira,
a recordação do lugar já se esvaneceu,
pensar que era meu foi apenas uma tonteira...
(Mafalda)
Muito fundo, enterrado na areia,
encontrei um pequeno coração,
pensava que pertencia a uma sereia,
guardei-o aconchegado na minha mão.
Procuro e volto a procurar,
nada de sereia à vista,
tenho medo por tanto tempo demorar,
tenho imenso receio que não resista.
Com o pequeno coração na mão,
já não sei mais o que fazer,
não sei se o devo devolver ao chão,
não sei se o devo manter...
(Mafalda)
Bom domingo!
Até logo ao final do dia.
Faço sempre o que prometo,
não é meu hábito falhar,
se depender de mim nunca me esqueço
do que digo que vou efetuar.
Passei um dia muito tranquilo,
em que só tratei de mim,
fiz tudo isto e tudo aquilo
que estava à espera de um fim.
Corpo e alma renovados,
coração guardado ad eternum,
mas os meus poemas não vão ser encerrados,
não vou deixar de escrever, de modo nenhum.
Gosto muito de aqui divagar,
gosto de dizer o que me vem à cabeça,
eu sei que nem sempre vão concordar,
mas do que não gostarem... esqueçam.
Amanhã nascerá um novo dia,
com obrigações que não me vão deixar descansar,
mas há muito que não me sentia
tão pronta para as contrariedades atravessar.
(Mafalda)
O pobre Cupido foi atacado,
por quem não quis aceitar o amor,
o pobre Cupido caiu e permaneceu deitado,
e perdeu todo o seu fulgor.
Tentou por duas vezes impor a sua vontade,
na segunda, quase, quase conseguiu,
mas mais uma vez, na hora da verdade,
o seu eterno Amor novamente fugiu...
O pobre Cupido isso não esperava,
foi totalmente apanhado de surpresa,
deixou de ter o retorno desejado
e não estava preparado para jogar à defesa.
Pobre Cupido que andou à deriva,
sem saber que opção tomar,
isolou-se da sua habitual comitiva,
e sozinho deixou-se ficar.
Mas um dia decidiu avançar,
decidiu criar forças e partir,
mal sabia o Pobre Cupido,
o que estava para vir...
Com toda a confiança,
seguiu sem sequer olhar para trás,
deixou de ter esperança,
mas foi apanhado... e zás.
A sua seta transformou-se numa arma muito fria,
que se instalou sem ele dar por nada.
A sua eterna paixão, afinal tinha sido muito fugidia
e o Pobre Cupido já nada esperava...
(Mafalda)
Porquê amar uma só pessoa,
se há tanta coisa no mundo que se pode amar.
Porquê tentar ouvir o que não ressoa,
se há tanta coisa no mundo para se escutar.
O simples chilrear dos passarinhos,
o leve restolhar do silêncio,
os murmúrios das folhas que se ouvem em todos os caminhos,
o forte bater das ondas bem no fundo do precipício.
Porquê dedicar uma vida a alguém,
se há tanta coisa no mundo que merece a nossa atenção.
O prazer de descobrir pequenas coisas que nos apaziguem,
o prazer de viver, mas usufruindo de tudo quanto é sensação.
A sensação de aproveitar a cor, o cheiro, o tato,
deixar de ter receio do que é abstrato.
Viver o sublime sentimento de descansar a vista bem longe,
bem para lá dos confins do horizonte.
Aproveitar a vida com todo o seu esplendor,
permitir que pequenas coisas se tornem enormes.
Porquê dedicar a uma só pessoa o nosso amor,
se essa pessoa faz a sua vida sem deixar que a transformes...
(Mafalda)
Tenho um problema de surdez seletiva,
em que só oiço o que me convém,
tantos conselhos ouvi ao longo da minha vida,
e sempre me esqueci que quem mos dá só me quer bem...
Mas finalmente ouvi,
interiorizei e segui,
se os tivesse escutado devidamente,
nunca teria passado por uma situação tão deprimente...
Faz parte do meu crescimento,
como mulher, como pessoa,
de nada adianta soltar um lamento
se ele bate na parede e não ressoa.
Chegou a minha hora,
tenho de alterar a minha forma de estar,
quase seis meses de demora,
está na altura de EU acordar.
(Mafalda)
Se a vida são dois dias
e o Carnaval são três,
tudo faz sentido,
mas só tu é que não vês...
Mascaramo-nos do que gostaríamos de ser,
fingimos durante três dias,
depois temos de voltar a viver
fora de todas essas alegorias.
Regressar ao mundo real,
há quem consiga e quem não...
A vida é um Carnaval,
e a ninguém pede opinião.
(Mafalda)
Avisei que o faria,
aqui estou dedicada aos meus leitores,
com este calor nada mais me apeteceria
do que usufruir de frescos sabores.
Querer ir mas querer ficar,
a vontade que se contradiz,
mas hoje não estou para amar
apesar de começar a estar feliz.
Se o coração está fechado,
menos mal, consegui superar...
Se não conseguisse teria ficado
o resto da minha vida a marinar.
Como explicar a quem lê,
que fechar não é esquecer?
É apenas esperar que o tempo nos dê
uma nova oportunidade de viver.
Não, não procuro nenhum homem,
quero-os bem longe da minha vista,
mas amores que nos consomem???
Tenho de ser realista!
Não é perder a esperança,
não é desistir dos sonhos,
é arranjar perseverança,
é simplesmente abrir os olhos.
(Mafalda)
Passam-se anos, passam-se meses,
a vida dá imensas voltas...
Sofrem-se alguns reveses,
as emoções ficam soltas.
Passam-se semanas, passam-se dias,
muita coisa acontece entretanto,
esquecemo-nos do que se dizia,
avançamos rumo a um novo antro.
Passam-se horas, passam-se minutos,
em todos temos oportunidade de mudar,
a coragem não habita em muitos,
tudo por medo de magoar.
Mas os segundos são o fim,
de nada adianta inventar.
Se tu não voltas para mim,
de que me adianta esperar?
(Mafalda)
Em tempos idos conheci uma nova sensação,
gostei imenso do que senti,
se estive num turbilhão
foi só por ter vivido o que já vivi.
Senti-me subir ao céu,
voar, planar,
atingi um horizonte sem qualquer breu
onde gostava muito de estar.
Mergulhava fundo nos oceanos,
nem para respirar vinha à tona,
nadar para sempre fazia parte dos meus planos,
nunca pensei em engasgar-me com uma azeitona...
Deixei de respirar,
deixei de nadar,
senti-me a sufocar
e sem ter onde me agarrar.
Se hoje já não me incomoda escrever sobre isso,
é apenas porque aceitei a realidade,
neste momento não há qualquer compromisso
que me faça afastar da verdade.
Perdi o pé e quase me afoguei,
salvou-me quem me deu a mão.
Tropecei e muito me magoei,
de nada adianta proteger o meu coração.
Ele insiste em seguir um caminho
que nem sempre é a direito,
mas desde que o corpo fique aqui bem quietinho
pode ser que o mantenha escorreito.
Estou bem, posso dizê-lo,
talvez por isso escreva menos,
para escrever tenho de estar a sofrer
e neste momento isso não está a acontecer.
Não quer dizer que não ame,
não quer dizer que não sinta muitas saudades,
só que como não há quem me chame
não posso viver rodeada de infelicidades.
Bloqueei esses sentimentos,
estou novamente como estive muitos anos,
depois de ter tido tantos bons momentos,
apenas desejo que continuemos humanos.
(Mafalda)
Tirar o dia para não fazer nada,
é sempre uma excelente solução,
hoje, por vós, vou estar aqui sentada
e escrever até à exaustão.
Precisava mesmo de o fazer,
sinto-me incompleta quando não escrevo,
é uma excelente forma de não sofrer,
mas se continuo, aos meus leitores o devo.
Quando comecei este relato,
tive esperança que ele me descobrisse,
escrevi sempre com um sentido lato
em que o impulso era a expetativa.
Agora apenas escrevo por mim,
para desanuviar a minha cabeça,
de que adiantava não ser assim?
Assim pode ser que esqueça...
(Mafalda)
Os meus dias precisam de mais horas,
de mais descanso e de mais ilusão,
às vezes penso que choras
por teres perdido a tua paixão...
Assim é bom, não dá tempo para nada,
ocupações diferentes e constantes,
só tenho pena de ter que ficar calada
e não poder escrever os meus poemas itinerantes.
Festa de aniversário por duas vezes,
noventa anos são uma vida,
só espero que ainda rezes
para que isto não seja uma partida.
É tarde, mais uma vez,
pareço o coelho da Alice...
mas hoje tudo se fez,
e estar aqui mais tempo seria uma tolice.
Cansaço em demasia,
dia pequeno para tanta obrigação.
Dor onde antes nada existia,
está na minha hora de entrar na ilusão...
(Mafalda)
Falo demais,
uso este blogue como desabafo,
aqui escrevo os meus pensamentos reais
e liberto todo o meu enfado.
Não me conhecem, não sabem quem sou,
sou tudo o que queiram imaginar,
posso ser o que sou,
não posso ser quem me faça calar.
Digo o que me vem à cabeça,
sem pudores ou receios,
de algumas coisas talvez me esqueça,
mas não entro em devaneios.
Falo de mim no dia-a-dia,
falo dos amigos e da família chegada,
este blogue apenas refletia
a minha afeição desenganada.
Posso ser demasiado faladora,
posso escrever coisas de que não gostem,
por favor... não sou conspiradora
e não gosto de escrever coisas que magoem.
Peço desculpa aos meus leitores,
se de alguma forma se sentem atingidos,
não acreditem em meros rumores,
não são atos dirigidos.
Sou frontal e às vezes áspera,
não consigo ser sempre um pote de mel,
mas não serei nunca uma espora
apontada a quem me é fiel.
Devia tentar moderar a escrita,
ser menos transparente e menos sincera.
Mas então para que me serviria a dita,
a não ser para ser o que não era?
(Mafalda)
Depois de ter escrito estes dois poemas,
mais sons se atravessam no meu pensamento,
eu sei que vivo rodeada de dilemas,
mas não posso perder o meu acreditar, nem por um momento.
Deixo-te aqui o que sempre te prometi,
o que tu gostas e que te faz vibrar,
eu não gosto de estar aqui sem ti,
mas já estou mentalizada para aceitar.
Aceitar mas não para sempre, não penses,
sei que um dia vais voltar a estar aqui.
Até esse dia voltar,
vou ter de me manter assim...
(Mafalda)
Hoje é o dia dos sons,
não sei o que me deu...
passo do trim trim ao trrrrim
e atinjo o apogeu.
Se queria o telefone a tocar,
muito mais queria uma surpresa,
que bom seria nada esperar
e chegar aqui, e ver-te à mesa.
Sonho muitas vezes com esse dia,
com o que diria, com o que faria...
Chego à conclusão que não sei,
porque atingiria o que sempre sonhei.
A minha surpresa seria grande,
mas não tanto assim,
acredito que ainda aí ande
um restinho de saudades de mim...
(Mafalda)
Quando Graham Bell inventou um certo aparelho,
pensava ele que ia ajudar o comum mortal.
Que pena eu tenho em ter perdido a centelha
de ouvir a tua voz... afinal.
Se antes tocava exaustivamente,
agora instalou-se um silêncio ensurdecedor,
depois de tantas conversas frementes,
o aparelho queimou com tanto calor.
Se alguém o souber arranjar,
por favor diga-me a solução,
eu tenho sempre de salvaguardar
o meu direito à negação.
Foi a invenção que se estragou,
caducou por ser antiga,
no entanto aqui ficou
intacta... nunca partida.
(Mafalda)
É tarde...
Tenho a cabeça a girar,
informação atrás de informação,
sinto um calor que arde,
não consigo parar,
não saio deste turbilhão.
Com isto tudo a circular,
continuas bem enraízado em mim
mas já nem tempo tenho para pensar,
nos últimos dias tem sido assim...
Mas as músicas tocam constantemente,
os outdoors são permanentes,
as estradas estão sempre presentes
e no carro recordo intensamente...
No meio do descalabro,
algumas coisas que puxem por mim,
já que o teu sentimento é vago
e que nada restou, enfim.
Gostava de não ter de atravessar isto sozinha,
adorava ter-te em casa a meu lado,
seria bem mais fácil traçar o caminho
caminhando lado a lado.
Onde andas?
(Mafalda)
Estou demasiado cansada,
para estar aqui a escrever,
vou ter uma noite abençoada,
em que nem por um segundo te vou esquecer.
Boa noite!
(Mafalda)




Cada vez que como massa,
uma imagem aparece no meu interior,
tenho pena que ela passe
e que não possa usufruir do seu esplendor.
Esparguete é um prato de que gosto,
comê-lo acompanhada sabe bem melhor,
continuo a ser uma pessoa de bom gosto,
continuo à espera do teu amor...
(Mafalda)
Longa ausência a minha,
sinal que estou muito ocupada,
mas não deixo de escrever estas linhas
antes de dar a lide por encerrada.
Se há coisas que correm bem,
há outras que correm melhor,
quem amigos assim tem,
não tem tempo para pensar em dor.
Ajudas que surgem quando não se esperam,
oportunidades que se abrem perante nós,
obstáculos que constantemente se superam,
e em frente seguimos todos nós.
(Mafalda)


"Nunca se pode concordar em rastejar, quando se sente ímpeto de voar."


Quando sinto a orelha a aquecer...
algo se passa ou está a acontecer.
Mas hoje desculpem que não estou inspirada,
troco os dedos e não sai mesmo nada.
(Mafalda)
O conceito de ser escritora,
tem uma faceta muito grande de criar,
é levar os outros a sentir o que queremos que sintam,
embora por nada disso estejamos a passar.
Escritora nunca vou ser,
se é esse o conceito.
Só consigo escrever o que sinto,
o que se passa dentro do meu peito.
Escrever com o coração...
mas ser escritor não deve ser assim.
A quem não faz isso não dou razão,
para escrever tem de vir dentro de mim.
Nunca aqui escrevi nada que não seja real,
nunca demonstrei nada por que não passe,
escrever, para mim, é um ato natural
nunca faria sentido dizer se não sentisse.
Não sei escrever ficção,
não sei criar para quem me lê,
escrevo do coração,
mas quem decidirá se acredita é você...
(Mafalda)
Tenho de passar a andar com blocos
para tomar nota das rimas,
nos sítios mais remotos
surgem ideias peregrinas.
Chego a casa e já não me recordo,
tenho de esperar que a ideia volte,
mas assim que acordo
o meu primeiro pensamento é para que volte...
(Mafalda)
Vou dormir e tentar descansar,
no melhor momento do meu dia,
vou sonhar que te estou a amar
e que estamos envoltos em magia.
Vou entrar no mundo dos sonhos,
onde tudo é real e sincero,
vou fechar estes olhos tristonhos
e deixar-me ir com muito desvelo.
Vou-me embora mas amanhã volto,
cheia de vontade para mais um dia,
vou dormir contigo envolto
e tanto que eu faria...
(Mafalda)



Mudei muitos velhos hábitos,
muitas coisas estão diferentes,
não quer dizem que sejam méritos,
apenas atitudes mais aplaudentes.
Despesas reduzidas ao essencial,
sem sentir falta de nada,
viver apenas com o fundamental,
é uma vida bem mais descansada.
Futebol já não vejo,
a televisão passa dias desligada,
melhores dias antevejo,
mas até agora não sinto a falta de nada.
Vida pacata e tranquila,
sem grandes devaneios,
vivo dentro de uma armila
e não tenho mais receios.
O que me falta não se compra,
não se ganha em lugar nenhum,
mas ao meu lado tenho uma sombra
que me acompanha e me afasta do negrume.
É uma presença constante,
falo com ela como se existisse,
é a sombra de um amor distante
que me negaste quando partiste.
Falo em partir fisicamente,
porque tudo o resto aqui permanece,
peço desculpa por ser tão insistente,
mas o teu amor por mim prevalece.
Nem havia outra alternativa,
digam lá o que disserem,
isto sou eu a ser positiva,
são estas as qualidades que me enaltecem.
Estás aí,
sim, eu sei...
Mas tudo o que não é corpo,
não está aí.
E essa é a verdade que eu sempre reterei.
(Mafalda)
Quero ser um pirilampo,
para iluminar o teu caminho,
a escuridão que existe entretanto
impede-te de voltares ao ninho.
Quero acender a luz,
voar sobre a tua cabeça,
se seguires o que reluz
farás com que tudo aconteça.
Não fiques mais tempo de coração parado,
corres o risco de o enclausurar,
depois de tudo examinado,
já percebeste que um dia vais voltar...
Não adies o inadiável,
não cales essa voz,
o ser humano não deve ser acomodável,
porque fica numa agonia atroz.
Vem, não demores,
eu aqui à tua espera.
Por favor vem mas não chores
que eu sou apenas uma mulher singela.
Mais uma vez te digo
que nada perguntarei,
porque tu és o meu Querido
e o Homem que sempre amei.
Neste caso não há perdões a dar,
perdoados já nós estamos por natureza,
vem... mas vem para ficar,
vamos acabar os nossos dias sem tristeza.
(Mafalda)
Partida, largada, fugida...
lengalenga dos tempos de criança,
hoje está muito esquecida,
quem não quer, não entra na dança,
quem não quer, está de partida.
Parte rumo a nenhures,
sem qualquer meta traçada,
pode ser que encontre algures
a pessoa adequada.
Procurar sem saber quem,
sair sem saber para onde,
este é o futuro que aí vem
pode ser que ,em algum lado, ele ronde.
Incógnitas atrás de incógnitas,
nunca sabemos o que encontrar,
se vamos dar com um hipócrita
ou se podemos verdadeiramente acreditar.
Opto sempre por acreditar,
à partida todos falamos verdade,
é uma questão de ousar
e de tentar descobrir a claridade.
Agora que anoitece,
é irónico falar de claridade,
mas hoje a minha alma não entristece,
consegui um dia inteiro de tranquilidade.
Tenho perguntas... pois tenho,
que não têm qualquer resposta,
mas de pensar nisso me abstenho
até conseguir ouvir uma proposta.
Ela surgirá, eu sei,
acredito nisso no meu âmago,
e se às vezes penei...
é porque dou ouvidos ao nó no meu estômago.
Não quero nós,
não quero amarras,
quero ficar a sós...
porque não me agarras???
(Mafalda)
"Coincidência é o termo utilizado para se referir a eventos com alguma semelhança mas sem relação de causa e consequência."
Procuro quem me leve a divertir,
quem me obrigue a pensar em mim,
quem me faça daqui sair
quem me faça sorrir, enfim.
Quero soltar a gargalhada,
quero voltar a fazer amor,
não me quero sentir fechada
e presa neste amor.
Procuro quem me ame,
procuro quem se saiba apaixonar,
quem fique de noite na minha cama,
quem nunca me vá abandonar.
Quero gritar ao mundo
que o meu amor é só meu,
basta um segundo
e deixo de estar no breu.
Procuro quem fugiu,
quem não teve coragem para sonhar,
procuro quem saiu
e não voltou a entrar.
Quero irradiar felicidade,
quero voltar a ter os olhos brilhantes,
quero viver à minha vontade,
e ter momentos fascinantes.
Procuro quem está perto,
procuro quem não esqueço,
quero atravessar este deserto,
porque esse amor eu mereço.
Quero quem me queria,
quero quem não sabia viver sem mim,
se eu ainda soubesse que tanta falta fazia,
ia esperar sentada no banco do jardim.
Procuro quem não podia estar sem me falar,
quem não suportava horas de ausência,
procuro quem me dizia amar
e que agora me faz estar em abstinência.
Procuro tudo isto
e não procuro nada,
é grande o meu risco,
mas não vou ficar calada.
Aqui digo-te tudo,
um dia dir-te-ei que isto existe,
ainda é cedo, contudo,
vou esperar para ver quem mais resiste.
Vou perder eu, eu sei,
porque o meu amor está liberto,
por este caminho em que enveredei,
um dia ficarei outra vez muito perto.
Que esse dia seja em breve,
é tudo o que eu mais desejo,
pouca gente um dia teve,
um tão longínquo ensejo.
(Mafalda)
Esta noite sonhei contigo,
sonhei que tinha recebido uma mensagem tua,
perguntavas-me se podias falar comigo
eu respondi-te para ires ter comigo à rua.
Estavas à minha porta mas eu não estava aqui,
foste ter a um café ao pé dos correios,
lembro-me ainda que te vi,
mas depois acordei cheia de receios.
Sempre sonhos, nunca realidade,
disto tem sido composta a minha vida,
quase seis meses sem nenhuma novidade,
acho que tenho de dar esta guerra como perdida.
Mas o parvo do meu coração não me deixa,
acredita na veracidade dos teus sentimentos,
de nada me adianta fazer queixa,
apenas posso sonhar com esses momentos.
(Mafalda)
Quero fechar os olhos e deixar-me ir,
sem sonhos, sem objetivos,
limitar-me a partir
com rumo a nenhum destino.
Quero deixar de pensar seja no que for,
quero dormir um mês seguido,
quando acordar não restará nenhuma dor
e nenhum motivo para lamentar o tempo perdido.
Quero ser fútil e oca,
só falar de coisas supérfluas,
e sempre que abrir a minha boca
que saia tudo o que é pérfido.
Estou cansada de ser assim,
de todos me tentarem controlar,
que fado, pobre de mim,
que tenho vontade de os mandar calar!
Sou independente com muito gosto,
sempre o fui, sempre o serei.
No momento em que não levar a vida a meu gosto,
que ser humano tão infeliz eu me tornarei.
Caio e a seguir levanto-me.
Choro e depois rio.
Sigo em frente,
independente,
mas com uma sensação de vazio.
(Mafalda)
Como eu queria estar aqui,
como ansiei por este momento,
há dias em que a paciência não habita em mim,
finalmente cheguei ao meu sossego.
Personalidades que chocam à mínima coisa,
vontade de contrariar só por contrariar,
hoje estive quase a partir a loiça,
só não o fiz porque o Companheiro está a recuperar.
O meu cansaço hoje é imenso,
exaustão física e psicológica,
dia em que o ambiente esteve sempre tenso,
estava à beira de um esgotamento neurológico!
Que difícil é perceber,
que aqui me sinto muito bem,
em dez minutos vou lá ter,
não percebe porque não lhe convém.
Cansa ouvir sempre os mesmos comentários,
ainda por cima nesta semana em que não estou bem,
e quando os comentários são diários...
a paciência não se mantém.
Lar, doce lar,
sossego da minha vida,
que bem eu fiz em vir para aqui morar,
nunca na vida ficarei arrependida.
Mesmo com percalços pelo caminho,
mesmo com coisas que não correram como eu esperava,
aqui eu estou no meu cantinho,
e sinto-me calma e sossegada.
Difícil de entender para quem não quer aceitar
que a minha vida é a Minha vida...
Difícil de digerir para quem em tudo quer mandar,
e não aceita a independência devida.
Bolas, que estava a precisar disto,
estava num estado de muito nervosismo,
tenho de me lembrar que EU também existo
e que nunca lidei bem com tamanho pessimismo.
Sou positiva, sempre serei,
tenho os meus momentos que supero,
da vida um sorriso sempre esperarei,
negativismo em excesso é um desespero.
(Mafalda)
Há quem diga que tenho o dom da escrita...
Não tenho, eu sei.
A minha escrita resulta de uma paixão proscrita
que eu nunca procurei.
Fluem as palavras em alguns momentos,
é um facto, sempre foi assim.
Mas regra geral só quando atravesso tormentos
e isso nunca depende de mim.
Há quem não goste da minha prosa,
porque é dramática e banal.
Mas só se encontra um espinho numa rosa
e essa é uma verdade bem real.
Ter um dom é uma coisa rara,
não se cultiva, não se cria.
Mas para ter esse dom tenho uma mágoa muito cara,
para não o ter, o que eu não daria...
Mas não o tenho, é pura ilusão,
apenas escrevo o que me vai na alma.
Minto... apenas escrevo o que me vai no coração,
porque a alma está extremamente calma.
Calma que eu ambicionava
e que tardava em chegar,
no tempo em que ainda namorava
não tinha tempo nem para divagar.
Tinha entre mãos assuntos muito sérios,
que tardavam em ter solução,
não há males que não tenham remédios,
mas este remédio matou o meu coração.
Estou viva e saudável,
para quem apenas repare no exterior,
por dentro tenho um prado arável
onde não consegue nascer uma flor.
(Mafalda)
Aos 5.082 leitores que já tenho
apenas faço um pequeno pedido,
pensem todos que vou alcançar o meu sonho,
que a vossa força será o meu melhor amigo.
Nada vos custa,
nem exige nenhum esforço,
pode ser que alguém vos escute
e me dê um bónus no retorno.
Obrigada!
(Mafalda)
Corro o risco de me repetir
mas apetece-me continuar a escrever.
Esta á a única forma que eu tenho para poder sentir,
imensa pena tenho que tu nunca vás ler.
Se antes me incomodava não ter planos noturnos,
agora sinto-me bem e em paz comigo,
deixei de ter aqueles momentos taciturnos,
deixei de olhar apenas para o meu umbigo.
Quando estamos bem connosco próprios,
nada do que é fútil e supérfulo nos incomoda,
recuperei grande parte do meu amor próprio,
deixei de viver no mundo da engoda.
Tenho saído muito pouco por mim,
saio sempre que todo o mundo precisa,
habituei-me muito bem a viver assim,
e deixei de ser uma pessoa que idealiza.
Vivo na minha realidade,
sinto-me muito bem com ela,
um dia almejarei recuperar a minha felicidade,
mas não vou andar à procura dela.
Se ela quiser que venha,
sabe onde moro, onde estou.
Se ela quiser que venha,
tirando ter paz, nada mudou...
(Mafalda)

Esquecer de quem se gosta
ou continuar a viver na ilusão?
Em lado nenhum encontro a resposta,
muito menos no meu coração...
Ir à procura de quem não me quer ver
ou continuar no meu canto parada?
Como eu gostava de saber,
o que vai nessa cabeça baralhada...
Provocar o encontro
ou manter o desencontro?
Arriscar-me a ser ignorada
ou até mesmo rejeitada...
Não, não o farei!
Um dia talvez te mande um email...
Nos teus anos, talvez.
Porque se até aí nada acontecer,
é sinal que me esqueceste de vez
e que falhaste tudo o que um dia prometeste fazer...
(Mafalda)
Se hoje sou o que sou,
a toda a gente que passou pela minha vida o devo,
mesmo quem muito me magoou,
faz parte do meu enredo.
Com todos aprendi,
o que há de bom e mau também.
A nenhum agradeci
mas se o tivesse feito, teria ficado muito bem.
Aprendi como a vida pode ser louca,
ensinaram-me a andar sobre brasas,
a minha experiência era pouca,
muito menos eu tinha asas.
Ganhei muitos conhecimentos,
sobre o ser humano, sobre a vida,
assimilei todos os momentos
porque nunca sabia o dia da despedida.
Sempre fiz o que era para ser feito, sem hesitar,
sem deixar para mais logo ou para mais tarde,
porque eu sei que de nada nos vale adiar
e muito menos sobre isso fazer qualquer alarde.
Sofri deceções como todas as pessoas,
tive provas de amizade inestimáveis,
a vida não tem só coisas boas,
há momentos mesmo muito miseráveis.
Traições por mim feitas e por mim sofridas,
comportamentos de que não me orgulho nem um pouco,
mas de nada adianta agora chorar lágrimas perdidas,
por certo não me vou enclausurar em nenhum calabouço...
Errei, eu sei,
fiz muita asneira por amor,
mas a minha pena eu já paguei
não tenho nenhum saldo devedor.
"Cá se fazem, cá se pagam",
é um dito muito verdadeiro,
os momentos felizes acabam
e voltamos ao ponto pioneiro.
De volta à casa da partida,
temos tudo para não voltar a errar,
com toda a aprendizagem acrescida
apenas nos resta saber interpretar.
Mas de uma forma muito clara,
sem deixarmos a ilusão comandar,
factos são apenas factos
e isso ninguém pode mudar.
Palavras bonitas, sentimentos vibrantes,
todos nós temos um dia,
o pior são os dias restantes
em que nos sentimos numa total agonia.
Duvidamos de nós próprios,
duvidamos do nosso bom senso,
ficamos completamente impróprios
e sem alcançarmos o entendimento.
Cabeça versus coração,
amigos incrédulos versus amigos crédulos,
nós no meio do turbilhão
acabamos por nos sentir totalmente acéfalos.
Não pensar, não sonhar,
foi isto que aprendi até agora,
muito mais vou ter oportunidade de constatar,
a não ser que seja esta a minha hora.
(Mafalda)
Vento forte que me visitas,
leva para longe tudo o que me faz mal,
assobia, não hesites,
muito eu gosto deste vendaval...
Cabelos embrulhados a tapar o rosto,
saias que voam sem qualquer controle,
com este vento não resiste qualquer desgosto,
bem haja este vento que tudo engole.
Faz-me recordar tempos idos,
furacões que já enfrentei.
Nada como estarmos prevenidos...
Por este vento eu muito ansiei.
Leva tudo, mas mesmo tudo,
deixa apenas o que é meu,
esvazia todo e qualquer conteúdo
do que um dia pensei ser meu.
Não pares de assobiar,
não percas a tua intensidade,
eu preciso de ti para me acariciar
e para me devolveres a minha liberdade.
Continua vento amigo,
acompanha-me nesta demanda,
assobia sempre comigo
e deixa tudo completamente à banda.
Não te rales com os estragos,
depois nós tratamos disso,
mas continua a dar-me os teus afagos
que é só o que eu preciso.
(Mafalda)




Quero partir sem destino,
quero ir não sei para onde,
perder totalmente o meu tino
e não ter quem me ronde.
Quero gozar a vida,
da melhor forma possível,
não me quero sentir perdida
nem continuar invisível.
Quero beber um bom vinho,
rir à gargalhada.
Acolher-me no meu ninho
só quando estiver estafada.
Quero brincar como uma criança,
quero amar e ser amada,
quero manter sempre a esperança
e não cair em mais nenhuma emboscada.
Olhos abertos para a vida,
inteligência suficiente para não perder o controle,
não quero nunca mais ter de ser socorrida,
nunca mais o meu coração será mole.
Quero voltar a rir,
quero voltar a ser eu,
mas para isso tenho de partir
rumo ao lugar onde nunca escureceu.
(Mafalda)
Uma longa ausência
às vezes é muito salutar,
têm de ter paciência
que me fartei de trabalhar.
Só agora aqui posso estar,
só agora posso pensar em mim,
mas mais vale andar a labutar,
que assim os dias têm um fim.
Não desisto de aqui vir,
sabe-me bem escrever um pouco,
deixar os meus pensamentos fluir,
para evitar ficar ainda mais louca.
Às vezes não é fácil,
mas nada é fácil nesta vida,
conseguindo olhá-la de uma forma volátil,
acabo mesmo por ficar rendida.
Se não me preocupar com nada,
se tudo levar na desportiva,
deixo de andar enganada
e de viver na expetativa.
Viver o dia como ele surge,
quer chova quer faça sol,
o nosso tempo urge
e só pesca quem tem anzol.
Eu não uso nem vou usar,
nunca gostei de ser pescadora,
por isso vou continuar a atuar
da minha forma encantadora.
De nada adianta a tristeza,
de nada adianta o vazio,
vou superar com leveza
este meu próprio desafio.
(Mafalda)
Para se escrever poesia
alguma coisa tem de se sentir,
mas eu estou vazia
e a escrita não está a fluir.
Desistir de sentimentos,
é complicado de gerir,
no meio de muitos lamentos
lá terei de conseguir.
Não é meu hábito desistir
de tudo o que me dá prazer,
mas de nada vale continuar a insistir
uma vez que tu já não queres saber.
Disse-te imensas vezes
que não haveria terceira,
a nossa vida sofreu muitos reveses,
nunca devia ter acabado a primeira.
À segunda já fui a medo,
demorou a entregar-me em plenitude,
mas tu derrubaste o meu rochedo
e eu adaptei-me a todas as vicissitudes.
Terceira será quase impossível,
não por orgulho, mas por receio,
mas essa não é uma hipótese plausível
é apenas mais um devaneio.
Ainda não te disse hoje,
nem te tenho dito diariamente,
esse é um hábito que foge
e que se vai perdendo lentamente.
Talvez não to diga mais,
não faço ideia se assim será,
os sonhos não se tornaram reais,
e eu só queria saber quem te mimará.
Tens tudo o que precisas?
Sentes-te bem e Feliz?
Se os teus sonhos concretizas,
continua a seguir a tua diretriz.
Do fundo do meu coração,
desejo que tudo te corra muito bem.
Se um dia me quiseres voltar a dar a mão
sabes tudo o que o meu interior contém.
Não haverá nenhuma novidade,
não haverá nenhuma traição,
posso ter de aceitar a minha realidade,
mas não vou nunca trair o meu coração.
Adoro-te CM.
(Mafalda)
Muito pouco tenho escrito,
a minha imaginação fugiu...
Só falo de um sentimento proscrito,
que já há muito partiu.
Há muito, demasiado mesmo...
Já devia estar curada,
mas infelizmente continuo a esmo,
apesar de que já devia estar calejada.
Como disse hoje de manhã,
tenho de arranjar força para superar.
Há sempre um novo amanhã,
sem ser preciso procurar.
Enquanto vivos, essa é a única certeza,
pode ser melhor ou pior que o hoje...
Mas quem abandona o amor com tal leveza,
do ontem, do hoje e do amanhã... foge.
Eu fiquei, não desisti,
eu amei, e só a ti.
A mais ninguém me entregarei,
porque me lembraria sempre de ti.
(Mafalda)

Uma névoa persistente
cobre o horizonte visível,
vou deixar de ser insistente,
vou viver apenas o verossímil.
De nada adianta esperar,
o que vale estar assim?
Esperar por quem não vai chegar,
por quem não vai voltar para mim?
Estou disposta a abdicar,
tenho de o conseguir fazer.
Eliminar para sempre a palavra "Amar",
e apenas continuar a viver.
O amor não pode ser assim tão importante,
que nos faça esquecer de nós,
tenho de aproveitar cada instante,
antes que perca a minha voz.
Quero ser louca, divertir-me, sair,
deixar de estar no meu retiro,
aproveitar tudo o que há-de vir
e esquecer o motivo do meu suspiro.
Foi muito bom, mas acabou,
tudo o que é bom acaba um dia.
O teu amor por mim, findou
e o teu pensamento sofreu uma completa razia.
Já nada queres saber,
já não tens qualquer interesse,
só me custou a perceber
porque não queria acreditar que isso acontecesse.
Mas é a realidade,
a minha e a de mais ninguém,
tenho de aceitar a verdade
e seguir para mais além.
Estagnar não é o meu estilo,
preciso de loucura na minha vida.
Vou fazer tudo para sair deste retiro
em que tempo a mais já estive escondida.
Vontade não tenho nenhuma,
mas assim não posso continuar,
vou esperar que se levante esta bruma,
vou esquecer o verbo "Amar".
Tenho de seguir em frente,
preciso de arranjar quem me obrigue,
não posso ficar parada eternamente
à espera que este sonho se realize.
Sou minúscula perante a minha vontade,
tenho grilhões em volta dos tornozelos,
mas tenho de aceitar a realidade,
não posso continuar a ter este zelo.
Ter uma preocupação constante,
com quem de mim se esqueceu,
insisti num amor cessante
e isso de nada me valeu.
(Mafalda)
Não estou inspirada,
perdoem-me os meus leitores...
Sinto-me muito angustiada
e já não sei o que fazer com este amor.
Tudo foi levado na tempestade,
tudo desapareceu com a tormenta,
ainda permaneço nesta cidade
que continua despida e sedenta.
Esquinas sujas e escuras,
que desembocam em ruelas sinuosas,
puxando pelas armaduras
não somos atacados pelas raposas.
O mundo é desses seres,
que atraiçoam à socapa,
de nada nos vale dizer
que quem tem capa sempre escapa.
Com a capa nos cobrimos,
das agruras desta vida.
Sem a capa sucumbimos
e vivemos a vida indevida.
Põe-se a capa, tira-se a capa,
ao sabor do vento de Este,
mas nem a capa escapa
ao que duas vezes me fizeste.
Não há capa que resista,
à intempérie com que fui atacada,
dentro do meu peito o amor ainda subsiste,
preciso de uma capa de ferro forjado!
(Mafalda)
Não há chocolate que aguente,
necessito de algo que me adoce,
quando estou assim carente
fico numa ânsia precoce.
Qualquer ser vivo precisa de carinho,
seja um animal, seja uma pessoa.
Quando não se encontra no nosso caminho
temos que procurar onde o eco ressoa.
Qualquer dia ponho um letreiro à porta,
onde pedirei mimo, apoio e carinho...
Quem sabe o que me calha na sorte,
pode ser que me faça arrepiar caminho.
Ando para a frente a olhar para trás,
escuto quem fala comigo mas não oiço nada,
tento falar mas não sou capaz,
cada vez mais me convenço que tenho de me fazer à estrada...
Assim não adianta,
isto é um desespero.
Esperar tanto... cansa,
ainda mais agora que sou obrigada a vê-lo!
Podia fechar os olhos quando lá passo,
mas a curiosidade é enorme,
a minha alma ficar mais baça
pode ser que o meu coração transforme...
(Mafalda)
Se aqui estivesses...
estaria a ser louca, a ser infantil.
Se aqui vivesses...
seria feliz, seria gentil.
Se aqui permanecesses...
seria uma tosca, seria muito meiga.
Se aqui morasses,
estaria apaixonada e seria verdadeira.
Se, e mais se, e mais se...
Mas nada disso acontece,
nada disso é real.
Tudo me entristece,
estou sozinha, afinal!
(Mafalda)
Agora é complicado,
ter tempo para vir aqui escrever...
Ando muito ocupada
com muitas coisas para fazer.
Assim a minha cabeça pudesse andar ocupada,
seria muito bom que o coração se calasse,
ouvir rádio é sempre uma aventura ousada,
parece que as minhas músicas decidiram perseguir-me.
Mesmo que não queira pensar,
há sempre sítios, sons, palavras,
a vida obriga-me a recordar,
as minhas ideias correm desenfreadas.
Param sempre na mesma pessoa,
recuam sempre perante os factos,
mas depois o coração não me perdoa
e insiste em que eu passe das palavras aos actos.
Enquanto tiver força não o vou fazer,
mas acabo sempre por te ver...
Mas disso não passará,
não ia suportar estar ao pé de ti sem te ter.
Tico e Teco à estalada,
já não sei como lidar com eles...
Entretanto vou ficando aqui parada
e não vou fazer nenhum caso deles.
Se calhar acontece-te o mesmo,
se calhar não te acontece nada disso,
sinto que estamos ambos num ermo,
que em frente apenas nos resta um precipício.
Saltas tu ou salto eu?
Essa é a verdadeira questão...
Qual de nós mais sofreu,
ao perder esta paixão?
(Mafalda)
Devia ter uma pedra
no lugar onde está o meu coração...
Assim mais fácil tudo era
e não caía em tentação.
Uma pedra bem robusta,
sem hipótese de resvalar,
mas essa imagem assusta
e não se vai concretizar.
Posso mostrar que sim,
mas na realidade não acontece,
surge qualquer coisa ruim
e todo o meu ser estremece.
Tiraste essa pedra,
sem razão para tal,
voltei a encontrar a mesma pedra,
que nunca perdi, afinal...
Sobrevivo da melhor maneira possível,
não posso desistir de mim,
em nada foi plausível
teres partido assim.
(Mafalda)
Novo amanhecer,
vinte e quatro horas de incerteza,
o que mais irá acontecer
no seio desta tristeza?
Perguntas sem respostas,
respostas sem interrogações,
mostrarmo-nos bem dispostas
e calar os nossos corações.
Viver uma vida fingida,
representar perante todos,
ser uma eterna destemida
calar sentimentos a rodos.
Não querer olhar,
não querer ver,
se um dia isto passar
vou deixar de sofrer.
Mas como evitar ver
a imagem que está na minha retina?
Ninguém consegue perceber,
é esta a minha triste sina.
É um fado não cantado,
é um poema não escrito,
se nunca tivesse acabado
nada disto era dito.
(Mafalda)
Um dia vou partir,
para bem longe deste mundo,
esse dia há-de vir
e tudo acabará num segundo.
Não gastem dinheiro em superficialidades,
não pensem em me acompanhar de noite,
aceitem estas minhas realidades
senão tenho de voltar para vos vir dar um açoite.
Uma rosa branca na mão,
tudo do mais simples e barato,
quando entrar nessa solidão,
a paz terá um efeito imediato.
Não sou mórbida, não pensem,
nem sequer me vou suicidar.
Mas assim já todos sabem
o que eu vou sempre desejar.
Rio Tejo que me esperas,
bem no sítio onde tantas vezes estive.
Mais dia menos dia aí voltarei
para poder reviver a vida que aí tive.
Estarei muito bem entregue,
o amor envolve todo esse espaço,
não haverá a pessoa que se segue,
porque aí só existe o calor do nosso abraço.
(Mafalda)
Tu e eu somos iguais,
pomos todos à nossa frente.
Esperamos tratamentos iguais,
mas isso é um conceito muito abrangente...
Altruísmo a mais é burrice,
anulamo-nos por causa de terceiros.
Mais burrice é a casmurrice
de desistir dos nossos anseios.
Fazermo-nos à vida sem hesitar,
pensar em nós sempre em primeiro,
é muito fácil de falar,
mas nunca é o passo certeiro.
Desculpas e mais desculpas,
arranjamos sempre mil e uma,
quando não temos quaisquer culpas,
a não ser termos a cabeça dura.
Barafustamos e refilamos,
mas continuamos sempre na mesma,
mudar, bem no fundo, desejamos,
mas o altruísmo a mais é uma treta!
(Mafalda)
Preciso de paz,
para descansar a minha cabeça,
aqui não sou capaz,
estou sempre à espera que algo aconteça.
Espero coisas boas,
espero não ter coisas más...
Mas espero e desespero
até onde for capaz.
Cansada fisicamente,
mas aí o cansaço é sucesso,
cansada psicologicamente
por ter tantos insucessos.
No que só depende de mim,
faço até atingir o meu limite.
A vida é sempre assim,
só vence quem não desiste.
Será que desisti de ti?
Tu podes pensar que sim,
mas acredita meu Amor,
que se reajo assim,
é apenas para não te causar mais dor.
Se não te procurar,
pensas que estou bem,
se não te escrever,
vais-me esquecer.
Tudo isso me convém
apenas porque assim evito o teu sofrer.
(Mafalda)
Vida desinteressante,
entre a casa e o hospital...
Podia estar hesitante,
mas não tenho motivos para tal.
Nada mais se me apresenta,
nem praia consigo fazer,
além do que me apoquenta,
tudo tenho que esconder.
Tenho de estar bem disposta,
com força para dar e vender...
Mas por dentro procuro a resposta
que me leve a querer viver.
Complicada é a realidade,
dias incertos que se avizinham,
já não tenho idade
para viver em adivinhas.
Preciso de factos concretos,
preciso de certezas,
mas a única coisa certa
é que só tenho incertezas.
(Mafalda)
Podia ficar aqui o dia todo,
de nada mais iria falar,
sinto-me a afundar no lodo
e sem ninguém para me puxar.
Queria estar em águas limpas,
queria mergulhar sem medos,
queria soltar estas fitas
que me prendem neste enredo.
Não sei como o fazer,
coisas muito importantes me rodeiam,
não sei mais o que devo temer
como fazer com que me leiam?
Não falo dos meus leitores,
esses são fiéis e assíduos.
Falo do meu amor
falo de um único indivíduo!
Para ele eu escrevo,
por ele eu choro,
por causa dele desespero,
ele teve o efeito de um meteoro.
Abriu uma cratera profunda,
que encheu de tudo o que é bom.
Partiu no meio da barafunda
e não emitiu mais qualquer som.
Ficou em mim um enorme vazio
no lugar que antes estava cheio,
com muito esforço sorrio,
mas não me posso meter de permeio.
Tempo e mais tempo,
dizem que tudo resolve...
Mas que fazer com o sofrimento
que sempre me envolve?
Tempo que pode acabar,
tempo que pode chegar tarde,
como se consegue avançar,
se o amor é fogo que arde?
Arde e deixa ferida,
queimadura profunda no meu ser,
ainda não aceitei esta despedida,
mas um dia vou ter de o fazer.
Se deixar de acreditar,
nunca conseguirei que ele volte,
mas acreditar só por acreditar...
em nada resolve.
Tenho de sentir,
tenho de crer,
não vou ainda partir,
vou deixar o tempo decorrer.
Se espero muito ou pouco,
não vos sei responder...
Se o mundo não fosse tão louco,
não haveria nada a compreender.
Sei que gosto, sei que amo,
além disso nada sei.
Sei que já passamos o meio do ano,
e que pelas tuas promessas eu esperarei.
Não tenho alternativa,
não consigo dar a volta.
Continuo na expetativa,
continuo sem revolta.
Acomodada neste marasmo,
com uma fé que diminui todos os dias,
vou ter de recuperar o meu entusiasmo,
necessito dele para ter alegrias.
(Mafalda)
Os sentimentos são um desconsolo
quando não são correspondidos,
o nosso coração fica fora de controlo
e nós ficamos rendidos.
Estar rendido a quem não me quer,
não faz sentido algum.
De que adianta eu querer,
se não há retorno nenhum?
Porque não parto para outra,
porque insisto em ti?
Um dia vou ficar rouca
de tanto falar do que vivi.
Se não tivesse sentido,
se não te tivesse tido...
Não saberia o que é ter-te perdido,
estaria bem mais protegida.
Entreguei-me totalmente,
abri o coração e fui feliz,
agora vivo inconscientemente
entre o passado e o presente,
sem ter qualquer noção se estás feliz,
sem ter qualquer esperança que me alimente.
Viver no passado não é solução,
tenho de conseguir avançar.
Se alguém me conseguir dar a mão,
pode ser que deixe de estar aqui a marinar.
Mas repudiam-me os homens,
não me imagino com mais nenhum,
todas estas coisas me consomem
e assim não vou a lugar algum.
Deixaste em mim a tua marca,
a ferro e fogo gravada,
pena que tenha tido uma duração parca,
pena que me sinta uma desaventurada.
(Mafalda)
Sou um barco naufragado,
arrastado pelas fortes correntes,
agora permaneço encalhado,
sozinho nestas tormentas.
Sou um comboio descarrilado,
que saiu da trajetória,
olho para todos os lados
e não vislumbro nenhuma escapatória.
Doeu ontem, ainda mais dói hoje...
Deitei-me de janela entreaberta,
adormeci a olhar para o que me foge,
dormi de uma forma sempre desperta,
com lágrimas que ficaram por sair
à espera do melhor dia que há-de vir.
Custa tanto ver quem se quer,
é indescritível o sentir,
magoa no fundo do nosso ser
olhar ao longe para o Homem que nos faz rir.
Não tens noção da importância que tens,
sabes que amo mas não percebeste a dimensão,
se eu soubesse que estás bem...
conseguiria suportar melhor esta solidão.
Porque tem de ser assim,
porque temos de penar tanto?
Será que ainda pensas em mim,
será que nunca entras em pranto?
Estou apagada,
estou sem brilho.
Não consigo ser desapegada,
para andar preciso de um andarilho...
(Mafalda)
Não te posso ver,
não posso estar tão perto de ti...
hoje tive de o fazer
e bem no meu interior... sofri.
Passar pelos nossos sítios,
subir a nossa rua,
bem que olhei para todos os edifícios,
senti-me completamente nua.
Não posso fazer mais isso,
é uma dor acutilante,
olhar e ver-te no teu sítio
e sentir que estás distante.
Andei muito perto por várias vezes,
demasiado perto para quem te ama.
Corri o enorme risco de me veres,
agora só me apetece enfiar na cama.
Quero fugir deste sentimento,
que insiste em não me largar,
quero recordar todo e qualquer momento
em que me apeteceu agarrar-te.
Dói profundamente,
adoro-te de igual forma,
que saudade tão presente,
que amor que não retorna.
Um dia voltarias, disseste...
Mas até lá a minha vida é um lamento
e até agora não o fizeste,
e passar tão perto é um tormento!
(Mafalda)
Tenho apenas vinte minutos
antes de começar este dia atribulado,
vou passá-lo a contar os segundos
para te ter a meu lado.
Não, não vou à tua procura,
tenho muitas coisas para tratar,
continuo fechada numa sala escura
sem te poder amar.
Eu sei que sentes o mesmo,
nada te adianta evitar,
o nosso sentimento
não se consegue calar.
Podes fingir que superaste,
podes tentar fazer uma vida normal,
mas tu sabes que acabaste
com a pessoa que é o teu ideal.
Mais dia, menos dia,
tu vais cair em ti.
E eu espero por esse dia,
porque estou sedenta de ti.
Demores o tempo que demorares,
o que eu sinto não se esvanece,
quando decidires voltar,
não digas nada... aparece.
(Mafalda)
Já te disse hoje?
Quando não estou inspirada,
socorro-me de poetas afamados,
mas depois fico dececionada,
porque ao pé deles sou uma pobre desafinada.
Nunca escreverei assim,
nunca terei honras de escaparate,
tenham pena de mim,
e façam-me parar com este disparate.
Rimas e mais rimas,
sem qualquer valor acrescido.
Um tema sempre igual:
... um amor que é sofrido.
Mandem-me parar de escrever,
parem de me ler...
Poeta nunca vou ser
e tenho muito para fazer.
Vir aqui tornou-se um vício,
às vezes, até para isso me falta o alento,
escrever alivia o meu suplício,
já que ele não parte nem com este vento.
O que fazes tu para te ocupares,
de que forma comunicas comigo?
Se porventura ainda me amares,
procura o nosso desperdício...
(Mafalda)



Soube-me bem não sair de casa,
ficar o dia todo a marinar...
não fiz nada de importante,
finalmente consegui descansar.
Nem por aqui apareci,
nada de novo para dizer,
de vez em quando é bom sumir
e tentar esquecer.
Distrações banais,
que ocupam a mente,
fujo das preocupações reais,
é preciso ser assim, para que aguente.
(Mafalda)
Tirei o dia para mim,
simplesmente para não fazer nada.
Por vezes preciso de agir assim,
senão fico mal humorada.
Não estou nos meus dias,
não faço ideia de qual o motivo,
apenas me sinto muito vazia
e precisava do teu abrigo.
Vou tentar descansar,
embora a minha cabeça não pare,
vou evitar ao máximo pensar
e esperar que o dia acabe.
(Mafalda)
Aqui entrego o meu sentir,
na esperança de um dia melhor,
aqui grito para alguém me ouvir,
e só proclamo o meu amor.
Não tenho mais onde o fazer,
não sei mais onde ir,
mas necessito de dizer
que um dia tu daí, vais partir.
A mente tem muito poder,
o subconsciente também,
tanto hei-de de o dizer
que um dia tudo acabará bem.
Vais voltar, vais regressar,
o meu coração assim o diz.
Só me resta continuar a esperar
pelo dia em que vou ser novamente feliz.
Um dia vai acontecer,
tenho a certeza.
Não posso sequer temer
nem tão pouco viver na incerteza.
Não me esqueceste,
porque isso seria impossível,
não me perdeste
porque isso seria inverosímil.
(Mafalda)
Outrora eu acordava,
sempre que tu acordavas...
Agora já não durmo descansada,
carrego uma herança muito pesada...
Será que já descansas,
será que já dormes em paz?
Ou vives das lembranças
do que deixaste para trás?
Não sei o que se passa,
sei que deixei de ter sossego,
será que paira uma nova ameaça
haverá um novo desassossego?
(Mafalda)
Um dia todos seremos felizes,
mas agora deixo-vos entregues aos vossos sonhos...
Nunca se esqueçam de que na vida somos meros aprendizes
e de que nada adianta nem ajuda, andarmos tristonhos...
(Mafalda)
Quem me lê deve pensar:
"Que maluca que ela é,
continuar a amar
quem nem sequer vê!"
Quem souber o que sinto
entenderá por certo,
faz parte do meu instinto
tentar mantê-lo por perto.
Se de outra forma não pode ser,
tenho de arranjar uma alternativa,
escrevo e escrevo e volto a escrever,
tudo menos aceitar a partida.
Se a aceitar passa a ser real,
se a nego pode não ser definitiva,
tenho aqui uma questão vital,
uma questão que ainda não foi respondida.
Se acabou ou não, só ele sabe,
por mim não acabou...
continuo à espera da janela que se abre,
quando a porta principal se fechou.
Amar é ingrato,
mas também pode ser muito gostoso,
lá fora continuo a fazer o meu teatro
mas o meu blogue só pode ser afetuoso.
Negar sentimentos que existem,
não faz qualquer sentido,
muito menos esconder pensamentos que resistem
a todo este imenso tempo perdido.
Amar pode ser um riso,
mas também se pode transformar num choro,
no fundo temos de manter sempre um sorriso,
e viver a vida com muito decoro.
Se eu valer a pena ele voltará,
se não voltar é porque não o justifico,
mas responder a isso só ele saberá,
e se não voltar não o critico.
Teve liberdade para escolher,
teve toda a liberdade para optar,
se quiser verdadeiramente "Viver"
ele sabe que só o conseguirá se voltar.
Enquanto eu permanecer viva,
o meu coração a ele pertence,
vivo de forma mais evasiva
mas continuo a mesma indulgente.
Se calhar estou imensamente errada,
se calhar já não pensa mesmo em mim.
Nesse caso ficarei para sempre abandonada,
porque sem ele, a vida não faz nenhum sentido para mim.
Mas eu sei que não estou errada,
e não é por ser convencida,
é por ter sido por ele amada
e por não me dar nunca por vencida.
"Só a morte não tem remédio",
é um ditado bem verdadeiro,
no meio de todo este imenso tédio,
há que ter um espírito aventureiro.
(Mafalda)
A única coisa que me descansa,
é que algures, debaixo do mesmo céu,
está um Homem que nunca se cansa
apesar de estar totalmente embrulhado num véu...
A única coisa que me sossega,
é que debaixo deste céu estrelado,
está o Homem que me leva
para um mundo fascinado.
A única coisa que me apazigua,
é que sob o luar desta mesma Lua,
está o Homem que eu não esqueço,
está o Homem pelo qual eu enlouqueço.
(Mafalda)
Não mostro o que não sou,
não pretendo esconder nada,
a vida que por mim passou,
deixa uma linha bem marcada.
Rugas são conhecimento,
são experiência de uma vida.
Tê-las não lamento,
é sinal que não fiquei esquecida.
Vivi o que me competia,
aproveitei ao máximo o que a vida me deu.
Recordem-me como a pessoa que sempre sorria
e que nunca se enalteceu.
Simples, é como gosto de ser,
sem manias, nem pretensões.
É a minha forma de viver,
é assim que luto contra as deceções.
Sou eu, apenas eu,
cara lavada e descontraída.
Porque será que ainda ninguém percebeu
que essa é a melhor forma de viver a vida?
(Mafalda)
Sou demasiado pequena,
para o que o mundo me dá,
gostava de ter uma vida mais serena,
gostava de não estar cá...
As adversidades são constantes,
há muitos percalços pelo caminho,
algumas atitudes desconcertantes,
e eu só quero aconchegar-me no meu ninho.
Tu és a minha paz,
tu dás-me tudo o que preciso,
pena que não sejas capaz
de deixar de ser indeciso.
Tu sabes o quanto te adoro,
tu imaginas como tenho passado,
deves calcular que já não choro
aquele choro desesperado.
Chora o meu coração,
chora o meu interior,
porque eu não quero abrir mão
do Homem que é o meu grande Amor.
Ainda tenho esperança,
às vezes tenho alguma fé...
que um dia volte a ser a criança
que em tudo o que tu dizes... crê.
(Mafalda)
Mais uma tarde hospitalar,
mais um dia quase acabado,
logo deves ir passear
para as festas aqui ao lado.
Ocupar o tempo com pessoas,
na esperança de não estares só,
isso não são atitudes boas,
para pessoas como nós.
Arranjar planos para fugir da realidade,
envolver terceiros e quartos,
tu que já viveste a claridade,
porque ainda não estás farto?
As saídas com os amigos,
um dia não vão bastar...
Quando são esses os motivos,
mais vale não os enganar.
(Mafalda)
O teu gemido chega ao meu coração,
agonia que não tem fundamento,
eu sei que me deste o teu perdão,
mas a nossa sentença eu lamento.
Chamas por mim de forma discreta,
vais ter de te esforçar mais...
Não voltarei a viver uma vida secreta,
quero brincar nos arraiais.
Precisas de mim, eu sinto,
mas onde estás não te posso valer.
O meu fado é que pressinto
mas nada posso fazer.
Não depende mais de mim,
apenas tu podes optar,
eu continuo aqui, assim,
à espera de te abraçar.
Também eu preciso de ti,
de uma forma inimaginável,
se ainda fores a pessoa que sempre conheci,
está na altura de fazeres a tua viagem.
Não mudas, eu sei,
és um ser excecional,
nunca na vida esperei,
que deixasses de me ser leal.
Assim não é viver,
viver assim não faz sentido.
Não tens nada a temer,
o que eu sinto por ti nunca será esquecido!
(Mafalda)
Ilusão ou vista cansada?
Chegas-te a mim e dás-me a mão,
estou a dormir mas sinto-me encantada,
é um sinal de que acabou o tempo da solidão...
Beijas-me na testa,
acaricias-me o pescoço,
eu aproveito o que resta
antes de chegar o novo desgosto.
Desgosto por ter de acordar,
tristeza por nada ser real,
nos meus sonhos vens para ficar,
na minha realidade nada é igual.
Ainda estás aqui,
ainda me abraças com ternura,
tudo isso eu já vivi
num sentimento de candura.
Questiono todos os dias,
porque não posso ser verdadeira?
Contigo não havia monotonias,
a vida era sempre uma brincadeira.
Estou a sonhar,
estou a divagar.
Queria tanto ter força para continuar a acreditar...
(Mafalda)
Deste o devido valor aos meus amigos,
percebeste que me são essenciais,
eles acompanham-me sempre que enfrento perigos,
são amizades verdadeiramente leais.
Podias não gostar do que diziam,
podias contestar alguns comentários,
mas sabias que por mim faziam
tudo o que fosse mais necessário.
São a minha fonte de apoio,
os meus ombros, as minhas mãos.
Soube separar o trigo do joio,
e apesar de filha única, tenho irmãos.
Poderias saber o que isso é,
se tivesses ficado comigo,
no fundo ainda tenho uma réstia de fé
que o teu amor um dia (novamente) consigo...
(Mafalda)
Noite muito agitada
em que o descanso foi pouco,
permaneci deitada
mas sentia-me num balouço.
Ideia atrapalha ideia,
confusão total que se instala,
só dorme quem não receia,
só dorme quem se cala.
Eu não me consigo calar,
tenho de escrever tudo o que penso.
Eu não consigo deixar de pensar,
os meus neurónios têm de chegar a um consenso.
Mas de nada vale,
o destino não depende de mim,
pode ser que um dia me regale
e me dê a Felicidade, enfim!
(Mafalda)
Comecei este blogue para poder desabafar tudo o que me ia na alma e no coração. Ao longo destes meses, mudei a forma de escrever, mudei de prosa para verso, estou a crescer como poeta aos olhos de quem lê, e a prova disso é o aumento constante de leitores que me acompanham. Até ontem, visitaram-me nestes quinze dias de Agosto, tantas pessoas como no mês inteiro de Julho.
Encho-me de orgulho ao ver que me seguem, que gostam do que escrevo que, de alguma forma, se identificam comigo e com o que aqui digo. Nunca pensei chegar a este volume de visitas, tendo em conta que não divulguei este local de desabafos junto dos meus amigos e conhecidos. Conto pelos dedos de uma mão as pessoas a quem falei na existência deste local.
Apesar de não comentarem nada no fórum, acreditem que me fazem sentir menos só. Acabei por criar a obrigatoriedade de vir aqui pelo menos uma vez por dia, para não dececionar quem me visita à procura de novos textos.
A todos, o meu Muito Obrigada! Espero, através das minhas palavras, conseguir ajudar-vos no que precisarem.
Estou cansada, vou tentar dormir. Fiquem bem. Boa noite!
Querer ou não querer,
é a verdadeira questão.
Isso do "ser ou não ser"
já não é nenhuma interrogação.
Quem quer vai,
quem quer procura,
quem quer sai
não espreita pela ranhura.
Quem quer luta,
quem quer não desiste,
quem quer exulta
e sempre insiste.
Quem quer preocupa-se,
quem quer teima,
quem quer desloca-se
não se contenta com uma guloseima.
(Mafalda)
Brisa fresca da noite,
refresca a minha mente,
não me dês mais nenhum açoite,
que já não há quem aguente.
Brisa fresca de verão,
leva para longe a minha dor,
não me tragas mais nenhuma desilusão,
e devolve-me o meu amor.
(Mafalda)
Mover montanhas,
nadar contra a corrente,
haverá quem venha
e me alente?
Quando só um puxa,
fica complicado ganhar,
às vezes fico roxa
de tanto esforço efetuar.
Deixar-me ir ao sabor do vento,
nunca foi a minha forma de estar.
Mas há momentos em que o desalento
se instala para ficar.
Posso escolher imagens de esperança,
de força, de concretização...
Mas só entende quem passa por esta andança
e não tem ninguém a quem dar a mão.
Apenas queria o teu abraço,
bem apertado e silencioso.
Mas para isso nada faço,
senão volta o ciclo vicioso.
Sinto muita falta da tua presença,
ainda mais nestes momentos tão complicados.
Mas alguém ditou uma sentença
em que não fomos ouvidos nem achados.
(Mafalda)
Não, não fui de férias,
nem de fim de semana prolongado...
Aqui trato de coisas sérias
e o assunto está a ficar complicado.
Cheguei agora de mais uma maratona,
Companheiro de regresso à casa da partida...
De vez em quando venho respirar à tona,
às vezes tenho de me dar por rendida.
Quando se melhora faz sentido,
mas agora a situação é outra.
Não considero este tempo perdido,
se vencemos uma, venceremos outra.
Mais um dia que passa,
mais um fim de semana que chegou,
só não há quem desfaça
o nó que aqui se atou.
(Mafalda)
Estou sem imaginação,
estou desiludida com a vida,
todos os dias são uma preocupação,
todos os momentos uma investida.
Podia ser tão fácil viver,
devia ser muito fácil continuar.
Mas isso nunca vamos saber,
se continuarmos sempre sem tentar.
Caímos de bem alto e recuperamos,
ficamos prontos para avançar,
temos doenças graves e superamos,
a única coisa a fazer é esperar.
Lá vem o tão falado "tempo",
que tanta gente acredita ser a solução.
A questão aqui é até quando aguento,
se todo o meu dia é repleto de solidão.
Estar acompanhada mas sem ti,
não é estar feliz e contente,
é viver a pensar no que vivi,
é sonhar de uma forma permanente.
Atravessaste muros complicados,
pedra a pedra os derrubaste.
Passamos muitas noites acordados,
muitos desenganos tu recuperaste.
Livros abertos sem restrições,
transparência em tudo o que se fazia,
agora resta um misto de sensações,
onde predomina sentir-me vazia.
Porque insististe em que me entregasse,
porque me fizeste ser eu mesma?
Agora estou num perfeito impasse,
em que constantemente esmaeço.
Os melhores momentos da minha vida,
foi só contigo que os passei,
aprendi o que é ser-se a Querida,
do Homem por quem me apaixonei.
(Mafalda)
Poemas curtos tenho escrito,
no meio das minhas obrigações diárias,
Sinto um cansaço proscrito
que torna as minhas ideias centenárias.
Não consigo ser carinhosa,
perdi toda a minha ternura,
consigo ser caridosa,
mas com muita brandura.
Perdi muito de mim,
ao fechar o meu coração,
mas vou ter de me manter assim
porque não posso ter mais uma desilusão.
Duas vezes na minha vida,
acreditei que merecia ser feliz.
Das duas vezes tive a mesma despedida,
e em nenhuma aconteceu o que eu quis.
Não posso ser eu própria,
com a ternura a sair pelos meus poros.
Não posso ficar novamente imprópria
já não suportava os meus choros.
Perdi a capacidade de sentir
levaste o meu coração contigo,
nunca mais ninguém vai surgir
nunca mais me vou expor ao perigo.
Fechei com sete chaves
todo o meu sentimento,
mas tudo isso tu sabes,
e tudo isso eu lamento.
(Mafalda)
Gosto do gosto do gelo,
gosto de sentir o degelo,
gelo que me arrefece
de uma forma que me enlouquece.
Gelo que não derrete,
que se instala no meu interior,
gelo que se esquece
de arrefecer o meu amor.
(Mafalda)
Pó que se entranha na pele,
pó que nos persegue em dias de vento.
Pó que toda a gente repele
pó que cobre todo o lamento.
Do pó nascemos,
ao pó voltaremos...
(Mafalda)
A dor é um estado de alma,
que aparece quando quer.
Eu tenho de ter mais calma
se quiser continuar a sobreviver.
A dor é uma coisa estranha,
que se instala para ficar.
Temos de arranjar uma artimanha
para a conseguir superar.
A dor é um disparate
que não faz sentido nenhum.
Uma supera-se com chocolate
outra não tem remédio algum.
A dor é uma presença indesejada
que só incomoda quem a tem.
Uma solução inesperada
é esquecermo-nos que somos alguém.
A dor não existe,
é uma situação idealizada.
Vamos ver quem não desiste,
vamos ver quem se faz à estrada.
(Mafalda)
Preciso de paz,
preciso de me abstrair,
preciso que vás
e me leves para me divertir.
Preciso de ti,
preciso do teu calor,
preciso do que vivi
nos momentos do nosso amor.
Preciso de força,
preciso de esperança,
preciso de quem torça
e me dê perseverança.
Preciso de acreditar,
preciso de ter um objetivo,
preciso de continuar
e de quem seja afetivo.
Preciso de sonhar,
preciso de viver,
não quero acordar
tenho de te ver...
(Mafalda)
Acordar numa cama imensa,
sem ninguém a meu lado...
Será que compensa
ter o meu coração encarcerado?
Passear o meu cão,
cumprimentar quem passa...
Será que a minha solidão
nunca vai ganhar asas?
Arrumar a minha casa,
tarefa rotineira...
Será que não há quem faça
uma vida interesseira?
Seguir a normalidade do dia,
mais uma canseira infinita...
Será que há quem sorria
e quem não tenha tamanha desdita?
(Mafalda)
Se eu pudesse ser um instrumento musical,
sem dúvida que escolhia um violino.
Ouvi-lo transporta-me para um mundo irreal
onde só me falta fazer o pino.
Se eu pudesse ser um instrumento cirúrgico,
sem dúvida que escolhia um bisturi.
Com ele tudo conseguiria consertar,
à conta dele a muito já resisti.
Se pudesse ser outra coisa qualquer...
apenas queria ser a Tua única mulher!
(Mafalda)

Fado é tristeza,
é a canção nostálgica,
tipicamente portuguesa.
Fado é paixão,
é dor,
e desilusão.
Fado é angústia,
é lágrima,
e modéstia.
Fado é vida,
é sofrimento
e despedida.
(Mafalda)
Entrei no carro no caminho para aqui,
começou a tocar uma das minhas canções.
(Acabou essa, começou logo outra...)
Parece que o universo se uniu para me lembrar de ti,
parece que estou mesmo a ficar sem opções.
O teu Companheiro está a decair,
e eu já não sei mais o que decidir...
Passo o dia a lembrar-me que, em tempos idos,
foste tu que passaste por situações destes calibres.
Todos os dias são dias muito tremidos,
todos os dias peço ao mundo que me abrigues.
Mas o mundo está surdo e mudo,
como sempre esteve no que me diz respeito,
dá-me sempre um trajecto pontiagudo
que eu tenho de superar sem qualquer proveito.
Estou cansada, estou perdida,
não sei mais para onde me virar.
Eu em nada me dou por rendida,
isto vai ter de mudar.
(Mafalda)
Meto a chave à porta,
depara-se-me a escuridão,
depois de todo o dia fora
apenas encontro solidão.
Gostava de aqui entrar,
e ter-te à minha espera.
Limitava-me a sentar
e a aconchegar-me na tua esfera.
Não precisavas de falar,
bastava estares,
eu iria repousar
por saber que era para ficares.
Gostava de chegar
e poder contar as minhas dores,
gostava de te poder abraçar
mas só me restam os meus leitores!
Ter uma presença física a meu lado,
dar-me-ia força para aguentar.
Gostava que tivesses ficado,
gostava que me continuasses a amar.
(Mafalda)
Agarra-te com força,
não te deixes cair,
vale sempre a pena o esforço
se não tencionas desistir.
Põe os teus dedos bem colocados,
procura qualquer reentrância,
mesmo que te sintas deslocado,
não tem qualquer importância.
Se não chegares a um topo...
há mais topos para escalar,
se não fosses um filantropo
é que te deverias preocupar.
Agarra-te com força,
a tudo o que te der esperança.
Procura um reforço
na tua parte criança.
Deixa a pureza entrar,
instalar-se no teu coração.
Recomeça a sonhar
e a trabalhar na tua ilusão.
Agarra-te com força,
à natureza, ao ar, a mim...
Que nunca ninguém distorça
um sentimento assim.
(Mafalda)
Neblinas matinais,
nevoeiro intenso.
Ouvem-se animais,
sente-se cheiro a incenso.
Gotas que caem das folhas,
ficam perdidas na relva molhada,
tu não vês e não olhas
para quem ficou abandonada.
Lágrima insistente
que espera para cair,
continuas a ser benevolente
recusas-te a partir.
Água em todas as formas,
humidade que entra em nós.
Será que ainda tornas,
ou vamos para sempre ficar sós?
(Mafalda)
Preciso de orientação,
preciso de saber que direção tomar.
Calar o meu coração,
ou continuar a esperar?
Preciso de saber para onde vou,
preciso de ter um caminho traçado.
A distância este amor não calou,
mas já está mais sossegado.
Não é menor nem maior,
está apenas adormecido,
de nada valia a pena manter tanto calor,
se da tua parte já está esquecido.
Preciso de um rumo,
tenho necessidade de saber,
insisto neste resumo
ou mais vale esquecer?
Alguém me diga,
alguém me oriente,
instala-se a fadiga,
começo a ficar dormente.
(Mafalda)
Labirinto imenso em que vivemos,
damos voltas e voltas e voltas...
No fundo só temos o que merecemos,
só conseguimos atravessar algumas portas.
Muitas passagens estão encerradas,
não se conseguem derrubar as paredes,
temos de enveredar por outras entradas,
a todos acontece, às vezes...
Labirinto interminável
que nasce quando nascemos.
Este sentimento imensurável
só vai acabar quando desaparecermos.
Posso virar por muitas ruas,
posso tomar muitas direções,
sabes que as minhas emoções são tuas,
sabes que eu sou feita de corações.
Estão em todo o meu ser,
da cabeça à ponta dos pés,
dava tudo para te ter,
dava tudo para não ter sofrido este revés.
(Mafalda)
De costas voltadas
sem querer saber,
passam as horas apressadas
e esquecemo-nos de viver.
De frente para o que tem de ser
sem hipótese de opção,
esquecemo-nos de viver
e não seguimos o coração.
Lado a lado sem saber
vamos seguindo a nossa sina,
esquecemo-nos de viver
e nada nos anima.
Em cima um do outro
podendo-nos magoar,
esquecemo-nos de viver
não sabemos mais o que é amar.
(Mafalda)
Há um vazio interior
que me consome por dentro,
não é uma dor,
é apenas um lamento.
Há uma tristeza enraizada
que me faz sentir oca,
não estou desesperada
estou apenas um pouco louca.
Há uma solidão permanente
que insiste em não me largar,
não me sinto demente
por te continuar a amar.
Há tudo e não há nada
é uma constatação atual,
continuo a estar calada,
e a viver sem o meu ideal.
(Mafalda)

A todos muito boa noite,
que eu nunca vou deixar de escrever,
mas podem-me dar um açoite
se alguma vez o tornar a dizer.
Às vezes penso que sou louca,
uns dias estou bem, outros estou mal.
Uns dias acredito que voltas, outros não.
Às vezes faço-me de mouca,
vivo num sonho irreal
e só escuto o meu coração.
(Mafalda)
Como me sabe bem chegar a casa e me sentar...
Como é sublime a sensação de paz que aqui consigo ter...
Depois de passar um dia inteiro sem parar,
nada melhor do que aqui entrar e me deter.
Não devia conseguir ter tempo para pensar,
devia aproveitar e ocupar a mente com tudo o resto.
Porque teria eu de ser capaz de idealizar,
porque continuo eu a sentir que o teu amor era honesto?
Já falo no passado,
mas apenas de ti para mim.
Desculpa ter-te magoado,
não queria que tivesse sido assim.
(Mafalda)
Sempre que penso em desistir...
o destino junta-se para me lembrar de insistir.
Músicas com significado
que tocam assim que entro no carro,
estrela cadente
que me faz lembrar o meu amor outrora ardente,
sítios onde tenho de passar
e onde já estive a namorar.
Porque me persegue o destino,
se tu nunca mais ganhas tino?
Porque tenho de recordar
o que quero apenas guardar?
Sinais? Imaginação?
Desculpas que eu arranjo para continuar em negação...
(Mafalda)



Não resisto em vir aqui,
estou cansada fisicamente.
Continuo sem saber de ti
e estou numa fase carente.
Fazia-me falta o teu ombro,
o teu apoio e a tua ajuda.
Sinto-me enterrada nuns escombros
mas gostava de me sentir uma miúda.
Inconsciente, sem responsabilidades,
viver num misto de loucura sem vaidades.
(Mafalda)
Como tu disseste muitas vezes,
um dia vais voltar até mim.
Se a vida não sofrer muitos reveses,
pode ser que ainda te ame, enfim...
Esquecer-te não é tarefa fácil,
nunca o foi, nunca o será.
Mas tenho de me manter uma pessoa dócil
e o que o amanhã trouxer, logo se verá.
Não estava pronta para desistir,
mas agora talvez já esteja.
Quer queiras quer não, tens de admitir,
que a tua indiferença não merece uma bandeja.
Partiste faz agora cinco meses,
talvez seja isso que me esteja a magoar...
Mas uma pessoa, às vezes,
tem de aprender a superar.
Se não me queres na tua vida,
nada posso fazer para o contrariar.
Mas não posso continuar perdida,
sem ter ninguém a quem amar.
Espero que entendas se quiseres,
se estiveres interessado em saber.
Muito lerás se um dia souberes
que este blogue serve apenas para eu te escrever.
(Mafalda)
Estou num daqueles momentos em que não estou em mim.
Espero pelo tempo que te vai trazer...
Sonho com uma vida que não estou a ter...
Nada disto faz sentido assim.
Fiquei numa situação muito precária,
por amor a ti, virei a minha vida ao contrário.
Mas ainda bem que o fiz...
Libertei-me de pesadas amarras que me tolhiam os movimentos.
Apenas não idealizei as coisas assim...
Não supus que ao mundo gritasse os meus lamentos.
Ganhei muito, com mais este trambolhão,
ganhei uma casa nova, uma vida profissional, um cão.
Dou por mim com planos para a minha vida futura,
mas no que toca a ti, perco-me sempre numa rua muito escura.
Vou concretizar tudo o que idealizei,
vou dar tempo para financeiramente me reorganizar.
Mas no meio disto tudo, perdi tudo o que sonhei
e por muito que tente, não consigo nada mais vaticinar.
Estou provavelmente, na hora de parar,
de entregar o meu destino ao tempo.
De nada me adianta continuar,
de nada vale insistir neste intento.
Não garanto conseguir continuar a escrever,
porque para escrever tenho de ter sentimento.
Custa-me imenso deixar-vos sem nada para ler,
mas está na hora de aproveitar o momento.
(Mafalda)
Tive em tempos um amigo que dizia
uma lengalenga muito conhecida.
No meio deste sentimento de hegemonia,
lembrei-me que a lengalenga não ficou esquecida...
(Mafalda)
"Se vives sem uma razão para viver,
arranja uma razão para viveres.
Porque viveres sem razão,
não é razão para viveres."
(Paulo P.)
O comportamento humano é uma coisa estranha,
com o qual me surpreendo em muitas ocasiões.
Até vir para aqui arranjava sempre uma artimanha,
mas ninguém me fazia desistir de uns suaves escaldões.
Se alguma vez alguém diria,
agora que vivo em frente à praia,
que nem de casa saio
nem mesmo para sentir uma maresia!
Falta-me a companhia habitual,
falta-me sentir-te a meu lado.
E esta é a rotina usual
para a qual me tenho adaptado.
Farei praia, sim,
mas apenas depois do verão.
Não gosto da praia assim,
repleta de multidão.
Quero uma praia deserta,
em que me sinta bem,
não estou a ser nada esperta,
porque o bronzeado fica-me muito bem!
Terei muito tempo,
depois de a avalanche passar,
pode ser que nesse momento
já tenha quem me vá acompanhar.
(Mafalda)


Bem por debaixo de nós,
existe um mundo paralelo.
Lá não se usa a voz,
lá nada é amarelo.
Escrevo em metáforas modestas,
para que me possas entender...
Esqueço-me que estás escondido nas giestas
e que nunca me vais ler...
Quero ir contigo para esse mundo,
quero poder estar e não ter de escrever,
não quero perder nem mais um segundo
tenho medo de te voltar a ver sofrer.
Em relação a mim perdi o medo,
subitamente ele voltou.
Apesar de estar fora desse enredo,
o medo regressou e enraizou.
Não é por mim,
que já tive a minha conta...
Apenas me sinto assim
porque continuo a ser uma tonta.
Uma tonta que te adora,
que se preocupa contigo,
uma tosca cujo coração chora
por ter receio que estejas perdido.
Se estivesses feliz,
tudo isso era aceitável.
Mas se estiveres infeliz...
nada será tolerável.
Se te partir novamente o coração,
terá de se ver comigo.
Acima da minha razão,
está este amor tão antigo.
Quero-te levar para uma gruta,
onde ninguém te cause dano.
Considero-me uma pessoa arguta
vamos ver se desta vez me engano!
(Mafalda)
Que dia tão tranquilo
que eu hoje estou a ter.
Bem que precisava deste sossego
onde me consigo esconder.
Hoje não me apetecia fazer nada,
tirando as tarefas usuais.
Necessitava de ficar descansada
e de pensar em coisas banais.
Não deixo de pensar num determinado assunto,
e de pensar em como te estás a sentir,
a tua cabeça deve parecer um conjunto,
onde cada instrumento toca até se partir.
Fica calmo e tranquilo,
nunca passarás pela solidão.
Tens aqui um abrigo amigo
e quem sempre te dê a mão.
(Mafalda)
Foge enquanto tens tempo,
não hesites em viver,
não deixes a tua vida tornar-se num novo lamento,
não te deixes novamente perder.
Se quiseres, tu és capaz,
nunca duvides do teu coração,
esta situação em nada me apraz,
vais ter de me dar o teu perdão.
Não te traio,
não te esqueço,
daqui não saio
e o teu amor mereço.
Não sejas orgulhoso,
toma rápido a decisão,
pára de ser teimoso,
antes que haja um novo trambolhão.
Mereces viver em paz
mereces ser verdadeiramente amado,
convence-te de que és capaz...
não fiques novamente estagnado!
(Mafalda)
Estou sempre atenta
a tudo o que te diz respeito,
qualquer informação
alimenta o meu peito.
A vida tem coisas complicadas,
que temos de suportar,
não desistamos das escaladas
que nos fazem aguentar.
Se fosse fácil não tinha piada,
não dávamos valor ao que tínhamos,
mas às vezes não era preciso tanta dificuldade,
às vezes pensamos em desistir pelo caminho.
Mas desistir do que nos faz feliz
não faz qualquer sentido,
és um eterno aprendiz
que meia volta se sente perdido.
Calas o que pensas
pensas que aguentas.
Aguentas até um determinado momento,
momento esse em que me encontras.
(Mafalda)
Era em alturas como esta,
que eu fazia questão de não te largar nem um segundo.
Agora estás numa ilha deserta,
e para te chegar, tinha de atravessar o mundo.
Vem tu ter comigo,
esse trajeto é bem mais fácil,
tudo o que foi construído
te espera neste lar dócil.
Eu fiz a minha viagem,
trepei, subi, mergulhei e caí.
Vivi de forma selvagem
mas nunca adoeci.
Faz tu a tua travessia,
com click ou sem ele,
não entres em agonia,
procura quem por ti zele.
(Mafalda)
Não me interpretes mal,
que eu só quero o teu bem estar.
Apenas na vida surreal
se pode "amar" e "gostar".
Entendes o que acabei de dizer,
só tu e mais ninguém,
mas como tu nunca vais ler,
eu escrevo porque me convém.
Desabafo o que me incomoda,
declaro-te sempre o meu amor,
tenho os amigos que me acomodam
não tenho mais um aspeto sofredor.
Aprendi duramente
que não podia acreditar em sonhos,
vivi intensamente
e ficaram apenas uns olhos tristonhos.
Tu sabes o que eu sinto,
conheces-me muito aquém.
Neste momento sabes que pressinto,
que tu não podes estar bem.
Preocupo-me contigo,
como sempre fiz e farei.
É um defeito antigo
que nunca perderei.
(Mafalda)
Sempre me interroguei
sobre o porquê de fazer coleção.
No dia em que amei,
apenas a uma pessoa pertenceu o meu coração.
Porquê insistir em manter,
se não estamos afim,
só para não ter a sensação do perder,
só para provar que sim?
Destroem-se vidas
sem qualquer sentido,
vivem-se mentiras
só para parecer bonito.
Se conseguíssemos recuperar,
ainda se justificava.
Às vezes podia-se tentar,
mas só quando ainda se amava.
Ter mau perder,
é um ato muito egoísta,
impedimos o outro de ser
uma pessoa realista.
Amarramo-lo com chantagens
descabidas e surreais,
vamos em viagens
e vivemos em carnavais.
Ser sincero e ser honesto,
são virtudes de pouca gente.
Viver em teatro é funesto
e torna uma pessoa demente.
Eu sei que já o fiz,
mas libertei-me assim que pude.
Há sempre alguém que diz
para aceitar cada vicissitude.
Liberdade acima de tudo,
para lutarmos pelo que queremos.
A vida não é um entrudo,
a vida somos nós que a fazemos.
(Mafalda)
Ciúme só se sente quando se gosta,
tal como tu sentiste naquela noite...
Às vezes falha-se na aposta
e a vida encarrega-se de nos dar mais um açoite.
Ser-se trocado é muito doloroso,
mas é tudo uma questão de amor próprio.
No fundo já não há um relacionamento afetuoso
que justifique um movimento condenatório.
Se for essa a forma de saíres,
a mim não me incomoda nada.
Tudo menos, outra vez, caíres
e não teres quem te faça soltar uma gargalhada.
Mais uma ralação acrescida,
que vou ter de acalmar.
A tua vida é a minha vida,
até o meu tempo acabar.
(Mafalda)
Se em condições normais,
eu já andava preocupada,
agora os motivos são muito reais
porque tenho medo que caias numa cilada.
Conheço-te o suficiente, para saber como te estás a sentir,
sei que a tua cabeça começou a funcionar a mil à hora.
Com tantas canções publicadas sobre partir,
temo profundamente que neste momento, quem amo chora.
Chora calado e em silêncio,
sem deixar transparecer,
novamente está num suplício
e sem um ombro para ajudar a amortecer.
Não mereces nada disso,
mas foi uma escolha apenas tua,
um dia, algo havia de quebrar o enguiço
e espero que não sejas tu a ir para a rua.
Confiaste uma e duas vezes,
mais algumas que não saberás.
Espero que nunca te esqueças
que o teu lugar aqui sempre permanecerá.
(Mafalda)
Músicas que se publicam,
frases e citações.
Nunca pesamos que nos descubram,
e que tudo isso possa provocar ralações.
Coincidências de notícias,
publicações muito perturbantes,
tudo traz mais sevícias
a quem permanece distante.
A questão aqui és tu,
como estás a reagir a isto...
Não sabes o que é publicado,
mas sabes o que é publicitado.
Lidas bem com a nova situação,
ou já confias plenamente?
Espero que não tenhas nova desilusão...
Espero que te mantenhas sempre bem consciente!
(Mafalda)
Estou tão ralada contigo,
desde que vi o jornal...
Sinto que estás em perigo
e que vais perder o teu ideal.
Nunca mais vais ter descanso,
vais estar sempre a imaginar,
porque insististe tu tanto
em tentar aguentar?
E agora como vai ser?
Como vais viver em paz?
Lá vais tu passar a vida a temer,
será que vais ser capaz?
Independentemente de tudo,
estou aqui para ti.
Serei sempre tua amiga, contudo
agora até esqueço o que já sofri.
(Mafalda)
Porque escrevo para quem não lê,
se para quem não escrevo lê?
Está tudo virado ao contrário,
é tudo demasiado arbitrário.
Porque gosto de quem não gosta,
se de quem gosta eu não gosto?
Deitar tudo a perder,
é só isso que eu sei melhor fazer.
Porque sonho com quem não sonha,
porque chamo por quem não escuta?
Esta escrita está a tornar-se enfadonha,
e eu estou a ficar muito pouco astuta.
Porque não acordo disto tudo,
porque não sigo a minha vida?
No fundo és um imenso sortudo
que deixou para trás uma apaixonada rendida...
(Mafalda)
O que farias se me visses,
se eu aparecesse à tua frente,
podia ser que te risses
e apenas dissesses: "Finalmente!".
Não posso arriscar porque tenho medo,
medo de que já te seja indiferente.
Não consigo esquecer o degredo
que me impuseste recentemente.
Vontade não me falta,
todos os dias penso em ir,
mas já tive os meus dias de ribalta,
agora resta-me deixar-te partir.
Amar é isso mesmo,
não impor a nossa presença.
Vou continuar a viver a esmo,
vou carregar para sempre esta sentença.
Se fosse importante para ti,
já terias tentado ver-me,
já terias perguntado por mim,
em vez de estares a tentar esquecer-me...
Ainda vivo no mesmo lugar,
não mudei qualquer contacto,
se tu me quisesses procurar...
saberias o local exato.
(Mafalda)
Não tenho nada para dar em troca,
vivo com conforto mas sem luxos,
mas inventava qualquer engenhoca,
se assim mo dissesse qualquer bruxo.
Já pensei em os consultar,
podia ser que me soubessem elucidar,
mas para isso tinha de acreditar
e ter dinheiro para gastar.
Em adivinhos eu não acredito,
mas o desespero às vezes a tal nos obriga,
mas depois lembro-me de tudo o que entre nós foi dito
e decido não ir nessa cantiga.
Se demorares muito talvez vá,
quem sabe o que poderei ouvir,
mas daqui até lá,
vou tentar continuar a sorrir.
(Mafalda)
Horizontes longínquos
com uma beleza estonteante,
amores profícuos
que se tornam desesperantes.
Não escolhemos de quem gostamos,
frase feita muitas vezes dita.
Mas a realidade é que aqui estamos
a suportar esta desdita.
Sentimentos desgastados
que tentamos esconder,
ficamos esgotados
e sem nada que fazer.
O querer e não ter,
o sonhar e depois acordar...
Porque temos sempre de sofrer?
Porque não nos conseguimos realizar?
Não faz sentido estar infeliz,
sabendo que há correspondência.
Todo o mundo diz
que para viver não é preciso nenhuma ciência.
Volta, meu Querido,
volta para o teu lugar.
Odeio o tempo perdido,
em que não te posso amar.
(Mafalda)
Quando se faz tudo certo,
é raro alguém elogiar,
comete-se um erro
e logo nos sabem recriminar.
Um dia todos erramos,
com ou sem intenção,
não quer dizer que não nos arrependamos
e que não mereçamos a absolvição.
Se esqueceste tudo o que vivemos,
por meia dúzia de palavras idiotas,
afinal não nos conhecemos
e as nossas ideias estavam todas tortas.
Continuo a sentir que não merecia isto...
há dias assim em que penso demais.
E se neste assunto ainda insisto,
é porque ainda espero tornar os sonhos reais.
(Mafalda)
De costas voltadas,
sem querer saber,
vão passando as alvoradas
e continuamos sem nos ver.
Procura-me se quiseres,
nada te perguntarei,
tudo o que fizeres
eu apenas aceitarei.
Curiosidade perdida,
paixão arrumada,
foi mesmo a tua despedida,
ou estarei enganada?
(Mafalda)
Cada esquina que dobro,
sonho com o reencontro,
cada lágrima que choro,
é motivada pelo desencontro.
Cada estrada em que passo,
imagino que também lá estás,
cada lugar onde entro,
bem te procuro lá dentro.
Cada minuto que passa,
espero ter uma notícia tua,
cada hora que avança,
a vida continua.
Cada dia que muda,
eu procuro a tua ajuda,
cada semana que voa,
eu guardo para que não doa.
Cada mês que desaparece,
o que sinto por ti não arrefece,
mas a tua ausência é dolorosa,
e para o negar teria de ser muito ardilosa.
(Mafalda)
Que estranha forma de viver,
quando se opta pelo comodismo em vez da felicidade,
quando não se dá valor ao que se vai perder,
e se segue uma vida sem qualquer cumplicidade.
Que estranha forma de amar,
quando não se mostra o que se sente,
quando não temos a quem chamar
sempre que o nosso amor esteja ausente.
Que estranha forma de estar,
quando queremos e nada fazemos,
quando queremos agarrar
e nos detemos.
Que estranha forma de mostrar
a verdadeira essência do nosso ser,
a quem um dia se disse amar
e com quem se fez planos para viver.
(Mafalda)
Mais uma noite amena por estes lados,
estrelas no céu que nos iluminam as ideias,
mas não deixam os nós desatados
e deixam as nossas vidas em mãos alheias.
Se até a lua é mentirosa,
como nos poderiam ajudar?
Mesmo olhando o firmamento,
nós continuamos sem saber o que esperar.
Queremos ser o que somos,
ambicionamos ter o que não temos...
Continuamos a idealizar os sonhos
e não ligamos ao que sabemos.
Acreditar é uma questão de fé,
seja em que entidade for,
um gato cai sempre de pé
e todos precisamos de amor.
(Mafalda)
Caminhos sinuosos apresentam-se nas nossas vidas,
não sabemos que opção tomar...
Em determinadas alturas suportamos despedidas,
que não estamos preparados para aceitar.
Rosa com espinhos é a rosa verdadeira,
catos com picos são os verdadeiros catos.
A felicidade nunca se conquista à primeira,
apenas nos esquecemos que não temos nove vidas como os gatos.
Mar revolto que nos envolve sem darmos por isso,
com águas muito turvas e cheias de areia,
a nossa vida não passa de um grande esquisso,
em que muito se sonha e muito se devaneia.
Espinhos e picos
são agruras desta realidade,
não são simples namoricos
são amores para toda a eternidade...
(Mafalda)
Nada mais tenho a dizer,
não me ocorre nada de diferente.
De vez em quando começo a tremer
e regressa a empatia premente.
Se ao menos pudesse saber que és feliz...
Já o disse mais de mil vezes,
tudo depende da forma como se diz,
mas vou repeti-lo por muitos mais meses!
Será que ainda pensas em mim?
Algo me diz que sim,
que não consegues parar,
embora tudo faças para o evitar.
Será que tens saudades minhas?
"Sim"... dizem-me as minhas estrelinhas.
Dizem também que estás em ânsias de saber tudo
apesar de continuares completamente mudo.
Será que estás Feliz?
A isso, infelizmente, ninguém me sabe responder.
Apenas o teu sangue assim o diz,
mas custa-me imenso a crer.
(Mafalda)
Quem melhor do que o ser humano,
para errar e se enganar...
Não estaria dentro do nosso plano,
mas acabou por se verificar.
Planeámos tudo ao pormenor,
fomos fazendo a nossa cama,
esquecemo-nos do fator exterior,
o único elemento que baralhou a trama.
Podia ter acontecido antes,
com qualquer pessoa que nos visse,
logo tinha de ser um amigo dantes,
a provocar todo aquele rebuliço.
Aconteceu sem intenção,
motivado por brincadeiras idiotas,
quer acredites quer não,
ainda hoje procuro as respostas.
Acredito no infortúnio,
acredito que não foi por mal,
pena que tenha sido o augúrio
que obrigou a nossa vida a tornar-se real.
Tínhamos planos,
vivíamos no mundo dos sonhos,
ambos sofremos desenganos,
e agora resta esperar por dias mais risonhos.
(Mafalda)
Escrever-te constantemente,
é uma excelente terapia para mim.
Assim faço exatamente,
aquilo de que estou afim.
Sabe-me bem acordar,
vir para aqui e escrever.
Não me limito a recordar,
limito-me a antever.
Não maço ninguém com os meus pensamentos,
falo contigo sempre que posso,
aproveito todos os momentos
para relembrar o que é nosso.
Tanta coisa que nos é exclusiva,
partilhas e mais partilhas.
É disto que é feita a vida,
era tudo isto que tu comigo tinhas.
Agora vou ter de me ausentar,
mas permaneces sempre no meu pensamento.
Assim que puder volto para ficar,
até lá evita o sofrimento.
(Mafalda)
Sentimento que a tudo resiste,
não se encontra todos os dias.
Mas se uma pessoa não insiste,
acabamos por ter relações vazias.
A distância não me apoquenta,
não altera em nada o que eu sinto,
vamos ver quanto tempo aguentas
porque tu sabes que eu nunca te minto.
Confias em mim com razão,
sabes que estou à tua espera.
Um dia vais ter de me dar o teu perdão,
até lá vou permanecer nesta quimera.
Disseste-me que nunca me conseguirias esquecer,
que de mim não conseguias fugir.
Acredito que tudo isso vais manter
e que nada disso vais deixar de sentir.
Chamem-me louca,
chamem-me o que quiserem,
mas nem que um dia fique rouca,
tudo vale a pena se os teus sentimentos se mantiverem.
(Mafalda)
Dias quentes com muita luminosidade,
obrigam-me a reviver épocas passadas.
As minhas recordações estão muito presentes
mas começam a perder a sua claridade.
São incontáveis as vezes que fizemos praia juntos,
perdi a noção do que é estar contigo.
Tantas coisas que planeámos em conjunto,
para agora estarmos neste castigo.
Chamo-lhe castigo porque é o que sinto,
não tenho outra forma de o denominar,
sublimes entendimentos agora extintos,
nem imagino o que estás a suportar.
Se calhar não suportas,
se calhar estás mesmo bem...
Foste tu que te recusaste a atravessar as portas,
e que optaste por ficar onde mais te convém.
Adverso à mudança com medo do resultado,
permanecer por pena nunca foi solução.
Disseste-me que desta forma nunca te tinhas sentido amado,
mas apesar disso optaste pela solidão.
(Mafalda)
Se um dia te perderes pela estrada da vida,
segue o teu coração e deixa-o guiar-te.
Nada é mais deprimente que a partida
da única pessoa que sabe como amar-te.
Se estiveres infeliz e quiseres mudar,
segue o teu coração e faz o que ele diz.
Raramente ele se deixa enganar
dificilmente ele é um mero aprendiz.
Se quiseres ser louco e rir à gargalhada,
segue o teu coração e não o cales.
Ele sabe como viver uma vida encantada
segue-o com convicção e não te rales.
Se tudo deixou de fazer sentido para ti,
segue o teu coração e deixa-te andar.
Só para quem arrisca a vida sorri,
só quem segue o coração consegue amar.
Mas se estás bem como estás,
é porque seguiste o teu coração.
Nesse caso nenhum sentido faz
insistir nesta paixão.
(Mafalda)
Madrugar todos os dias,
na cama não se aprende nada,
era isso que tu dizias
e cedo gostavas de me ver acordada.
Partilho a tua opinião,
gosto de me despachar bem cedo,
já não me assusta a solidão,
perdi completamente o medo.
Tu continuas sozinho,
numa casa cheia de gente,
um dia melhor se avizinha,
para viver o amor que se sente.
Cada dia em que acordo,
renasce em mim a esperança,
sei que um dia vamos chegar os dois a um bom porto,
basta manter a perserverança.
(Mafalda)
É quase esta a vista da minha varanda,
tenho uma paz inimaginável.
Não é meu intuito fazer propaganda,
mas às vezes a minha força é impagável.
Não sei onde a vou buscar,
se a mim, se ao ar que me rodeia,
no entanto ela não me costuma falhar,
embora às vezes achá-la se torne quase uma epopeia.
Podia estar muito melhor, eu sei.
Mas como não posso fazer nada para isso,
resta-me apenas aceitar que me isolei
para assim disfrutar plenamente do meu amor submisso.
Outrora não conseguiria estar tão sozinha,
hoje em dia não me incomoda nada,
mas confesso que tenho muitas saudades da tua caipirinha,
e muito mais de, a seguir, ouvir a tua gargalhada!
(Mafalda)
Observo-te à distância,
com o coração totalmente aberto,
recordo a minha infância
e vejo um céu descoberto.
Estás tão cansada e velhinha,
que adormeces nesse banquinho,
mas os teus bisnetos dão-te a mão,
e salvam-te da tua solidão.
Tens uns traços ainda perfeitos,
fazem-me supor que já foste muito bem feita,
mas hoje aconchegas-te nas tuas lãs
e no meio do lenço vislumbro muitas cãs.
És bisavó, já viveste uma vida,
com muitas lembranças que agora revês,
mas ainda é cedo para a despedida,
vamos esperar por uma distante próxima vez.
(Mafalda)
Que desperdício as vidas
que seguem em sentidos opostos,
com tantas recordações comuns vividas,
o destino vai estar sempre a postos.
Que desperdício as pessoas
que não assumem a sua natureza,
as suas palavras ressoam
e o seu eco perde-se na tristeza.
Que desperdício as mortes
de quem ainda muito tem para viver,
pessoas com tão má sorte
que nem chegaram a aprender.
Que desperdício os sentimentos
quando atirados ao vento,
são envoltos nas tormentas
mas resistem com um fulgor lento.
Que desperdício tudo isso
e mais tudo o que é desperdiçado,
nunca devemos ser indecisos
porque um dia tudo é acabado.
(Mafalda)
Aprendamos com os animais
a dar carinho de forma desinteressada,
os seus sentimentos são tão reais
que às vezes me deixam abismada.
Se estamos triste, eles percebem,
e dão-nos muitas lambidelas.
Outras vezes apenas se encostam
e limitam-se a descansar o focinho nas nossas pernas.
Olham para nós com uma dedicação total,
parece que sabem tudo o que se passa no nosso interior.
São os nossos melhores amigos, afinal,
são uns seres de nível muito superior.
Não falam à nossa maneira,
mas expressam-se muito melhor,
puxam-nos para a brincadeira
e a nossa tristeza fica menor.
São a nossa eterna companhia,
nunca nos abandonam seja em que circunstância for.
Ficam sozinhos horas a fio,
recebem-nos com um delírio avassalador.
(Mafalda)
Queixo-me de estar em silêncio,
de passar os meus dias sem falar...
Lembra-te que o nosso amor é vitalício
e de nada vai adianta negar.
Escrevo para falar com alguém,
monólogos e alguns diálogos...
Preciso de te enviar muitos pedagogos,
para ver se o teu sentimento não fica aquém!
A vida é para ser aproveitada,
estando uma pessoa só ou acompanhada.
Vou-me tentando manter ocupada,
para não estar a escrever de forma desenfreada.
Tudo o que aqui escrevo, antes te dizia,
falávamos até à exaustão,
dava tudo para ter mais um dia
para te provar a minha paixão.
(Mafalda)
Convidava-te para uma pausa,
se não tivesses saído da minha vida,
o que está aqui em causa
é se esta é uma questão perdida...
Espero que não seja,
porque não faria qualquer sentido,
suponho que haja quem veja
que este tempo está a ser perdido!
És servido?
(Mafalda)

Ternura infinita
ponho em tudo o que escrevo.
Como não posso voltar a viver o que já vivi,
aos meus leitores os meus pensamentos submeto.
Mas tudo o que aqui digo
tem como inspiração o que sinto,
apenas um Homem me faz sentir assim
e é esse Homem que eu quero ao pé de mim!
Às vezes penso em parar de escrever,
porque falo sempre do meu amor perdido,
não sei como ainda têm paciência para ler,
porque nunca trago nenhum valor acrescido.
Se um dia houvesse uma novidade,
então aí justificaria lerem,
mas vão ter de avançar muito na idade
até se surpreenderem...
(Mafalda)
De onde acabei de chegar
já tive oportunidade de lá ir contigo,
daqui a um bocado vais tu lá estar,
pode ser que lá te sintas comigo....
Ficaram os meus passos marcados no chão,
o meu cheiro pelos corredores,
em muitos expositores deixei a minha mão
à espera de te acariciar quando lá fores.
(Mafalda)
Aprendi a viver só comigo,
mas ao principio foi muito assustador.
Não temo mais qualquer perigo,
nem vou ter mais qualquer dor.
Nunca tinha estado nesta situação,
sempre estive acompanhada,
mas percebi que para conseguir a minha realização
basta-me não estar muito tempo parada.
Vivo sozinha há mais de um ano,
perdi-te há quase meio...
Se ao princípio entrei pelo cano,
agora não tenho mais nenhum bloqueio.
Sempre tiveste medo de ficar sozinho,
também eu não achava que fosse agradável.
Mas meu Amor, tens de atravessar esse caminho
para conseguires ter uma vida bem mais saudável.
(Mafalda)
Liberdade, bem tão precioso,
a que só damos valor quando não temos.
Agora vivemos num ciclo vicioso,
em que a liberdade não antevemos.
Estar sozinho é ser livre,
livre de compromissos e obrigações.
Esquecemo-nos muitas vezes de como se sobrevive,
porque presos continuam os nossos corações.
Fica complicado gerir,
o ter vontade de fazer e não fazer.
Alguma força suprema vai ter de interferir,
para mais uma vez não se deitar este amor a perder.
Liberdade acorrentada,
prisão sem grades que nos limitam,
como será a vida tão mais facilitada,
se não houver amores que compitam.
Podia voar para longe de ti,
tenho asas que mo permitem fazê-lo,
no entanto não é isso que ambiciono para mim,
porque o nosso amor não tenciono perdê-lo!
(Mafalda)
Se uma ilusão se torna real,
cabe-nos apenas a nós decidir,
quando algo nos é vital,
não temos necessidade de partir.
Pensamos ser importantes...
afinal não somos assim tanto,
acabamos por nos tornar insignificantes
e terminamos tudo num imenso pranto.
Ninguém é insubstituível,
toda a gente sempre disse.
Tínhamos sempre medo que houvesse um dia terrível
em que um de nós desistisse.
Fico satisfeita por te ter dito coisas duras,
assim o teu intento ficou facilitado,
não sofreste tanto porque ficaste às escuras
e pensaste que eu me tinha revelado.
Custa muito menos quando estamos desiludidos,
foi intencional o que eu te fiz sentir,
mas conhecendo-me como tu me conhecias,
bastava-te pensar para não partires.
Se o fizeste foi por tua opção,
nada posso fazer para o impedir,
mais uma vez sofri a desilusão
de ver o meu amor partir.
(Mafalda)
Noites tranquilas sem pesadelos,
dias estafantes com muitos zelos,
há muito que não sabia o que era conseguir repousar,
os pesos de consciência não me deixavam sossegar.
Espero que te sintas da mesma forma,
embora saiba que para ti é muito complicado.
Afinal eu fiquei sem sair da plataforma,
mas tu continuas sem estar no sítio adequado.
Gostava que pudesses saborear esta paz,
sonhava para ti uma vida muito sossegada,
no fundo não passas de um pequeno rapaz,
que vive a vida de uma forma acomodada.
Gosto muito de ti, apesar de tudo,
penso em ti a toda a hora,
mas estou bem, contudo,
e já não me sinto a pedir esmola.
(Mafalda)
Quero o teu colo,
preciso do teu mimo...
Quero ver se descolo
rumo a qualquer destino.
Quero os teus braços,
preciso dos teus lábios...
Quero manter os laços
com quem me dá conselhos sábios.
Quero a tua mão,
preciso do teu cheiro...
Quero voltar a ter a sensação
de viver um eterno devaneio.
Quero tudo em ti,
preciso de ti inteiro,
quero quem me sorri
e que me faz sair deste atoleiro.
(Mafalda)
Vento forte que aqui se formou,
soube-me muito bem este passeio,
a minha cabeça arejou,
aqui saio à noite sem qualquer receio.
Gostei de sentir o cabelo esvoaçar,
soube-me bem contrariar a sua força,
vento de verão que veio para ficar,
pode ser que o teu destino torça.
Se uma rajada destas te atingisse,
podia ser que voltasses à razão,
por mais que dela fugisses,
acabarias sempre por lhe ceder (ou não...)
(Mafalda)
Apenas me apetece dizer que te Adoro.
Se nunca tivesse sabido o que é ser verdadeira,
se nunca tivesse encontrado a minha metade,
a vida ia continuar a ser uma eterna brincadeira,
onde reinaria uma profunda falsidade.
Se nunca me tivesse sentido tão feliz,
se nunca tivesse percebido o que era o verdadeiro amor,
agora não escrevia num quadro de giz,
onde tudo desaparece com um apagador.
Se nunca tivesse experimentado o prazer,
se nunca tivesse subido ao infinito,
hoje limitar-me-ia simplesmente a viver,
e não estaria aqui a fazer este manuscrito.
Se nunca nos tivéssemos encontrado,
se nunca o destino nos tivesse feito reencontrar,
atualmente não viveria num estado desesperado,
onde tudo se resume à palavra "Voltar".
(Mafalda)
Ficavas sempre muito arreliado,
quando eu dizia que a corda ia partir para o meu lado...
Afinal eu não dizia nada de errado,
e a vida provou que eu tinha razão.
Há dias em que é mais complicado perceber,
porque não corre tudo de feição.
Há dias em que nada me apetece fazer,
porque só consigo ouvir o meu coração.
Calar o meu interior,
é uma tarefa muito complicada.
Mas tenho uma vida no exterior
que não pode ficar parada!
Contigo e sem ti,
tem sido esta toda a minha vida.
Um dia saberás que parti
e que não fizeste a tua despedida.
(Mafalda)
Seguir em frente é uma opção,
dizer não, gritar, esbracejar!
Tudo se torna uma perfeita ilusão,
quando se perde a pessoa que queremos amar.
Os meus versos são sempre iguais,
apenas o "Amor" como tema,
não consigo arranjar nada mais
para conseguir fugir a este dilema.
Sei que me amas mas não vens,
mas se me amasses já cá estavas...
Não me deste os parabéns
e sabias que com isso muito me magoavas.
Perdoo-te tudo porque te adoro,
permanecer-te fiel é uma questão de bom senso,
hoje em dia já não choro,
mas não te consigo tirar do meu pensamento.
Deito-me contigo a meu lado,
passo o dia a viver de recordações.
Viver sem o teu amor é um ato desesperado,
preciso de quebrar estes grilhões.
A tua indiferença transtorna-me,
penso que nunca te conheci verdadeiramente.
Mas o teu coração adora-me
e eu sei o que ele sente.
Dilema infindável,
atitudes que não correspondem aos sentimentos,
a nossa história de amor é interminável
resta ir recordando os nossos bons momentos.
Hão-de voltar um dia, eu sei,
apenas queria que fosse agora.
Em águas muito turvas eu já mergulhei,
mas consegui sempre saltar fora.
(Mafalda)
Se um dia te cruzares comigo,
não faças como se não me conhecesses.
O que mais me custa, é que nunca imaginaria,
que tu um dia me esquecesses.
Seguiste em frente, à tua maneira,
abdicaste de todos os teus sonhos,
eu queria a sombra daquela oliveira,
mas depois da apanha os ramos ficam tristonhos.
Não me faz sombra nem me protege,
das imensas agruras desta vida.
A tua cabeça é que rege
e obrigou-nos a uma despedida.
(Mafalda)
Quando tudo parecia que ia ruir,
eis que me apresentam um novo desafio.
Faço tudo para parar de fugir
ao que me causa tamanho arrepio.
Gelei completamente,
já não sou uma pessoa quente,
acabou-se o ser premente,
guardei o ser carente.
Afinal ainda consigo
enganar toda a gente.
O meu coração está contigo,
mas por fora sou indiferente.
Já fiz isso muitos anos,
foi só recordar como se fazia.
Não vou mais viver desenganos,
não quero sofrer uma nova razia.
(Mafalda)
Passo a minha vida a indagar,
a tentar obter algumas respostas,
tenho de caminhar muito devagar
para não ouvir o bater das portas.
Se outrora soubesse o que sei hoje,
faria tudo da mesma maneira...
perdoem-me mas sou assim,
não sei viver sem a minha cegueira.
Preciso de cair para aprender,
preciso de sofrer para acordar,
só assim se consegue viver,
e só assim se consegue avançar.
Tenho muitas interrogações,
que um dia espero ver respondidas,
até lá vou formulando mais questões,
cujas respostas um dia deixarão de estar escondidas.
(Mafalda)
Quero viver em perfeita harmonia,
quero sentir-me literalmente livre,
mas depois lembro-me do tempo em que ria,
e recordo o amor que já tive.
"Perder" é uma palavra que não devia existir,
especialmente quando se perde sem razão,
nunca sabemos quando o tempo nos vais trair,
e nos obriga a viver em completa negação.
Teatro sublime de quem sabe representar,
boa disposição sem motivos para tal,
resta-me recordar como foi bom amar,
apenas sei que tenho uma saudade monumental.
(Mafalda)
Felicidade é uma palavra tão vaga,
como o céu que nos rodeia,
é um sossego desassossegado,
em que só colhe quem semeia.
É um misto de muitos sentimentos,
é uma realização pessoal,
é um acalmar dos tormentos,
mas tem um definição irracional.
Para alguns basta ter saúde,
para outros, muito dinheiro.
Eu opto de uma forma amiúde
por ver a felicidade dos outros primeiro.
Ser feliz é estar bem,
com pessoas que me são queridas.
Ter-te aqui também convém,
mas ultimamente há pessoas muito esquecidas...
Felicidade és tu,
sem ti vive-se apenas bem.
Pessoas como tu,
fazem as outras parecer muito aquém.
Não sei o que estás a fazer,
porque teimas em não ser feliz,
mas um dia vou ter de perceber,
vamos ver quem será que mo diz...
(Mafalda)
Ainda cá estou, não fugi...
apenas tive mais um dia muito atribulado.
A mais um que resisti,
seria tão mais fácil se te tivesse a meu lado.
Pelo menos algo corre de feição,
conseguimos vencer mais esta batalha,
pena que não tenha a tua mão,
para me ajudar a escalar esta muralha.
Mas apesar de tudo o que vivo,
prefiro estar sozinha do que com outra pessoa qualquer.
Tu continuas a manter-te completamente esquivo,
e nada fazes para não me perder.
Convicto de quem eu sou,
confias em mim até ao infinito.
Como sabes que desistir, eu não vou,
não tens pressa em sair desse casulo tão estrito!
(Mafalda)
Caso tivesses alguma dúvida...
bastava-te andar para trás no tempo!
Podia-se evitar todo este longo sofrimento,
se em vez de optares por uma vida translúcida,
optasses pelo concretização do teu sentimento!
(Mafalda)
Para ti, uma lembrança,
dos bons tempos que passamos os dois.
Se não ta oferecesse era uma grande poupança,
mas não faz sentido deixar para depois.
Sei que gostas e que saboreias,
e que te dão muito prazer.
(Não entrem em devaneios,
que só estou a falar de comer!)
Para ti, com todo o meu carinho,
aqui fica este agradável regalo,
espero pelo dia em que estejas sozinho,
para tornar a saboreá-lo.
(Mafalda)
Disseram-me para ter muita raiva,
que isso me ia ajudar a não sofrer.
Raiva de ti eu nunca conseguiria ter,
por isso preferi mesmo continuar a escrever.
Se antes escrevia só para ti,
hoje escrevo para o mundo e para ti.
A grande diferença é que antes tinha um diálogo
e agora vivo num enorme monólogo.
Nunca se pode ter raiva de quem se ama,
quer me magoes, quer me trates com indiferença.
Quem ama, para sempre ama,
por muito insensato que isso pareça.
(Mafalda)
Para ti, eu só quero o melhor,
desejo que sejas muito feliz e que tenhas toda a paz do mundo.
Espero sinceramente que nunca voltes a ter o pior,
e que nunca mais voltes a bater no fundo.
É altura de controlares a saúde,
dado o mês em que estamos,
também isso espero que nunca mude...
Deixei-te impecável, convenhamos!
O desassossego que antes tinhas,
sem mim perdeste-o por completo.
Apesar de não teres as minhas festinhas,
e de eu saber que és um perfeito irrequieto.
Descansa e vive tranquilo,
dorme, come e tem paz.
Com tudo isto eu perdi mais alguns quilitos,
nenhum deles falta me faz.
(Mafalda)
Sentada confortavelmente dentro da nossa casa,
observo este maravilhoso entardecer.
Mistura de cores que é um prenúncio de brasa,
e escrevo porque já não sei mais o que fazer.
Viciei-me na escrita,
nesta nova forma de falar contigo,
embora muito me repita,
continuo a sentir que me puseste de castigo.
Adorava ter-te aqui a meu lado,
para observarmos todos os fins de dia.
Estaríamos agora num abraço calado,
com as nossas mentes em perfeita sintonia.
Sonho contigo constantemente,
só assim consigo superar a tua ausência.
Vou amar-te eternamente,
nem que com isso atinja uma total demência.
(Mafalda)
Momentos que cada vez estão mais distantes,
mas que continuam sempre presentes na minha vida.
Meses que voam de uma forma aterrorizante,
e já são quase cinco meses desde a despedida...
Não sei se tu sabes, ou se ainda te lembras,
mas estar contigo era a minha motivação suprema.
Não sei se tens tido carinhos, ou se só à lembrança te agarras...
Não sei o que se passa na tua cabeça, ou se tens algum estratagema.
Sinto muito a tua ausência,
em todos os momentos do meu dia.
Às vezes já me começa a faltar a paciência
para continuar nesta monotonia.
Preciso de brincar, de me rir com vontade,
preciso de me sentir amada e desejada.
Porque deixas tu avançar tanto a nossa idade,
porque não rumas para a nossa paz tanto ambicionada?
(Mafalda)

Para a frente é que é o caminho,
disso nunca ninguém duvide!
Mas às vezes temos de o fazer sozinhos,
e muitas vezes não se progride.
Queremos seguir e não sabemos para que lado,
queremos ir e não sabemos como o fazer.
Muitas vezes resta-nos ficar calados
e continuar sempre a aprender.
Aprender a superar,
aprender a aguardar,
esperar que os sonhos se realizem,
sonhar que ainda temos tempo para que as esperanças se enraízem.
Construir castelos no ar,
sonhar enquanto estamos acordados.
Continuar ou deixar de amar?
Os nossos momentos estão a ficar esgotados...
(Mafalda)
Se não tivesse mais nada para fazer,
passava aqui todo o dia sentada.
Não parava nem um momento de te escrever,
resistiria até ficar completamente extenuada.
Diria quase sempre a mesma coisa,
é certo que falaria sempre de ti...
Às vezes apetece-me partir a loiça,
e voltar para quem eu perdi.
Tanto que já teríamos partilhado,
tantas vezes que já nos teríamos encontrado...
Mas eu não podia ser só a tua amante!
Se tu realmente assim tanto me amasses,
tinhas levado a nossa avante
e não teríamos ficado neste infinito impasse...
(Mafalda)
Há dias em que não estamos para aí virados,
resta-nos então esperar que a vontade volte.
Há momentos em que não estamos inspirados,
e em que nos apetece dar uma grande reviravolta.
Mudar de vida, mudar de lugar,
embarcar sem destino nenhum,
continuar sempre sem madrugar
e muito bem acompanhada com uma garrafa de rum...
(Mafalda)



Vivo uma vida dupla,
a real e a deste blogue,
encontrar-te nem com uma lupa,
mas como eu gostava de sentir o teu toque.
Tenho uma grande dualidade de carater,
não fosse eu duas pessoas distintas...
Muitas vezes a respiração tenho de suster,
imensas vezes tenho de me mentalizar que já não estou nos trintas.
Devia ter muito mais juízo,
já tenho idade para não andar a divagar,
mas infelizmente (às vezes) ainda acredito no paraíso,
e reconheço que gostava de te voltar a beijar.
Quero-te e não te tenho,
estou viva e não quero.
Haverá algum amor deste tamanho,
que não passe por uma fase de desespero?
(Mafalda)
Era uma vez uma menina,
que trincou uma maça envenenada.
Tropeçou numa pedra da esquina
e quando acordou estava caída na calçada.
Levaram-na para o campo dos sonhos,
mas permaneceu lá durante muito pouco tempo.
Obrigaram-na a enfrentar a realidade medonha,
entregaram-na totalmente ao vento.
Esvoaçou sem saber onde parar,
andou para trás e para a frente sem qualquer destino.
A menina só queria continuar a sonhar,
só se queria manter bem afastada do perigo.
Viu-se sozinha e desamparada,
valeram-lhe os animais da floresta.
Mostraram-lhe um novo caminho para chegar à estrada,
e encontrou pelo caminho muitos abrigos onde dormir uma sesta.
Repousada e mais tranquila,
a menina recomeçou a sua caminhada,
os seus sonhos foi guardando na mochila,
para nunca mais se sentir desesperada.
Provou o veneno do amor,
na sua forma mais doce e divina.
Depois de ter tido aquele calor,
nunca mais se banharia em água cristalina.
Era a sua decisão final,
nada a faria mudar de opinião.
Maça envenenada não é real,
mais amor na sua vida... Não!
(Mafalda)
Quando aqui estou, sou apenas eu,
a pessoa que está apaixonada.
Fora daqui o meu mundo tremeu
e eu fui forçada a fazer uma enorme escalada.
Quando caímos e batemos no fundo,
a vida deixa de ter qualquer interesse.
Mas não nos podemos esquecer que não estamos sós no mundo,
e que deixaríamos muito desamparados quem de nós dependesse.
Arranjamos forças não sei onde...
nos amigos, na natureza, no mar.
Agradecemos a quem nos ronde,
e a quem de nós tenta cuidar.
Ouvimos muitas vezes o que não queremos,
desesperamos, choramos e praguejamos.
Mas no final todos nós sobrevivemos
e quer queiramos quer não... avançamos.
Seguimos sempre as nossas vidas,
da forma que tem de ser.
Sempre abominei as despedidas,
porque sou sempre eu quem mais sai a perder!
Abrir mão duas vezes do homem que amo,
é uma dor extremamente acutilante.
Preciso de recorrer a químicos como balsamo,
preciso de me desviar deste caminho tão frustrante.
(Mafalda)
Vivo numa casa admirada
por todas as pessoas que a visitam.
Finalmente sinto-me enquadrada
no espaço em que habito.
Muito simples, mas com bom gosto,
como em tudo o que me diz respeito,
não ostento o que não tenho,
e os elogios deixam-me muito satisfeita.
É a casa que arranjei para nós,
um lar muito aconchegante,
pena que não usufruas
deste cantinho elegante.
(Mafalda)
Sou um livro aberto para quem considero,
sou uma desbocada segundo algumas opiniões.
Lamento muito, mas eu ainda espero
quem me critique e me convença das razões.
Quem me conhece não precisa que eu fale,
se o faço é porque gosto da partilha,
mas se querem que me cale,
definitivamente é melhor voltar para a ilha...
Criar expetativas em torno de um sonho,
falar sobre isso com os amigos,
estar calado é muito enfadonho,
às vezes é preciso correr alguns perigos.
Perdi muito, é um fato,
e ainda estou a pagar pelo meu ato.
Perdoei quem me tramou,
porque não perdoa quem me amou?
Nada disso faz sentido,
nunca vamos saber o que se teria passado.
Mas se alguém devia estar magoado,
por certo era, quem foi abandonado.
Vira-se a vida ao contrário,
perde-se o fútil em prol da felicidade.
Acabei por me tornar num ser solitário,
que vai sendo avançado na idade!
Despojada dos bens materiais,
vaidades nunca me ocuparam,
podia estar a viver sonhos reais
e sem dar motivos para se preocuparem.
A vida é assim mesmo,
cabe-nos a nós saber viver.
Vou continuar sempre a fazer o mesmo,
mas vou aprender até morrer.
Acredito nos meus amigos,
acredito na sua amizade.
Se um dia me vi em apuros,
não foi com intencionalidade.
(Mafalda)
Ter amigos é excelente,
nunca nos sentimos esquecidos.
Porque não lhes contar o que se sente,
assim alguém nos dá ouvidos!
Amigos estão sempre presentes,
pessoalmente ou à distância.
Não são pessoas ausentes,
que não nos mereçam importância.
Partilhar o mau e o bom,
faz parte das minhas amizades.
Não vale a pena mudar o tom,
porque estas são as minhas realidades.
Deixar os amigos por alguém,
fiz um dia e arrependi-me.
Perder amizades não faz bem a ninguém,
a verdadeira amizade é a minha rocha firme.
Se eu estou feliz, os meus amigos também estão,
se os meus amigos estão com problemas, também eu os tenho,
boas amizades cada vez mais raras são,
quem é importante para mim, eu sempre mantenho.
Eu sou o pacote completo,
com algumas virtudes e alguns defeitos.
Não tenho um amigo predileto,
cabem todos dentro do meu peito.
(Mafalda)
Se eu soubesse que estás feliz,
era muito mais fácil para mim.
Mas como ninguém me diz,
tenho de continuar assim.
Limito-me a divagar sobre nós,
falo muito sobre a nossa vida,
se estivermos novamente a sós,
não deixarei que haja uma nova despedida.
(Já te disse hoje?...)
(Mafalda)
Mais uma semana cá sozinha,
parece um remake do conhecido filme.
Vou aproveitar e pedir à minha estrelinha,
que nos guie para um final firme.
Preciso de estar sozinha um bocado,
preciso da paz do nosso lar,
quero viver num mundo desapegado,
pois quando morrer nada vou levar.
Tenho o coração cheio,
completamente a transbordar.
Nunca mais me vou por de permeio
nunca mais me vou permitir amar.
Estar sozinha mas acompanhada,
não faz qualquer sentido.
Prefiro viver sempre fechada,
do que viver tudo fingido.
Tenho muita pena mas é de ti que eu gosto,
não consigo mandar no meu coração.
Mais pena ainda tenho de ter tido este desgosto,
e de não conseguir ver nada de antemão.
(Mafalda)
... "Amor é fogo que arde sem se ver"...
é o sentimento que está sempre presente,
enquanto tu estás sempre ausente.
É a nossa infelicidade feliz,
é tudo aquilo que uma pessoa diz.
Amar é ser-se completamente tonta,
é acreditar no poder do sobrenatural.
Nunca nada do que é mau conta,
nunca um pesadelo se torna real.
Viver em constante fantasia,
saborear cada momento da ilusão,
nunca esperar que tudo acabe um dia,
e viver intensamente a nossa paixão.
Sou uma tonta porque ainda te quero,
sou uma palerma porque não te esqueço.
Tu continuas a ser muito severo,
e eu continuo a achar que não mereço!
(Mafalda)
Escrever sem fazer sentido,
está-se a tornar um grande vício.
Chorei um amor perdido,
chorei por ter caído de um precipício.
Subi muito depressa e em demasia,
para suportar um fim tão repentino.
Fiquei em total agonia,
mas agora já ganhei algum tino.
Não sei o que faria se te visse...
Apenas porque não sei o que se passa desse lado.
Revivendo tudo o que se disse,
não percebo como consegues continuar calado!
Músicas e frases muito estranhas,
são colocadas pelo outro lado,
quem visse o que lá está,
pensaria que tudo estava acabado.
Mas o "acabado" foi comigo,
a indiferença foi dirigida a mim,
embora não me tenhas respondido
quando eu te perguntei se era o fim.
Entristece-me saber que se está a perder tempo,
tempo que é um dos bens mais preciosos...
Mais uma vez aqui fica o meu lamento
e a saudade dos nossos momentos tão gostosos.
(Mafalda)
Se a história fosse a inversa,
eu não desistiria por estar magoada.
Refilava contigo e chorava,
mas nunca entraria em controvérsia.
Mágoas que não passam,
silêncios que não acabam.
Se perdoar é assim tão complicado,
só pode ser porque nunca me tenhas amado.
Perdoas tudo a toda a gente,
esqueces e segues em frente.
Fiz-te assim tanto dano,
que não possas seguir o nosso plano?
Não acredito que tenha sido invenção,
não acredito que tenha sido falsidade.
Mas porque não usas em mim o teu perdão,
e não acabas com esta eternidade?
(Mafalda)
Às vezes a vida surpreende-me,
às vezes uma amiga repreende-me...
Não há duas pessoas iguais,
nem com os mesmos manuais.
Podemos errar muitas vezes,
mas nem sempre nos apercebemos.
Podemos sofrer muitos reveses,
mas não quer dizer que mudemos.
Somos como somos
e é difícil deixarmos de ser espontâneos.
Cada um é como cada qual
e não vale a pena inventar sucedâneos.
Podemo-nos inibir de dizer,
mas para isso não somos nós.
Se não me conseguem entender,
é melhor calar a minha voz.
(Mafalda)
Quando morrer não quero flores,
quero ser cremada, como todos sabem.
Não me causem mais dissabores,
e os meus últimos desejos não me neguem.
Ponham-me entre as Docas e Belém,
no sítio que só tu sabes.
Ali descansarei muito bem,
ali fomos muito audazes!
Esse sítio é só nosso,
foi antes e foi agora.
Lá permanecerá sempre um esboço,
do nosso amor de outrora.
És um tonto em desistir,
um dia vais-te novamente arrepender.
Mas antes de eu partir...
"Amo-te", é só o que tenho para te dizer!
(Mafalda)
Sentada num banquinho,
está uma sombra difusa.
Olho e vejo uma velhinha,
que já não consegue arranjar mais nenhuma escusa.
Espera serenamente pelo seu dia,
não tem qualquer razão para querer ficar.
Agora está em plena agonia
mas ainda não está a gritar.
Gritamos nós por atenção,
para os céus brandimos as nossas mãos.
Nada cai, nada acontece,
e aos poucos uma pessoa fenece.
Aqui estou neste belo jardim,
à espera de tudo e de nada.
Queria deixar de estar assim,
queria deixar de estar calada.
(Mafalda)
Toda a nossa vida é um jogo,
em que umas vezes se ganha e outras se perde.
Não quero pensar que tudo foi um logro,
e que tudo foi uma situação muito verde.
Eu podia ser uma ingénua total,
que acreditava que o nosso amor era real.
Mas a vida conseguiu iludir-me,
frustrar-me e enganar-me.
Quem gosta cuida,
quem ama procura.
Quem deseja não desiste,
quem quer insiste!
Poderás dizer que também não te procuro,
é um facto, eu sei.
Mas depois daquele momento escuro,
ainda hoje não percebo como aguentei.
(Mafalda)
Não desisti, ainda aqui estou,
ultimamente muito acompanhada.
Daqui a uns dias eu sou,
uma mulher quase realizada.
Quase, porque falta um elemento,
uma pessoa que se esquece de mim,
talvez por um breve momento
eu deixe de me sentir assim.
Ocupada com muitas coisas,
amigos, trabalho, saúde.
Mas espero sempre que me oiças,
porque penso em ti de uma forma amiúde.
(Mafalda)
Por mim era já,
não perdia mais um segundo!
Se voltasses para cá,
controlaríamos o mundo!
Nós os dois juntos somos um perigo,
união e sintonia total.
Eras tão feliz comigo...
onde estás tu, afinal?
(Mafalda)
Se um dia sonhares comigo,
sonha só com coisas giras,
lembra-te que eu era o teu abrigo,
era o silêncio que tu querias.
Dava-te paz e carinho,
estava sempre presente para ti.
Nunca te deixei pelo caminho,
nunca te esqueças de como vivi.
Amar é ser assim,
é receber e dar tudo.
Volta para mim...
Não insistas em lutar contra o mundo!
Rosa vermelha é paixão,
rosa branca é paz,
Eu sei de antemão
que tu és muito bom rapaz.
Pensador em demasia,
responsável até ao limite,
um dia terás de sair dessa monotonia
e seguir o teu palpite.
Destino que nos reuniu,
achas que foi um mero acaso?
Alguém lá em cima sorriu,
e não está a entender este atraso.
Fugir do caminho certo
não é uma boa solução...
Moves-te em terreno incerto,
espero que não tenhas mais nenhuma desilusão.
Tu acreditas nas pessoas,
dás segundas e terceiras hipóteses.
Mas nem toda a gente é gente boa,
nem toda a gente vive dentro das posses.
Mostrar o que não se tem,
viver de fachada,
vê lá se isso te convém,
vê lá se não levas outra estalada...
(Mafalda)
Sou um ser muito pequeno
que cabe na palma da tua mão,
apenas quero um aconchego,
apenas preciso desta ilusão.
Se me amas ou não,
só tu o podes dizer,
encontro-me numa solidão
mas não te quero esquecer.
Fazes parte de mim,
sempre sonhei com uma segunda vez.
Eu só sei viver assim,
à terceira será de vez.
Porquê negar o que se sente,
se a vida é tão curta...
O meu amor por ti continua ardente,
se voltares serei uma sortuda.
Gostava de saber como estás,
de te ver muito feliz,
quem quer e nada faz,
corre o risco de ser muito infeliz.
(Mafalda)
Escrever um pouco alcoólica,
nunca tinha experimentado...
Quem sabe se não sai uma escrita afónica
com um conteúdo totalmente arrevesado!
Foi um jantar muito divertido,
com uma ementa do teu agrado.
Pessoal cada vez mais extrovertido,
tenho muita pena que não tenhas lá estado.
Ias gostar deles, com certeza,
são pessoas muito puras e sinceras.
Ambiente onde reina a delicadeza,
e que faz desanuviar qualquer má atmosfera.
Estou cansada, mas bem disposta,
com força para seguir a minha vida.
Continuo à espera de uma resposta
mas não penses que isto é uma despedida.
Já te disse, e novamente reafirmo,
só a ti quero a meu lado.
O meu amor por ti constantemente declamo,
e o nosso futuro é totalmente inesperado.
Boa noite!
(Mafalda)
Ter uma infância superprotegida,
não ajuda em nada uma pessoa.
Quando cresce sente-se perdida,
e não consegue evitar que lhe doa.
Temos de ter consciência
que o mundo não é um conto de fadas,
temos de ganhar resistência
para fazer todas as passadas.
Ser sempre criado na realidade,
ajuda-nos a saber viver.
Porque no mundo há muita falsidade,
e todos os dias estamos a aprender.
Ser criança é ser-se protegido,
de tudo o que nos faz mal.
Mas nada disso faz sentido,
porque vivemos num mundo real.
Gostava imenso de andar de baloiço,
de subir até ao máximo possível.
Mas isso não me deu nenhum arcaboiço
para tornar a minha existência mais aprazível.
Tudo o que sobe desce,
é essa a grande realidade.
Mas às vezes uma pessoa esquece
e continua a viver na ambiguidade.
A vida é mesmo assim,
cheia de bons e maus momentos.
Cabe-nos a nós crescer, enfim,
e contornar os maus ventos.
(Mafalda)
Lá estás tu a pensar em mim,
não percebo porque continuas assim.
Eu começo a aquecer
e não consigo parar de escrever.
Tenho a cara a arder,
não é da menopausa, eu sei.
Tu estás a pensar no que estás a perder,
e não percebes porque ainda não te procurei.
Não o fiz, nem o faço,
nem o farei mais vez nenhuma.
Deste invólucro baço,
terás tu de dissipar a bruma.
(Mafalda)
Tenho uma escada aqui,
pronta para te entregar.
De todas as que vi,
é a única que te vou dar.
Ela levar-te-á para o teu sonho,
dar-te-á alguns degraus para subir.
No final está um mundo risonho,
de onde não quererás partir.
Sobe devagar, não caias,
sobe com firmeza e convicção.
Mas antes que daí saias,
tens de ter a certeza da tua decisão.
Esta escada não tem retorno,
levar-te-á a uma grande simplicidade.
Não terás mais espaço para adornos,
nem para mais futilidades.
Sobe-a, se quiseres,
devolve-a se não a pensares usar.
Mas não te esqueça que para viveres,
necessariamente tens de amar.
(Mafalda)
Abro as janelas da nossa casa,
recolho os estores que a escurecem,
hoje vai estar outra vez uma brasa,
e os sentimentos não se esquecem.
Não paro de pensar em ti
e no que andas a fazer,
é bom de dizer para desistir,
mas para isso não basta querer.
Como expliquei ao teu sangue
estou calma mas apaixonada.
Um dia ficarei exangue,
mas até lá continuarei a minha caminhada.
Não desisto do que me faz feliz,
não faria nenhum sentido fazê-lo.
Apesar de agora estar um tanto infeliz,
um dia vamos desatar este novelo.
Eu acredito em ti,
como sempre acreditei.
O teu amor por mim,
eu sempre preservarei.
Da minha janela vejo o mar,
o que posso querer mais?
Assim estou sempre a recordar
os nossos encontros confidenciais.
(Mafalda)
Tenho um cão totalmente maluco,
que tem imenso prazer em me acordar.
É completamente cusco
e faz-me sair da cama para ir brincar.
Se aqui estivesses era bem mais divertido,
já tive oportunidade de o presenciar,
até nisso eras um querido
que gostava de levar o cão a passear.
Também já deves estar acordado,
enquanto aí toda a gente dorme.
Quero deixar-te aqui um recado:
O meu amor por ti é Enorme!
(Mafalda)
Fazer amor contigo é um prazer,
onde ponho todo o meu fervor,
nunca foi considerado um dever,
sempre houve imenso calor.
Olhos bem abertos,
para não perder nenhum momento,
totalmente descobertos
de qualquer impedimento.
Ver-te é do melhor que há,
ter-te é uma sensação sublime.
Sentir-te em mim é o que dá
não ter mais nada que me anime.
Desejo-te como sempre te desejei,
espero por ti para toda a eternidade.
Amo-te como sempre te amei,
e sei que a inversa também é uma realidade.
(Mafalda)
Num tempo passado,
sentia-me muitas vezes na montanha russa.
Uns dias caía para o lado,
outros dias estava obtusa.
Altos e baixos constantes,
queixava-me em imensas alturas.
Como esses dias estão tão distantes,
como queria regressar a essa brandura.
Agora ando sempre a direito,
nunca subo nem nunca desço!
Levo a minha vida a preceito,
mas esquecer-te não esqueço!
(Mafalda)
Toda a vida ouvi dizer
que a pressa é inimiga da perfeição...
Não sei mais o que fazer,
para fugir desta distração.
Vou à varanda fumar
e só me aparecem poemas à frente,
venho-me sentar
e a necessidade de escrever é urgente.
Nunca pensei em voltar a versejar,
mas também nunca pensei que ficaria sozinha,
sinto a minha cabeça a latejar
lá começa a minha moinha.
Estás a pensar em mim, eu sei,
talvez mesmo a falar.
Sabes, eu sempre te avisei
que à distância eu te conseguia acompanhar.
Continuo ligada a ti,
de uma forma muito estranha.
porque tudo o que não esqueci,
sempre me acompanha.
(Mafalda)
Isto de escrever sempre em verso
tem muito que se lhe diga,
tenho o meu pensamento disperso,
parece que estou numa cantiga.
Lengalenga constante,
que em nada muda, em nada varia.
O assunto predominante
és tu, só podia!
Tu que consomes
cada bocadinho do meu ser,
tu que me preenches
e me queres sem mo dizer.
Um dia pode ser que leias isto,
e até pode acontecer que te surpreenda,
enquanto puder eu resisto,
mas quando regressares será a minha prenda.
Podes por aqui ver,
o tempo infinito que penso em ti,
e quando não estou a escrever,
acredita que continuo a sentir...
(Mafalda)
Deves ter chegado do Continente,
como era uso e costume.
E eu aqui estou dormente,
a lutar contra o negrume.
Estranha alteração,
já não me incomoda estar sozinha,
claro que preferia estar numa perfeita união
ou mesmo ouvir tocar a campainha.
Um dia voltarás.
Quando?... Ninguém sabe.
Mas a partir desse dia ficarás,
até que o nosso mundo acabe.
Lido bem com a minha realidade
e espero que tu também o faças,
seria uma grande maldade,
anulares a tua outra face.
(Mafalda)
Um dia entre nós combinamos
que brevemente eu teria um bónus...
Chocolate derretido nos morangos,
sem ter acrescido qualquer ónus.
A acompanhar um bom espumante,
no nosso sítio predileto...
Agora tenho de seguir adiante
e ficar com o combinado (temporariamente) incompleto.
(Mafalda)
Até que enfim que me sentei,
mais um dia muito atribulado.
Bem cansada eu fiquei,
mas espero continuar a dar conta do recado.
Mais uma decisão arriscada,
como todas as que costumo tomar,
ao menos esta saiu acertada,
e não me deixou a penar.
Sou muito impulsiva,
gosto de seguir o meu coração,
a maioria das vezes sou muito ativa,
mas há outras em que não me apetece sair do colchão.
Demasiado acelerada,
algumas pessoas dirão.
Apenas me considero determinada
e não luto se não tiver uma razão.
Parto a loiça se for preciso,
avanço sem hesitar,
tu sabes que quando eu me decido
não tenho forma de parar.
Até hoje não me dei mal,
nunca me arrependi das minhas atitudes.
No entanto não era só este o meu ideal,
faltas tu para atingir a plenitude.
(Mafalda)
Há três coisas na vida,
que nos fazer perdurar,
depois da nossa partida,
existirão motivos para recordar.
Das três coisas já fiz duas,
querem que faça a terceira.
Mas no meio destas agruras,
tenho medo de fazer asneira.
Plantei muitas árvores ao longo do tempo,
tive um filho sem nenhum sofrimento.
Escrever um livro não faz parte dos meus planos,
até porque o que aqui digo pode causar muitos danos.
Não quero magoar mais ninguém,
quero viver para sempre de forma honrada,
quero poder ir para o além,
sem me tornar um alma penada.
(Mafalda)
Digam o que disserem,
a tranquilidade é vital.
Mas se nada fizerem,
o sonho nunca vira real.
Escrevo sempre sobre o mesmo,
amor, paixão, desejo.
Porque tudo o que eu vejo
reflete a imagem do meu coração.
Saudades que não me abandonam,
a falta que tu me fazes...
Há muito que não oiço os que me sussurram,
há muito que não tenho apetites vorazes.
Cada minuto nosso,
valia por uma eternidade.
Agora existe apenas um fosso,
com muita profundidade.
(Mafalda)
Flores de todas as variedades,
inúmeros insetos que as polinizam,
é tão bom dizer só verdades
e não ter nada que nos infernize.
Flores selvagens,
insetos velozes,
a vida é uma aprendizagem
onde só sobrevivem os capazes.
Dormir de cabeça leve,
andar sem espreitar para os lados,
só me perceberá quem um dia teve,
as mãos e os pés atados.
Trair e enganar,
não fazem parte do meu dia-a-dia,
gosto de livremente respirar
e de não viver em agonia.
Tu é que ainda não estás bem,
falta-te a tua borboleta,
eu sei que me queres bem,
mas seres teimoso é uma treta!
(Mafalda)
Quero ser um grande balão,
totalmente recheado de hélio,
não quero mais nenhum não,
quero voltar a ser o teu epitélio.
Cobrir todo o teu corpo,
amaciar a tua derme...
sou um balão tonto,
que ainda é muito imberbe.
Sou um balão multicolorido,
pronto para me escapar,
nunca pode ser perdido,
tudo o que nos faz superar.
O tempo nos ajudará,
a que o crescimento se dê.
Tudo o que valer a pena cá ficará,
tudo o que escondes não se vê.
Quero ser um balão,
quero voar sem destino.
Quero continuar nesta ilusão
do nosso amor outrora clandestino.
(Mafalda)
Porque penso em pesca,
se pescadora não sou.
Queria sentir uma brisa fresca,
no porto onde o meu barco atracou.
Atracado e ancorado,
dali ninguém o vai tirar.
Foi um barco naufragado,
mas agora é para recuperar.
Regressar ao seu normal,
apto para superar tempestades,
é um barco, afinal,
tem de nos fazer as vontades.
Somos nós que remamos,
contra ventos e marés,
todos nós desejamos
não sofrer mais nenhum revés.
(Mafalda)
Não há forma mais expressiva de o dizer,
não encontro outra alternativa...
tenho de me limitar a escrever
para recusar uma despedida.
Não quero dizer adeus,
penso que é até qualquer dia,
às vezes apetecia-me acreditar em Deus,
qualquer ser divino me servia.
Quero acreditar,
quero crer,
acabou o tempo de chorar
por não te ter.
Vivo de uma forma tranquila,
dentro da medida do possível,
vou carregando a minha mochila,
até que o sonho se torne verossímil.
(Mafalda)
Era uma pedra redonda,
que foi muito bem trabalhada.
Agora é uma pedra tonta
que se sente completamente lascada.
Era um diamante em bruto,
que foi muito bem lapidado.
Agora está num anel devoluto,
escondido com todo o cuidado.
Era uma rocha normal,
que foi completamente erosada.
Agora é uma pedra usual,
totalmente coberta de bicharada.
Era um calhau estranho,
que sofreu muitos atropelos.
Agora é uma argila castanha,
que se encontra em Carcavelos.
(Mafalda)
O meu coração disparou,
foi atravessado por uma seta envenenada.
Saiu a seta, mas o veneno ficou
e eu permaneço aqui parada.
Imóvel, apesar de me mexer,
morta, apesar de respirar.
Por vezes sinto-me desfalecer
por vezes preciso de apanhar ar.
Caminho sem um destino,
vou porque tem de ser,
esse Cupido assassino,
devia estar aqui para ver.
Metade de mim fugiu,
metade aqui permanece.
O meu coração rugiu
e o amor não desvanece.
Sou tua de corpo e alma,
o meu coração pertence-te.
Vou tentar manter a calma,
um dia a saudade vence-te!
(Mafalda)
Experimenta ser honesto,
uma só vez na tua vida.
Verás que tudo o resto
vem de uma forma acrescida.
Tu és um ser puro e sincero,
que não merece viver com tristeza.
Cuidado com quem te ouve,
podem não te ouvir com pureza.
Mostra a verdade do que sentes,
verás como ficas aliviado,
não provoques amores prementes,
para depois os deixares abandonados.
Se a vida é madrasta...
cabe-te a ti torná-la mãe.
Acho que já basta,
porque este tempo perdido não é de ninguém!
(Mafalda)
Escrever só por escrever,
não faz qualquer sentido.
Mas só consegue escrever
quem já teve um amor sofrido.
Enraizado em todos nós,
está o condão da escrita,
já antes do tempo dos nossos avós,
esta era uma arte muito erudita.
Poeta eu sei que não sou
e nunca serei uma boa escritora.
Mas tudo o que escrevo te dou
porque és tu a minha fonte inspiradora...
Quem faz versos vive em dor,
teve uma desilusão muito marcante.
Quem escreve teve no amor
o seu sentimento mais angustiante.
Impotente para superar,
incapaz de esquecer,
quem escreve continua a amar
e quem ama continua a escrever.
Escrevo o que te quero dizer,
isso e apenas isso.
Não aceito que te posso perder,
não era esse o nosso compromisso.
Juras de vida em conjunto,
arrependimentos de anos separados...
Eu bem peço aos meus defuntos
que unam estes dois corações magoados.
Escrever só por escrever,
é um ato muito natural.
Ajuda-nos a reviver,
de uma forma muito estrutural.
(Mafalda)
Embaraçados nas redes,
sobrevivem alguns peixes,
mas privados de respirar,
acabam por sufocar.
Encurraladas na vida,
vivem muitas pessoas.
Sabem que a hora é de despedida
e ouvem as badaladas que soam...
É o chamamento para algures,
que ninguém quer ouvir.
Desconhecem o nenhures,
e recusam-se a partir.
Ter vontade de superar,
ter a hipótese de continuar,
tudo isto se aplica ao amar,
tudo isto é para perpetuar.
(Mafalda)
Cegueira para toda a vida,
recusa em ver a verdade,
sofrer de forma contida,
gostava de ver a claridade.
Sou cega por opção,
sou surda porque quero,
apenas oiço o meu coração,
e é por ti que eu espero.
Tenho um tacto distorcido,
um olfacto com saudades,
espero pelo meu príncipe adormecido,
e não assumo as realidades.
Tenho o teu cheiro em mim,
tenho o sabor do teu suor,
gostava de permanecer sempre assim,
volta, por favor...
(Mafalda)
Recebi um sms teu
em que apenas dizias:
"Sinto a tua falta".
Ao que eu prontamente, respondi:
"Eu sei".
E depois acordei...
(Mafalda)
Milhares de folhas esvoaçantes,
que teimam em pairar,
são como cascatas ondulantes,
que não se deixam estagnar.
Natureza esplendorosa,
que sobrevive a tempestades,
nunca entra em polvorosa
e onde não há lugar para ambiguidades.
Uma natureza vibrante,
que nos acolhe e aconchega,
centenas de prados verdejantes,
sempre à espera de quem chega.
Nota-se uma união exemplar,
entre todos os elementos,
observando a natureza devíamos tentar,
aprender a sobreviver a todos os tormentos.
(Mafalda)
Se eu pudesse ser uma flor,
escolheria um girassol,
aproveitaria todo o calor
e só me viraria em direção ao sol.
Procuraria o calor humano,
de que todos somos carentes,
depois de tantos anos,
os nossos sentimentos ficaram dormentes.
Dormem tranquilos,
"apagados" dos nossos corações,
mas eles estão lá bem escondidos,
só que não se libertam dos grilhões.
Amarras que ainda nos bloqueiam,
obrigações de que tu ainda não consegues fugir,
ouve muito bem os meus anseios,
que eu daqui nunca vou partir.
Aqui estarei sempre para ti,
sou um girassol que se vai virando,
porque tudo o que contigo já vivi,
justifica que continue esperando.
Espero calma e tranquila,
com a minha consciência em paz.
Vou usando a minha clorofila,
mas tu liberta-te, se fores capaz!
(Mafalda)
Sol que me aquece,
sol que me ilumina,
tudo o que é mau se esquece,
tudo o que é belo me fascina.
Recordar o que vale a pena,
apagar o que deixa mágoas,
beber cheiros às centenas,
conseguir respirar por entre as águas.
Bom dia...
(Mafalda)
Estás aqui ao meu lado,
num abraço muito apertado,
enches-me de mimos, e eu a ti,
e a nossa vida finalmente já nos sorri.
Fazemos planos diários,
cumprimos as obrigações que temos,
vemos os nossos noticiários
e com tudo nos entretemos.
Dormimos sempre profundamente,
até que enfim que conseguimos descansar.
Amamo-nos ardentemente,
o tempo perdido estamos a tentar recuperar.
Acordamos...
Não...
Acordo... e tenho um senão,
afinal estava a sonhar!
(Mafalda)
Ficar lá para sempre.
Às vezes fico uma pilha,
Às vezes sinto-me demente.
Acreditar no que não existe,
Faz-me sentir quase religiosa…
O meu coração não resiste,
A esta situação tão ambiciosa.
Sentir à distância,
Fazer castelos na areia,
Parece que regressei à infância,
E que vivo numa realidade alheia.
Coração que fala chinês,
Cabeça que não entende nada,
Tu esqueces quando não vês,
E eu fico aqui estagnada.
Quero voltar a sonhar,
Não gosto de pesadelos.
Insisto em acreditar
Que vais conseguir desembrulhar os novelos.
Adoro-te intensamente,
E há muito que não to digo,
Recomeça a necessidade premente
De fazer amor contigo.
(Mafalda)
Se eu fosse água,
Encheria uma enorme banheira
Onde mergulhasses todo o teu corpo,
E pudesses relaxar tranquilamente.
Se eu fosse vento,
Sopraria para bem longe todos os teus tormentos,
Para que pudesses limitar-te a pairar,
E viver tranquilamente.
Se eu fosse fogo,
Aquecer-te-ia nas noites frias de inverno,
Para que não sentisses desconforto algum,
E te pudesses viver em paz.
Se eu fosse terra,
Alisaria todos os teus caminhos,
Para que não te pudesses aleijar,
Nem tropeçar em nenhum imprevisto.
Eu posso ser a tua água, o teu vento, o teu fogo, a tua terra.
Para isso basta deixares-me ser novamente a tua namorada,
A tua amada, a tua paixão, a tua amante.
(Mafalda)
Se a ilusão me enchesse,
se a solidão não me acompanhasse,
se a tristeza eu esquecesse,
ou se o meu amor acabasse...
Se eu realmente precisasse,
tu estarias ao meu lado, eu sei.
Mas se tu realmente te importasses,
encontrar-me-ias, eu sei.
Decidiste ignorar o teu coração,
decidiste largar o teu amor verdadeiro...
Estás a viver numa escuridão,
que te vai arrastar para um novo atoleiro.
Salta fora quanto antes,
não percas mais tempo.
Aos poucos tudo será como dantes,
poupa-nos a este padecimento.
(Mafalda)
Pensei que me procurasses,
durante a semana que passou.
Podia ser que me encontrasses,
só tu sabes para onde vou...
Desinteresse total da tua parte,
esqueceste as nossas últimas férias,
estás perito na tua nova arte
e tornaste-te especialista em lérias...
Não me procuras, tudo bem...
Não te interesso, isso eu já constatei.
Junto a mim só quero que me quer bem,
quem eu amo e quem eu amei...
Devia abrir os olhos e acordar,
mas sabe-me bem estar nesta ilusão.
Prefiro passar a vida a recordar.
do que sentir a minha completa solidão.
(Mafalda)
Devia estar bem morena,
morando onde moro.
Mas as horas são pequenas
para quem presta tanto socorro...
Mais um ano em que não consigo usufruir da praia,
mais uma altura complicada.
Quem estiver farto que saia,
mas eu tenho de permanecer nesta baralhada.
Melhor dias virão,
um dia vou conseguir tratar de mim.
Até lá vai passando o verão...
é a minha sina... enfim!
(Mafalda)
Sempre um queixume,
sempre tudo não.
Viver neste azedume,
não traz qualquer realização.
Sempre um drama,
sempre uma desgraça.
Para sobreviver neste panorama,
temos de estar munidos de uma forte couraça.
Cansa... tudo o que é exagerado,
Desgasta... tudo o que é agoirado.
Viver assim é muito complicado,
principalmente quando só temos essa pessoa ao nosso lado!
(Mafalda)
Às vezes não estou nos meus dias,
mas tento sempre ver o lado bom da vida.
Espero sempre melhorias,
não exteriorizo de uma forma incontida...
Complica-me totalmente,
haver quem veja em tudo uma desgraça,
e peço humildemente
que lhe ponham uma mordaça...
Não anima quem precisa,
desespera quem está a ajudar,
parece uma eterna profetisa
que a desgraça está a chamar...
Negativismo até mais não,
pessimismo em demasia,
alguém a consiga chamar à razão
e lhe ensine o caminho para a fantasia!
(Mafalda)

Sabes, meu Amor?
Esta hora era a nossa hora...
Era o recuperar da dor
de termos de nos ir embora.
Carregávamos baterias,
conversávamos de tudo.
Era a hora das alegrias
era muito pequena, contudo.
Que fazes neste momento?
Passeias pelas ruas e recordas?
Também estás em sofrimento,
e apenas te acomodas?
Vem para cá,
volta para nós...
Não demores muito
que se me está a acabar a voz...
(Mafalda)

Eu fiz tudo o que entre nós foi combinado,
consegui não falhar em nada.
O aspeto ficou muito melhorado,
mas de que me adianta esta jornada?
Não sei se fizeste o que te competia,
não sei se te descuraste mais uma vez...
Se te visse apenas sorria,
poderias ver o excelente trabalho que ele me fez.
Quem ler não vai perceber,
apenas tu entenderás...
Mas para isso tens de me ver
e não sei se o farás.
Nada falta da minha parte,
e tudo o que foi planeado
apenas hoje ficou concretizado.
Terás tu a mesma arte,
de seguir o delineado
e de não ficares desmoralizado?
(Mafalda)
Esta noite sonhei contigo,
mais foi mais um pesadelo.
Não ouves nada do que te digo,
não me livras deste flagelo.
Recusaste-te a falar-me,
não me quiseste ver,
fugiste de amar-me,
deixaste-me a sofrer.
Acordei sobressaltada,
angustiada e deprimida.
Senti-me devassada,
tapei a cabeça e recordei a despedida.
Não costumam ser pesadelos,
costumam ser sonhos especiais.
Hoje embrulhei-me toda nos novelos
destes dramas substanciais...
(Mafalda)
De volta à minha chaise longue,
onde adoro repousar,
aqui espero à la longue,
para te poder voltar a amar.
Como andas?
Como estás?
Nem uma notícia me mandas...
mas a minha esperança não volta atrás.
Um dia vou ser feliz,
algures no tempo tu voltarás.
Oiço uma voz que me diz
que nunca me abandonarás.
Boa noite, meu Querido...
(Mafalda)
Eu brilhava constantemente,
por reflexo do teu brilho.
Nós queríamos ficar eternamente,
apenas sofremos um desvio.
Afastados da meta traçada,
por um estranho acontecimento,
há quem diga que não perdi nada...
mas há quem perceba o meu sofrimento.
Sofro porque perdi tudo,
perdi o amor, perdi o brilho.
Tu és o sortudo
que está no fim do meu trilho.
Tu e mais ninguém,
é só o que quero para mim.
Mesmo que apareça alguém,
Só contigo me sinto assim...
Do teu amor não vou abdicar,
simplesmente porque não quero.
Demore o tempo que demorar,
tu sabes que eu sempre te espero..
(Mafalda)

Silêncio...
falem baixinho...
de sussurros há um resquício,
oiço os murmúrios bem devagarinho.
Façam pouco barulho,
não incomodem,
esqueçam todos o orgulho
e nunca se acomodem.
Calem-se todos,
não insistam.
Não quero palavras a rodos,
que com o silêncio compitam.
Silêncio...
Muito silêncio...
(Mafalda)
Se eu tinha falta de movimento,
agora tenho movimento a mais,
agora preciso de um ritmo mais lento,
antes que seja tarde demais.
Cansada mas satisfeita,
com a noção de que optei pelo certo.
Não lhe faria esta desfeita,
aqui está bem mais esperto.
Mais mês menos mês,
tudo voltará a estar em ordem,
ainda não foi desta vez,
que se instalou a desordem.
(Mafalda)
Acordei assim,
pronta para mais uma jornada.
Estou viva, enfim,
mesmo que muito cansada.
Viver o dia-a-dia,
da melhor forma possível.
Há uns tempos quem diria,
que iria ficar disponível...
Deixar de estar contigo
não fazia parte dos meus planos,
estou a viver o meu castigo,
por ter provocado tantos danos.
Sonhar somente contigo
é a minha única realidade,
mas atrás deste postigo
tento vislumbrar alguma claridade...
(Mafalda)
Se não te tivesse conhecido,
se não te tivesse reencontrado...
viveria num mundo totalmente desprovido,
num mundo completamente desesperado.
Se não me tivesse apaixonado,
se não te tivesse desejado...
o meu coração permaneceria abandonado
e continuaria eternamente calado.
Se não tivéssemos vivido o que vivemos,
se não nos tivéssemos amado...
estaríamos num lugar de demos
onde nada é realidade.
Se não existíssemos,
se não fossemos como somos...
não haveria motivo para que ríssemos,
não fariam sentido estes tomos.
(Mafalda)
Aos 1.274 leitores que tive até hoje... obrigada! Tenho imensa pena que partilhem as minhas angústias, as minhas mágoas, os meus desamores.
Mas acredito que todos nós vamos conseguir, um dia, ter o nosso lugar ao sol.
Nunca desistam dos vossos sonhos, dos vossos ideais de vida, das vossas loucuras. Temos de ser um pouco loucos para conseguirmos viver neste mundo totalmente desprovido de bom senso, de justiça, de amor.
Temos que lutar pelo que queremos. Temos de superar as dificuldades, porque como alguém disse, nós só temos as dificuldades que algum ser divino entende que nós somos capazes de superar. Superemo-las, então. Mas para isso nunca nos podemos sentir sozinhos e abandonados.
Até porque nunca estamos sozinhos. Há sempre alguém que puxa por nós. No meu caso, os meus amigos, a minha família chegada e os meus leitores. Para vocês escrevo o que me vai na alma. Espero que todos consigam o desejado lugar ao sol...





Há dias cansativos mas muito produtivos,
onde se consegue tudo o que é preciso.
É excelente termos bons amigos
que nos prestam tão precioso auxílio!
Nas mais diversas situações
dou por mim a pensar...
se não tivesse os meus amigos,
como iria aguentar?
Estou sozinha por opção,
mas há alturas mais difíceis
em que preciso que alguém me dê a mão
para me ajudar a superar todas as provas temíveis.
Os amigos são a família que nós escolhemos,
contrariamente àquela que temos.
Ser amigo é uma opção,
ser família é uma constatação.
(Mafalda)
É só isso que tenho de pensar
para conseguir seguir em frente.
Nos meus planos não existe a palavra "parar",
sou mais uma, no meio de tanta gente!
Dia complicado que vou ter,
descanso só mais à noitinha...
Assim permito-me esquecer
e deixar de ser a coitadinha.
Força, garra...
Palavras muito importantes!
A exaustão apaga
os pensamentos inquietantes.
(Mafalda)
Para ti que vais trabalhar,
que amanhã regressas à tua rotina habitual...
Nunca te deixes cansar
e não te importes se estiver mal.
Sê alegre e olha em frente,
nunca baixes o teu olhar.
Vais ver muita gente
e pode ser que um dia me voltes a enxergar.
És muito giro, eu sei.
Tem cuidado com alguma cliente...
Ciúmes dela nunca terei,
porque me vais amar eternamente!
Se tudo isto for mentira...
deixa estar, nunca me digas.
Prefiro viver na ilusão
do que não ter qualquer motivação!
(Mafalda)
Cortar as amarras que nos prendem,
os laços que nos aprisionam.
Sentimentos que não entendem,
pessoas que nos abandonam.
Sermos esquecidos sem motivo,
sermos ignorados com intenção.
Amar é um perigo,
apaixonar é uma tentação.
Dar um chocolate a uma criança,
para depois lho pedir de volta.
Que grande desesperança,
que raio de vida tão torta!
(Mafalda)
Um dia vais perceber
e quando quiseres poderás partilhar,
o meu maior prazer
é a casa poder voltar.
Chegar ao nosso canto,
entrar no nosso Lar,
usufruir deste descanso
que só aqui tem lugar.
O silêncio para acalmar,
o aconchego do interior,
estar tão perto do mar
é algo com muito esplendor.
Que sublime sensação de paz,
tranquilidade quanto baste,
bandeira branca esvoaçando na haste,
ninguém sabe como este Lar me apraz...
(Mafalda)
Hoje, quando fui comprar um dos nossos lanches favoritos... pensei que te podia reencontrar.
Gostava de ver o teu ar bronzeado e saudável. Aquele com que ficas sempre depois de umas férias ao sol e com muitos banhos de água quente...
Adorei ver o ar bronzeado e saudável do teu sangue. Fiquei muito feliz por lhe poder ter proporcionado algo que lhe agradou muito. Sempre que puder, farei tudo para o ajudar em tudo o que me pedir. Mas também tentarei sempre estar presente para ele. É meu amigo, e eu sou amiga dele.
O que farias se soubesses onde ele esteve? Lamento, meu Amor, mas ele é como se fosse meu também. Esteve muito perto de o ser. E contrariamente ao que tu mostras, ele preocupa-se comigo e com o meu bem estar. Eu sei que tu também te preocupas... mas não fazes nada para o mostrar.
És servido?
""Vem por aqui" — dizem-me alguns com os olhos doces
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: "Vem por aqui!"
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...
A minha glória é esta:
Criar desumanidades!
Não acompanhar ninguém.
— Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre à minha mãe
Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...
Se ao que busco saber nenhum de vós responde
Por que me repetis: "Vem por aqui!"?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...
Se vim ao mundo, foi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!
O mais que faço não vale nada.
Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...
Ide! Tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátria, tendes tetos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...
Eu tenho a minha Loucura !
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...
Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém!
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.
Ah, que ninguém me dê piedosas intenções,
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "Vem por aqui"!
A minha vida é um vendaval que se soltou,
É uma onda que se alevantou,
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"


Agora percebo,
porque fugiste de mim...
Já tiveste em tempos,
uma situação assim.
Não merecias passar por tudo outra vez.
Agora é a minha vez!
Um dia no futuro,
voltarás para mim.
Estarás divorciado
e com a certeza de que precisas de mim.
Até lá esperarei,
não tenho outra forma de me comportar.
Fiel sempre te serei,
porque não deixo de te amar.
(Mafalda)



Cheguei.
Completamente cansada, estafada, totalmente exausta...
Companheiro em casa, missão cumprida.
Boa noite...
Ser livre,
ter asas.
Voar para bem longe,
para depois regressar.
Amor que eu tive,
que tudo arrasa,
a mim atinge,
e nunca passa.
Bem haja quem vive,
bem haja quem faça,
bem haja quem não se cinge
e rejeita a desgraça.
(Mafalda)

Perante tudo o que está para vir,
preciso de um motivo para sorrir...
Perdoa-me, mas vou continuar a acreditar,
que apenas estás a representar.
Não posso perder a esperança,
de que me continuas a amar,
tenho de ter perserverança
para continuar a lutar.
Fui-me deitar muito triste,
por ter sabido o que soube.
Mas acredito que o teu amor ainda subsiste,
e aqui o digo porque ninguém me ouve.
Mostra que estás feliz à vontade,
mas eu não aceito isso como realidade...
Acredito que me adoras
e que em todos os instantes por mim choras.
(Mafalda)
Abraçar quem é do teu sangue...
deixa-me completamente exangue!
(Mafalda)
Ainda bem que estás feliz...
Fico feliz por estares feliz.
Pena eu estar infeliz...
A vida é um caminho sem fim à vista,
é uma longa jornada.
Sobrevive quem é comodista
e segue sempre pela mesma estrada.
A vida é uma barafunda,
cheia de cores e sons.
Sobrevive quem não é corcunda
e quem se junte aos menos bons.
A vida não é fácil para os honestos,
para os deficientes,
para os puros de alma e coração...
Esses levam com os restos
de uma sociedade intransigente
que lhes nega a aceitação.
A vida é uma treta que temos de suportar.
Queiramos ou não,
vamos ter de acreditar!
Acreditar que um dia...
tudo vai acabar bem.
(Mafalda)
Se eu fosse uma cor...
seria a cor azul.
Misturava o verde da esperança
com o amarelo do otimismo,
e seria a cor azul.
A cor do céu e a cor do mar,
que eu tanto gosto de observar!
Era espírito e pensamento,
seria fiel e leal...
(esperem... isso já sou).
Não perderia nenhum momento
nem seria nunca desleal.
Teria ideais e sonhos...
(esperem... isso eu já tenho).
Teria personalidade e subtileza...
(esperem... isso também já tenho).
Apesar de ser a mais fria das cores,
a cor azul, para mim,
simboliza todos os meus amores.
(Mafalda)
Se me saísse o euromilhões...
serias um dos contemplados.
Deixaria de contar tostões,
passaria a contar centavos...
Usaria o que me fizesse falta,
repartiria o que não fosse essencial.
Que feliz faria muita malta...
dinheiro, para mim, não é vital.
Faz falta, é um facto.
Mas há coisas bem mais importantes na vida.
Não passa de um simples artefato
para atingir alguma contrapartida.
Além de te ir fazer
o que sempre te disse que te faria...
iria ter imenso prazer
em te dar esta linda obra de engenharia!
(Mafalda)
Tomar decisões pelos outros,
assumir o controlo das situações.
Que jeito me davam uns ombros
que me protegessem dos encontrões.
Espero que tudo corra bem,
dentro do que eu planeei.
Expetativas que não podem ficar aquém
da realidade que criei.
Tenho ajuda, mas não a tua...
tenho apoio, mas não o teu!
Esta é a realidade nua e crua,
perante o silêncio a que alguém se remeteu.
Cansada de silêncio...
cansada do TEU silêncio!!!
(Mafalda)
Il y a toujours quelqu'un pour m'aider à faire ce que je veux...

Fartei-me de ser loira,
de ter fama de ser burra.
Passei a morena,
com uma força que tudo empurra.
Idiota nunca fui,
inteligente pensei que era...
A palavra flui
mas continuo à espera...
(Mafalda)
É tudo o que eu preciso
para ter forças para continuar...
O céu é universal,
o mar é infinito.
Estou neste mundo real
onde se dá o dito por não dito.
(Mafalda)
A todos os que não se esquecem de mim,
obrigada por me ajudarem
e, se alguma vez duvidarem,
acreditem que são muito importantes assim!
A todos os que não me deixam sozinha,
obrigada por me acompanharem.
Às vezes porto-me como uma garotinha,
mas sei que vos tenho para me ampararem.
A todos os meus amigos,
obrigada por existirem.
Tentam ajudar-me a evitar os perigos,
e estão sempre disponíveis para me acalmarem.
A todos os desconhecidos,
obrigada por me lerem.
Neste rol de desabafos andam perdidos,
continuem até entenderem...
(Mafalda)
Amor,
esse sublime sentimento...
que se pode transformar em dor
e acabar num lamento.
O meu coração é teu,
sempre foi, sempre será.
Não sei o que me deu,
mas algum motivo haverá.
Sou fiel aos meus sentimentos,
sou-te fiel, enfim.
Vou recordando os nossos momentos
e vou pensando no que perdi.
Perdi mas vou recuperar,
se não deixar de sonhar.
Eu sei que me continuas a amar,
apesar de o tentares evitar...
(Mafalda)
Nua sigo perante a vida,
descalça percorro a calçada;
dor latente em cada passada,
sigo um trilho, mas estou perdida.
Emaranhado de arbustos,
ramos que se atravessam,
urtigas e cardos que picam,
até mesmo aos mais robustos.
Armadilhas preparadas para as presas,
que estão muito bem dissimuladas;
nem com todas as pressas,
conseguem escapar das emboscadas.
Matilhas que uivam bem escondidas,
abutres que nos sobrevoam;
esperanças outrora perdidas,
que agora nos repovoam.
(Mafalda)
Ontem eu era uma menina,
que acreditava em tudo.
Hoje sou uma mulher
preparada para enfrentar o mundo.
Ontem eu era uma sonhadora,
que se iludia constantemente.
Hoje sou realista
mas ainda um pouco insipiente.
Ontem eu era escrava de uma vida
onde tudo corria mal.
Hoje sou uma optimista,
apesar de tudo estar igual.
Ontem eu era a tristeza,
a mágoa, a dor.
Hoje eu sou uma louca
que continua à espera do teu Amor.
(Mafalda)
"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito.


Não tenho nada de novo a contar, mas apetece-me escrever um bocado.
Sim, é prosa, eu sei. Nem sempre as ideias se atrapalham umas às outras e saem em forma de verso ou de rima.
Estou cansada, mas fico admirada com a minha calma. Realmente consigo alhear-me de sentimentos quando a necessidade me obriga a isso. Consigo raciocinar e ser fria quanto baste, para manter a cabeça no lugar e procurar arranjar soluções para os problemas com que nos deparamos frequentemente.
Chego a pensar se não terei mesmo o dito coração de pedra... Acho que não, mas já não posso garantir.
Bloquear interiormente os meus sentimentos por ti, não os poder expressar assiduamente nem verbalmente, não poder dar mimo e não poder receber mimo, não poder dar o amor que tu mereces e não poder receber o teu amor... tudo isso torna-me mais fria. Estou outra vez como estive 17 anos. Alheada dos meus sentimentos por ti. Adoro-te, preciso de ti, mas a realidade é que não estás comigo. Estarás um dia... Quando? Não sei responder a isso.
E até lá eu tenho de sobreviver da melhor forma que sei. Sendo racional e deixando a emoção bem guardadinha lá no fundo do meu coração.
Há que tomar decisões
e hoje vou ter de ir com força.
Já contei todos os tostões
e quem quiser que por mim torça.
Tomar as rédeas na minha mão,
aliviar os fardos dos que já não podem.
É esta a minha decisão,
só espero que todos concordem.
Se não aceitarem...
nada mais posso fazer.
Mas não custa nada tentarem
e deixarem acontecer.
Quando estamos todos exaustos...
há que concordar com os mais novos.
No meio de todos estes holocaustos,
todos temos que ser salvos.
(Mafalda)
Escrever poesia é fácil,
quando se tem o coração cheio.
Arranja-se um escape dócil,
para não se entrar em devaneio.
Poetas todos somos,
basta estarmos a sofrer.
Um dia já todos fomos,
incapazes de esquecer...
Como desistir do que nos dá alento?
Como parar de sonhar?
Como ocultar o nosso sentimento?
Se o nosso coração continua a amar...
A vida são dois dias
e o Carnaval são três...
Nem imaginas o quão feliz eu ficaria,
se voltasses de vez!
(Mafalda)
Pode haver quem pense,
que eu estou a delirar.
Mas por favor, entende,
preciso de algo a que me agarrar.
Agarro-me à esperança,
de que tu ainda me vais voltar a amar.
Tenho de ter confiança,
para conseguir superar.
Não podemos empreender
nas coisas más que nos envolvem.
À vida compete nos surpreender,
ao amor eliminar os obstáculos que nos demovem.
Acredito em ti,
acredito no nosso amor.
Por tudo o que já vivi,
sei que já chega de dor...
(Mafalda)
Fica bem, meu Amor.
Sonha comigo... e transforma o teu sonho na nossa realidade.
Adoro-te!



Todos os meus amigos me dizem,
"Se precisares de alguma coisa é só dizeres".
Onde estás tu neste momento,
porque não me dizes nada?
Porque não posso contar contigo,
quando mais preciso de ti?
Porque me prometeste tomar conta de mim,
se agora estou numa estrada sem fim?
Quero o teu mimo, quero o teu abraço...
diz-me o que é preciso fazer, que eu faço!
(Mafalda)
Tu és um lago,
onde a água não se movimenta.
Tens um sentimento vago,
que pode virar uma tormenta...
Resides em águas muito escuras,
nas quais não consegues nadar.
Tudo o que tu procuras,
tens aqui, no teu Lar.
Eu sou o ramo,
ao qual te vais agarrar.
Sou eu que te chamo,
para não te deixar afogar.
Areias movediças
cobrem a margem do lago.
Apesar de todas as injustiças,
não te nego o meu afago.
(Mafalda)
Boa pergunta...
Sinto-me a desfalecer,
fraqueza talvez.
Voltei a não ter vontade de comer
lá vou encolher mais uma vez...
Lembro-me de quando me dizias
que eu ia passar a ter apetite.
Todas as refeições tu farias
e para cada refeição teria o teu convite.
Bem que já tinha morrido,
se à espera estivesse...
Não é que muito tenha comido
apenas o necessário para que viva me mantivesse.
Espero ansiosamente
pelas tuas refeições sublimes,
vem rapidamente
que eu quero acabar os regimes!
(Mafalda)
Apetece-me esquecer,
pensar apenas em nós.
Para isso aqui estou eu a escrever,
para poder soltar a minha voz.
Calas o que sentes,
continuas a tentar escapar de mim.
Será que não entendes
que a nossa história de amor não tem fim?
Um sentimento que sobrevive
como o nosso sobreviveu,
é um sentimento imortal
que ultrapassa tudo o que é real.
Estivemos afastados durante anos,
e depois, sem querermos, reencontramo-nos.
Podia ter existido um lapso temporal,
mas os nossos corações continuavam unidos de uma forma muito real.
Estávamos mais amadurecidos,
mais seguros e mais controlados.
Mas nenhum de nós tinha esquecido
os nossos momentos mais delicados.
Os anos afastados deixaram de existir,
tudo foi uma continuidade.
Tens de parar de insistir
nesta ideia de inacessibilidade.
(Mafalda)
Quem for mais sensível, não leia
que eu hoje estou um pouco mórbida...
Apesar de estar um dia tórrido,
gela-se-me o sangue nas veias.
A vida é uma odisseia,
da qual não conseguimos fugir.
Apesar de toda a minha verborreia,
às vezes continua a apetecer-me sumir...
Esconder-me da vida,
esgueirar-me da dor.
Deixar de me sentir perdida
e disfrutar do teu amor.
Mais um sonho difícil de concretizar...
É assim... a arte de aguentar!
(Mafalda)
Gostava de poder transformar-me numa doença...
Que feliz eu ia ser!
Gostava de poder ter a crença
de que isso podia acontecer.
Transformava-me num cancro,
que abrangesse todos os tipos.
Visitava todos os antros
e trazia-os todos comigo.
Pouparia muito sofrimento,
se isso fosse uma realidade.
Não haveria mais momentos
de pura infelicidade.
Já perdi uma filha emprestada,
já vi o meu amor passar por isso.
Agora olho para o teu Companheiro
e tudo entra em rebuliço.
Gostava de poder transformar-me numa doença...
e a seguir suicidar-me.
Cancro, maldita doença!
Como eu queria eliminar-te...
(Mafalda)
Sou o que sou...
Simpática, amiga, calorosa, bem disposta.
Mas também sei que posso ser
mal humorada, irónica, fria, egoísta.
Não sei para onde vou...
Quero ir para um lado
e a vida obriga-me a ir para o outro.
Mas tu permaneces calado,
e eu só sonho com o reencontro...
A linha do meu horizonte está muito indefinida,
tento perceber o que está escondido.
A minha visão está totalmente esbatida,
sinto-me a rumar em direção ao desconhecido.
(Mafalda)
Viver sem ti não faz sentido,
tu és o meu alicerce.
O meu mundo está tremido
e eu só preciso que o teu abraço me albergue.
Momentos complicados,
situações inesperadas.
A sorte lança os dados
e nós só temos de conseguir subir as escadas.
Escadas sem fim à vista,
que sobem para além do céu.
Haverá quem resista,
mas não sei se vou ser eu...
(Mafalda)
Moro num prédio devoluto,
que está à beira de ruir.
Todos os sons eu escuto,
não vá não ter tempo de fugir.
Moro numa densa floresta,
no meio de nenhures.
Aproveito a paz que me resta,
antes de partir para algures.
Moro num barco à deriva,
que resistiu a uma tempestade no mar.
Agradeço o teto que me abriga,
e faço todos os esforços para voltar.
Moro numa nuvem bonita,
rodeada de calor.
Vivo de uma forma expedita,
à procura do teu amor.
(Mafalda)
Hoje sinto-me dormente
à espera desse amor latente...
Podes esconder-te!
Hoje não te oiço, nada pressinto...
Mas sinto que vou ter-te,
e tu sabes que eu não te minto.
(Mafalda)
Verdade...
E como tal, não tenho de vos incomodar com eles.
Boa noite!
Está uma noite muito serena,
uma aragem muito tranquila,
olho o céu e vejo uma estrela
e logo penso que estou contigo.
Abraças-me e proteges-me
das agruras desta vida.
Beijas-me e acaricias-me
e eu fico totalmente perdida.
Perdida no teu amor,
perdida na tua paz.
Agarro esse calor
e resisto se for capaz.
Dás-me tudo o que preciso,
amor, ternura, paz.
Soltas o meu riso
e deixo de me sentir incapaz.
Dás-me força,
dás-me alento...
Só peço a alguém que por nós torça
que é tudo o que eu preciso neste momento.
(Mafalda)
"Não pediste para nascer,
não vais pedir para morrer...
Aproveita o entretanto!
Carpe Diem!"
Hoje precisei de beber,
apenas para tentar esquecer.
Boa disposição não trouxe,
mas relaxou um pouco.
Estou à beira de complicações,
o Companheiro está a desistir...
Isto não vai lá com orações,
nem de nada me vale começar a carpir.
Eu sei que a única coisa certa na vida,
é a morte.
Mas gostava de ter mais sorte...
Quando se começa a recuperar,
aparece sempre algo que novamente nos faz vacilar.
Mas eu sou forte!
E é nisso que tenho de me focar...
(Mafalda)
Se algo acontecer
vais-me perdoar, mas não te vou dizer.
Por muito que o quisesse fazer,
não será por esse motivo que te chegarás novamente a mim.
Adoro-te, preciso de ti e fazes-me falta.
Mais do que nunca.
Mas não saberás nada.
Absolutamente nada.
Mereço ser procurada por mim,
não por circunstâncias, nem por penas.
Mereço que me ames por mim.
Só e apenas por Mim!
(Mafalda)
Neste quarto de hospital,
ando para trás no tempo...
com esta vista monumental,
prezo muito este silêncio.
Silêncio de repouso,
silêncio de aconchego.
Tudo o que aqui não oiço,
me traz um enorme sossego.
(Mafalda)
Na minha vida só tenho pena,
do tempo que estive sem ti.
Mas como a minha alma não é pequena
vou tentar recuperar o tempo que perdi.
Não sei como estás,
sinto que não estás feliz.
Isto é o que faz
ouvir o que o meu coração diz.
Tenho saudades tuas,
sinto a tua falta.
Vou começar a andar nas ruas
à procura da nossa calma.
(Mafalda)
Acordada e a dormir,
nada mais faço que escrever.
Apetece-me muito sorrir,
só com a expetativa de te ver.
Escrever em verso é mais complicado,
mas estou a deixar correr.
Tenho de ter muito cuidado,
para dizer tudo o que tenho para te dizer.
Desconhecias esta minha faceta,
mas também não a vais ver.
Enquanto não tomares a atitude certa,
nada irás saber.
Os pensamentos atrapalham-se,
tal a velocidade que atingem.
Os meu dedos atropelam-se
e os meus sentimentos tudo tingem.
Vejo cores em todo o lado,
oiço música a todo o momento.
Acabou a fase do amargurado,
acabou o meu lamento.
Os amigos estranham a minha atitude,
não percebem porque estou bem.
É minha, esta virtude
de conseguir ver mais além.
(Mafalda)
Quem ler pensa que já cá estás,
ainda não, é um facto...
Mas os milagres que o amor faz,
sonham-se com muito recato.
A Gata Borralheira voltou,
em todo o seu esplendor.
Mas por uns tempos ficou,
despida do seu amor.
Vão soar as badaladas
e o sonho vai-se realizar.
As horas amargas vão estar bem arrumadas,
numa gaveta do último andar.
Voltou para arrasar,
para ser Feliz para sempre.
Para isso basta-lhe poder Amar,
e ter o seu Amor sempre presente.
(Mafalda)
Falo mas não me ouves,
escrevo mas não me lês.
Sinto o que tu sentes,
vejo o que tu vês.
Estou onde devo estar,
sou o que devo ser.
O que mais te falta agora,
para voltares de vez?
Arrisca, meu Amor.
Faz-nos esse favor...
(Mafalda)
Corro ao teu encontro,
sinto-me voar.
Quero chegar ao ponto,
onde nos sentimos flutuar.
Tenho os olhos baços,
de tanto te tentar encontrar.
Quero os teus abraços,
só tu sabes como me apertar.
Continuo a correr,
cega de exaustão.
Não te vou voltar a perder,
e a quem se meter no meio peço desde já perdão.
Quero saborear esse encontro,
da melhor forma possível.
Acabou o desencontro,
vamos atingir o inatingível.
(Mafalda)
Sou a flor que tens na lapela,
sou a água onde mergulhas.
Cuidado... tem muita cautela,
não te vás queimar nas fagulhas...
Sou a brisa que te contamina,
sou a lua que te ilumina.
Cuidado... tem muita atenção,
nunca deixes de olhar para o chão...
Sou a terra húmida por onde passas,
sou o sol que te aquece.
Cuidado... tem muitas comparsas,
porque o que desaparece, nem sempre se esquece!
(Mafalda)
Queria ser uma mosca...
para poder escapar.
Queria ser um pássaro...
para poder voar.
Queria ter muitos ouvidos...
para conseguir escutar.
Queria ser um gato...
para te poder espreitar!
(Mafalda)
Há quem goste da minha poesia,
há quem não pare de a ler...
Nem eu própria sabia
que ainda me lembrava de como a escrever.
Escrevi durante muitos anos,
sempre que sofria desenganos,
mas poeta nunca vou ser,
limito-me a escrever.
Sempre tive facilidade
em encher folhas em branco.
Prosa não gostam de ler,
temos pena... mas não paro quando arranco!
(Mafalda)
Já estás muito perto,
já te senti...
O meu coração acelerou
e eu tremi.
Não me parece que tenhas vindo bem,
mas só tu o saberás.
Se precisares de mim, vem.
Garanto-te que não te arrependerás...
(Mafalda)
Se foi uma seta que nos atravessou?
... Não sei!
Apenas sei que se hoje sou quem sou,
é apenas porque te amei.
Amei, amo e amarei...
Como tu amaste, amas e amarás.
Só não entendo porque aqui fiquei
quando tu já aqui não estás!
Obra do Cupido?
Razões desconhecidas que nos conseguem transcender...
O meu coração outrora ferido,
está a começar a renascer.
(Mafalda)

OM TARE TUTTARE TURE SOHA
Lembras-te de uma das minhas frases preferidas?
Encontrei-a por mero acaso enquanto pesquisava...
Não tenho dedos que cheguem para conseguir contar as vezes que ta disse...
Mas ainda a mantenho, por isso podes ficar descansado, que apesar de ausente... nada mudou!
Já chegaste?
Estás a caminho?
Diz-me só se voltaste
repleto de carinho...
Foi bom?
Correu bem?
Diz-me só se sentiste tanta falta de mim
como eu de ti senti também...
Estás mais descansado?
Estás feliz?
Diz-me só se já está tudo acabado,
diz... diz!
(Mafalda)
Desistir de lutar,
baixar os braços e esperar?
Não! Não pode ser!
Deixar andar não é sistema.
Reagir, ir buscar forças onde as houver
e se for preciso arranja-se um esquema!
Planear o futuro,
pensar em festas que não queremos perder.
Sair desse buraco escuro
onde te estás a meter.
Reage, ok?
(Mafalda)
Quem me dera ser novamente criança,
viver num conto de fadas...
Não ter aprendido o que é a desesperança
nem ter levado tantas palmadas.
Inconsciente do mundo cruel,
protegida nas minhas redomas.
Acreditar que tudo é fiel
e que o mundo só se faz de somas.
Criança sonha, acredita.
(No fundo ainda o faço).
Mas às vezes a vida é maldita
e nega-me aquele abraço...
Peço ao vento que te faça chegar
o sussurro dos meus lamentos,
nos dentes-de-leão eles vão pairar
até atingirem os seus intentos.
(Mafalda)
Eu sei que me vês,
que me ouves,
que me sentes.
Estás longe, mas estás perto...
Sinto-o no meu coração.
No meio de toda esta aridez,
conforta-me saber que tempos houve
em que muito me quiseste.
Ouve o meu apelo de espírito aberto
e volta para a nossa paixão!
(Mafalda)
A ti, que desejo muito, amo incondicionalmente
e com quem sonho acordada...
A ti, que és o meu exemplo de vida,
que admiro e sigo por qualquer estrada...
A ti, que és o meu grande orgulho, o meu grande amigo
e a razão da minha existência...
Para os três, aqui fica a única coisa que realmente me pertence.
Boa noite!
A vida é uma aragem,
um sopro, um vento.
Tentamos levar a nossa viagem
com o máximo de alento.
Há dias mais complicados,
em que o chão nos foge dos pés.
Viramo-nos para todos os lados
e tentamos contornar o revés.
Hoje optei por não me mexer,
por ficar inerte no meu canto.
Estou a tentar não sofrer,
estou a evitar o pranto.
Amanhã é um outro dia,
e com ele novos ventos virão.
Novas aragens, novos sopros...
Pára, melancolia!
Voa para longe do meu coração
e deixa-me estar afastada de mais desgostos!
(Mafalda)
Desculpem mas hoje não vos consigo dar muita atenção.
O que eu disse "Não", aconteceu...
Lembras-te de eu te dizer que só tomarias uma decisão quando algo grave acontecesse? Pois, meu Amor, preciso de ti. Mas gostava que a tomasses antes, pois assim darias muito descanso ao teu Companheiro, por saber que eu estava contigo e Feliz. Mas vais ter de te despachar...
O meu receio cada vez é maior e nem sei o que pensar nem o que fazer. Fiquei em casa, apática, e o meu filho é que está lá a acompanhar tudo. Precisava de interiorizar o que se passou. Precisa de estar sozinha, recolhida no nosso Lar. Precisava de pensar, e de me distanciar um bocado de toda esta situação surreal. Precisava de ter o controlo sobre as minhas atitudes e de estar perfeitamente racional perante tudo o que possa vir a acontecer nos próximos dias. Por isso aqui fiquei sozinha, toda a tarde, a pensar na vida...
Preciso de ti. Preciso de colo...
Adoro-te. A ti, ao teu Companheiro e ao meu filhote... São os meus três homens!
Mas é de ti que eu preciso agora, que nós precisamos agora...
Tenho receio, muito receio!
Vim agora de casa do teu Companheiro e a situação está complicada. Pensávamos que tudo estava a correr bem, e voltaram muitos dos sintomas que obrigaram à permanência durante um mês no hospital. Mas agora ele não quer ir... diz que se for já não sai de lá...
Está a baixar os braços, está deprimido e já medicado para isso, mas não está com força anímica para reagir a nada, nem para lutar por nada. Eu sei o que é isso, porque se a minha operação tivesse sido hoje, em vez de há um ano atrás... também eu estaria como ele.
Não vai para o hospital. Não vai acontecer...
Não e mais não. Não!
Ainda não é AGORA!!!


A vida tem duas portas,
uma fechada, outra aberta.
E tudo o que importa
é que faças a escolha certa.
Quando insistes em atravessar a fechada,
tentas e tentas e voltas a tentar..
Percebes que vives de fachada,
e que perdeste a capacidade de sonhar.
Magoas-te constantemente,
sofres e desesperas.
Acreditas piamente
mas apenas te exasperas.
Tenta atravessar a porta aberta...
Verás que o sonho não tem limite,
toma uma atitude esperta
e aceita este meu convite!
(Mafalda)
Dei-te as chaves do meu coração duas vezes,
em duas alturas bem distintas no tempo.
Dei-te as chaves da minha casa duas vezes,
e em ambas te tentaste remeter ao esquecimento.
De que te adianta fugires,
de uma realidade sempre presente?
Está na altura de assumires
tudo aquilo que o teu coração sente.
Aos céus faço um apelo,
um pedido de que te encontres.
Tens de acabar com o teu flagelo
e fá-lo depressa antes que tombes.
Tombar no sentido de enlouquecer,
porque sem amor não se consegue viver!
(Mafalda)
Quando caminhamos no sentido certo,
nada nos consegue parar.
Quando temos o espírito aberto,
tudo conseguimos alcançar.
Ler nas entrelinhas,
ouvir o que não é dito,
decifrar as adivinhas,
sentir o interdito.
Caminha na direção certa,
e verás que a tua vida vai ser uma descoberta...
(Mafalda)
O equilíbrio é a coisa mais importante da vida...
Equilibrarmo-nos quando nos sentimos cair,
segurarmo-nos quando o mundo ameaça ruir.
Nada vai cair,
apenas nós nos sentimos a sucumbir...
E depois temos de dar a volta,
e endireitar uma vida que está torta...
E para isso temos de ser positivos,
temos de acreditar.
Devemos afastar os espíritos malignos
que só nos fazem desesperar.
Devemos viver o dia-a-dia,
e usufruir o mais que pudermos.
Sentindo sempre a alegria
da melhor forma que soubermos.
A vida tem muita magia, se nos soubermos equilibrar...
(Mafalda)
Hoje estive o dia todo ocupada com o novo trabalho e as responsabilidades familiares. Só agora consegui sentar-me aqui para escrever meia dúzia de palavras antes de me ir recolher.
Estou cansada fisicamente mas estou bem, com a sensação de dever cumprido. Foi muito bom conversar com uma amiga, é sempre muito bom conversar com amigos. Eles fazem parte da nossa vida, não precisamos de os contactar todos os dias, mas é muito bom bebermos um café de tempos a tempos. Põe-se a conversa em dia, partilham-se ideias, trocam-se opiniões e pontos de vista sobre os mais variados assuntos.
E tu estás, ou nos transferes, ou a fazer as malas para voltares. E depois regressas à tua rotina diária e passas a respirar o mesmo ar que eu, sem quilómetros de distância entre nós. Neste momento olhamos para o mesmo céu, para as mesmas estrelas, para a mesma lua, mas o ar que tu respiras não chega ao pé de mim, estás demasiado longe.
Mas muito em breve isso deixará de acontecer. E passaremos a respirar o mesmo ar, ao mesmo tempo.
Até logo!
As minhas mãos querem-te acariciar,
os meus lábios querem-te beijar,
e a distância física não impede tudo isso...
Sempre que sentires uma aragem no rosto,
sou eu que estou contigo.
Sempre que sentires um toque suave,
sou eu que estou aí.
Sempre que sonhares,
sou eu que habito nos teus sonhos.
Sempre que acordares,
sou eu que te dou os bons dias!
Sou uma presença constante.
Distante, mas presente!
Viciante...
(Mafalda)
Quando voares de regresso,
pensa apenas em mim.
Este amor eu confesso
e não sei deixar de ser assim!
Quero-te dar algo profundo,
do tamanho dos nossos sentimentos.
Apenas me lembro do Mundo,
pois só nele cabem todos os nossos momentos.
(Mafalda)
Solta os nós que te prendem ao que não queres.
Liberta-te e vem-te embora.
Nada acontecerá se nada fizeres,
a vida é o "aqui" e o "agora".
Vive intensamente,
não desistas nunca dos teus sonhos.
Esquecemo-nos frequentemente
que não nos devemos tornar enfadonhos.
Vem, volta...
ainda há tempo para continuar.
Basta-te soltar
a amarra dessa corda!
(Mafalda)
E é com este pensamento que eu hoje vou dormir...
Até amanhã, Amor distante!
"O chocolate, embora não exerça grande influência sobre o comportamento humano, tem associadas sensações de prazer com o consumo. Alguns atribuem à presença de metilxantinas, que podem provocar sensações de bem-estar."
(Wikipédia)
Talvez por isso ande bem disposta... compensando o que devia comer e não como com a ingestão de chocolate!
Também tu adoras chocolates. Lembras-te de quantos comemos juntos?
SIMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM….
Eu sei que sim!
Quero escrever e não sai nada...
sei que quero sair desta estrada
e que quero enveredar por caminhos
menos sinuosos e mais claros.
Falar sempre do mesmo é uma canseira,
mas apenas para quem lê.
Para mim é a única maneira
de te expressar o que não vês.
Quero fazer-te Feliz.
e amar-te até morrer.
Estranho... algo me diz,
que está a acabar o tempo de não te ver...
(Mafalda)
Ver o teu carro estacionar à minha porta não estava nos meus planos... Pelo menos sei que ainda o tens. E vai estar estacionado na garagem onde deveria estar, na altura em que deveria estar, mas com os ocupantes trocados... Má decisão a tua!
Ser abraçada pela pessoa mais importante da tua vida, é uma sensação estranha. Mas foram dois abraços muito sentidos, muito intensos e apesar de serem silenciosos, disseram muito.
Voltas segunda e o destino é o máximo. Ok, vais estar uma semana a cirandar por cá, bem próximo de mim. Só foste uma semana, claro. Só irias mais tempo se eu também fosse... E foste acompanhado com amigos, como eu suponha que acontecesse. Por isso, nada de novo... Se fosses comigo, íamos apenas os dois e garanto-te que te tinhas divertido muito mais! Mas tu sabes isso...
O que estranho em mim é que me sinto muito calma e confiante em relação a ti. Sei que voltas, mas não sei quando. Sei que pensas em mim, que passaste as férias a pensar em mim. E agora? O que vais fazer quando voltares? Nada?
Disseste-me muitas vezes que mais cedo ou mais tarde, mais mês, menos ano, estarias de volta ao amor da tua vida, à tua paixão, à tua loucura. Quanto tempo mais? Disseste que seria no segundo semestre deste ano. Será que é? Ou vai ser algures num tempo futuro?
Eu Acredito em ti. Sempre acreditei em ti e sempre acreditarei em ti. Acredito porque nunca me mentiste, como eu nunca te menti nem nunca te escondi nada.
Perguntem-me como posso ter tantas certezas de que voltas dadas as opções que tens tomado até agora... Não sei responder a isso. Apenas sei porque sinto que isso é uma realidade. Não estou a sonhar, estou muito ciente da situação em que vivemos. Tenho os pés completamente assentes no chão. Não estou louca. Sinto que vai ser assim, apenas isso.
Fé não tenho porque não tenho motivos para crer seja no que for de transcendente. Mas Confio e tenho Esperança. Muita Esperança. Posso ser uma tonta, mas eu sou assim.
Sabes que te amo, não sabes?
Boa viagem de regresso. Espero que tenhas descansado muito e que voltes em pleno para a tua vida profissional.
Nada como a sensação de ter feito alguma coisa boa...
Finalmente alguém tem liberdade para ser feliz e fazer uma vida com outra pessoa ou como quiser e muito bem entender. Dever cumprido! Um ano após estar separada, hoje assinei o meu divórcio. Na altura da separação fui eu a má, a que tinha um coração de pedra... mas afinal permiti a uma pessoa fazer uma vida feliz e da forma que gosta sem inibições por a mulher não ser a estampa que ele queria.
E eu também estou livre. Livre para fazer a minha vida a pensar em mim, nos meus familiares diretos, nos meus amigos, nos meus projetos, nos meus sonhos. Posso estar sozinha, mas prefiro estar assim do que estar acompanhada por quem não quero. Posso ter perdido muito monetariamente, mas que se lixe o dinheiro. Não há nada como dormir de consciência tranquila e sem teatros. E ter a sensação de que tudo me é permitido, que tudo está ao meu alcance, dependendo apenas de mim!
No dia em que tu te separes... vais perceber o que eu digo. É duro tomar a decisão, é muito duro avançar com a decisão, mas no fim, é um alívio enorme ter tomado a decisão. Devia-a ter tomado muitos anos antes, é a única conclusão a que chego.
Benvindos ao blogue da divorciada...
"A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!

"Você saberá que é amada
Quando ele te olhar com mais carinho do que desejo
Será totalmente em vão..."

Bom dia!
Quiseste-me libertar,
quiseste que eu voasse para longe de ti.
Deste-me asas que nunca usei.
Entregaste-me ao vento
não ouviste o meu lamento.
Empurraste-me para longe
da única forma possível...
Desprezando-me, ignorando-me!
Quiseste convencer-me que acabara...
Como se isso fosse credível,
...Amando-me!
Mas as asas que não usei trouxeram-me de volta,
de volta ao sitio de onde nunca saí,
eu para ti sempre vivi!
Fazes-me falta!
(Mafalda)
Se o desejo matasse...
eu estava morta e cremada!
E se isto calasse,
ficava muito mal humorada...
Quero estar contigo,
quero-te por inteiro.
Chega de castigo,
ainda bem que não uso tinteiro...
Vem cá ter,
não percas mais tempo.
Voltemos ao prazer
que tínhamos em cada momento.
(Mafalda)
Eu quero ser uma flor,
eu quero ser uma brisa quente.
Sentir o teu amor
e mantê-lo para sempre.
Eu quero ser um rio,
com cascatas e lagoas.
Com tudo isto sorrio
e só penso em coisas boas.
Eu quero ser a lua
rodeada de estrelas muito brilhantes.
Sabes que sou só tua...
Já o era antes!
(Mafalda)
Não preciso ter asas para voar,
basta-me imaginar...
Imaginar que estou num sítio encantador,
onde só se ouve o sussurrar das folhas.
Que aprazível esplendor,
onde tudo é apenas uma questão de escolhas.
Imaginar que estou num cenário perfeito,
que a vista já começa a alcançar...
Tendo apenas dentro do meu peito,
o Homem que me apetece beijar!
Imaginar que não somos dois,
de tão unidos que estamos...
Imaginar o depois,
é tudo o que precisamos!
Falo em "nós", eu sei.
Perdoem, se vos ofendo...
Mas depois de tudo o que já vos confidenciei,
é o Amor, não o estão vendo???
(Mafalda)


Há motivos para comemorar o que quer que seja. Há dias mundiais de tudo o que possamos imaginar. Hoje quero comemorar a imagem número 200 do meu blogue.
As imagens que escolho refletem sempre o meu estado de espírito. Procuro-as em diversas categorias dentro do google imagens e adapto-as aos textos que já existem na minha cabeça antes de as escolher.
Não deixa de ser interessante (e muito bom) verificar que se ao princípio escolhia coisas tristes e melancólicas, agora escolho mensagens de paz e mesmo de alguma felicidade. Não estou em pleno, mas estou bem, sinto-me bem.
Penso muitas vezes que a mudança para esta casa me trouxe um grande desgosto de amor, mas por outro lado, trouxe-me tudo o que eu precisava a todos os outros níveis. Tenho uma casa muito gira (a meu gosto), tenho muita paz, tenho muitas visitas de amigos (alguns nem nunca tinham ido à outra casa), estou em frente à praia (embora só ainda lá tenha ido duas vezes apanhar sol), estou a começar uma empresa (e tenho um possível cliente muito bom), estou prestes a vender a outra casa (saberei até ao final do mês), tenho empréstimo concedido para a compra desta (pela minha angariação de clientes desde que trabalho com aquele balcão), vou ficar a pagar menos do empréstimo do que pago agora de renda, o meu filho acabou o curso (tenho uma excelente hipótese de emprego para ele mesmo aqui ao lado), não tenho tido dores, o Companheiro já resolveu a situação pendente desde há três anos... Nada mais falta (esquecendo o coração).
Além de que aluguei esta em menos de 24 horas desde que vi o anúncio, dando como garantias apenas o meu ar credível e sério. Já aí foi um prenúncio de que devia vir para aqui, que era esta a escolha certa. E que ia conseguir mudar radicalmente a minha vida mudando de localização física.
Finalmente as coisas começam a correr bem e a endireitar-se. Faltas tu, mas virás, eu sei.
Aqui fica uma imagem calma, tranquila e de que eu gosto mesmo muito.
Obrigada por me acompanharem.

Bom dia!
Não quero saber se me vou enganar.
Apenas sei que estou bem mais feliz,
desde que comecei a Acreditar!
(Mafalda)

“Que estranho” devem vocês achar…
Uns dias está muito desesperada
E com vontade de hibernar,
Outros dias está muito animada
E pronta para continuar…
Não vale a pena insistir no carpir,
Negativismo e depressão não são solução.
Quanto mais não vale sorrir
E seguir apenas o coração.
Dias melhores vão chegar,
Eu sei, eu sinto isso.
Cabe-me agora continuar a recuperar
Para te receber com o meu melhor sorriso.
Talvez já seja a força dos vossos pensamentos,
Talvez seja a vossa vontade em que esta história acabe bem.
Todos temos piores momentos
Apenas temos de conseguir visualizar mais além…
(Mafalda)
Para quê evitar,
se um dia vamos ter de nos cruzar?
Se escrevo é porque penso,
se penso é porque existo,
se existo não me encubro,
esconder-me não é meu costume.
Vou começar a refazer a minha vida,
a passear por onde me apeteça.
Se até agora a hipótese de te encontrar era temida...
A partir de hoje nada vai impedir que isso aconteça!
(Mafalda)
Já te disse hoje?...



Sabes, meu Amor?
Sabes sim, eu sei...
Depois de abandonares esse torpor
chegará o dia em que te abraçarei...
Sabes, meu Amor?
Estares sem estares,
não merece nenhum louvor
apenas serve para te enganares.
Sabes, meu Amor?
A felicidade é para ser sentida,
a vida é para ser vivida
mantendo bem distante o sentimento "Dor".
Por isso, meu Amor: vive e sente!
Ama e Adora!
Não há alegria em quem mente
e está a chegar a nossa hora.
(Mafalda)