Moro num prédio devoluto,
que está à beira de ruir.
Todos os sons eu escuto,
não vá não ter tempo de fugir.
Moro numa densa floresta,
no meio de nenhures.
Aproveito a paz que me resta,
antes de partir para algures.
Moro num barco à deriva,
que resistiu a uma tempestade no mar.
Agradeço o teto que me abriga,
e faço todos os esforços para voltar.
Moro numa nuvem bonita,
rodeada de calor.
Vivo de uma forma expedita,
à procura do teu amor.
(Mafalda)