Serei maluca?
Quem me lê deve pensar:
"Que maluca que ela é,
continuar a amar
quem nem sequer vê!"
Quem souber o que sinto
entenderá por certo,
faz parte do meu instinto
tentar mantê-lo por perto.
Se de outra forma não pode ser,
tenho de arranjar uma alternativa,
escrevo e escrevo e volto a escrever,
tudo menos aceitar a partida.
Se a aceitar passa a ser real,
se a nego pode não ser definitiva,
tenho aqui uma questão vital,
uma questão que ainda não foi respondida.
Se acabou ou não, só ele sabe,
por mim não acabou...
continuo à espera da janela que se abre,
quando a porta principal se fechou.
Amar é ingrato,
mas também pode ser muito gostoso,
lá fora continuo a fazer o meu teatro
mas o meu blogue só pode ser afetuoso.
Negar sentimentos que existem,
não faz qualquer sentido,
muito menos esconder pensamentos que resistem
a todo este imenso tempo perdido.
Amar pode ser um riso,
mas também se pode transformar num choro,
no fundo temos de manter sempre um sorriso,
e viver a vida com muito decoro.
Se eu valer a pena ele voltará,
se não voltar é porque não o justifico,
mas responder a isso só ele saberá,
e se não voltar não o critico.
Teve liberdade para escolher,
teve toda a liberdade para optar,
se quiser verdadeiramente "Viver"
ele sabe que só o conseguirá se voltar.
Enquanto eu permanecer viva,
o meu coração a ele pertence,
vivo de forma mais evasiva
mas continuo a mesma indulgente.
Se calhar estou imensamente errada,
se calhar já não pensa mesmo em mim.
Nesse caso ficarei para sempre abandonada,
porque sem ele, a vida não faz nenhum sentido para mim.
Mas eu sei que não estou errada,
e não é por ser convencida,
é por ter sido por ele amada
e por não me dar nunca por vencida.
"Só a morte não tem remédio",
é um ditado bem verdadeiro,
no meio de todo este imenso tédio,
há que ter um espírito aventureiro.
(Mafalda)