Prisioneiro no próprio corpo,
a tua mente voa em liberdade,
não fosses um filantropo
e viverias com felicidade.
Prisioneiro da tua cabeça,
que te impede de escutar o coração,
ela que arranje forma para que esqueças
o que é viver rodeado de paixão.
Prisioneiro com sapatos de chumbo
que te obrigam a estagnar,
assim não conheces aquele mundo
onde só vai quem se permite amar.
Prisioneiro da obrigatoriedade,
fazer porque tem de se fazer,
poderás nunca mais ter a oportunidade
de viver com aquele belo prazer.
Prisioneiro de ti próprio,
envolto em arame farpado,
só te resta o sonho alucinatório
de que para mim não está acabado.
Corta o arame com as mãos,
sangra se for preciso,
liberta-te dessa prisão,
solta-te desse compromisso.
Se queres ser livre terás de fazer por isso,
somos nós os donos das nossas vidas,
desde já assumo o compromisso
de que as mágoas serão todas esquecidas.
Prisioneiro, prisioneiro,
cumpres uma pena muito pesada,
foge do hábito costumeiro,
corta o arame à facada.
Facas não são permitidas nas prisões,
teremos de arranjar outra solução,
já não tenho muitos tostões
mas levo-te o que quiseres à porta dessa prisão.
Soltem o prisioneiro,
ele não fez nada de mal,
viveu um sonho verdadeiro,
viveu uma vida real.
(Mafalda)