Quando aqui estou, sou apenas eu,
a pessoa que está apaixonada.
Fora daqui o meu mundo tremeu
e eu fui forçada a fazer uma enorme escalada.
Quando caímos e batemos no fundo,
a vida deixa de ter qualquer interesse.
Mas não nos podemos esquecer que não estamos sós no mundo,
e que deixaríamos muito desamparados quem de nós dependesse.
Arranjamos forças não sei onde...
nos amigos, na natureza, no mar.
Agradecemos a quem nos ronde,
e a quem de nós tenta cuidar.
Ouvimos muitas vezes o que não queremos,
desesperamos, choramos e praguejamos.
Mas no final todos nós sobrevivemos
e quer queiramos quer não... avançamos.
Seguimos sempre as nossas vidas,
da forma que tem de ser.
Sempre abominei as despedidas,
porque sou sempre eu quem mais sai a perder!
Abrir mão duas vezes do homem que amo,
é uma dor extremamente acutilante.
Preciso de recorrer a químicos como balsamo,
preciso de me desviar deste caminho tão frustrante.
(Mafalda)