Podem dizer que não voltas,
podes não voltar mesmo,
as minhas palavras estão soltas
e já não são escritas a esmo.
Voltes ou não voltes,
estarei sempre neste lugar,
soltes-te ou não te soltes,
só aqui me poderás encontrar.
Dizem-me que o teu signo é orgulhoso
que quando decidem é de vez,
não tivéssemos tido duas vezes um caso adulteroso
e eu acreditaria nesse "de vez".
Podes voltar ou não,
só a ti compete decidir,
enquanto decides vou dar a minha mão
a quem me souber fazer rir.
Nada me prende a quem não me quer,
não tenho qualquer obrigação moral,
faça eu o que fizer
no meu coração terás sempre o teu lugar.
Considero-me muito nova
para ficar em celibato,
o teu silêncio só prova
que queres permanecer no anonimato.
Eu não, como aqui se pode ver,
grito ao mundo o que sinto por ti,
ambos saímos a perder
mas a decisão final coube-te a ti.
Quando te perguntei se tinha acabado
recusaste-te a responder,
viraste a cara para o lado
e nem me conseguiste ver.
Deixaste ao meu critério,
se tinha acabado ou não,
já tomei muito remédio
mas ainda não cheguei a nenhuma solução.
Disseste-me para acreditar no que quisesse,
não negaste que me amavas,
mostravas-te "bem" a quem viesse,
mas felicidade não irradiavas.
Como estarás agora não sei,
deixei de te ir ver,
sempre que à tua frente parei
vim de volta a sofrer.
Se voltas ou não
só o futuro o dirá,
estou cansada desta solidão,
de andar ao Deus dará...
(Mafalda)