Pensamento...

24-08-2013 18:20

Se hoje sou o que sou,

a toda a gente que passou pela minha vida o devo,

mesmo quem muito me magoou,

faz parte do meu enredo.

Com todos aprendi,

o que há de bom e mau também.

A nenhum agradeci

mas se o tivesse feito, teria ficado muito bem.

Aprendi como a vida pode ser louca,

ensinaram-me a andar sobre brasas,

a minha experiência era pouca,

muito menos eu tinha asas.

Ganhei muitos conhecimentos,

sobre o ser humano, sobre a vida,

assimilei todos os momentos

porque nunca sabia o dia da despedida.

Sempre fiz o que era para ser feito, sem hesitar,

sem deixar para mais logo ou para mais tarde,

porque eu sei que de nada nos vale adiar

e muito menos sobre isso fazer qualquer alarde.

Sofri deceções como todas as pessoas,

tive provas de amizade inestimáveis,

a vida não tem só coisas boas,

há momentos mesmo muito miseráveis.

Traições por mim feitas e por mim sofridas,

comportamentos de que não me orgulho nem um pouco,

mas de nada adianta agora chorar lágrimas perdidas,

por certo não me vou enclausurar em nenhum calabouço...

Errei, eu sei,

fiz muita asneira por amor,

mas a minha pena eu já paguei

não tenho nenhum saldo devedor.

"Cá se fazem, cá se pagam",

é um dito muito verdadeiro,

os momentos felizes acabam

e voltamos ao ponto pioneiro.

De volta à casa da partida,

temos tudo para não voltar a errar,

com toda a aprendizagem acrescida

apenas nos resta saber interpretar.

Mas de uma forma muito clara,

sem deixarmos a ilusão comandar,

factos são apenas factos

e isso ninguém pode mudar.

Palavras bonitas, sentimentos vibrantes,

todos nós temos um dia,

o pior são os dias restantes

em que nos sentimos numa total agonia.

Duvidamos de nós próprios,

duvidamos do nosso bom senso,

ficamos completamente impróprios

e sem alcançarmos o entendimento.

Cabeça versus coração,

amigos incrédulos versus amigos crédulos,

nós no meio do turbilhão

acabamos por nos sentir totalmente acéfalos.

Não pensar, não sonhar,

foi isto que aprendi até agora,

muito mais vou ter oportunidade de constatar,

a não ser que seja esta a minha hora.

(Mafalda)