Passas do outro lado da rua
olhas para dentro de mim,
sinto-me completamente nua
já não me lembrava de ser assim.
Cruzo-me contigo constantemente
sem que nunca tivesse reparado,
deslizo de forma ardente
a caminho de um grande pecado.
Em cada esquina que passas,
em cada mesa de esplanada,
de nada adianta o que faças,
já parei de estar calada.
Sinto o pulsar da minha vida
sempre que me cruzo contigo,
vontade outrora esquecida
dei por findo o meu castigo.
Estás à espera por onde passo,
apenas dizes "Olá",
eu já não sei o que faço,
se vou ou se fico cá...
(Mafalda)