Nestes seis meses muito aconteceu,
quase sempre do pior que podia haver,
mas reconheço que o ombro que se perdeu
fez com que eu fosse obrigada a me deter.
Deter-me no pranto,
deter-me na incerteza,
fui obrigada a ensaiar um canto
em que nunca podia faltar a firmeza.
Se angústias tive guardei-as para mim,
mostrei sempre o meu coração insensível,
para sobreviver teve de ser assim,
tudo o resto ficou invisível.
Firmeza, determinação,
decisões difíceis de tomar,
se tivesse tido a tua mão,
muitas lágrimas terias de enxugar.
Estarmos sozinhos faz-nos fortes,
de nada adianta não o ser,
sentimos a falta dos nossos suportes,
mas nada mais podemos fazer.
(Mafalda)