Ontem dizia a uma amiga,
que não sei rimar sem sofrer,
mas o que vai ficar da minha vida
é somente aquilo que eu escrever.
Há muitos temas no planeta,
sobre os quais posso versejar,
antes que seja atingida por um cometa
e deixe de respirar.
Ontem disse que não já não sofria,
é uma verdade absoluta,
gelei, que era o que eu temia,
mas desta vez foi de forma resoluta.
Assim protejo-me de nossos dissabores,
de novas paixões sem sentido,
não vou mais sofrer os horrores
de sentir o meu coração partido.
Hoje escrevo sem sofrer,
sem chorar, sem desesperar,
finalmente aprendi a viver,
confesso que já estava a tardar...
(Mafalda)