Menos de dez minutos
para construir um poema,
com dez dedos astutos
não percebo qual podia ser o problema.
Escrevo depressa, eu sei,
mas ainda mais depressa penso,
durante a vida pouco hesitei,
sempre enfrentei o nevoeiro denso.
Peguei o boi pelos cornos
sempre que foi necessário,
não sou pessoa de muitos adornos,
não preciso de nada extraordinário.
Sou frontal e às vezes dura,
mas durmo sem pontas soltas,
os amigos ainda perduram,
ainda resistem às minhas palavras tontas.
Sou amiga de quem me merece,
já não permito mais falsidades,
o passado sempre se esquece
apesar de todas as adversidades.
Restam ténues lembranças
dos momentos mais sofridos,
benditas são as esperanças
que nos protegem de todos os perigos...
(Mafalda)