Este espaço tem um dono,
de nada adiantar afirmar que não,
apetece-me entrar num longo sono
até ao dia de voltar a tocar a sua mão.
Este espaço é habitado,
embora não tenha ninguém ao pé de mim,
olho para um e outro lado,
vou-me habituando a viver assim.
Este espaço ficou parado no tempo,
passem dias, meses ou anos,
de vez em quando solta um lamento,
ainda não sararam todos os danos.
Este espaço é uma prisão,
com a liberdade a rodeá-lo constantemente,
de vez em quando vislumbra uma solução,
momentanea, intermitente.
Este espaço é só teu,
sempre o foi, sempre o será,
não sei o que é que me deu
mas acredito que (um dia) ele voltará...
(Mafalda)