Volta, amigo imaginário,
preciso que ocupes o meu pensamento,
que me dediques o teu tempo
que faças algo mais temerário.
Volta, amigo inexistente,
preciso que me distraias da vida,
não podes ser um amigo ausente,
senão fico novamente perdida.
Volta, pilar da minha confiança,
companhia da minha solidão,
trazes-me sempre ventos de bonança
com o teu sorriso e a tua mão.
Volta, não me deixes à deriva,
ancora perto de mim,
não preciso de nenhuma comitiva,
apenas que tu te sentes e fiques até ao fim.
Volta, enebria-te comigo,
afasta-me do grande perigo
de voltar a um passado
onde tanto tempo já foi perdido.
Volta, não deixes de existir,
não queiras também partir,
devolve-me aquela crença
de que um dia vou voltar a ter motivos para sorrir...
(Mafalda)