Quando me sinto a subir,
obrigo-me a descer rapidamente,
não posso correr o risco de cair,
de me magoar definitivamente.
Quando me sinto a construir castelos,
puxo o mar para perto de mim,
afogo os eternos duelos,
se devo parar ou ir até ao fim.
Quando me sinto a sonhar em demasia,
belisco-me e acordo assustada,
nem eu sei o que faria,
se voltasse a sentir-me acorrentada.
Quando me sinto ansiosa para te ter a meu lado,
procuro sempre uma ocupação real,
enquanto um de nós permanecer calado,
a ansiedade não é uma questão fundamental.
Quando só um de nós fala,
pouco há a dizer sobre este assunto,
se só um fala e o outro cala,
resta apenas um futuro disjunto...
(Mafalda)