Quando a solidão deixa de assustar,
quando gostamos da nossa paz,
o que mais se pode desejar,
do que mais serei capaz.
Quando a rotina nunca é igual,
quando em cada momento surge algo inesperado,
o que mais posso querer afinal,
de que adianta ter desesperado.
Quando sabemos que temos o que precisamos,
quando nos sentimos com força para lutar,
o que mais ambicionamos,
de que mar deixamos de naufragar.
Quando a soma dos nadas nos dá muito,
quando chegamos ao fim do dia exaustos,
o que mais temos no nosso intuito,
de que adianta chamar os arautos.
Quando aprendemos a ser felizes,
quando aproveitamos a intensidade das nossas vidas,
o que mais podemos querer como aprendizes,
de que valem palavras há muito proferidas.
Quando aceitamos a realidade,
quando ela é a nossa principal companhia,
o que fazer com tamanha claridade,
porquê fugir da nossa verdadeira hegemonia...
(Mafalda)
