Perdi o que me importa,
abandonei a esperança no regresso,
estrada da vida, que és demasiado torta,
só deixas entrar quem paga ingresso.
Perdi tudo o que me fazia bem,
o que me completava de forma inimaginável,
expetativas que ficaram muito aquém,
houve quem se mantivesse estável.
Estável, estagnado, bloqueado,
morto para o amor, para a paixão,
se eu nunca o tivesse amado
nunca teria sentido a sensação.
Sensação de ser o centro das atenções,
de ter uma pessoa completamente dedicada,
de ver o mundo sem prisões,
de saber o que é estar apaixonada.
Perdi tudo isso e muito mais,
perdi a minha metade,
já passou tempo demais
para continuar em ansiedade.
Tenho de mudar a forma de estar,
tenho de seguir a minha vida,
mas para escrever preciso de amar,
não quero que isto seja uma despedida.
Vou continuar a dar o meu melhor,
perdi, perdi e finalmente aceitei,
vou olhar em meu redor
e começar a viver no ponto onde parei.
(Mafalda)
