Palavras, tantas que são,
centenas de milhar já escrevi,
é natural que me comece a faltar a imaginação,
apenas porque sempre falo de ti.
Palavras escritas sem tinta,
em folhas de papel inexistentes,
sentimentos que ainda sinta,
obrigados a ficar dormentes.
Adormecem num quarto escuro
onde não há nenhuma janela,
só a ti procuro,
sem ti deparo-me sempre na mesma viela.
Palavras escritas com paixão,
com todo o amor que sinto,
remeteres-me a esta solidão
é como obrigares-me a tomar absinto.
(Mafalda)
