Não gosto do Natal
porque me soa a falsidade,
pessoas que não vemos de forma habitual
nesta altura tentam a nossa cumplicidade.
Gastos despropositados de quem nada tem
apenas porque é tradição,
prendas que se dão porque convém,
só para manter viva a recordação.
Gastos inúteis e sem sentido,
azáfamas e correrias,
horrores de tempo perdido,
carteiras que ficam vazias.
Natal devia ser sempre,
existir permanentemente espírito solidário,
não há apenas em Dezembro
quem se sinta solitário.
Jantares para pobres,
prendas para necessitados,
escondem-se os podres
pagam-se os pecados.
A solidariedade devia ser diária,
há sempre quem precise de ajuda,
esconder isso é pura ignorância,
um dia no ano, em nada a realidade muda!
(Mafalda)
