Fiz um pacto de não agressão,
de manter o meu espírito em paz total,
há muito que devia ter tomado essa decisão,
aproveitar bem a vida, é o que se pretende afinal.
Já aprendi a viver,
já não acredito no Pai Natal,
demorou, mas obriguei-me a entender
que só posso contar com o que é real.
Agora custa-me a acreditar,
que um dia não fui assim,
que passava a vida a sonhar
com o que pensava ser melhor para mim.
Sinto-me leve como uma pena,
sem compromissos, sem obrigações,
não preciso de inventar nenhuma cena,
para deixar de andar aos trambolhões.
Que ideia mais disparatada,
deixarmos a nossa felicidade depender de um outro alguém,
não posso evitar ficar pasmada
perante as atitudes do passado que sempre se têm.
Que infantilidade atroz,
que dependência mais absurda,
como é bom poder soltar a voz
perante uma audiência que nem sempre é surda...
(Mafalda)