Tenho medo de ter medo
de não conseguir avançar,
de criar um novo enredo
que só vai servir para me torturar.
Tenho medo de acreditar,
de deixar a imaginação fluir,
tenho medo de voar
e depois voltar a cair.
Tenho medo de ter medo
de não me conseguir libertar,
de viver outra vez em segredo,
sem ninguém com quem dançar.
Tenho medo de confiar,
de voltar a ser eu própria,
mas depois desta semana a imaginar
a minha sede está-se a tornar imprópria.
Tenho medo de ter medo,
de que tudo não passe de uma cantada,
mas chega deste degredo
apetece-me voltar a ser amada...
(Mafalda)