Há dias assim,
em que os meus dedos não descansam,
escrevo apenas para mim
com a ilusão que os meus olhos alcançam.
Imaginação que transporto para aqui,
a que dou cor e muita vida,
não sei se tudo isto já vivi
ou se ainda estou na casa da partida.
Sei que sonho acordada,
mas que estes sonhos não me atrapalham,
que tudo é uma imensa charada
em que proveitos não se ganham.
Dá-me gozo ser assim,
é sinal que ainda estou viva,
desde que me mantenha em mim
nunca terei mais uma despedida...
(Mafalda)