Há uma pergunta no ar,
que me acompanha há muito tempo,
como conseguiu ele superar
sem pronunciar um único lamento.
Como conseguiu compensar
a falta da minha presença,
como conseguiu aguentar
com tamanha indiferença.
Há uma pergunta no ar,
que faço vezes sem conta,
como conseguir não se lembrar
do que sentia por esta tonta.
Pergunto-me vezes infinitas
se alguma vez sentiu saudades,
se todas as palavras ditas
não passaram de meras casualidades.
Há uma pergunta no ar,
à qual não sei responder,
se tanto me dizia amar...
como foi tão fácil me esquecer?...
(Mafalda)