Se na outra casa eu me passava completamente por estar dias a fio sozinha, serões de fins-de-semana e feriados enfiada em casa... nesta nada me incomoda. Também quando saio vou sempre com o coração nas mãos, porque passo por muitos sítios onde podes estar ou por onde podes passar ao mesmo tempo que eu... e ver-te não faz parte dos meus planos. Só te quererei ver algum dia se me bateres à porta e for para entrares de vez. Será que ainda viverei nesta casa quando isso acontecer? Conseguirei eu concretizar pelo menos este sonho de ficar aqui para sempre? Todos os meus sonhos foram destruídos, ou à nascença ou uns tempos depois... Será que este se vai realizar?
Disseste-me muitas vezes que se da outra vez eu tivesse insistido... tinhas ficado comigo. Desta vez já insisti o que tinha a insistir. Não gosto de impor a minha lembrança a quem me quer esquecer. E consegues esquecer-me? Muitas vezes penso que sou uma idiota ao supor que ainda pensas em mim... Acho que ando iludida (ainda). Se pensasses e te preocupasses... procuravas-me ou procuravas saber de mim de alguma forma. Ou deixavas-me uma pastilha no carro... Ou nada, porque não é isso que tu queres para ti.
Tinhas razão... Perdi-te. Perdi o que nunca foi meu. Só que me continuam a dizer que o que é nosso, mais cedo ou mais tarde, volta para nós. Como eu gostava que isso fosse verdade! Eu continuo a gostar de ti da mesma forma que sempre gostei. Fizeste-me baixar as defesas todas e entregar-me a ti como nunca o fiz com ninguém. Isso não significada nada para ti? Conheces-me como ninguém mas também eu pensava que te conhecia como ninguém...
É bom poder escrever-te apesar de saber que nunca lerás nada disto. Se tivesses interesse já me tinhas descoberto... Seria fácil uma vez que são palavras nossas que usávamos tantas e tantas vezes! Mas não tens interesse, eu sei. E isso entristece-me de uma forma que tu nem imaginas. Ou imaginas, mas ignoras.
