Tenho uma grande dificuldade,
em escrever sem nada sentir,
chegou o tempo da serenidade,
já não anseio pelo que há-de vir.
Não tenho raivas contidas,
nem orgulhos maltratados,
tornei-me uma pessoa comedida
mas com sentimentos manietados.
Falo sobre mim o tempo inteiro,
sobre coisas fúteis e banais,
aqui o sossego ficou prisioneiro,
fujo sempre das coisas habituais.
Todos os dias há uma nova descoberta,
que me faz crescer mais um bocadinho,
como é bom sentir-me liberta,
já não sentir a falta de nenhum carinho...
(Mafalda)
