Preparem-se queridos leitores
muito vão ter para ler nos próximos tempos,
depois lá virão os horrores,
os desesperos e os lamentos.
Sempre me habituei a nada ter,
porque nunca tenho nada realmente,
mas entre o ter e o não ter
vou brincando como se fosse gente.
Preparem-se que estou de volta,
com inspiração logo pela manhã,
deixo novamente o meu espírito à solta
mas nada espero do dia de amanhã.
É giro como a poesia se processa,
a importância que tem sentirmos afeto,
vou devagar sem nenhuma pressa,
não me vou permitir sair do meu teto.
Demorei a conquistar a minha paz,
prezo a alegria com que vivo neste momento,
mas vou ver se ainda sou capaz
de nutrir por alguém um novo sentimento.
Sentimento sem amarras descabidas,
sem promessas de um futuro brilhante,
para mim algumas palavras foram remetidas
a um passado longínquo e distante.
Não digo o que não sinto,
não mostro o que não faz parte de mim,
vou entrar num novo labirinto
mas sair dele só dependerá de lhe querer por um fim...
(Mafalda)
