Divagar sem qualquer sentido
apenas porque me apetece fazê-lo,
sem pensar num assunto pré-definido
mostrando contudo, muito zelo.
Tenho cuidado no que digo,
não vá ferir suscetibilidades,
às vezes foge o ombro amigo
e ficamos envoltos em obscuridades.
Há dias mais cinzentos,
em que falta a luz do sol,
esperar sem lamentos
não ficar enredada no anzol.
Há dias mais deslavados,
que não fazem qualquer sentido,
imaginam-se momentos desvairados
mas permanecemos no nosso abrigo.
Temos medo,
temos muito receio,
não queremos perder tudo
por um mero devaneio.
O que escrevo não faz sentido,
nem para quem lê, nem mesmo para mim,
preciso de alguém destemido,
de quem sempre tenha vivido assim.
Na incógnita,
na escuridão,
com a simples glória
de me dar a mão.
(Mafalda)