Quis o destino que contigo me cruzasse,
sem qualquer razão aparente,
quis o destino que me apaixonasse,
e que contigo vivesse um amor ardente.
Quis o destino pôr à prova
o amor que por ti sempre senti,
existiu uma enorme demora
que compensou o que não vivi.
Quis o destino dar-me um sonho
e depois voltar atrás na oferenda,
libertou-me do que era enfadonho
mas nunca se tira uma prenda.
Quem não sabe
não agoniza,
quem não conhece
não dramatiza.
Como explicar o que é ter e perder
a quem tem e nunca perdeu,
como é que eu havia de saber
se não tivesse atingido o apogeu?
Que maldade tão grande
o destino fez comigo,
deu-me duas vezes a chance
de me sentir feliz contigo.
(Mafalda)
