Defunto...

12-07-2014 21:26

É parva a minha reação,

mas nada consigo fazer contra mim própria,

quem um dia me prometeu ver o avião

agora deixa-me numa situação deveras inglória.

Pensou por acaso na música que me cantava,

imaginou sequer no que me prometeu um dia,

bolas, eu andava tão descansada

e agora sinto novamente a dor do que já sabia.

Lugares sagrados que não são respeitados,

músicas nossas que foram devassadas,

não sei se tudo não passou de um aglomerar de momentos equivocados,

mas sei agora que tudo têm de ser águas passadas.

Não vou perder mais tempo em devaneios,

não vou pensar nisso nem mais um segundo,

atiro para bem longe todos os anseios,

começa agora a minha conquista do mundo.

Talvez seja a sangria a falar,

mas hoje não foi feita por quem um dia amei,

é bom ter estes momentos para ser obrigada a acordar,

para perceber que de mais um mero caso eu não passei.

Tanta devoção, tanda dedicação,

nada disso se revelou ser verdade,

bolas, errei a vocação,

aprendo à minha custa como se adquire a serenidade.

Não perder mais tempo com quem não quer saber de nós,

não deixar um coração massacrar uma vida,

desatar de vez todos os nós,

considerem isto agora a minha despedida.

Não quero saber mais nada,

não quero informações de qualquer tipo,

quero seguir a minha vida apoiada

por quem existe para mim sempre que preciso.

Estou cansada de pensar naquele ser humano,

que de humano pouco teve comigo,

vou construir um novo plano,

vou partir para longe deste constante perigo.

Estou desiludida com a falsidade,

com a pouca sinceridade com que as palavras são ditas,

foram ocas as promessas de eternidade,

foram vãs essas palavras malditas.

Acaba de uma vez por todas,

não possuo mais tempo para dispender neste assunto,

vou aproveitar da vida todas as coisas boas,

declaro agora este amor como defunto...

(Mafalda)