Bem no fundo de nós próprios
existe um imenso mar por explorar,
nem sempre estamos sóbrios
o suficiente para o apreciar.
Perdemos uma vida para nos conhecermos
morremos sem saber tudo sobre nós,
ao longo do tempo vamos aprendendo
que nem sempre falamos a uma só voz.
Somos vários dentro do mesmo,
um cardume de grandes proporções,
sentimos que não há um fim nesse abismo
e os pensamentos atrapalham-se em turbilhões.
Não somos seres fáceis,
como os peixinhos no fundo do mar,
acabamos por não ser dóceis
quando passamos uma vida a procurar.
Procuramos tudo o que não temos,
o que outrora tivemos e já perdemos,
procuramos e nunca encontramos
e entretanto vão passando os anos.
Exploremos o nosso mar,
a imensidão que nos define,
para isso temos de deixar de esperar
e afastar o nosso olhar daquela vitrine...
(Mafalda)