Hoje é o meu dia das charadas,
também tenho direito a um,
podiam parecer favas contadas,
mas revelaram-se uma fonte de jejum.
Hoje é o meu dia das figuras de estilo,
aliteração, assonância, anáfora,
não sei se dê já entrada num asilo
ou se continue envolta nesta imensa metáfora.
Hoje não me apetece ser explícita,
prefiro manter-me bem disfarçada,
tudo o que digo tem uma história implícita
que eu prefiro manter bem recatada.
Hoje a minha alma não é transparente,
não tenho um livro aberto que todos podem consultar,
sinto que estou a ficar demente,
mas prefiro sempre continuar a sonhar...
(Mafalda)
