Quando me convenceram a escrever,
(bendita a hora em que aceitei...)
nunca esperei que tantas pessoas fossem ler,
mas a elas ,tudo o que escrevi, dediquei.
É só minha a fonte de inspiração,
é uma mágoa que me liberta o dom da escrita,
ainda não entendo a vossa dedicação,
cada vez mais admiro quem ainda resista.
Escrevo sempre sobre o mesmo assunto,
digo coisas que depois acabo por não fazer,
apesar de tentar não escrever muito,
o que escrevo é com muito prazer.
Quem não passou já por um amor perdido,
quem não sofreu já um desgosto?
Só assim fará todo o sentido
que me continuem a ler com gosto.
Conquistei asas e voei,
mas voltei quase ao ponto de partida,
quando as conquistei, sonhei
que ia finalmente ter uma vida...
Enganei-me redondamente,
voei apenas para onde me foi possível,
mas aqui espero ficar eternamente,
apenas me falta aquele sorriso aprazível.
Obrigada a quem me acompanha,
obrigada a quem está aí a pensar no que eu escrevo,
acreditem que escrever poesia não é grande façanha,
mas ser poeta?... Nem me atrevo!
Poetas verdadeiros ririam das minhas palavras,
porque eu só falo de banalidades,
...amor que vem, amor que acaba...,
tudo faço para fugir à realidade.
E a realidade é só uma,
estou eu, apenas eu,
a minha vida é, em suma,
um grande e eterno "EU".
(Mafalda)
