Devagar, muito devagarinho,
vou cortando as minhas amarras,
sinto-me a pairar num torvelinho,
não sei se ainda me agarras.
Corto laços,
escondo recordações,
já que não há abraços
não pode haver sensações.
Sinto-me a afastar aos poucos,
talvez esteja na minha hora,
de nada adianta sermos loucos
se não saímos daqui para fora.
Fechada em mim sempre ficarei,
não permitirei mais sentimentos,
apenas aqui escreverei
caso voltem os tormentos.
Acordei...
será que é desta?
Interiorizei...
que já nada me resta...
(Mafalda)
