Olá, meu Amor...

21-05-2013 20:52

Considerava-me uma pessoa minimamente inteligente... Acreditei que tudo o que me dizias ia ser a nossa realidade. Amavas-me muitíssimo, não podias passar sem mim, passavas todo o tempo longe de mim a pensar no que eu estaria a fazer, a pensar, a sentir. Preocupavas-te genuinamente com tudo o que me dizia respeito e com a saúde dos meus. Acreditei no teu Amor, na tua Paixão, na tua Dedicação.

Agora penso que afinal não sou inteligente. Agora penso que não me amavas por mim mas pelo amor que eu te dava, pelo carinho que te dei e que nunca tinhas tido, pela ternura que te ofereci a troco de nada, pela disponibilidade total para estar contigo sempre que tu querias. Porque quando eu amo sou assim. Meiga, carinhosa, intensa, viciante. Mas tu não sabias o que era isso porque nunca o tinhas sentido. Eu tinha muito para dar.... e dava-te tudo de coração aberto apenas porque te amo profundamente. Eu queria-te dar tudo o que de bom tenho para dar. E tu deliciavas-te a receber o meu amor. O que tens agora, meu Querido?

Ás vezes penso que o Pai Natal ainda existe.... Às vezes penso que este afastamento a que me obrigaste estes dois meses, faz parte de um plano teu para vires ter comigo antes do meu dia de anos. Às vezes penso que dia 26 pagas o carro com o teu prémio, deixa-la sem dívidas, num emprego novo de que gosta... e lhe dizes que afinal não consegues mesmo viver sem mim. Às vezes penso que não me dizes nada sobre o teu plano, porque tens medo de não conseguir avançar e de me desiludir mais uma vez. Às vezes penso que não vais cometer o maior erro da tua vida pela segunda vez. Às vezes penso que me amas por mim, pelo que eu sou e não pelo que eu te dava. Se esse dia chegar e o teu silêncio continuar... então o Pai Natal morreu mesmo.

Tenho muitas saudades nossas. Agora existo, estou fria, mais egoísta e quase sem dinheiro para gerir a minha vida. Nada corre bem à minha volta, desde a saúde à parte monetária. Mas estou alheia a tudo. Estou apática, vivo o dia a dia sem convicções e sem sonhos. Contava contigo para ser feliz e fazer uma vida, mas afinal estou sozinha e com um buraco no lugar onde antes existia um coração repleto de amor por ti. Bloqueei os meus sentimentos. Apaguei as memórias dos melhores momentos da minha vida. Calei a voz que teimava em se fazer ouvir. Pela segunda vez na minha vida, calei o meu coração e apenas oiço a minha cabeça. E quando ela insiste em dizer o que não quero ouvir, tomo um comprimido e durmo. Não me posso permitir pensar no amor que sinto por ti. Apenas porque não percebo o que se passou contigo. Como te tornaste tão frio e indiferente em relação a mim? Como? Estás bem, disseste. Isso não chega, meu Querido. Também eu posso dizer que estou bem. Mas não estou feliz nem estarei nunca, enquanto não perceber o que vai na tua cabeça, no teu coração. Eu adoro-te, tu sabes. E estar longe de ti e sem saber de ti enlouquece-me. Tenho de me obrigar a não pensar. Mas desta forma sinto-me vazia, sinto-me um autómato que faz o que tem de fazer e vai onde tem de ir, mas sem emoções. Vazia de emoções. Fria, gelada... Como eu queria voltar a ser Eu. E isso só consigo ser contigo, porque nunca conheci ninguém que me completasse da forma que tu me completas. Nunca conheci ninguém que amasse tanto e a prova disso, caso precises, foi o virar da minha vida ao contrário por duas vezes. Fi-lo por Amor a ti. Fi-lo por nós. Pela nossa felicidade juntos. Pelos nossos sonhos juntos.

Mas o "nós" deixou de existir há dois meses...