Acabou o tempo em que contava os dias,
em que recordava cada momento passado,
em que me preocupava se vivias
num lugar quente e sem te sentires amargurado.
Acabou o tempo em que pensava no que estarias a fazer,
em que recordava situações por nós vividas,
se terias ou não prazer
e em outras coisas bem mais atrevidas.
Acabou o tempo de viver pelo passado,
passado que passou e que um dia regressou,
o momento certo foi ultrapassado,
do nosso amor apenas a recordação ficou.
Acabou o tempo de sentir,
de me preocupar com os teus problemas constantes,
de pensar se ainda sabes sorrir,
de lutar com os meus sentimentos hesitantes.
Acabou o tempo de olhar para trás,
de pensar no que podia ter vindo a ser,
é muito certo que o tempo sempre nos traz,
a forma certa para conseguirmos esquecer.
Fica tudo o que se passou,
guarda-se a memória que não se consegue apagar,
se um dia muito se sonhou,
noutro dia tudo se viu a desmoronar.
Lamento profundamente,
mas nada mais posso fazer,
amar-te eternamente
seria uma forma de me perder.
Gosto de estar em mim,
de sentir controle sobre as minhas ações,
vai longe o tempo em que vivi assim,
prisioneira das minhas próprias emoções...
(Mafalda)