A vida é um jogo...

04-09-2013 19:11

Há imensas alturas em que penso,

que para ser poeta não é preciso rimar,

basta libertar o pensamento

e deixar os dedos voar.

Há muitas alturas em que sinto

que nada disto faz sentido,

mas agora já não minto

ao dizer que lamento todo este tempo perdido.

Nunca devia ter sido o que não sou,

nunca devia ter feito o que não achava bem,

mas sim, também eu tenho defeitos,

e não sou mais do que ninguém.

Tenho direito a errar,

embora o amor não seja motivo,

mas paguei o preço a pagar,

e pago sempre enquanto estou viva.

Correr atrás de um amor,

faz-nos ser insensatos,

nas horas de maior calor,

não pensamos sequer nos factos.

O que me distingue é a dedicação,

nada mais além de isso,

entreguei-me com toda a minha paixão

mas depois pedi um compromisso.

Não resultou, não deu certo,

sei que tudo correria bem,

mas se tu estás no sítio certo,

só tu saberás e mais ninguém.

Pode ser que ainda penses em mim,

pode ser que ainda visualizes os meus momentos,

pode ser que já não seja assim

e que tudo já esteja no teu baú dos esquecimentos.

Perguntas exigem respostas,

frases faladas, concretas e definidas,

na ausência das respostas...

restam sempre as despedidas.

Mas uma fresta bem escondida deixaste numa janela

ao fechares a tua porta com sete chaves,

não sei se a ideia era dares uma escapadela,

se era colocares-me todos estes entraves.

Assim ficaria a pensar,

(tu sabes, conheces-me bem),

e enquanto eu ficasse a marinar

tu farias o que te convém.

E era isso que estava a acontecer,

és esperto, jogaste bem,

mas chegou a minha hora de te esquecer,

porque o tempo urge e nada de bom advém.

Limites que se atingem,

timings que se esgotam,

pensamentos que já não me afligem,

dores que já se suportam.

(Mafalda)