De Madrid vieram os ventos que desanuviam,
haja alguém que pense como eu,
quando eu gritava eles não ouviam,
calo agora o que não se perdeu.
Só durou uma semana,
às vezes aparecem alguns percalços,
da fase de angústia e drama,
só restam mesmo poucos rescaldos.
Já rio novamente,
já saio e vou para a rua,
deixem estar este caso dormente,
hoje não sei se ainda serei tua.
Gosto demasiado do meu bem estar,
chamem-me egoísta, ou aquilo que quiserem,
não faz sentido continuar
a ouvir o que sempre me disseram.
Acordo agora e para sempre,
foi a derradeira chance de retorno,
se há uma boca que ainda mente,
foi a que me deixou ao abandono.
Mas eu tenho o melhor da vida,
o meu ombro nunca me falha,
não serei nunca mais uma perdida,
sigo em frente, conforme calha.
Tenho recaídas tontas e descabidas,
que só provam que sou humana,
as minhas palavras são sempre missivas,
mas cada um faz a sua própria cama.
Nada mais a acrescentar,
mais uma vez superei os sonhadores,
virei aqui sempre para falar,
mas espero não ter mais dissabores.
Quando nada se espera é bom sinal,
estamos crescidos e de olhos abertos,
acordamos naquele momento especial,
em que finalmente nos tornamos espertos.
Tenho pena que assim seja,
mas de penas é feito o mundo,
lamento muito que ainda haja,
quem acredite por um segundo...
(Mafalda)