Vento que uiva por entre as portadas,
que revolta o mar em demasia,
quando penso em águas passadas,
vem sempre a sensação de estar vazia.
Há questões que nunca terão resposta,
há dúvidas que amava esclarecer,
penso nisso e fico mal disposta,
não quero pensar, mas não sei como o fazer.
Quem temos em comum diz-me que tudo está igual,
que nada mudou durante todo este tempo,
que fazes tu, afinal,
o que justifica todo esse portento.
Eu sou simples como a água,
intensa como o vento,
coexisto com a mágoa,
abafo o meu lamento...
(Mafalda)