Pois é...

01-10-2014 22:14
Dois dias sem escrever,
em que as farsas foram todas desmascaradas,
já nada mais tenho a temer,
sociedade e “amizade” estão dadas como encerradas.
 
Pena que ainda me falte o meu dinheiro,
que tenham ficado 6.000€ a voar,
eu sei que não sou a primeira
que eles têm o prazer de enganar.
 
Calculo qual seja a próxima presa,
uma simples funcionária com dinheiro disponível,
se ela não agir depressa
daqui a um ano será impossível.
 
Hoje penso em como fui enganada,
em como deixei a praga se instalar,
apanharam a minha família numa altura desesperada
e claro está, toca de aproveitar.
 
Sentiram o cheiro do “papel”,
tornaram-se pessoas sempre presentes,
esticaram ao limite o cordel,
ficamos entalados e meros sobreviventes.
 
Como é possível haver pessoas assim,
sem escrúpulos e sem sentimentos,
eu não devia estar em mim
quando aceitei construir uma empresa com estes “portentos”.
 
É difícil acreditar que fui dispensada do que construí,
que aproveitaram os meus conhecimentos para crescer,
quando a faturação chegou ao nível que eu vi,
limitaram-se a fazer-me desaparecer.
 
Mas eu não desapareço facilmente,
sempre fui teimosa e muito determinada,
não é preciso que ninguém me leia a mente
porque sobre este assunto nunca vou estar calada.
 
Podem-me ameaçar,
podem até pensar em me tocar,
leiam: “Eu nunca me vou calar”,
até o meu dinheiro voltar a entrar.
 
Escusam de me difamar,
de fazer levantamentos bancários à meia noite,
enquanto as dívidas não saldar,
gritarei ao mundo para que acordada eu pernoite.
 
O Karma costuma ser um fulano tramado,
e sei que tudo se paga nesta vida,
eu sou daquelas que não gosta de ser enganada
muito menos por quem se dizia ser muito amiga.
 
Amiga pelo cheiro do que podia vir a construir,
que se foi insinuando lentamente,
fez-me crer que sem mim não sabia existir,
pessoas pequenas nunca chegam a gente...
 
(Mafalda)