De um amor morto...

31-01-2014 20:18
"De um amor morto fica 
Um pesado tempo quotidiano 
Onde os gestos se esbarram 
Ao longo do ano 
 
De um amor morto não fica 
Nenhuma memória 
O passado se rende 
O presente o devora 
E os navios do tempo 
Agudos e lentos 
O levam embora 
 
Pois um amor morto não deixa 
Em nós seu retrato 
De infinita demora 
É apenas um facto 
Que a eternidade ignora"
 
(Sophia de Mello Breyner Andresen)