Carta a quem perdi...

28-04-2015 21:48
Bom dia de manhã!
 
Tenho de escrever, tenho de libertar...
 
Disse-te que não sou mulher de andar atrás de um homem... Menti-te. Em condições normais seria isso que eu faria. Mas tu não és uma condição normal.
 
Não uso palavras de “Adoro-te” ou “Amo-te”, porque as ouvi inúmeras vezes e no final revelaram-se vazias, falsas. Com o tempo talvez tas dissesse. Quando acreditasse que não ias fugir a meio com medo de uma relação sincera.
 
Acontece que, podes não ter percebido, mas apaixonei-me por ti. E agora não faço outra coisa senão pensar em ti, em nós, no que tivemos, no que impediste que tivéssemos. 
 
Não entendo o teu receio. Temos bagagem pesada connosco, sim. Temos vidas complicadas que nos atrapalham os encontros. Mas temos uma relação sincera em que gostamos um do outro e queremos estar um com o outro.
 
O futuro? Não sabemos. Agora sair da estrada a meio por causa de um possível acidente, não faz sentido para mim. O que aconteceu ao “prefiro arriscar do que não tentar”?
 
Não te procurei, não me procuraste. Aconteceu. E foi bom demais para acabar por esses motivos. Não entendo, a sério. Eu sei que não sobes escadas que já desceste, mas eu também não ando atrás de homens. E neste caso... ando. Porque és demasiadamente importante para mim para eu simplesmente te deixar ir embora.
 
Não devias precisar que eu tirasse os óculos para veres se sou sincera ou não, para veres se gosto de ti ou não. Se não gostasse, não tinha estado contigo, não te procurava, não tinha feito amor contigo.
 
Não sei se continuas a ler a Mafalda, se tens curiosidade em ver as minhas publicações no facebook. Lá está tudo o que eu sinto por ti. Poucos entenderão, mas tu és inteligente e percebes a que me refiro em cada coisa que publico.
 
Não nos faças isto. A vida são dois dias e a nossa já vai longa. Não somos meninos de escola. Pode nunca mais acontecer o que nos aconteceu a nós: encontrar, sem procurar, uma pessoa à nossa altura que nos satisfaz em tudo. Não desistas, querido. Eu ajudo no que for preciso para conseguires viver em paz quando não for possível manter o que se combina. 
 
Eu não cobro. Talvez seja diferente das mulheres que tens encontrado. Sou diferente. Eu sei que sou. E tu? Sabes?
 
Gosto de ti, estou apaixonada por ti e não te quero perder!
 
Beijos. Tantos...
 
(Mafalda, 28/4/2015)