Ambiguidade que a tal me obrigas,
leva no vento a minha vontade,
eu sei que tu gostas de brigas,
que estás sempre por perto para me toldar a objetividade.
Mas não há tristeza quando me acompanhas,
soltas-me o riso pelas dores do passado,
ambiguidade só não me apanhas
enquanto o meu desejo permanece recatado.
Ser livre não é só ter liberdade,
é ser-se livre no verdadeiro sentido da palavra,
é deixar à solta toda a insanidade,
é deixar andar sem nos preocuparmos como acaba.
É ambígua a forma que adotei,
mas encaixa perfeitamente na minha forma de ser,
sempre foi só isto que desejei
mas nunca tinha percebido até o obter.
Ambiguidade que me toldas a visão,
que baralhas os sentidos de quem já nada sabe sentir,
não me abandones, não me devolvas à solidão,
promete que vais sempre fazer-me sorrir...
(Mafalda)